CLASSICISMO_ÉPICO - aula 3

20 Pages • 1,268 Words • PDF • 1.5 MB
Uploaded at 2021-09-24 06:59

This document was submitted by our user and they confirm that they have the consent to share it. Assuming that you are writer or own the copyright of this document, report to us by using this DMCA report button.


CLASSICISMO: POESIA ÉPICA DE LUÍS VAZ DE CAMÕES

CLASSICISMO – Camões épico o o o o o o o

Apogeu da tecnologia e do poder político de Portugal Expansão marítima Imperialismo português Grandes conquistas Orgulho e euforia nacionais Grandes feitos do reinado e do rei Influência dos clássicos: Ilíada (Homero); Odisseia (Homero); Eneida (Virgílio)

CLASSICISMO – Camões épico Epopeia: Poema de caráter narrativo + Narração de feitos heroicos + Tom eloquente e grave + Fusão de realidade e mitologia OS LUSÍADAS: Viagem de Vasco da Gama às Índias

1497: partida de Portugal 1498: chegada a Calicute 10 cantos: quantidade de estrofes variável FORMA DO POEMA......... 1102 estrofes (8816 versos no total) 8 versos (oitavas) em cada estrofe; decassílabos; rima ABABABCC

CLASSICISMO – Camões épico As armas, e os barões assinalados

(A)

Que, da Ocidental praia Lusitana,

(B)

Por mares nunca dantes navegados, (A)

Passaram ainda além da Taprobana, (B) Em perigos e guerras esforçados

(A)

Mais do que prometia a força humana, (B) E entre gente remota edificaram

(C)

Novo Reino, que tanto sublimaram; (C)

VERSOS DECASSÍLABOS

A disciplina militar prestante

(SÁFICO)

Não se aprende, Senhor, na fantasia,

(HEROICO)

Sonhando, imaginando ou estudando,

(HEROICO)

Senão vendo, tratando e pelejando.

(HEROICO)

Os Lusíadas: decassílabos heroicos 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

As

ar

mas

e os

ba

rões

as

si

na

la

dos

Que,

da O

ci

den

tal

prai

a

lu

si

ta

na

Por

ma

res

nun

ca

de an

tes

na

ve

ga

dos

Pas

sa

ram

a in

da a

lém

da

Ta

pro

ba

na

Em

pe

ri

gos

e

guer

ras

es

for

ça

dos

Mais

do

que

pro

me

tia a

for

ça

hu

ma

na

E en

tre

gen

te

re

mo

ta e

di

fi

ca

ram

No

vo

rei

no,

que

tan

to

su

bli

ma

ram

Camões. Os Lusíadas, Canto I, Estrofe 1

Os Lusíadas: decassílabos sáficos 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Es

pe

ra um

cor

po

de

quem

le

vas

a al

ma

Camões. Os Lusíadas, Canto IX, Estrofe 76 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

A

dis

ci

pli

na

mi

li

tar

pres

tan

te

Camões. Os Lusíadas, Canto X, Estrofe 153

Os Lusíadas: estrutura do poema 1. Proposição: as três primeiras estrofes. O assunto do poema: o heroísmo português As armas e os barões assinalados, Que da ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram;

Canto I, oitava I

Os Lusíadas: estrutura do poema 2. Invocação: quarta e quinta estrofes. Invocação à inspiração oriunda das Tágides, ninfas do rio Tejo. E vós, Tágides minhas, pois criado Tendes em mim um novo engenho ardente, Se sempre em verso humilde celebrado Foi de mim vosso rio alegremente, Dai-me agora um som alto e sublimado, Um estilo grandíloquo e corrente, Porque de vossas águas, Febo ordene Que não tenham inveja às de Hipocrene. Canto I, oitava 4

Os Lusíadas: estrutura do poema 3. Dedicatória: da sexta à 18ª estrofe. Oferecimento do poema ao rei D. Sebastião. Vós, poderoso Rei, cujo alto Império O Sol, logo em nascendo, vê primeiro; Vê-o também no meio do Hemisfério, E quando desce o deixa derradeiro; Vós, que esperamos jugo e vitupério Do torpe Ismaelita cavaleiro, Do Turco oriental, e do Gentio, Que inda bebe o licor do santo Rio; Canto I, oitava 8

Os Lusíadas: estrutura do poema 4. Narração: a partir da 19ª estrofe até o Canto X, oitava 144. Narração da viagem de Vasco da Gama e da história de Portugal. Já no largo Oceano navegavam, As inquietas ondas apartando; Os ventos brandamente respiravam, Das naus as velas côncavas inchando; Da branca escuma os mares se mostravam Cobertos, onde as proas vão cortando As marítimas águas consagradas, Que do gado de Próteu são cortadas

Canto I, oitava 19

Os Lusíadas: estrutura do poema 5. Epílogo: doze últimas estrofes. Desfecho da obra com tom de melancolia e de desilusão; prenúncio da derrocada de Portugal. Nô-mais, Musa, nô-mais, que a Lira tenho Destemperada e a voz enrouquecida, E não do canto, mas de ver que venho Cantar a gente surda e endurecida. O favor com que mais se acende o engenho Não no dá a pátria, não, que está metida No gosto da cobiça e na rudeza Dua austera, apagada e vil tristeza.

Canto X, oitava 145

Os Lusíadas: temática do poema o Heroísmo português: Vasco da gama. Navegações/expansão marítima o Mitologia greco-latina/Cristianismo o Discussão do homem/Heroísmo – valorização do potencial humano /Ponderação sobre o futuro – consciência das limitações humanas o Narrativa in media res: início da narrativa já no meio da ação

Os Lusíadas 1. O Concílio dos Deuses no Olimpo o Sob a presidência de Júpiter, os deuses discutem o futuro das navegações portuguesas e da viagem de Vasco da Gama. o Baco é contrário aos portugueses, pois teme que eles ultrapassem os seus feitos no Oriente. o Netuno (deus do mar) também é contra os navegadores, por causa da inveja de seus sucessos marítimos.

Os Lusíadas o Vênus (deusa do amor) e Marte (deus da guerra) são favoráveis aos portugueses, considerados como os maiores amantes, por Vênus, e como os guerreiros mais valentes, por Marte. o Após o debate, Júpiter decide ir a favor dos portugueses.

o Baco, inconformado, desce a terra e arma ciladas para a viagem de Vasco da Gama. o Essas alegorias são inspiradas na tradição clássica.

Os Lusíadas 2. Inês de Castro o Simboliza a força e a intensidade do amor em Portugal.

o Com fontes medievais e clássicas, Camões escreve a narrativa de uma jovem que é condenada pelo crime de amar: Inês apaixona-se por D. Pedro I. o A corte, mesmo reconhecendo a inocência da moça, não impede a sua morte. o Assumindo o trono, D. Pedro I foi um dos reis mais cruéis do país, obcecado pela vingança da amada.

Os Lusíadas 3. O Velho do Restelo o Quando Vasco da Gama se despedia de Lisboa (Portugal), um velho, o Velho do Restelo, manifestou sua oposição à viagem às Índias; o A sua fala pode ser interpretada como a sobrevivência da mentalidade feudal, oposta ao expansionismo e às navegações; o É a expressão rigorosa do conservadorismo.

4. O Gigante Adamastor o Quando a esquadra de Vasco da Gama atravessa o Cabo das Tormentas (ponta sul da África), um monstro condena a sua ousadia e profetiza desgraças e miséria. o O Gigante narra, em seguida, a causa da sua transformação na figura do Cabo das Tormentas: apaixonado por Tétis, foi por ela repudiado e tentou tomá-la à força. Os deuses o puniram transformando-o em pedra. o O episódio é inspirado na mitologia clássica. o No poema, é uma das mais ricas alegorias (expressão de uma ideia por meio de um ser vivo). o Simboliza a superação, pelos portugueses, do medo causado pelas superstições medievais.

5. A Ilha dos Amores o Após a conquista do Oriente, os navegadores portugueses estão voltando a Portugal.

o Vênus prepara-lhes uma surpresa, como recompensa dos seus esforços e sacrifícios. o Numa ilha paradisíaca, os navegadores são recebidos pelas ninfas do mar, que o Cupido, por ordem de Vênus, fez apaixonar-se pelos portugueses. o Uma ninfa profetiza os futuros feitos portugueses. o Tétis, do alto de um monte, mostra a Vasco da Gama a Máquina do Mundo, uma espécie de miniatura do Universo.

o Esse episódio simboliza a elevação dos navegadores à condição de semideuses.
CLASSICISMO_ÉPICO - aula 3

Related documents

5 Pages • 900 Words • PDF • 117.2 KB

22 Pages • 1,323 Words • PDF • 1.7 MB

22 Pages • 808 Words • PDF • 766.1 KB

10 Pages • 2,114 Words • PDF • 1.3 MB

79 Pages • 1,066 Words • PDF • 8.1 MB

45 Pages • 1,745 Words • PDF • 1 MB

40 Pages • 909 Words • PDF • 1.2 MB

3 Pages • 960 Words • PDF • 200.3 KB

46 Pages • 2,117 Words • PDF • 813.3 KB

9 Pages • 863 Words • PDF • 383.3 KB

68 Pages • 3,242 Words • PDF • 8.3 MB

8 Pages • 1,146 Words • PDF • 899 KB