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LTERATURA| PROFº EDI FRANCO
Competência de área - Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção. H15 - Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político. H16 - Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário. patrimônio literário nacional.
Resumo teórico
Objeto do conhecimento: QUINHENTISMO 1- “A Carta de Pero Vaz de Caminha” é o primeiro relato sobre a terra que viria a ser chamada de Brasil. Nela, percebe-se não apenas a curiosidade do europeu pelo nativo, mas também seu pasmo diante da exuberância da natureza da nova terra. Tendo isso em vista, leia o fragmento a seguir. “Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto temos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa. (CASTRO, Sílvio. A Carta de Pero Vaz de Caminha.)
Esse fragmento apresenta-se como um texto: a) Descritivo, uma vez que Caminha ocupa-se em dar um retrato objetivo da terra descoberta, abordando suas características físicas e potencialidades de exploração. b) Crítico, pois a “Carta” é, basicamente, uma narração da viagem de Pedro Álvares Cabral e sua frota até o Brasil, relatando, numa sucessão de eventos, tudo o que ocorreu desde a chegada dos portugueses até sua partida. c) Argumentativo, pois Caminha está preocupado em apresentar elementos que justifiquem a exploração da terra descoberta, os quais se pautam pela confiabilidade e abrangência de suas observações. d) Lírico, uma vez que a apresentação hiperbólica da terra por Caminha mostra a subjetividade de seu relato, carregado de (91) 983722066
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emotividade, o que confere à “Carta” seu caráter especificamente literário. e) narrativo e argumentativo, pois a apresentação sequencial dos elementos físicos da terra descoberta serve para dar suporte à ideia defendida por Caminha de exploração do novo território. “A respeito a época retratada como Literatura dos Viajantes, na fase de (re) descobrimento de vários territórios no mundo por nações que se lançaram em expedições ultramarinas (mercantilismo), dentre essas, Portugal, que ao desembarcar nas terras brasis, buscou introduzir na colônia sua cultura, incluindo o catolicismo”. (Texto sobre o séc. XV)
2- De acordo com seus conhecimento sobre essa época, principalmente sobre a forma de ensinamento na colônia utilizada pelo de Pe. José de Anchieta pode-se afirmar: a) Embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana não se ocupou de problemas locais, tirando do índio a liberdade para expor sua cultura. b) Procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava na colônia, utilizando recursos sonoros como forma pedagógica de ensino. c) Dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos. d) Em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais, sempre colocando em primeiro lugar os interesses financeiros. e) Mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos, até mesmo deixando em segundo plano por essa razão o objetivo da catequese na colônia. "Esta virtude estrangeira me irrita sobremaneira. Quem a teria trazido com seus hábitos polidos estragando a terra inteira? Quem é forte como eu? Como eu, conceituado? Sou diabo bem assado, Boa medida é beber cauim até vomitar. Que bom costume é bailar! Adornar-se, andar pintado, tingir penas, empenado fumar e curandeirar andar de negro pintado".
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LITERATURA| PROFº EDI FRANCO (Auto de “São Lourenço”, Padre José de Anchieta)
3- Nestes versos aparecem características da produção poética de José de Anchieta, marque a resposta que é aborda no texto: a) Versos curtos de tradição popular trovadoresca; b) Linguagens de fácil compreensão aos índios; c) Tensão entre portugueses e nativos; d) Conflito entre o bem e o mal. e) Preocupação catequese; "Duas relíquias históricas produzidas no Brasil, foram trazidas para exibição na Mostra do (Re) Descobrimento, em São Paulo: o manto tupinambá e a carta de Pero Vaz de Caminha." (Folha de São Paulo, 11 de maio de 2000.)
4- A “Carta de Pero Vaz de Caminha”, sobre o achamento do Brasil, enviada a El-Rei Dom Manuel é a principal manifestação literária do Quinhentismo, movimento literário brasileiro do século XV transição para o XVI. Tendo em vista o seu teor, podemos afirmar que os visitantes da Mostra do Redescobrimento, ao se depararem com tal texto, conseguiriam através dele: a) Resgatar somente os valores e conceitos sociais brasileiros. b) Descobrir a história brasileira pela arte, comparando-a com a indígena. c) Ter mais informações sobre a arte brasileira. d) Demonstra o nítido interesse português em explorar a nova terra. e) Ver como era a cultura indígena, valorizando-a na Europa. A feição deles e serem pardos, um tanto avermelhadas, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. (Carta de Pero Vaz de Caminha. www.dominiopubIico.com.br. Acesso em: 04.12. 2012.)
5- O trecho acima pertence a um dos primeiros escritos considerados como pertencentes à literatura brasileira. Do ponto de vista da evolução histórica, trata-se de literatura: a) de informação. b) de cordel. c) naturalista. d) ambientalista. e) árcade.
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Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: Dos vícios já desligados nos pajés não crendo mais, nem suas danças rituais, nem seus mágicos cuidados. (ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço)
6- Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão: a) Os índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus. b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa. c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticam os pajés. d) Os meninos índios são figura alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista. e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível. "Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-seá nela tudo, por bem das águas que tem". 7- No texto acima notamos deslumbramento pela terra visualizada em primeiro momento pelos portugueses, como resposta: a) que Pero Vaz Caminha assume a atitude de um observador frio. b) que Caminha se empolga pelas coisas da terra, idealizando-a como perfeita. c) que o escritor descobriu águas-marinhas. d) Caminha apenas está atento ao que vê, desprezando o entusiasmo tão comum da época. e) que caminha busca não retratar de forma idealizada para Portugal a terra descoberta. 8- Em relação ao que conhecemos como séc. XV ou Literatura dos Viajantes: “A Carta de Pero Vaz de Caminha” nesse momento teve que tipo de retratação das terrar recémdescobertas pelos portugueses em relação ao índio: a) Relata em toda a carta unicamente o primeiro contato dos portugueses com populações não europeias. b) Expõe a atitude compreensiva dos portugueses diante do que consideraram a barbárie dos índios.
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LITERATURA| PROFº EDI FRANCO c) Descreve as habitações indígenas, a organização social tribal e os mecanismos de comando dela. d) Revela somente a extensão e fertilidade da terra, seus produtos naturais como ouro, prata e especiarias. e) Mostra o indígena brasileiro alternadamente no primeiro momento como inocente e no segundo como selvagem. “A respeito a época retratada como Literatura dos Viajantes, na fase de (re)descobrimento de vários territórios no mundo por nações que se lançaram em expedições ultramarinas (mercantilismo), dentre essas, Portugal, que ao desembarcar nas terras brasis, buscou introduzir na colônia sua cultura, incluindo o catolicismo e tendo na companhia de Jesus sua principal ferramenta para essa introdução”. (Texto I) Dentre as obras mais importantes do período, a mais famosa é a Carta do descobrimento, de Pero Vaz de Caminha, escrivão-mor da esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral. Escrito em 1500 e publicado pela primeira vez apenas em 1817, o documento, destinado ao Rei de Portugal, fala das terras brasileiras como se fossem o próprio Paraíso. “Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.”, revela um trecho da carta. Para alguns historiadores, a carta de Pero Vaz de Caminha pode ser considerada a “certidão de nascimento” do Brasil.(Fonte:http://educacao.globo.com/literatura/ assunto/movimentos literarios/quinhentismo.html.)
(Texto II)
(Fonte:https://www.google.com/search?q=Ilustraçã o+de+Hans+Staden+sobre+antropofabia.)
9- (Edi Franco) Ainda que tenhamos o texto I e o texto II, como sendo tipos de textos diferentes, mas com um processo de análise que retrata um mesmo período histórico.
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Sendo assim, marque a alternativa correta correspondente ao período literário e a ideia que é abordada nos textos acima: a) Classicismo, pois os temas presentes no primeiro momento são de feitos heroicos, que em um segundo momento ressalta narrativas da mitologia greco-latina, como vista na gravura. b) Quinhentismo, tendo em primeiro momento a visão europeia negativa sobre a terra recémdescoberta, no segundo momento, tem-se na ilustração a visão admirada sobre os nativos. c) Humanismo, pois no primeiro momento ocorre a visão expansionista do homem, sintetizada no segundo momento, pelo respeito dos europeus aos rituais indígenas. d) Quinhentismo, em um primeiro momento narrada à visão idealizada europeia sobre a terra recém-descoberta, que ao conviver com a cultura nativa (ilustração) visualizam seus rituais. e) Classicismo, visto que há uma narrativa mitológica no primeiro momento, que é sintetizada no segundo que mostrando na gravura as aventuras dos navegantes portugueses. 10. A "Carta de Pero Vaz de Caminha", escrita em 1500, é considerada como um dos documentos fundadores da Terra Brasilis e reflete, em seu texto, valores gerais da cultura renascentista, dentre os quais se destaca: a) A visão do índio como pertencente ao universo não religioso, tendo em conta sua antropofagia; b) A informação sobre os preconceitos desenvolvidos pelo renascimento no que tange à impossibilidade de se formar nos trópicos uma civilização católica e moderna; c) A identificação do Novo Mundo como uma área de insucesso devido à elevada temperatura que nada deixaria produzir; d) A observação da natureza e do homem do Novo Mundo como resultado da experiência da nova visão de homem, na época do século. XV; e) A consideração da natureza e do homem como inferiores ao que foi projetado por Deus na Gênese. Leia o texto para responder à questão. ESTA TERRA É MUITO FORMOSA Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista1, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas2 brancas; e a terra por cima toda chã3 e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a
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LITERATURA| PROFº EDI FRANCO ponta, é tudo praia-palma4, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre-Douro e Minho5, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegação de Calecute6, isso bastaria. Quanto mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento7, da nossa santa fé. (In Jaime Cortesão, org. A Carta de Pero Vaz de Caminha, p.239) 1 houvemos vista: pudemos ver 2 delas... delas: umas... outras 3 chã: plana 4 praia-palma: segundo J. Cortesão, pode significar "toda praia, como a palma, muito chã e muito formosa" 5 Minho: nome de uma região de Portugal 6 Calecute: cidade da Índia para onde se dirigiam os portugueses 7 acrescentamento: difusão, expansão 11- Embora tenha caráter informativo e descritivo, a Carta possui características quase sempre fantasiosas. Indique a causa de o Novo Mundo ter sido posto à altura da lenda do paraíso perdido: a) O escrivão criou uma discussão histórica em torno da intencionalidade ou não da conquista de Cabral. b) No esforço de catalogar a vegetação, o clima, o autor passeia pela geografia, botânica, zoologia, de maneira vaga. c) Caminha se revela um mestre na fixação de pormenores; é inegável sua fluência literária, sempre usando objetividade. d) O autor limitou-se a escrever um registro impessoal, marcado pela intenção de informar, apesar do tom ufanista do texto. e) A produção informativa constitui a primeira visão da terra virgem, intocada pela civilização estranha. A terra, para ele, era fértil e abençoada por Deus.
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(Texto I) Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão bemdispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam. (CASTRO, S. “A carta de Pero V. de C.”).
(Texto II)
12- Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que: a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupase apenas com a estética literária. b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna. c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos. d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal e não verbal —, cumprem a mesma função social e artística. e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momentos histórico, retratando a colonização. GABARITO 01. A 06. A 11. E
02. B 07. B 12. C
03. E 08. E
04. D 09. D
05. A 10. D
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