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Apresentação do Arcebispo A Pastoral Presbiteral ocupa lugar de destaque no contexto da vida das Igrejas Particulares. Trata-se de uma dimensão da vida arquidiocesana que tem como tarefa “o cuidadoso acompanhamento pessoal e comunitário, integral e orgânico da Igreja particular aos seus presbíteros” (DFPIB, 368). O primeiro responsável dessa obra de cuidado é o próprio Bispo Diocesano, auxiliado pela Coordenação da Pastoral Presbiteral. É essencialmente uma obra comunitária e fraterna, pois o próprio “ministério ordenado tem uma radical forma comunitária e pode apenas ser assumido como obra coletiva” (PDV, 17). A missão primordial da Pastoral Presbiteral é promover a solidariedade e a fraternidade entre os presbíteros, acompanhar os presbíteros que estão sendo iniciados no exercício do ministério e atender os idosos e enfermos. Isso diz de um trabalho fraterno no qual todo o presbitério é exortado a tomar parte. Nenhum irmão pode se sentir excluído, ou dispensado de contribuir para o desenvolvimento dessa obra. Fazemos votos de que auxiliados e assessorados pela Coordenação dessa distinta e nobre pastoral, possamos juntos crescer no espírito característico da fraternidade presbiteral. Não podemos esquecer que prometemos grandes coisas; maiores nos foram prometidas. Por isso, como família presbiteral, procurar observar o que prometemos, na esperança de poder, por graça, participar daquilo que o próprio Senhor e Mestre nos prometeu: vida plena (cf. Jo 10,10).
+ Jaime Spengler 02
Fazendo memória... A causa da pastoral presbiteral na Arquidiocese de Porto Alegre tem longa data. História construída por presbíteros sensíveis a formação permanente e integral. As razões de sua implantação são diversas: Apelo dos documentos “Presbyterorum Ordinis” do Concílio Vaticano II (1965); “Vida e ministérios dos presbíteros” daCNBB(1981); “Pastores Dabo Vobis”(1992) de São João Paulo II e das reflexões dos Encontros Nacionais e regionais de presbíteros. Vale recordar a assembleia do nosso presbitério de 10 a 12 de março de 1998 onde foi assumido o compromisso de introduzir a Pastoral Presbiteral. No mesmo ano formou-se uma equipe de trabalho e em novembro de 1999 nasceu o primeiro plano da pastoral presbiteral; o segundo é de 2004 com novo regulamento e adaptações e esta terceira edição é fruto de um processo que iniciou na assembleia do clero de 2013 com o objetivo de envolver o presbitério no conhecimento do plano em vigência e rediscutir seu caráter de incidência na vida dos presbíteros. O ano de 2014 a equipe fez um processo de revisão até a assembleia do clero em novembro do mesmo ano onde este projeto foi aprovado para os próximos anos. A capa deste novo plano recorda a postura servidora de nosso papa Francisco que tem convocado os ministros ordenados a uma vida evangélica e apaixonada pelo Senhor Jesus. Quer que tenhamos 'cheiro de ovelha', indo às 'periferias geográficas e existenciais' para viver e compartilhar com o rebanho, as alegrias e esperanças, as tristezas e angustias dos homens e mulheres a quem Deus tanto ama. Sonha com uma 'Igreja pobre para os pobres', em 'saída missionária', que mora nas periferias e serve ao povo que aí está, vivendo com os pobres e sendo irmão dos mais necessitados. Pede também aos nossos irmãos bispos que 'não tenham psicologia de príncipes', 'não sejam bispos de aeroportos' e 'não sejam polígamos, mas marido de uma única mulher', entendido como a Igreja particular, diocese. Nós presbíteros estamos 'unidos sacramentalmente' pelo ministério da ordem. Somos para comunhão e temos 'uma radical forma comunitária'. Assim sendo, nosso novo plano inicia com uma fundamentação baseada no Diretório para o Ministério e a Vida dos Presbíteros da Congregação para o Clero de 2013 e também a partir do terceiro capítulo das Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil (doc. 93 da CNBB, 2010). Segue também o Regulamento revisado da Pastoral Presbiteral e por último um projeto global de formação permanente com cinco programas e suas respectivas atividades. Enfim, está em nossas mãos e no coração de nosso presbitério este novo plano que já é uma realidade e ainda tem longo caminho a percorrer. Bom trabalho e que Deus nos abençoe. Pe. Maurício da Silva Jardim 03
Capítulo I – Fundamentação da Pastoral Presbiteral Pastoral Presbiteral - Pastoral do Cuidado “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos estabeleceu como guardiães, como pastores.” (At 20,28) O Decreto do Concílio Vaticano II sobre a Vida e o Ministério dos Presbíteros, “Presbyterorum Ordinis”, já nos apontava para a necessidade de um cuidado especial com a vida pessoal, a formação, a ação pastoral, o sustento, a “previdência social” dos presbíteros(Cfe. 20 e 21). Também o Código de Direito Canônico recomenda que se assegure aos presbíteros a renovação e o aprofundamento do que foi apreendido na formação inicial, tanto no campo científico como no pastoral, levando-o a um espírito de abertura e auto-avaliação contínuas. Sínodo para a América propôs que “se fomente uma ação pastoral a favor do clero diocesano, para reforçar sua espiritualidade, sua missão e sua identidade, que tem como centro o seguimento de Cristo…” (Ecclesia in América,39). “O ministério ordenado tem uma radical forma comunitária e pode apenas ser assumido como obra coletiva” (PDV,17). “As Dioceses e Conferências Episcopais desenvolvam uma pastoral presbiteral que privilegie a espiritualidade específica e a formação permanente e integral dos sacerdotes” (DAp, 200). Os Encontros Nacionais de Presbíteros, que surgiram justamente como necessidade e desejo de oferecer aos padres do Brasil um espaço para discutir estas questões, têm pedido nos últimos anos uma atenção maior de todos à Pastoral Presbiteral(textos dos ENPs). Atualmente dois documentos que devem servir para a organização da Pastoral Presbiteral e Formação Permanente: ► O Diretório para o Ministério e a Vida dos Presbíteros da Congregação para a Clero - 2013 ► As Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil (DFPIB) doc. 93 da CNBB – 2010.
Pastoral Presbiteral Razão de ser As Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil no seu capítulo III, no número 367, nos apontam: “Tendo em vista a continuidade da formação sacerdotal após o período do seminário, o Documento de Aparecida recomenda que “as Dioceses e Conferências Episcopais desenvolvam uma pastoral presbiteral que privilegie a espiritualidade específica e a formação permanente e integral dos sacerdotes” (DAp,200). 04
Objetivo: “É o cuidadoso acompanhamento pessoal e comunitário, integral e orgânico da Igreja particular aos seus presbíteros, devendo neles estimular a alegria de serem discípulos missionários de Jesus Cristo, servidores do povo, segundo o exemplo do Bom Pastor”(DFPIB, 368). Propósitos: “A Pastoral Presbiteral deve promover a solidariedade e a fraternidade entre os presbíteros, através de encontros, da partilha de vida, para que possam expressar seus anseios, angústias e esperanças, buscando a solução para os seus problemas e dificuldades. Acompanhará, na corresponsabilidade presbiteral, os padres jovens no exercício de seu ministério, bem como, dará assistência aos padres idosos e enfermos. Todos os presbíteros são convidados a participarem com entusiasmo da Pastoral Presbiteral”(DFPIB,376). Responsáveis: A Igreja particular, pelo seu bispo e presbitério, tem a responsabilidade primeira pela Pastoral Presbiteral, tendo a coordenação entregue a uma equipe de padres – coordenação da Pastoral Presbiteral (cfe. DFPIB e DMVP). Formação Permanente De acordo com o Diretório, a formação permanente é mais urgente nos dias de hoje diante dos novos desafios que se apresentam. Ela deverá ter algumas características, tais como: ser instrumento de santificação, ser dada pela Igreja, deve ser permanente, ser completa, orgânica e personalizada (cfe. DMVP, 87 a 92). As Diretrizes da Formação dos Presbíteros da Igreja do Brasil nos oferecem o caminho para a formação permanente: “É oportuno indicar a complementaridade entre a formação iniciada no seminário e o processo de formação que abrange as diversas etapas da vida do presbítero”(DFPIB,353). “A formação inicial e permanente devem estar integradas de tal modo que não haja ruptura entre a formação no seminário e aquela que se faz necessária durante o exercício do ministério. Considera-se de forma distinta a formação 'inicial' e a formação 'permanente', sem nunca esquecer, no entanto, o laço profundo que as une e que deve fazer das duas um único itinerário orgânico de vida cristã e sacerdotal” (PDV,42b eDFPIB,354). “A importância da formação permanente deve ser despertada no seminário como um caminho discipular, através da leitura e meditação da Palavra de Deus, da celebração da Eucaristia, da contínua atualização dos estudos, da educação à leitura, à informação sistemática, à atuação e reflexão pastoral, ao uso dos meios de comunicação adequados, da educação para as artes, música sacra e bens culturais e à sadia distribuição do próprio tempo de trabalho e lazer.” (DFPIB,355). “O imperativo da formação permanente, cuja motivação original é crescimento da pessoa e o dinamismo evangelizador, se acentua pela complexidade e diversificação social, cultural e técnico-científica. As novas linguagens da cultura midiática pedem formação especializada e aperfeiçoamento em ciências humanas e artes além de estudos avançados de filosofia e teologia” (DAp. 484-490 e DFPIB,356). 05
“O primeiro e melhor lugar da formação permanente é o exercício do ministério atento às exigências radicais do Evangelho diante da realidade de miséria e sofrimento do povo”(DFPIB,360). Dimensões da Formação Permanente “Em cada diocese o bispo e o conselho presbiteral cuidem para que a metodologia da pastoral presbiteral se oriente pelas mesmas dimensões da formação inicial: humano afetiva, comunitária, espiritual, intelectual e pastoral missionária, a fim de aprofundá-las e consolidá-las num sério projeto pessoal de vida presbiteral, alimentado pelo Evangelho e renovado no constante encontro com Jesus Cristo”(DFPIB,370). 1. Humano afetiva “A Pastoral Presbiteral fomente no presbítero a unidade com a sua diocese, o autoconhecimento, a maturidade humano afetiva, a capacidade de relacionar-se, a integração positiva e oblativa de sua sexualidade como celibatário, o exercício do poder e da autoridade como serviço, o uso do dinheiro e dos bens como meios de partilha e comunhão. Forme e eduque constantemente o senso crítico, a abertura para o diálogo e o respeito, a capacidade de trabalho em equipe e a superação do egocentrismo. Tudo isso o capacitará para tomar decisões responsáveis e eficazes e a cultivar amizades saudáveis e duradouras. Como pessoa integrada e realizada contagiará outros anunciando e testemunhando a Boa Nova de Jesus”(DFPIB,371). 2. Comunitária “O ministério ordenado tem uma radical 'forma comunitária' e pode apenas ser assumido como 'obra coletiva' (PDV,17). A experiência concreta da fraternidade presbiteral acontece na hospitalidade, na comunhão de bens, na solicitude com os presbíteros idosos, doentes, com colegas em situação de crise, solitários, sobrecarregados, na correção fraterna, na ajuda mútua e no lazer realizado em conjunto. Incentivem-se experiências de vida fraterna entre os presbíteros e, especialmente, se formem comunidades presbiterais, nas dioceses, para maior enriquecimento da vida dos presbíteros. A verdadeira fraternidade presbiteral passa por uma concreta ação solidária: bispos e presbíteros, superando a busca de bens unicamente pessoais, unam-se no empenho por projetos que promovam a partilha de bens e recursos como expressão da fraterna comunhão sacerdotal”(DFPIB,372). 3. Espiritual “A pastoral presbiteral deve cultivar uma verdadeira espiritualidade sacerdotal, que dê sentido e vigor ao agir pastoral dos presbíteros, bebendo nas fontes da Palavra e dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia cotidiana e da Confissão periódica, na oração pessoal e comunitária, na Liturgia das Horas, na devoção a Maria, na leitura espiritual, na direção espiritual, na vida em comunidade e no serviço aos pobres e sofredores. Possibilite momentos de especial comunhão com Deus, nos retiros, dias de oração e encontros de espiritualidade. A pastoral presbiteral deve ainda promover a espiritualidade da caridade pastoral, da fraternidade e da solidariedade no discernimento das exigências do Reino de Deus. A espiritualidade madura garante a autenticidade e fecundidade do ministério”(DFPIB, 373). 06
4. Intelectual “Atenta ao processo de constante conversão e à busca por recriar a missão, a Pastoral Presbiteral estimule o presbítero a investir em sua formação intelectual, especialmente no aprofundamento teológico-pastoral e bíblico. Busque criticamente conhecer as grandes questões da humanidade para o crescimento pessoal e a transformação da realidade”(DFPIB, 374). Nos diz o papa Bento XVI no documento Verbum Domini: “A Palavra de Deus é indispensável paraformar o coração de um bom pastor, ministro da Palavra. Bispos, resbíteros ediáconos não podem de forma alguma pensar e viver a vocação e missão sem umdecidido e renovado compromisso de santificação, que tem um dos seus pilares nocontato com a Bíblia”(VD,78). 5. Pastoral missionária “A dimensão pastoral-missionária constitui o eixo integrador da vida do presbítero, levando-o à consciência de ser presbítero numa Igreja em estado permanente de missão. A pastoral presbiteral ajude o presbítero, enquanto servidor do Povo de Deus, a fortalecer-se em sua vida espiritual, crescendo no amor pelos pobres. Como pastor, o presbítero é enviado a evangelizar a sociedade e o faz sentindo-se responsável pela vida em plenitude de seu povo. O Documento de Aparecida faz inúmeras referências à missionariedade, desafiando a Igreja a tornarse permanentemente missionária. Para isso, há necessidade de presbíteros profetas, sensíveis aos problemas do povo, comprometidos com a justiça, que fazem da opção pelos pobres, elemento integrante da evangelização. Essa postura está em sintonia com o modo de viver das primeiras comunidades, com a recomendação de São Paulo 'a não se esquecer dos pobres'(cfe.Gl 2,10) e com as Diretrizes da Ação Evangelizadora na Igreja do Brasil”(DFPIB,375). Capítulo II – Projeto Global de Formação Permanente 1 . P R O G R A M A D E A C O M PA N H A M E N T O D O S O R D E N A N D O S E PRESBÍTEROS NOVOS Este programa visa garantir o acompanhamento dos ordenandos e dos novos presbíteros, começando já no último ano da formação inicial e indo até a conclusão dos dois primeiros anos da vida ministerial, para que sejam bem acolhidos no seio do presbitério. Justificativa: A fase inicial da vida presbiteral é o momento da consolidação das atitudes e tempo dos primeiros êxitos e desafios. Nesta fase se afirma a pertença ao presbitério. Nesse período rico e também frágil, deve-se trabalhar o desenvolvimento harmônico de todas as dimensões da vida em vista da missão. Por isso é fundamental dar continuidade ao processo formativo, contemplando as diversas dimensões de uma formação integral, solidamente definidas nas diretrizes da CNBB para a formação dos presbíteros (humano afetiva, comunitária, espiritual, intelectual pastoral missionária). Atividades: 1) Acompanhar o último ano da formação inicial: Seja escolhido entre os presbíteros, com no mínimo 10 (dez) anos de vida presbiteral, um “padre probo”, que acompanhará, em parceria com os formadores do seminário maior, os seminaristas do último ano da formação inicial. Sejam realizados encontros mensais, abordando os temas próprios da pastoral cotidiana e outros que antecipem elementos da vida presbiteral. 07
2) Acompanhar os presbíteros novos nos cinco primeiros anos do ministério: Os presbíteros recém- ordenados, nos dois primeiros anos da vida ministerial, sejam acompanhados pelo mesmo “padre probo” que iniciou o processo no período conclusivo da formação inicial. Sejam realizados encontros mensais em torno de temas que sirvam de auxílio, tanto para qualificar as novas experiências pastorais, quanto para facilitar uma inserção positiva dos novos presbíteros no presbitério arquidiocesano e na própria pastoral presbiteral. 3) No terceiro e quarto ano de ministério sejam acompanhados por especialistas e peritos que auxiliam na reflexão pastoral. Estes encontros serão semestrais e de dois dias. A continuidade do acompanhamento se dará na inclusão dos encontros de faixa etária. É fundamental que esse programa incentive os novos presbíteros a continuarem a caminhada de formação, particularmente no programa que prevê o acompanhamento por faixas etárias. 2. PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DOS PRESBÍTEROS POR FAIXA ETÁRIA E DOS CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO E ESPECIALIZAÇÃO Esse programa visa garantir a manutenção da consciência de que o presbítero continua sendo permanentemente um ser em formação. Que em cada fase da vida há desafios próprios que exigem uma preparação correspondente. Justificativa: O acompanhamento permanente possibilitará aos presbíteros, na diversidade de realidade e experiências, o amadurecimento nos relacionamentos, na vida espiritual e no diálogo com o mundo, num espírito missionário e de comunhão. Por isso, também aqui, é fundamental dar continuidade a um processo formativo que contemple as dimensões da formação integral, definidas nas diretrizes da CNBB para a formação dos presbíteros, ou seja: humano afetiva, comunitária, espiritual, intelectual e pastoral missionária. Atividades: 1) Encontros por faixa etária: A partir do quinto ano de ministério sejam realizados encontros anuais, de no mínimo dois dias, por grupos que reúnam presbíteros ordenados num período de 5 (cinco) anos seguidos. Cada um desses grupos escolha dois de seus membros para serem os responsáveis (articuladores) dos encontros, por um período de 01 (um) ano. 2) Cursos de atualização e aperfeiçoamento: Sejam oferecidos cursos anuais de atualização e aperfeiçoamento, com duração de dois ou mais dias, nas diversas áreas da vivência (ser) e exercício (fazer) do ministério presbiteral. Estes encontros serão planejados com a antecedência necessária para que os presbíteros possam optar pela participação, sem conflitos com outras iniciativas significativas da vida pastoral e arquidiocesana. 3) Cursos de mestrados e doutorados fora da arquidiocese: Serão incentivados entre os presbíteros os cursos de especialização que visem suprir tanto a necessidade de qualificação e renovação do corpo docente dedicado à formação inicial dos futuros presbíteros, quanto a necessidade, igualmente urgente, de qualificação da vida pastoral da arquidiocese. Nesse caso a Pastoral Presbiteral colaborará com o conselho de presbíteros e o Sr. Arcebispo (instâncias de decisão), através da indicação de nomes de presbíteros, como possíveis cursistas, e os acompanhará durante o período do curso, para que possam realizá-lo nas condições adequadas. 08
Tendo os seguintes critérios para estudo fora do âmbito da arquidiocese: ► Ir em nome do presbitério. ► Cinco anos de experiência pastoral, dos quais dois em paróquia. ► Considerar as demandas da pastoral e da formação. ► Facilidade no acompanhamento dos estudos e mostrar interesse de estudar nas múltiplas áreas (humanas, sociais, teológicas e de administração). ► Investimento da arquidiocese com busca de bolsa e auxílio para manutenção. 4) Ano sabático: É uma oportunidade para o presbítero fazer uma experiência de renovação espiritual e teológica, incluindo, também o descanso. Todo presbitério deve se conscientizar da importância e da corresponsabilidade com aqueles que estão fazendo o ano sabático. Será privilegiado como critério de escolha os presbíteros com maior tempo de ordenação e os jubilares. A Pastoral Presbiteral solicita aos candidatos deste ano a elaboração e apresentação de um projeto que contemple a formação integral. 3. PROGRAMADA FRATERNIDADE PRESBITERAL Esse programa tem objetivo de criar meios que incentivem e efetivem a vivência da fraternidade entre os presbíteros e cultivem o espírito de presbitério. Justificativa: O presbítero é um ser humano entre os demais, chamado a servir com a totalidade do seu ser ao Povo de Deus. Para esta missão tão sublime precisa encontrar apoio dos irmãos presbíteros, do bispo, dos amigos e, se necessário, de algum profissional. O bispo com seu presbitério devem promover um ambiente onde os presbíteros se sintam acolhidos, confiantes e integrados, cientes de que são Sacramento do Corpo de Cristo. Atividades: 1. Acompanhar e assessorar os presbíteros na contribuição ao INSS, esclarecendo sobre a importância dessa seguridade, como também preparar uma aposentadoria melhor. 2. Proporcionar momentos de convivência gratuita para cultivo da amizade e fraternidade na terceira segunda-feira do mês. 3. Promover a participação dos presbíteros em momentos especiais da vida dos irmãos do presbitério: ordenação, jubileu e falecimento de familiares próximos. 4. Nas ordenações, um padre, representando a Pastoral Presbiteral, dizer uma palavra e entregar uma lembrança em sinal de acolhida no presbitério. 4. PROGRAMA DE ESPIRITUALIDADE PRESBITERAL Esse programa tem objetivo de promover a espiritualidade da caridade pastoral, motivando cada presbítero a um encontro mais profundo com Jesus Cristo. Justificativa: O presbítero é configurado a Jesus, Bom Pastor, que dá a vida pelas suas ovelhas, por isso, a vida do presbítero deve sempre manifestar sua intimidade com o Senhor em favor do povo, na vivência e exercício da caridade pastoral. Só é possível estar cada vez mais configurado com o Mestre se lhe dedica momentos de oração, silêncio e meditação da Palavra de Deus, como também de revisão da caminhada realizada. 09
Atividades: 1 – Retiro anual : a- Promover quatro retiros anuais, com duração de quatro dias inteiros cada, de preferência nos meses de março, maio, julho e setembro, com pregadores sugeridos pelos presbíteros. b- Todo presbítero da Arquidiocese deve fazer um dos retiros, mesmo que participe de um grupo de espiritualidade específica. 2 – Encontro de Oração Comum: Realizar, em outubro de cada ano, de preferência na terceira segunda-feira, um encontro de oração em comum para todos os presbíteros da Arquidiocese, concluindo-o com almoço. Indicar nomes de orientadores espirituais no meio do presbitério para atender colegas no ministério. 5. PROGRAMA ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA Este programa tem objetivo de ajudar a cada presbítero ser discípulo missionário numa Igreja em estado permanente de missão. Justificativa: Jesus chama, escolhe e prepara seus discípulos para serem pastores do seu rebanho (Mc 3,18), ordenando-lhes: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes tudo o que vos tenho ordenado” (Mt28,19-20). A Igreja acolhe o dom da vocação vinda do Senhor, discerne o chamado à luz do Espírito Santo e forma os discípulos missionários, a fim de enviá-los à urgente e inadiável missão de evangelizar (DAp, 194). Atividades: 1) Animar no presbitério a formação da consciência missionária, através de cursos e experiências de visitas missionárias. 2) Promover o compromisso com a igreja irmã de Altamira e com o projeto missionário do Regional Sul III além fronteiras com a igreja de Moçambique. 3) Promover a consciência da ajuda econômica às iniciativas missionárias. Com destaque nas coletas de Pentecostes para Moçambique, em setembro para o Xingú e outubro para as POM. CAPITULO III - REGULAMENTO DA PASTORAL PRESBITERAL DA ARQUIDIOCESE DE PORTO ALEGRE TÍTULO I: DA DENOMINAÇÃO E FINALIDADE Abrangência I. A diocese é a porção do povo de Deus que é confiada ao Bispo para ser apascentada com a cooperação do presbitério, de tal modo que, aderindo ao seu pastor e por este congregada no Espírito Santo, mediante o Evangelho e a Eucaristia, constitua a Igreja particular, onde verdadeiramente se encontra e actua a Igreja de Cristo una, santa, católica e apostólica (CDC, cân. 369). II. Deste único Presbitério Arquidiocesano fazem parte o Arcebispo Metropolitano, como membro nato e cabeça, vínculo da unidade de toda a Arquidiocese; o(s) Arcebispo(s) Emérito(s), o Arcebispo Coadjutor, os Bispos Auxiliares, os Vigários Episcopais e os presbíteros, quer seculares, quer religiosos, quer membros de sociedade de vida apostólica que atuem na Arquidiocese de Porto Alegre (cf. Diretório para a vida do presbítero, 26). 10
III. Os presbíteros consagrados, também verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento, dependem do Bispo Diocesano, o qual detém a plenitude do sacramento da ordem, para o exercício do seu ministério a serviço de todo o Povo de Deus (CD 15). "Em cada uma das comunidades locais de fiéis, como que tornam presente o Bispo a quem estão unidos pela confiança e magnanimidade de espírito, e de cujo cargo e solicitude tomam sobre si uma parte, exercendo-a com dedicação todos os dias. Sob a autoridade do Bispo, santificam e dirigem a porção do Povo de Deus que Ihes foi confiada, tornam visíveis nesse lugar a Igreja universal e dão o seu contributo eficaz para a edificação de todo o Corpo de Cristo." ( LG 28; ci. PO 7 ). IV. A Pastoral Presbiteral é a dimensão específica da pastoral orgânica da Arquidiocese de Porto Alegre, que procura ajudar o Presbítero e os candidatos ao presbiterado a viver o seu ser e a sua missão, contemplando, nas suas atribuições próprias, tanto o conjunto do presbitério como as pessoas dos seus membros. Para tanto, se propõe a dar uma resposta às suas necessidades, nas diversas etapas da vida, em todas as suas dimensões: espiritual, humano afetiva, intelectual, pastoral e comunitária. TÍTULO II: DAS ATRIBUIÇÕES 1- Promover a plena realização humano afetiva, comunitária, espiritual, intelectual e pastoral missionária dos Presbíteros da Arquidiocese. 2- Promover a acolhida e inserção afetiva e efetiva dos presbíteros novos no Presbitério da Arquidiocese. 3- Perceber e acompanhar presbíteros que estejam em dificuldades na sua vida pessoal e eclesial e encaminhar ajuda. 4- Inserir a caminhada dos Presbíteros da Arquidiocese na caminhada do Regional e Nacional dos Presbíteros. TÍTULO III: DA COORDENAÇÃO São membros integrantes da Coordenação da Pastoral Presbiteral: I. O Arcebispo de Porto Alegre. II. Dois representantes de cada Vicariato: escolhidos pelos presbíteros do respectivo Vicariato, por um período de quatro anos. III. O coordenador: que é eleito, entre os representantes dos Vicariatos, pela Assembleia geral dos Presbíteros, por voto secreto, exigindo maioria absoluta, com mandato de quatro anos. IV. Reitor ou assistente da teologia do Seminário Maior. V. Um presbítero da Diretoria da Associação Fraterno Auxílio do Clero da Arquidiocese de Porto Alegre. VI. O coordenador da Promoção vocacional. Os candidatos à coordenação do Vicariato e Arquidiocese respeitem o critério de cinco anos de incardinação. CAPÍTULO I: DO ARCEBISPO DE PORTO ALEGRE São atribuições do Arcebispo: I. Dar posse ao coordenador eleito pela Assembleia geral dos Presbíteros da Arquidiocese. II. Participar das reuniões da equipe de coordenação, como membro nato do presbitério e primeiro responsável pelos presbíteros da Arquidiocese. Conforme as Diretrizes da Formação dos Presbíteros da Igreja do Brasil, doc. 93 da CNBB – 2010: 11
“No âmbito da Pastoral Presbiteral, contando com peritos e especialistas no acompanhamento das diversas dimensões da formação, o bispo defina um processo sistemático de acompanhamento dos presbíteros, especialmente nos primeiros cinco anos do ministério”(377). “A Pastoral Presbiteral seja implementada nas dioceses, através de um trabalho sistemático e organizado, com a formação de equipes e a elaboração de um plano. O bispo, com o seu presbitério, cuide para que a vida e o ministério dos presbíteros sejam animados pela fraternidade presbiteral e pela caridade pastoral”(378). A Igreja particular, pelo seu bispo e presbitério, tem a responsabilidade primeira pela Pastoral Presbiteral, sendo a coordenação entregue a uma equipe de padres. CAPÍTULO II: DO COORDENADOR São atribuições do coordenador da Pastoral Presbiteral: I. Convocar e presidir as reuniões ordinárias, bimestrais da equipe de coordenação. II. Convocar e presidir, quando julgar necessário, reuniões extraordinárias. III. Acompanhar a implantação e a execução dos Programas da Pastoral Presbiteral. IV. Representar os Presbíteros da Arquidiocese de Porto Alegre junto à Comissão Regional de Presbíteros. V. Cooperar com o Arcebispo e Vigários Episcopais no acompanhamento dos presbíteros em dificuldades. VI. Participar do Conselho de Formação VII. Participar do Conselho de Presbíteros. CAPITULO III: SECRETÁRIO Da eleição: eleito junto com o coordenador na assembleia dos presbíteros, entre os representantes dos vicariatos, por maioria absoluta, por período de quatro anos. São atribuições do secretário da Pastoral Presbiteral: I. Presidir as reuniões da Pastoral Presbiteral na ausência do coordenador. II. Secretariar as reuniões da coordenação e Assembleias da Pastoral Presbiteral, lavrando e procedendo à leitura das respectivas atas. III. Manter em boa guarda e segurança os livros e papéis da secretaria. IV. Receber os relatórios dos setores e elaborar o relatório anual de atividades. CAPÍTULO IV: DOS REPRESENTANTES DOS VICARIATOS São atribuições dos representantes dos Vicariatos: I. Participar das reuniões da equipe de coordenação da Pastoral Presbiteral. II. Promover a participação dos presbíteros do seu Vicariato nas decisões, planejamentos e atividades da Pastoral Presbiteral. III. Estimular a implantação do específico da Pastoral Presbiteral nos Vicariatos. IV. Organizar os retiros dos presbíteros, quando realizados no próprio Vicariato. V. Estar atento aos presbíteros em dificuldades do seu Vicariato e colaborar no encaminhamento de auxílio junto ao coordenador da Pastoral Presbiteral, Vigário Episcopal e Arcebispo, mantendo sigilo. 12
VI. Representar o Vicariato nos Encontros Regionais e Nacionais da Pastoral Presbiteral. TÍTULO IV: DOS PROGRAMAS: São Programas da Pastoral Presbiteral: - Programa de acompanhamento dos presbíteros novos. - Programa de acompanhamento dos presbíteros por faixa etária e dos cursos de aperfeiçoamento e especialização. - Programa de fraternidade presbiteral. - Programa de espiritualidade presbiteral. - Programa de animação missionária. CAPÍTULO I: DOS COORDENADORES DOS PROGRAMAS: O coordenador de cada programa é escolhido entre os membros da equipe da Pastoral Presbiteral para exercer sua função por quatro anos. São atribuições do coordenador de programa: I. Participar das reuniões da coordenação da Pastoral Presbiteral. II. Sugerir nomes à coordenação da Pastoral Presbiteral para a formação de sua equipe e para a execução do programa. III. Prestar contas do que está sendo realizado no seu programa específico. IV. Realizar, com sua equipe, um cronograma anual de seu programa, antes da assembleia geral do clero. TÍTULO V: DA MANUTENÇÃO FINANCEIRA A Pastoral Presbiteral será mantida com recursos provenientes de orçamento específico da Arquidiocese de Porto Alegre e dos Vicariatos para esse fim, como também de doações e contribuições espontâneas dos presbíteros e de entidades eclesiásticas e civis. TITULO VI: DAS DISPOSIÇÕES GERAIS O Regulamento da Pastoral Presbiteral pode ser reformulado pela equipe de coordenação da Pastoral Presbiteral, mediante aprovação da assembleia geral dos presbíteros da Arquidiocese de Porto Alegre. - A assembleia geral dos presbíteros é convocada anualmente pelo Arcebispo Metropolitano. - Os casos omissos ou duvidosos do Regulamento serão resolvidos pelo conselho arquidiocesano de presbíteros.
LEGENDA Pastores Dabo Vobis – PDV Documento de Aparecida – DAp. Código de Direito Canônico - CDC Encontro Nacional de Presbíteros – ENP Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil – DFPIB Diretório para o Ministério e a vida dos presbíteros da congregação para o clero - DMVP Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB Lumen Gentium – LG Presbyterorum Ordinis– PO Código de Direito Canônico – CDC Gálatas – Gl Mateus - Mt 13
OREMOS “Senhor, dai-me uma boa digestão e qualquer coisa também para digerir. Dai-me a saúde do corpo e o bom humor necessário para a manter. Dai-me, Senhor, uma alma simples que saiba aprender com tudo o que é bom e não se assuste à vista do mal, antes encontre sempre o modo de colocar cada coisa no seu lugar. Dai-me uma alma que não conheça o tédio, os resmungos, os suspiros, os lamentos, e não permitais que me preocupe excessivamente com esta coisa demasiado embaraçante que se chama «eu». Dai-me, Senhor, o sentido do bom humor. Concedei-me a graça de compreender uma brincadeira para descobrir na vida um pouco de alegria e partilhá-la também com os outros. Amém. ˮ (Oração de São Tomás More, citada pelo Papa Francisco no discurso a Cúria Romana no dia 22/12/2014).