Aula 5 AV1 - transcrição

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Aula 5 – Saúde do idoso – Nutrição e envelhecimento 





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A nutrição envolve ter a alimentação equilibrada. Ou seja, pode existir obeso desnutrido. Antigamente era muito comum a nutrição ser só associada ao emagrecimento, porém existe o obeso desnutrido, ou seja, aquele que não tem o aporte necessário de vitaminas, sais minerais, por exemplo, necessários para uma boa saúde. Somente o ato de envelhecer NÃO causa desnutrição, são vários fatores associados. Obs: Não existe dizer que “isso é da idade!”. É preciso se preocupar e procurar os fatores associados. O envelhecimento afeta vários órgãos levando ao declínio funcional e consequente repercussão na ingesta de absorção de nutrientes. Logo, o envelhecimento pode ter repercussão na ingesta e absorção. Além disso, o envelhecimento pode interferir no centro da cede, pois isso depende de fatores químicos e hormonais. Desnutrição: variedade de alterações nutricionais. Isso vai incluir excesso, deficiência e irregularidades alimentares Desnutrição e doenças crônicas degenerativas andam muito juntas, logo o fator principal não é o envelhecimento, e sim a doença que o indivíduo tem associada. 50% dos idosos que apresentam doenças degenerativas, apresentam também ingesta inadequada de vitaminas e sais minerais.

Slide desnutrição:  





30-40% dos indivíduos > 75 anos apresentam perda ponderal >10%. Ou seja, o perfil de idosos mais desnutridos é nos mais idosos (>75anos) Percentual de idosos desnutridos é maior nos institucionalizados comparados aos da comunidade. Isso se deve ao maior fator de debilidade, depressão, doenças mentais, assistência precária, etc CHOCANTE: Um indivíduo que se alimenta com sonda tem mais chance de ser desnutrido em relação ao que se alimenta por via oral? Foi feito uma pesquisa em pacientes com demência em fase avançada, comparando dieta com sonda e dieta oral -> não teve mudança no desfecho de mortalidade, nutrição, broncoaspiração. Ou seja, ás vezes, mesmo que você tenha uma boa assistência, a doença de base não tem como reverter. Porém, uma doença de base + assistência precária = piora muito mais rápido Perda ponderal não intencional: é o idoso que perde peso sem fazer dieta. Esse idoso tem preditor para desnutrição. É preciso ficar mais atento ao risco de desnutrição. É possível ter essa informação de duas formas: o idoso falar (por exemplo, perdeu 10kg em 3 meses) e pesando o paciente a cada consulta. Obs: também um sinal de mal prognóstico

Distúrbios nutricionais e fatores de risco:  

Fatores sociais, como solidão, desmotivação. Fatores socioeconômicos: comprar pão, cuscuz e salsicha é mais barato! Fatores comprometimento na mobilidade e perdas sensoriais.



Comprometimento na mobilidade e perdas sensoriais: o paciente acamado tem mais chance de desnutrir, pois não vai pegar o alimento. Além disso, como não vai usar o músculo, vai gastar menos energia, vai ter o metabolismo mais baixo. Logo, a sensação de fome vai ser menor. Ou seja, a própria doença pode dar uma dificuldade alimentar, mas também a imobilidade é um fator de desnutrição. Sobre as perdas sensoriais, uma pessoa que não sente o cheiro e gosto da comida não vai sentir vontade de comer, contribuindo assim para a desnutrição

Distúrbios nutricionais no idoso      

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Importante lembrar que o idoso tem queixa inespecífica, logo uma boa anamnese, exame físico vai ajudar Adinamia: sem vontade de fazer as coisas (prostação, astenia). Suscetibilidade a infecções Diminuição da força muscular Depressão Diminuição da utilização tecidual periférica de vitaminas lipossolúveis (K,E,D,A). Quando o tecido não usa, vai sobrar proteína circulante, por exemplo a pele fica mais enrugada, o cabelo fica mais fraco por que está com uma utilização inadequada. A síntese de vitamina D pela pele diminui com a redução da densidade óssea, ou seja, é possível ter hipovitaminose D. É difícil fazer dosagem das vitaminas circulantes. É possível vit. D, B12 e algumas outras, algumas específicas é difícil Redução da secreção ácida do estômago, isso compromete a absorção, pois o meio precisa ser ácido para ter uma correta absorção. 1/3>70. Acima dos 70/75 é a faixa de maior risco nutricional. Essa é a faixa que deve ficar atento Diminui absorção de cálcio, ferro, vitamina b12, ácido fólico.

Obs: Lembrar que não é somente a idade! É um idoso com mais de 75 anos que usa remédio para diminuir a secreção gástrica. O uso indiscriminado do omeprazol para secreção básica não vai trazer benefício se não tiver indicação. A idade, por si só, não vai causar uma redução da secreção gástrica, isso acontece quando o idoso usa outra medicação, ou tem outra patologia associada. Preditores de desnutrição. Obs: Preditor se relaciona com a previsibilidade. É o “sinal amarelo”. É o risco grande de desnutrir.   

Perda de peso involuntária: observar sempre!! Lembrar que também é sinal de mal prognóstico. Sarcopenia (perda de massa muscular) Disfagia (dificuldade de deglutir o alimento). O idoso que se engasga vai comer menos, pelo medo de se engasgar, ou vai comer comida pastosa. Isso é ruim, pois a mastigação (quebrar o alimento) é uma das etapas da fisiologia, importante para o processo de absorção. Ou seja, pular essa etapa vai prejudicar a absorção dos nutrientes.

Ciclo vicioso da sarcopenia Obs: Também tem o ciclo vicioso da inatividade física 

Diminuir massa muscular  Diminuir massa óssea  Maior risco de fraturas  Imobilidade  Desnutrição  Piora da síntese proteica  sarcopenia  Preditor de desnutrição.

Condições responsáveis por disfagia       

Xerostomia (boca seca). Lembrar: comer leite ninho puro Perda do paladar (não é muito encontrado como causa da disfagia) Perda da dentição Próteses mal adaptadas Alterações neuromusculares comprometendo a mobilidade e sensibilidade da língua. Algumas doenças como demência, ELA podem causar isso Diminuição da força de mastigação. Presbifagia (disgafia do envelhecimento) Dificuldade do selamento labial (não consegue fechar a boca para poder ter a mastigação)

Perda de peso involuntária   

É objetivo: pelo menos 5% do peso nos últimos 6-12 meses ¼ não apresenta causa específica para a perda de peso (Demência? Debilitado? Depressão? Alteração da assistência? Neoplasia?) Avaliar periodicamente: pesar, avaliar, ver algum erro alimentar

Causas de desnutrição    

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Decorrentes de alterações metabólicas, orgânicas ou psicossociais - Baixa renda: A baixa renda pode limitar o acesso a alimentos “nobres” (frutas, verduras, proteínas) A falta de conhecimento vai fazer com que a preferência seja de alimentos de fácil preparo Circunstâncias domésticas desfavoráveis (Foi feito um estudo que comprovou que o isolamento social e a solidão podem contribuir para a desnutrição. A pessoa que mora só, geralmente, não vai ter vontade de fazer uma variedade de alimentos. Preferindo, assim, comer miojo, sanduíche, etc). - Devido a doenças físicas e mentais: Estados confusionais e distúrbios psiquiátricos Má absorção (diminuição da acidez gástrica, da motilidade instestinal idosos com paresia diabética) Problemas mecânicos relacionados com mastigação e digestão

Álcool e drogas  

Por ser uma fonte calórica, o álcool substituiu outros alimentos, gerando carências múltiplas Medicamentos interferem na absorção de nutrientes e provocam inapetência

9 “D”s do emagrecimento Drogas, Depressão, Disfagia, Dentição (pacientes edentulados = sem dentes), Demência, Doenças, Diarreia, Disgeusia (alteração do paladar), Disfunção (pcte com dependência, que tem imobilidade) Avaliação nutricional     

Anamnese Exame físico: avaliar alguma carência nutricional através do exame da pele, unhas, cabelos Parâmetros antropométricos (medidas do corpo) Parâmetros labaratoriais Parametros imunilógicos

Anamnese  

Perguntar o que come de manha, no almoço, procurar erro alimentar Anamnese meticulosa, cuidadosa e abordar alterações de peso, hábitos alimentares...

Exame físico:     

Hidratação Fáceis: rosto emagrecido Respiração Exame da pele e fâneros: Rarefação do cabelo – deficiência crônica de zinco Perda de tecido subcutâneo, massa muscular e edema (O edema pode inferir insuficiência de albumina. A albumina é um marcador nutricional.)

Parâmetros antropométricos:      

Altura Peso IMC – não é bom para idoso Circunferência muscular – avaliar sarcopenia Prega cutânea – mais usado pelo nutricionista Cintura – avaliar obesidade central

Sobre IMC: 

O IMC é um parâmetro superficial, pois pode acontecer do pct ter peso adequado e carência de nutrientes. O ponto de corte no IMC dos idosos é diferente, pois com o passar do tempo “o idoso vai encolhendo”, ou seja, há redução da coluna vertebral pela desidratação dos discos



intervertebrais, consequentemente redução de tamanho. Além disso, há perda do tônus muscular, alterações posturais (cifose, por exemplo), possibilidade de queda do peso com a idade, alterações ósseas devidas à osteoporose, diminuição da massa muscular e lipossubstituição. Isso tudo faz com que tenha dificuldade de avaliar o IMC em idosos, fazendo com que ele não seja tão fidedigno. O ponto de corte é mais prox de 5. O ponto de corte para adulto é 18,5. Baixo peso é abaixo de 22.

Exames laboratoriais:     

Albumina Transferrina, ferro sérico Ácido fólico B12 Hemograma – avaliar anemia

Mini Avaliação Nutricional (MAN)    

Mais utilizada do que o IMC Utilizada em idosos internados Muito sensível e específico MAN reduzida (como uma triagem) composta por 6 itens. Se valor menor ou igual a 11, aplicar a MAN completa (18 questões)

Obs: Rastrear depressão: GDS. O critério utilizado é o DSM 5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). Então, para confirmar depressão, utiliza-se o DSM. Obs: Rastrear distúrbio nutricional: MAN reduzida. Se suspeita, MAN completa. Obs: Questionário, fácil de aplicar, não precisa decorar. São seis itens: ingesta alimentar, perda de peso, mobilidade – restrito ou não ao leito, doença aguda nos últimos meses, demência e IMC. Obs: No indivíduo acamado, avaliar perímetro da panturrilha (PP). PP menor que 31, considera-se zero, não pontuou, maior risco de desnutrição. Maior ou igual a 31 cm, não tem sarcopenia, vai ganhar 3. Ou seja, quanto menor a pontuação, maior risco de desnutrição Tratamento    

Dieta hiperproteica e hipercalórica. Aumento da densidade calórica nas refeições e fracionamento da dieta (pequenas refeições ao longo do dia) Suplementos nutricionais Poucos estudos para estimulantes de apetite Dieta por sonda somente se falha na dieta oral, discutir com família risco/benefícios

CASOS CLÍNICOS 

Idoso, 76 anos:

Contactuar = não interagir, não conversa Candidíase oral, fungo. Em idoso é muito comum, principalmente os internados, fazem uso de muito antibiótico, tem imunidade mais baixa, desnutrido, diabético No ambulatório, sempre olhar a boca do idoso Qual medida avaliar o estado nutricional se for impossível avaliar o IMC: Perímetro da panturrilha, MAN reduzida Possível causa para redução da ingesta alimentar: disfagia, candidíase oral (pode dar dor e dificuldade de se alimentar), demência, depressão, acamado, pois ele não é funcional 

Caso 2:

Causas possíveis para a perda de peso: doença aguda, fibrose, neoplasia, depressão, (paciente não tinha demência nem disfagia), drogas medicamentosas (a medicação para fibrose pulmonar dava perda de peso, náusea, vomito, sintomas do TGI). Logo, a medicação acentuou a perda de peso. Imobilidade, sarcopenia (PP com 29 cm), depois teve distúrbio da deglutição Como fazer a avaliação nutricional: Pela panturrilha e MAN reduzida, e posteriormente a completa, pois ele já tem indícios de sinais de desnutrição 

Caso 3:

Como investigar essa paciente? Causas possíveis para a perda de peso? Perda de peso não intencional (5% nos últimos 6-12 meses) Avaliar depressão, doença crônica (diabetes, hipertensão), drogas (metformina causa perda de peso, não tão acentuada, mas quando mistura tudo, tem perda de peso pela junção de fatores). Além disso, é importante sempre afastar neoplasia nos idosos, avaliar se tem erro alimentar, observar como é o suporte familiar. É preciso investigar todos os fatores 

Caso 4:

Como orientar: Mudança de hábito alimentar, inserir carboidratos complexos, exercício físico Risco com dieta rigorosa: Perda de massa muscular, deficiência nutricional. Lembrar de sempre fazer dieta aliada ao exercício, encaminhar para nutricionista. Ou seja, promover a saúde, não só perder peso em si.
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