eBook - Extensivo Enem - semana 17

190 Pages • 54,136 Words • PDF • 7.5 MB
Uploaded at 2021-09-24 06:33

This document was submitted by our user and they confirm that they have the consent to share it. Assuming that you are writer or own the copyright of this document, report to us by using this DMCA report button.


Enem

Semana 17

ai! v a r o g A 20 0 2 m e En

Biologia Mitose e meiose Resumo Divisão celular O período que antecede a divisão celular é a intérfase, e apresenta intensa atividade metabólica e a preparação para a divisão celular. A Intérfase é dividida nas seguintes fases: •

G: também chamada de fase GAP, é o período que compreende desde o final da divisão celular anterior e se estendendo até o início da duplicação do DNA. Nesse período ocorre o crescimento da célula e síntese proteica.



S: também chamada de fase de síntese, ela se caracteriza pela duplicação das cromátides dos cromossomos, ficando cada cromossomo com duas cromátides-irmãs unidas pelo centrômero.



G2: nesta fase a célula continua aumentando seu tamanho e duplicando as organelas, fazendo com que o volume celular sofra um grande aumento que é necessário o início da divisão celular.

Ciclo de divisão celular

1

Biologia Mitose Em uma célula eucarionte, uma célula mãe dá origem a duas células-filhas cromossômica e geneticamente idênticas. Este processo é caracterizado pela separação de cromátides-irmãs (divisão equacional) e ocorre de acordo com as seguintes etapas:

Divisão mitótica



Prófase: Nesta fase, os Centríolos começam a migrar para os pólos da célula, a carioteca se funde ao RER e desaparece, junto ao nucléolo e a cromatina se espiraliza formando o cromossomo.



Metáfase: os cromossomos atingem o máximo de espiralização e se dispõem na metade da célula formando a Placa Equatorial, os centríolos se encontram nos pólos formando o fuso acromático para que haja separação do material genético.



Anáfase: ocorre a separação das cromátides irmãs no fuso acromático



Telófase: Reaparecem a carioteca e o nucléolo, os cromossomos se desespiralizam formando os cromatina

Diferenças entre a divisão celular da célula animal e vegetal

Diferença entre a divisão celular vegetal e animal



Animal: Citocinese centrípeta, Cêntrica (presença de centríolos), Divisão Astral



Vegetal: Citocinese centrífuga, Acêntrica (ausência de centríolos e de centrossomos), Divisão Anastral, formação da Lamela média (deposição de celulose no meio da célula pelo Complexo Golgiense) 2

Biologia Se fôssemos colocar a mitose em gráficos, ficaria desta forma:

Meiose É um tipo de divisão celular em que uma célula diploide produz quatro células haploides, sendo por este motivo uma divisão reducional, onde nos animais é gamética e dos vegetais é espórica. Neste processo, a Meiose I é reducional enquanto que a Meiose II é equacional. A meiose I gera variabilidade genética através do Crossing-over e segregação independente.

Divisão meiótica

Neste processo ocorre a redução cromossomial em meio a divisão celular: Prófase I: Esta fase é subdividida em algumas etapas: 1. Leptóteno: cromatina espiraliza em cromossomos, nucléolo desaparece, centríolos começam a migrar para os pólos da célula 2. Zigóteno: ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos (os cromossomos ficam lado a lado) 3. Paquíteno: ocorre o crossing-over (permutação) 4. Diplóteno: ocorre a visualização dos quiasmas (ponto onde ocorreu crossing over) 5. Diacinese: desaparecimento da carioteca

3

Biologia •

Metáfase I: os cromossomos ficam organizados em pares formando a placa equatorial e há formação de fibras do fuso



Anáfase I: ocorre a separação dos cromossomos homólogos



Telófase I: ocorre o reaparecimento da carioteca e nucléolo, cromossomos desespiralizam formando a cromatina e ocorre a citocinese gerando duas células haploides

Meiose II Este processo é semelhante a mitose, porém com os cromossomos reduzidos a metade: •

Prófase II: Centríolos começam a migrar para os polos da célula, a carioteca se funde ao RER e desaparece, junto ao nucléolo e a cromatina se espiraliza formando os cromossomos



Metáfase II: os cromossomos atingem o máximo de espiralização e se dispõem na metade da célula formando a Placa Equatorial, os centríolos se encontram nos polos formando o fuso acromático para que haja separação do material genético



Anáfase II: ocorre a separação das cromátides irmãs no fuso acromático



Telófase II: Reaparecem a carioteca e o nucléolo, os cromossomos se desespiralizam formando os cromatina

Se fôssemos colocar a mitose em gráficos, ficaria desta forma:

4

Biologia Exercícios 1.

2.

No Células de embrião de drosófila (2n=8), que estavam em divisão, foram tratadas com uma substância que inibe a formação do fuso, impedindo que a divisão celular prossiga. Após esse tratamento, quantos cromossomos e quantas cromátides, respectivamente, cada célula terá? a)

4 e 4.

b)

4 e 8.

c)

8 e 8.

d)

8 e 16.

e)

16 e 16

Quando adquirimos frutas no comércio, observamos com mais frequência frutas sem ou com poucas sementes. Essas frutas têm grande apelo comercial e são preferidas por uma parcela cada vez maior da população. Em plantas que normalmente são diploides, isto é, apresentam dois cromossomos de cada par, uma das maneiras de produzir frutas sem sementes é gerar plantas com uma ploidia diferente de dois, geralmente triploide. Uma das técnicas de produção dessas plantas triploides é a geração de uma planta tetraploide (com 4 conjuntos de cromossomos), que produz gametas diploides e promove a reprodução dessa planta com uma planta diploide normal. A planta triploide oriunda desse cruzamento apresentará uma grande dificuldade de gerar gametas viáveis, pois como a segregação dos cromossomos homólogos na meiose I é aleatória e independente, espera-se que a)

os gametas gerados sejam diploides.

b)

as cromátides irmãs sejam separadas ao final desse evento.

c)

o número de cromossomos encontrados no gameta seja 23.

d)

um cromossomo de cada par seja direcionado para uma célula filha.

e)

um gameta raramente terá o número correto de cromossomos da espécie.

5

Biologia 3.

4.

A reprodução sexuada gera variabilidade genética dentre os seres vivos. Para tanto, durante a formação dos gametas sexuais, um processo de meiose forma células filhas com metade do número de cromossomos da célula mãe. Sobre este processo, ilustrado na figura abaixo, é correto afirmar que:

a)

Em “1”, é mostrada a prófase I, onde a condensação dos cromossomos os torna visíveis ao microscópio ótico.

b)

Na fase de diplóteno da Meiose I, os cromossomos homólogos iniciam sua separação, cujas cromátides se cruzam originando quiasmas.

c)

Na anáfase I, os pares de cromossomos homólogos prendem-se ao fuso acromático dispondose na região equatorial da célula.

d)

Na metáfase II, os microtúbulos do fuso acromático puxam as cromátides-irmãs para os polos opostos da célula.

e)

Na telófase II, desaparecem os nucléolos e a célula se divide (citocinese II).

A O paclitaxel é um triterpeno poli-hidroxilado que foi originalmente isolado da casca de Taxus brevifolia, árvore de crescimento lento e em risco de extinção, mas agora é obtido por rota química semissintética. Esse fármaco é utilizado como agente quimioterápico no tratamento de tumores de ovário, mama e pulmão. Seu mecanismo de ação antitumoral envolve sua ligação à tubulina interferindo com a função dos microtúbulos. KRETZER, I. F. Terapia antitumoral combinada de derivados do paclitaxel e etoposídeo associados à nanoemulsão lipídica rica em colesterol - LDE. Disponível em: www.teses.usp.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).

De acordo com a ação antitumoral descrita, que função celular é diretamente afetada pelo paclitaxel?

5.

a)

Divisão celular.

b)

Transporte passivo.

c)

Equilíbrio osmótico.

d)

Geração de energia.

e)

Síntese de proteínas.

O gráfico mostra a variação da quantidade de DNA de uma célula somática durante as diversas fases de sua vida.

6

Biologia

No gráfico, a mitose propriamente dita e a interfase correspondem, respectivamente, aos períodos de tempo:

6.

7.

a)

4 a 6 e 1 a 4.

b)

2 a 4 e 3 a 5.

c)

3 a 5 e 1 a 3.

d)

1 a 3 e 4 a 6.

e)

2 a 5 e 3 a 5.

No processo de divisão celular por mitose, chamamos de célula-mãe aquela que entra em divisão e de células-filhas, as que se formam como resultado do processo. Ao final da mitose de uma célula, têm-se: a)

Duas células, cada uma portadora de metade do material genético que a célula-mãe recebeu de sua genitora e a outra metade, recém-sintetizada.

b)

Duas células, uma delas com o material genético que a célula-mãe recebeu de sua genitora e a outra célula com o material genético recém-sintetizado.

c)

Três células, ou seja, a célula-mãe e duas células-filhas, essas últimas com metade do material genético que a célula-mãe recebeu de sua genitora e a outra metade, recém-sintetizada.

d)

Três células, ou seja, a célula-mãe e duas células-filhas, essas últimas contendo material genético recém-sintetizado.

e)

Quatro células, duas com material genético recém-sintetizado e duas com o material genético que a célula-mãe recebeu de sua genitora.

O esquema a seguir mostra a duração das fases da mitose em células de embrião de gafanhoto, mantido a 38ºC.

7

Biologia

Adaptado de Carl P. Swanson. THE CELL. Foundations of Modern Biology. New Jersey: Prentice-Hall lnc. p.52)

De acordo com esses dados, a etapa mais rápida é aquela em que ocorre:

8.

9.

a)

Fragmentação da carioteca.

b)

Afastamento das cromátides-irmãs.

c)

Reorganização dos núcleos.

d)

Duplicação das moléculas de DNA.

e)

Alinhamento dos cromossomos na placa equatorial.

Alguns indivíduos podem apresentar características específicas de Síndrome de Down sem o comprometimento do sistema nervoso. Este fato se deve à presença de tecidos mosaicos, ou seja, tecidos que apresentam células com um número normal de cromossomos e outras células com um cromossomo a mais em um dos pares (trissomia). Este fato é devido a uma falha no mecanismo de divisão celular denominada de não-disjunção. Assinale a alternativa que identifica a fase da divisão celular em que esta falha ocorreu. a)

anáfase II da meiose

b)

anáfase I da meiose

c)

anáfase da mitose

d)

metáfase da mitose

e)

metáfase II da meiose

Para estudar os cromossomos, é preciso observá-los no momento em que se encontram no ponto máximo de sua condensação. A imagem corresponde ao tecido da raiz de cebola, visto ao microscópio, e cada número marca uma das diferentes etapas do ciclo celular.

8

Biologia

Qual número corresponde à melhor etapa para que esse estudo seja possível? a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.

10. O ciclo celular envolve a interfase e as divisões celulares, que podem ser mitose ou meiose. A meiose é um tipo de divisão celular que originará quatro células com o número de cromossomos reduzido pela metade. Com base no texto e em seus conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar que: a)

interfase é um período em que ocorre apenas a duplicação do material genético.

b)

na anáfase I cada cromossomo de um par de cromossomos homólogos é puxado para um dos polos da célula.

c)

o crossing-over ocorre em todos os cromossomos não homólogos.

d)

na telófase I os cromossomos separados em dois lotes sofrem duplicação do material genético e as membranas nucleares se reorganizam.

e)

quiasmas são as permutas que ocorrem entre cromátides irmãs que permitem a variedade de gametas.

9

Biologia Gabarito 1. D Na mitose, o número de cromossomos não se altera, permanecendo 8. Já o fuso mitótico é formado na metáfase, onde os cromossomos estão duplicados, mas unidos pelo centrômero, totalizando 16 cromátides. 2. E A planta triploide, para não gerar sementes, dificilmente terá o número correto de cromossomos, fazendo com que não se desenvolvam seus gametas. 3. B Na fase de diplóteno, dentro de prófase 1, há a formação dos quiasmas, regiões onde ocorreu o crossing over na fase de paquíteno. 4. A O fármaco em questão interfere na função dos microtúbulos. Estes tem função de formar o citoesqueleto e transporte intracelular, mas principalmente, atuam no deslocamento de cromossomos no processo de divisão celular. Com a função inibida, a divisão celular será afetada. 5. A O ciclo celular pode ser dividido em duas etapas: divisão celular e intérfase. Em geral, a mitose dura 5% da duração total do ciclo celular, enquanto no tempo restante (95%) a célula permanece em intérfase. Nessa fase, os cromossomos estão descondensados no interior do núcleo, constituindo a cromatina. É durante a intérfase que o DNA está em plena atividade e é também nessa fase que as moléculas de DNA se duplicam, preparando a célula para a próxima divisão. Portanto, a intérfase corresponde ao período de tempo de 1 a 4, onde podemos notar no gráfico a duplicação do teor de DNA na célula (de 2C para 4C). Já a mitose corresponde ao período de 4 a 6, onde podemos notar o retorno do teor de DNA da célula ao nível original (de 4C para 2C). 6. A Ao final da mitose, formam-se duas células. A replicação do material genético é dita semiconservativa, fazendo com que cada receba metade recém sintetizada e a outra metade pré-existente. 7. B A etapa mais rápida (9 min), de acordo com o esquema, é a anáfase. Nessa fase, ocorre a separação e o afastamento das cromátides irmãs 8. C Para indivíduos apresentarem a síndrome de Down na forma de mosaico, algumas células na fase de mórula deveriam estar com o número normal de cromossomos. Assim, pode-se afirmar que a síndrome não se originou da meiose, na formação dos gametas, mas da mitose durante o desenvolvimento embrionário 9. C A metáfase é a fase do ciclo com a condensação máxima dos cromossomos, assim, a melhor a ser estudada é a de número 3.

10

Biologia 10. B A anáfase I (meiose) é a fase na qual os cromossomos homólogos são separados.

11

Biologia Genética do sexo Resumo Normalmente, uma célula somática humana contém 22 pares de cromossomos autossômicos e um par de cromossomos sexuais heterossomicos (que podem ser diferentes entre si). Isso totaliza 23 pares, ou 46 cromossomos totais (2n=46). Os cromossomos autossômico (pareados) estão relacionados com as características estruturais e funcionais de forma geral, sendo iguais entre os diferentes sexos, enquanto os sexuais (não–pareados) são também responsáveis pelas características que irão definir os sexos, como a formação das gônadas e órgãos reprodutores e outras características sexuais gerais também.

Imagem mostrando os diferentes cromossomos: os autossômicos pareados (1 a 22) e os dois cromossomos sexuais (X e Y).

A presença de um cromossomo Y determina uma maior produção de testosterona, que leva ao desenvolvimento de testículos (gônadas que produzem espermatozóides, que são gametas masculinos), enquanto a presença de apenas cromossomos X não promove o desenvolvimento de testículos, e as gônadas internas viram ovários (que produzem óvulos, que são gametas femininos). A determinação sexual de mamíferos ocorre pelos cromossomo X e Y, sendo a combinação homogamética XX responsável por formar fêmeas e a combinação heterogamética XY responsável por formar machos. É na meiose que esses cromossomos se separam, formando gametas contendo X ou Y. O homem produz gametas X ou Y e a mulher, apenas X.

1

Biologia Os Cromossomos Sexuais Os cromossomos X e Y não são homólogos, sendo o cromossomo X maior. Por conta disso, apenas uma região destes cromossomos atua como homóloga. As regiões não homólogas que irão apresentar as principais características da genética do sexo:

Cromossomos seuxais X e Y, indicando suas regiões homólogas e não homólogas, esta sendo onde se encontram as heranças sexuais.

Herança restrita ao sexo: ocorre quando o gene está no cromossomo Y, também sendo chamada de herança holândrica. Como exemplo, temos a hipertricose auricular.



Hipertricose auricular: É uma condição que aparece apenas em homens. Nela, ocorre o aumento do número e tamanho de pelos na região da orelha (pavilhão auditivo).

Indivíduo do sexo masculino com a herança holândrica de hipertricose auricular.

Herança ligada ao sexo: é provocada por genes nos cromossomos X. É mais comum de aparecer em homens, já que estes precisam de apenas um cromossomo X para expressar o gene, caso ele seja recessivo. Como exemplos, temos a hemofilia e o daltonismo. •

Hemofilia: É uma doença hemorrágica, resultante da deficiência em um gene relacionado à cascata de coagulação sanguínea (fator VIII). Por ser uma doença genética recessiva ligada ao cromosomo X, a hemofilia afeta em sua maioria homens. Homens possuem um único alelo de fator VIII, presente em seu único cromossomo X (XY) enquanto as mulheres possuem dois alelos, já que apresentam dois

2

Biologia cromossomos X (XX). Homens com um alelo com mutação (X hY, hemizigose) terão a doença. Já as mulheres, caso elas tenham um único alelo com mutação (XHXh, heterozigose) serão apenas portadoras e as as mulheres com mutações em ambos os alelos (X hXh, homozigose) manifestarão a doença.

Exemplos de cruzamentos entre hemofílicos. Em 1, o pai é hemofílico e a mãe normal, e suas filhas são apenas portadoras; em 2, o pai é hemofílico e a mãe é portadora, logo há 50% de chance dos filhos e das filhas nascerem com hemofilia; em 3, a mãe é hemofílica e o pai normal, logo todos os filhos nascem com a condição e as filhas são apenas portadoras; em 4, pai e mãe são hemofílicos, e todos os filhos nascem com esta condição.



Daltonismo: A grande diferença entre o número de homens afetados comparando com o de mulheres se explica pelo fato de o daltonismo ser provocado por gene recessivo ligado ao cromossomo X. O daltonismo é um defeito que faz com que pelo menos um dos três tipos de cones, que são os receptores das cores existentes na retina, não funcione corretamente.

Exemplo de imagem em visão normal e nos diferentes tipos de daltonismo. Fonte: Pubblica Assistenza Pianoro. Disponível em: http://www.pubblicapianoro.it/pubblica/files/schede/scheda_daltonismo.htm

3

Biologia Herança influenciada pelo sexo É possivel que certos genes sejam influenciados pela presença ou não de determinados cromossomos sexuais, e neste caso temos uma herança influenciada pelo sexo, como a calvície. •

Calvicie: É uma herança autossômica dominante. Nos homens, basta a presença de um alelo dominante para que ocorra a calvície, porém mulheres só serão calvas caso ela tenha dois alelos dominantes. Ambos não são calvos caso o genótipo seja homozigoto recessivo.

Genótipo cc Cc CC

Fenótipo Homem: não calvo Mulher: não calva Homem: calvo Mulher: não calva Homem: calvo Mulher: calva

4

Biologia Exercícios 1.

2.

No heredograma, os símbolos preenchidos representam pessoas portadoras de um tipo raro de doença genética. Os homens são representados pelos quadrados e as mulheres, pelos círculos. Qual é o padrão de herança observado para essa doença?

a)

Dominante autossômico, pois a doença aparece em ambos os sexos.

b)

Recessivo ligado ao sexo, pois não ocorre a transmissão do pai para os filhos.

c)

Recessivo ligado ao Y, pois a doença é transmitida dos pais heterozigotos para os filhos.

d)

Dominante ligado ao sexo, pois todas as filhas de homens afetados também apresentam a doença.

e)

Codominante autossômico, pois a doença é herdada pelos filhos de ambos os sexos, tanto do pai quanto da mãe.

Nas galinhas, existe um tipo de herança ligada ao cromossomo sexual que confere presença ou ausência de listras (ou barras) nas penas. Galos homozigotos barrados (ZB ZB ) foram cruzados com galinhas não barradas (Zb W), resultando em uma F1 de galos e galinhas barradas. Considerando uma F2 de 640 aves, a proporção fenotípica esperada será de a) 480 galos barrados, 80 galinhas não barradas e 80 galinhas barradas. b) 80 galos barrados, 80 galinhas não barradas e 480 galinhas barradas. c) 40 galos barrados, 80 galinhas não barradas e 520 galinhas barradas. d) 320 galos barrados, 160 galinhas não barradas e 160 galinhas barradas. e) 160 galos barrados, 160 galinhas não barradas e 320 galinhas barradas.

3.

Em gatos, a determinação da cor do pêlo é um caso de herança ligada ao cromossomo X. Assim, o pelo malhado, que é a manifestação de um genótipo heterozigoto em ausência de dominância, só é encontrado normalmente nas fêmeas. O aparecimento excepcional de machos malhados é explicado a partir da seguinte constituição sexual cromossômica: a)

XY

b)

XX

c)

XXY

d)

XYY

e)

XXX 5

Biologia 4.

5.

6.

O cruzamento de uma drosófila de olho vermelho, heterozigota, com um macho de olho branco, sabendo-se que esse caráter obedece ao mecanismo da herança ligada ao sexo, deve dar: a)

todos os descendentes machos de olho vermelho, porque eles não recebem o cromossomo X do pai.

b)

descendentes machos de olho vermelho e olho branco, porque 50% deles recebem o cromossomo X do pai, que tem olho branco, e 50% o X da mãe, que tem olho vermelho.

c)

todos os descendentes femininos de olho branco, porque as fêmeas recebem o cromossomo X do pai, que tem olho branco.

d)

50% dos descendentes femininos de olhos vermelhos e 50% de olhos brancos, porque a fêmea é heterozigota e o macho é portador do gene recessivo.

e)

tanto machos quanto fêmeas 50% de olhos vermelhos e 50% de olhos brancos, porque se trata do cruzamento de um heterozigoto com um birrecessivo.

A análise do heredograma a seguir permite supor que a característica apresentada pelos indivíduos é:

a)

ligada ao cromossomo X.

b)

ligada ao cromossomo Y.

c)

autossômica dominante.

d)

autossômica recessiva.

e)

letal na primeira infância.

Uma doença genética muito rara tem padrão de herança dominante. Um homem, filho de mãe afetada e pai normal, é afetado pela doença e é casado com uma mulher que não é afetada pela doença. A respeito dos filhos desse casal, é correto afirmar: a)

Um filho desse casal tem probabilidade de 75% de ser afetado pela mesma doença do pai, no caso de o gene em questão estar localizado num cromossomo autossômico.

b)

Uma filha desse casal tem probabilidade de 100% de ser afetada pela mesma doença do pai, no caso de o gene em questão estar localizado no cromossomo X.

c)

Um filho desse casal tem probabilidade de 50% de ser afetado pela mesma doença do pai, no caso de o gene em questão estar localizado no cromossomo X.

d)

Uma filha desse casal tem probabilidade de 25% de ser afetada pela mesma doença do pai, no caso de o gene em questão estar localizado num cromossomo autossômico.

e)

Uma filha desse casal tem 0% de probabilidade de ser afetada pela mesma doença do pai, no caso de o gene em questão estar localizado no cromossomo X.

6

Biologia 7.

8.

Um homem calvo, filho de pai não calvo, casa-se com uma mulher não calva cujo pai era calvo homozigoto. Qual é a probabilidade de o casal ter um menino que futuramente seja calvo? a)

3/4

b)

1/2

c)

1/8

d)

3/8

e)

1/4

Os indivíduos de uma população de uma pequena cidade, fundada por uma família de europeus, são, frequentemente, frutos de casamentos consanguíneos. Grande parte dos grupos familiares dessa localidade apresenta membros acometidos por uma doença rara, identificada por fraqueza muscular progressiva, com início aos 30 anos de idade. Em famílias com presença dessa doença, quando os pais são saudáveis, somente os filhos do sexo masculino podem ser afetados. Mas em famílias cujo pai é acometido pela doença e a mãe é portadora do gene, 50% da descendência, independentemente do sexo, é afetada. Considerando as características populacionais, o sexo e a proporção dos indivíduos afetados, qual é o tipo de herança da doença descrita no texto? a) Recessiva, ligada ao cromossomo X. b) Dominante, ligada ao cromossomo X. c) Recessiva, ligada ao cromossomo Y. d) Recessiva autossômica. e) Dominante autossômica.

9.

Leandro, preocupado com a possibilidade de vir a ser calvo, consultou um amigo que estava estudando genética. Contou que, embora seus pais não fossem calvos, sua avó materna era. Na família do avô materno, não havia histórico de calvície. Seu amigo explicou que a calvície é uma característica influenciada pelo sexo e que se expressa nos homens em homo e heterozigose e nas mulheres, somente em homozigose. Assim concluiu que a chance de Leandro vir a ser calvo era de 50%. Essa conclusão baseia-se no fato de a)

sua mãe ser heterozigota.

b)

seu avô paterno ser calvo.

c)

sua avó paterna ser heterozigota.

d)

seu pai ser heterozigoto.

e)

sua avó materna ser heterozigota.

7

Biologia 10. A distrofia muscular Duchenne (DMD) é uma doença causada por uma mutação em um gene localizado no cromossomo X. Pesquisadores estudaram uma família na qual gêmeas monozigóticas eram portadoras de um alelo mutante recessivo para esse gene (heterozigóticas). O interessante é que uma das gêmeas apresentava o fenótipo relacionado ao alelo mutante, isto é, DMD, enquanto a sua irmã apresentava fenótipo normal. RICHARDS, C. S. et al. The American Journal of Human Genetics, n. 4, 1990 (adaptado).

A diferença na manifestação da DMD entre as gêmeas pode ser explicada pela a)

dominância incompleta do alelo mutante em relação ao alelo normal.

b)

falha na separação dos cromossomos X no momento da separação dos dois embriões.

c)

recombinação cromossômica em uma divisão celular embrionária anterior à separação dos dois embriões.

d)

inativação aleatória de um dos cromossomos X em fase posterior à divisão que resulta nos dois embriões.

e)

origem paterna do cromossomo portador do alelo mutante em uma das gêmeas e origem materna na outra.

8

Biologia Gabarito 1. D Uma doença relacionada ao sexo é uma doença ligada ao cromossomo X. Como ela é dominante, apenas um X dominante já faz a doença se manifestar. Se um homem XY possui a doença, o único X dele é afetado e todas suas filhas possuirão este cromossomo. 2. D Cruzando ZBZB x ZbW, tem-se uma geração F1 com os genótipos: ZBZb e ZBW. Cruzando ZBZb x ZBW teremos uma F2 ZBZB, ZBZb, ZBW e ZbW. Como todos os machos apresentam o ZB, eles serão barrados. Já metade das fêmeas será barrada (ZBW) e a outra metade não barrada (ZbW). 640 x 1/2 (total de machos) = 320 machos barrados 640 x 1/4 (total de fêmeas ZBW) = 160 fêmeas barradas 640 x 1/4 (total de fêmeas ZbW) = 160 fêmeas não barradas 3. C Para pelagem malhada, é necessário dois cromossomos X, devido ao fator heterozigoto da herança. Como gatos necessitam do cromossomo Y para serem machos, gatos malhados serão XXY. 4. D Se a mosca XX, fêmea, é heterozigota, olho vermelho é dominante sobre olho branco. Se o macho tem olho branco, nesse caso, ele será recessivo. Fazendo o cruzamento, é ½ de chance para cada. 5. B Apenas homens são afetados, e todos os filhos homens de homens afetados são portadores, logo, está ligado ao cromossomo Y. 6. B A doença sendo dominante vai apresentar genótipo A, se for autossômica, ou XA se for ligada ao sexo. Um homem XAY passa o gene XA para 100% de suas filhas do sexo feminino, fazendo com que elas sejam afetadas (XAXa). Caso a característica fosse autossômica, teríamos um cruzamento Aa (homem) x aa (mulher) e apenas 50% dos filhos do casal poderiam ser afetados (independente do sexo). 7. D Homem calvo filho de pai não calvo (cc) – Cc Mulher não calva filha de pai calvo (C_) – Cc Cc x Cc → 1/4 CC, 2/4 Cc, 1/4 cc. A probabilidade de ser homem é de 1/2. Sendo homem, a probabilidade de ser calvo é 3/4. Logo, 1/2 x 3/4 teremos 3/8. 8. A Como o texto menciona, quando os pais são saudáveis, ou seja, não tem o gene para a doença ligado no cromossomo X, o filho somente terá a doença se a mãe proporcionar o X com o gene para a doença. Já se o pai e a mãe são portadores, o filho poderá receber o X defeituoso da mãe, tendo 50% de chances e a filha poderá receber ou da mãe ou do pai, já que ela é XX. 9. A

9

Biologia Como a avó materna de Leandro era calva, sua mãe é heterozigota, logo, há 50% de chance de Leandro ter herdado o alelo para calvicie, que se manifesta em homens em heterozigose. 10. D Cada mulher apresenta dois cromossomos X, um deles se inativando formando o corpúsculo de Barr (ou cromatina sexual). Heterozigotas para DMD (XAXa) podem ter o XA inativado e manifestar a doença, ou sofrer inativação do Xa e apresentar fenótipo normal. A expressão de fenótipos distintos em mulheres heterozigotas para gene ligado ao sexo (cromossomo X) e gêmeas monozigóticas deve ser explicada pela inativação ao acaso de um de seus cromossomos X.

10

Filosofia Moralidade em Kant Resumo Kant e o iluminismo O Iluminismo foi uma revolução intelectual que ocorreu no século XVIII e que se contrapôs aos ideais defendidos ao longo do período medieval. Esse processo histórico teve seu início, por assim dizer, com o movimento renascentista e, em linhas gerais, representa a transformação progressiva de uma mentalidade teocêntrica para uma mentalidade antropocêntrica. O filósofo alemão Immanuel Kant (1724 – 1804) é um dos mais importantes pensadores iluministas, sendo considerado por muitos comentadores como o principal filósofo da Modernidade. A doutrina moral kantiana é, nesse sentido, independentemente de qualquer sentido religioso, estando fundamentada na própria subjetividade humana, ou seja, no aparelho cognitivo universal e necessário que está presente em todo e qualquer ser humano.

Ética deontológica A Ética defendida por Kant é uma ética deontológica, isto é uma ética baseada fundamentalmente na noção de dever moral. Dever aqui é entendido não como uma obrigação ditada por um ser superior, mas sim como obrigação que se baseia no próprio aparelho cognitivo humano, isto é, na noção kantiana do “eu transcendental” ou “sujeito transcendental”. Todos os seres humanos, segundo Kant, possuem o mesmo aparato cognitivo, e para que possamos agir racionalmente precisamos de princípios que nos são dados a partir da consciência moral. Nesse sentido, a vida moral está restrita aos seres humanos, pois apenas eles podem exercer efetivamente sua vontade. No entanto, para que possamos agir de acordo com uma “vontade boa” precisamos, segundo Kant, de um imperativo, que é uma espécie de mandamento que nos impele a agir de uma determinada forma. Após analisar detidamente a consciência moral, Kant especificou o conceito de imperativo sob dois aspectos fundamentais: O imperativo hipotético e o imperativo categórico. O imperativo hipotético ordena uma ação com vistas a alcançar um determinado fim. Nesse primeiro caso, a ação é boa na medida em que possibilita que se alcance outra coisa além da própria ação. Por exemplo, quando faço algo na esperança de receber algo em troca, sendo guiado pelo imperativo hipotético. Por outro lado, o imperativo categórico é aquele que visa uma ação que é entendida como necessária por si mesma, ou seja, que não é realizada no intuito de se obter algo em troca, mas sim uma ação que é boa por si mesma. Por conta disso, Kant considera o imperativo categórico incondicionado, como absoluto, voltado para uma ação que tem em vista a noção de dever. Para ele o imperativo categórico é uma forma a priori, ou seja, pura, independente do útil ou prejudicial, anterior à experiência e seus efeitos. É apenas agindo a partir do imperativo categórico, e não a partir do imperativo hipotético, que a vontade do ser humano é verdadeiramente moral, no sentido de que tal ação é boa em si mesma e não boa em virtude de algo que lhe é exterior. É por conta disso que lemos a máxima kantiana que afirma o seguinte: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”. Isso significa que nossa ação é moralmente boa apenas quando podemos universalizá-la, isto é, apenas quando todos possam agir da mesma forma sem qualquer contradição. Nesse sentido, uma ação não pode ser considerada boa a partir de condicionantes como: chegar ao céu, ser feliz, evitar a dor, ou qualquer outro interesse particular. Uma ação verdadeiramente moral tem como base a racionalidade humana, que é incondicional e necessária.

1

Filosofia Esclarecimento e minoridade Uma ética deontológica só pode ser pensada dentro do contexto de uma proposta de emancipação humana. Kant defende que o ser humano deve sair da minoridade para o esclarecimento, um estado de consciência e liberdade. A menoridade é produzida pelo próprio homem, que não abandona a mediocridade por medo de ser livre e tomar suas próprias decisões. Para Kant a minoridade afeta todos os campos da vida humana. Para sair da minoridade o homem deve cultivar sua liberdade e seu autocontrole. Devemos buscar o conhecimento. Kant defende a coragem e a ousadia na expressão Sapere aude! (ouse saber!). Apenas essa atitude nos tira do estado de minoridade em que somos tutelados por outras pessoas e instituições e nos tornamos livres. Apenas fazendo uso do nosso entendimento chegamos ao esclarecimento. Kant atribui ao comodismo, à preguiça e à covardia a manutenção do homem na minoridade. É uma atitude infantil em que esperamos que nossos problemas sejam resolvidos por outros, queremos tudo na mão. Mas essa postura permite a dominação e a opressão, o surgimento de governos despóticos e fenômenos do gênero. Só o esclarecimento combate esses males. O esclarecimento exige que os indivíduos façam uso privado da razão. Isso deve ocorrer num estado de liberdade. Não significa uma liberdade absoluta, mas que inclua a todos num senso de pertencimento e respeito ao outro. Kant dá como exemplo um sujeito em um cargo público. Ele não pode se colocar em público contra seu superior, mas deve, mesmo obedecendo, expor os erros que percebeu. Como vemos, a proposta ética kantiana está conectada com sua percepção metafísica, onde o sujeito e seu intelecto ocupam posição central e a racionalidade é seu instrumento por excelência.

2

Filosofia Exercícios 1.

A maior violação do dever de um ser humano consigo mesmo, considerado meramente como um ser moral (a humanidade em sua própria pessoa), é o contrário da veracidade, a mentira [...]. A mentira pode ser externa [...] ou, inclusive, interna. Através de uma mentira externa, um ser humano faz de si mesmo um objeto de desprezo aos olhos dos outros; através de uma mentira interna, ele realiza o que é ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos seus próprios olhos e viola a dignidade da humanidade em sua própria pessoa [...]. Pela mentira um ser humano descarta e, por assim dizer, aniquila sua dignidade como ser humano. [...] É possível que [a mentira] seja praticada meramente por frivolidade ou mesmo por bondade; aquele que fala pode, até mesmo, pretender atingir um fim realmente benéfico por meio dela. Mas esta maneira de perseguir este fim é, por sua simples forma, um crime de um ser humano contra sua própria pessoa e uma indignidade que deve torná-lo desprezível aos seus próprios olhos. Immanuel Kant. A metafísica dos costumes, 2010.

Em sua sentença dirigida à mentira, Kant

2.

a)

considera a condenação relativa e sujeita a justificativas, de acordo com o contexto.

b)

assume que cada ser humano particular representa toda a humanidade.

c)

apresenta um pensamento desvinculado de pretensões racionais universalistas.

d)

demonstra um juízo condenatório, com justificação em motivações religiosas.

e)

assume o pressuposto de que a razão sempre é governada pelas paixões.

Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá. KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” representada no texto

3.

a)

assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre discussão participativa.

b)

garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.

c)

opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.

d)

materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os meios.

e)

permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas.

A sociedade de uma forma geral, em cada tempo, produz conceitos ou amplia os já existentes para que possamos pensar em determinadas condições vigentes e entender determinados processos nas relações humanas vividas no momento. Um exemplo disso pode ser visto no texto abaixo sobre Kant e sua ideia relativa ao tutelamento. Dizem os historiadores que no século XVIII para se entender certo fenômeno que ocorria na Europa, conhecido como Iluminismo, perguntaram ao Filósofo Kant o que seria esse movimento. O referido filósofo explicou que seria como um processo de esclarecimento, a partir do qual o ser humano sairia de sua menoridade graças ao uso da razão e ao exercício da liberdade de pensamento. Escreveu o filósofo em sua resposta o seguinte: “O iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutela que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutela quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento, mas de falta de resolução e coragem para fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Tenha coragem para fazer uso da tua própria razão!” ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria de Helena. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2016.

3

Filosofia Hoje, em pleno século XXI, onde há um amplo uso das redes sociais tais como Facebook, Instagram, Youtube, WhatsApp, é apropriado retomar esse conceito kantiano acima exposto, para que se possa entender a condição de tutela a que os homens se encontram. A relação que exemplifica o conceito de tutela de Kant aplicado aos dias de hoje é o seguinte:

4.

a)

os designers gráficos e suas novas produções no Youtube.

b)

os adolescentes e o desejo de nova realidade nos jogos on line.

c)

as novas profissões e as oportunidades de trabalho no Instagram.

d)

os estudantes e as pesquisas de artigos nos sites acadêmicos.

e)

os internautas e a manipulação de informações nas mídias sociais.

A pura lealdade na amizade, embora até o presente não tenha existido nenhum amigo leal, é imposta a todo homem, essencialmente, pelo fato de tal dever estar implicado como dever em geral, anteriormente a toda experiência, na ideia de uma razão que determina a vontade segundo princípios a priori. KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Barcarolla, 2009.

A passagem citada expõe um pensamento caracterizado pela

5.

a)

eficácia prática da razão empírica.

b)

transvaloração dos valores judaico-cristãos.

c)

recusa em fundamentar a moral pela experiência.

d)

comparação da ética a uma ciência de rigor matemático.

e)

importância dos valores democráticos nas relações de amizade.

As leis morais juntamente com seus princípios não só se distinguem essencialmente, em todo o conhecimento prático, de tudo o mais onde haja um elemento empírico qualquer, mas toda a Filosofia moral repousa inteiramente sobre a sua parte pura e, aplicada ao homem, não toma emprestado o mínimo que seja ao conhecimento do mesmo (Antropologia). KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. de Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial, 2009. p.73.

Com base no texto e na questão da liberdade e autonomia em Immanuel Kant, assinale a alternativa correta. a)

A fonte das ações morais pode ser encontrada através da análise psicológica da consciência moral, na qual se pesquisa mais o que o homem é, do que o que ele deveria ser.

b)

O elemento determinante do caráter moral de uma ação está na inclinação da qual se origina, sendo as inclinações serenas moralmente mais perfeitas do que as passionais.

c)

O sentimento é o elemento determinante para a ação moral, e a razão, por sua vez, somente pode dar uma direção à presente inclinação, na medida em que fornece o meio para alcançar o que é desejado.

d)

O ponto de partida dos juízos morais encontra-se nos “propulsores” humanos naturais, os quais se direcionam ao bem próprio e ao bem do outro.

e)

O princípio supremo da moralidade deve assentar-se na razão prática pura, e as leis morais devem ser independentes de qualquer condição subjetiva da natureza humana.

4

Filosofia 6.

7.

A necessidade de conviver em grupo fez o homem desenvolver estratégias adaptativas diversas. Darwin, num estudo sobre a evolução e as emoções, mostrou que o reconhecimento de emoções primárias, como raiva e medo, teve um papel central na sobrevivência. Estudos antigos e recentes têm mostrado que a moralidade ou comportamento moral está associado a outros tipos de emoções, como a vergonha, a culpa, a compaixão e a empatia. Há, no entanto, teorias éticas que afirmam que as ações boas devem ser motivadas exclusivamente pelo dever e não por impulsos ou emoções. Essa teoria é a ética a)

deontológica ou kantiana.

b)

das virtudes.

c)

utilitarista.

d)

contratualista.

e)

teológica.

Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida. KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado).

Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa

8.

a)

a reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade.

b)

o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas.

c)

a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma.

d)

a compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento.

e)

a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão.

“Como toda lei prática representa uma ação possível como boa e por isso como necessária para um sujeito praticamente determinável pela razão, todos os imperativos são fórmulas da determinação da ação que é necessária segundo o princípio de uma vontade boa de qualquer maneira. No caso da ação ser apenas boa como meio para qualquer outra coisa, o imperativo é hipotético; se a ação é representada como boa em si, por conseguinte, como necessária numa vontade em si conforme à razão como princípio dessa vontade, então o imperativo é categórico”. Kant

Considerando o pensamento ético de Kant e o texto acima, é correto afirmar que a) o imperativo hipotético representa a necessidade prática de uma ação como subjetivamente necessária para um ser determinável pelas inclinações. b) o imperativo categórico representa a necessidade prática de uma ação como meio para se atingir um fim possível ou real. c) os imperativos (hipotético e categórico) são fórmulas de determinação necessária, segundo o princípio de uma vontade que é boa em si mesma. d) o imperativo categórico representa a ação como boa em si mesma e como necessária para uma vontade em si conforme a razão. e) o imperativo hipotético declara a ação como objetivamente necessária independentemente de qualquer intenção ou finalidade da ação.

5

Filosofia 9.

Texto I Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim. KANT. |. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado).

Texto II Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim. FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.

A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano: a)

Possibilidade da liberdade e obrigação da ação.

b)

A prioridade do juízo e importância da natureza.

c)

Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica.

d)

Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.

e)

Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo.

10. 90 milhões em ação, pra frente, Brasil, do meu coração. Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, salve a seleção. De repente é aquela corrente pra frente. Parece que todo o Brasil deu a mão. Todos ligados na mesma emoção. Tudo é um só coração. Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, Brasil, Salve a seleção.

Canção: Pra frente Brasil/ Copa 1970. Autor: Miguel Gustavo

Na obra “Resposta à questão: o que é o esclarecimento?”, Kant discute conceitos como uso público e privado da razão e a superação da menoridade. À luz do pensamento kantiano, o fenômeno contemporâneo do uso político dos eventos esportivos a)

torna o indivíduo dependente, já que a sua menoridade impede o esclarecimento e a possibilidade de pensar por si próprio.

b)

forma o indivíduo autônomo, uma vez que amplia a sua capacidade de fazer uso da própria razão para agir autonomamente.

c)

impede que o indivíduo pense de forma restrita, pois, mesmo estando cercado por tutores, facilmente rompe com a menoridade.

d)

proporciona esclarecimento político das massas, pois tais eventos promovem o aprendizado crítico mediante a afirmação da ideia de nacionalidade.

e)

confere liberdade às massas para superar a dependência gerada pela aceitação da tutela de outrem.

6

Filosofia Gabarito 1.

B Para Kant, pensador iluminista, a filosofia moral estaria fundamentada em princípios racionais, sendo a razão o único fundamento que daria validade à moral humana. Com efeito, a ação moral estaria condicionada ao sujeito epistemológico, ou seja, à estrutura cognitiva que é universal e necessária, e não ao sujeito subjetivo, individual. Por ser racional, portanto, o indivíduo deveria agir segundo uma razão pura prática de validade universal, ideia expressa na conhecida frase de Kant: “age só segundo máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”. A partir do exemplo da mentira, Kant aponta que a mesma não poderia ser usada sem cair em uma autocontradição moral, pois o indivíduo particular representaria uma moral geral, de toda a humanidade, como aponta a alternativa [B].

2.

C De acordo com a ética kantiana, o indivíduo deve guiar-se de acordo com o imperativo categórico, segundo o qual ele deve agir de forma que sua ação possa ser universalizada para todos os indivíduos. O ato de fazer uma falsa promessa de pagamento contraria esse imperativo, pois, se universalizado, criaria uma situação de total instabilidade e desconfiança.

3.

E Kant relaciona o esclarecimento com uma atitude autônoma, consciente e racional, baseada na liberdade do uso privado da razão. Essa seria a maioridade intelectual. Em oposição a isso a minoridade é uma passividade, um estado de inércia intelectual em que o indivíduo não pensa nem age por si mesmo, mas motivado pelo que lhe é externo. Ele é tutelado por outras pessoas e instituições. Essa tutela abre espaço para dominação e manipulação, como é o caso da alternativa E.

4.

C Para Kant, o modo como a razão humana opera caracteriza o ser racional como ser de condição moral, ou seja, a moral kantiana se fundamenta no exercício da razão. Ademais, para o filósofo, na mente humana existem estruturas a priori que determinam a forma como a razão apreende os objetos de conhecimento, independentemente de qualquer experiência empírica. Dessa forma, como a razão se articula à moral, a mesma não se fundamenta pela experiência.

5.

E Em sua obra “Crítica da Razão Pura”, Immanuel Kant discorre sobre o uso da razão enquanto a consciência do indivíduo sobre o conjunto de leis morais vigentes na sociedade. Para ele não se adquire esta consciência por meio da intuição natural, pelo contrário, este conhecimento depende de uma intuição intelectual. E, outras palavras o conhecimento das leis morais se dá pelo uso deliberado da razão no reconhecimento da moralidade vigente, isto é, por uma razão pura. A autonomia para o autor é a liberdade que o ser humano faz no uso positivo de sua razão, motivado apenas por sua vontade. A liberdade, o livre arbítrio, permite autonomia na medida em que a consciência do indivíduo atue, por meio da razão, sem condicionantes, apenas por sua vontade própria, na busca de um conhecimento que lhe amplie a consciência de sua condição de liberdade. Para isto, o uso da razão deve ser deliberado. Não há um impulso natural, sentimentos no ser humano que o conduza para uma ação moral em concordância com a lei moral vigente, mas sim um processo livre, autônomo e consciência no uso de sua liberdade.

6.

A A ética das virtudes é uma ética aristotélica onde a ação é guiada para um bem maior movido pela reflexão pessoal, desenvolvida pela busca da auto realização e felicidade de toda a cidade. A ética utilitarista estabelece que nossas ações são guiadas pela maior quantidade de felicidade que podemos gerar no convívio social. Assim, os homens agem devido a um interesse maior imposto exteriormente. Na ética contratualista, devido a necessidade de conviver juntos, como melhor alternativa para sobrevivência, os homens estabelecem leis que visam garantir uma não agressão mútua.

7

Filosofia Assim, suas ações são guiadas por uma conveniência, um pacto ou contrato estabelecido. Na ética teológica as ações são guiadas por princípios divinos que ultrapassam a esfera humana e se inserem no plano transcendental. Assim, as ações humanas são guiadas pelo medo em relação ao transcendente. Diferentemente, na ética Kantiana ou deontológica, os homens agem de forma deliberada na medida em que utilizam a razão para adquirirem consciência. Por meio do conhecimento obtido com o uso da razão o homem torna-se livre para agir. Assim, a ação guiada pela razão faz com que o homem tenha o dever de estender essa razão a todos os homens. Isto se dá através da criação de máximas (leis universalmente aceitas) que se convertem em imperativos para agir. Estes imperativos poder ser utilizados por todos os homens racionais e não são dados por inclinações naturais ou por meio de princípios transcendentais, mas pela consciência do dever em relação a si e aos que os cercam. Portanto, esta lei moral representa o dever de todo ser racional e se coloca como maior do que os sentimentos individuais e egoístas. 7.

A Como diz Kant em Resposta à pergunta: “O que é Iluminismo?” (1784), a palavra de ordem deste movimento de renovação cultural é “Sapere aude!”, isto quer dizer basicamente que os homens deveriam deixar sua menoridade, da qual são culpados, e direcionarem seu entendimento a partir de suas próprias forças, sem a guia de outro. (Para uma noção geral sobre o assunto: .) Esta posição perante o mundo possibilitou um movimento em busca da liberdade e de um ideal de independência política, econômica e intelectual. Desta busca nasce, entre muitos outros movimentos, a Independência americana, a Independência haitiana e a Revolução francesa (esta última influenciada pelo pensamento do filósofo Jean-Jacques Rousseau). E sendo uma posição opositora dos regimes absolutistas, o Iluminismo almeja a libertação da riqueza e de tudo mais dos mistérios divinos tão presentes no pensamento medieval e influentes neste tipo de Estado absoluto. Tudo passa a ser problema resolvível se o entendimento do homem se empenhar de maneira metodológica. Nada é misterioso. Desta confiança na razão nasce uma reflexão sobre a riqueza e sua administração – Adam Smith, A riqueza das nações (1776), por exemplo. Neste contexto Montesquieu também é importante, na sua obra O Espírito das Leis temos um tratado sobre as relações do poder administrativo e uma teorização sobre a tripartição deste poder (executivo, legislativo e judiciário) de modo a serem separados, porém interdependentes.

8.

D Kant distingue dois tipos de lei produzidos pela razão. Dado certo fim que nós gostaríamos de alcançar a razão pode proporcionar um imperativo hipotético – uma regra contingente para a ação alcançar esse fim. Um imperativo hipotético diz, por exemplo: se alguém deseja comprar um carro novo, então se deve previamente considerar quais tipos de carros estão disponíveis para compra. Mas Kant objeta que a concepção de uma lei moral não pode ser meramente hipotética, pois uma ação moral não pode ser fundada sobre um propósito circunstancial. A moralidade exige uma afirmação incondicional do dever de um indivíduo, a moralidade exige uma regra para ação que seja necessária, a moralidade exige um imperativo categórico.

9.

E Devemos interpretar o enunciado com cuidado. Ele apresenta uma citação de Kant apresentando dois conceitos centrais do pensador , a interioridade da norma na ética deontológica, que baseia a ação boa no dever originário da razão inerente a todos os seres humanos e que é um processo interno, e o criticismo kantiano que parte da ideia de que o mundo se apresenta através de fenômenos com os quais interagimos. São esses os conceitos que são invertidos quando o poeta afirma que a lei o cobre o céu está dentro dele.

8

Filosofia 10. A a) Correta: tendo como referência o texto de Kant, o que é o esclarecimento? pode-se afirmar que o uso político dos eventos esportivos torna o indivíduo dependente e o impede de tornar-se esclarecido e pensar por si próprio. A partir do momento em que um evento esportivo perde seu sentido próprio e assume outras funções, no caso servir para fins políticos, insere o indivíduo na menoridade, compreendida por Kant como a "incapacidade de fazer uso do entendimento sem a direção de outro indivíduo". Kant também afirma que é difícil para "um homem em particular desvencilhar-se da menoridade". b) Incorreta: como afirmado, se analisarmos o uso político dos eventos esportivos à luz do texto de Kant, não se pode afirmar que tal uso torna o indivíduo autônomo ou que, como decorrência, este terá ampliada sua capacidade de fazer uso da própria razão para agir autonomamente. O que ocorre é o contrário, uma vez que o indivíduo acabaria por se inserir cada vez mais na menoridade. c) Incorreta: ao contrário do que afirma a alternativa, se analisarmos o uso político dos eventos esportivos à luz do texto de Kant, chegaremos à conclusão de que o indivíduo se sentirá impedido de pensar de forma "alargada" e não de forma restrita. Da mesma forma, enfrentará enorme dificuldade para romper com a menoridade, sobretudo se estiver cercado de tutores. O papel desempenhado pelos tutores é o de manter os indivíduos na menoridade e dependentes e não o de estimular o pensamento ampliado e autônomo. d) Incorreta: se pensarmos o uso político dos eventos esportivos à luz do texto de Kant, concluiremos que o que resulta de tal uso não é o esclarecimento das massas, mas sim o contrário, isto é, a consequência será a menoridade e a ausência de esclarecimento. Tais eventos também não promovem o aprendizado crítico mediante a afirmação da ideia de nacionalidade. e) Incorreta: o uso político dos eventos esportivos não confere liberdade às massas para superar a dependência gerada pela aceitação da tutela de outrem. A consequência será exatamente o oposto, isto é, menor liberdade às massas e maior dependência em relação aos outros, especialmente aos tutores que são guias dos demais indivíduos.

9

Física Conservação da quantidade de movimento Resumo Sistema mecanicamente isolado Um sistema mecânico é denominado isolado de forças externas quando a resultante das forças externas atuantes sobre ele for nula. Uma partícula em equilíbrio é o caso mais elementar de sistema mecânico isolado. Estando em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme, a resultante das forças que agem sobre ela é nula. Vejamos outro exemplo: admita que dois patinadores, inicialmente em repouso sobre uma plataforma plana e horizontal, se empurrem mutuamente, conforme sugere a figura.

Figura 01 – Patinadores se empurrando mutualmente

Desprezando os atritos e a influência do ar, os dois patinadores constituem um sistema mecânico isolado, pois a resultante das forças externas atuantes no conjunto é nula. De fato, as únicas forças externas que agem em cada patinador são a força da gravidade (peso) e a força de sustentação da plataforma (normal), que se equilibram.

Figura 02 – Representação de forças

Entretanto, uma pergunta surge naturalmente: as forças trocadas entre eles no ato do empurrão não seriam resultantes, uma vez que cada patinador, pela ação da força recebida, tem seu corpo acelerado a partir do repouso? E a resposta é simples: sim, essas forças (ação e reação) são as resultantes que aceleram cada corpo, porém são forças internas ao sistema, não devendo ser consideradas no estudo do sistema como um todo. De fato, a soma dos impulsos das forças internas ⃗F e ⃗⃗⃗⃗⃗ −F (forças de ação e reação trocadas pelos patinadores no ato do mútuo empurrão) é nula e, por isso, essas forças não participam da composição do impulso total externo exercido sobre o sistema.

1

Física O princípio da conservação da quantidade de movimento Enuncia -se que: Em um sistema mecânico isolado de forças externas, conserva -se a quantidade de movimento total.

⃗⃗ = 𝟎 ⃗ 𝐨𝐮 𝐐 ⃗⃗ 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 = 𝐐 ⃗⃗ 𝐢𝐧𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 ∆𝐐 Façamos a verificação desse enunciado. Segundo o Teorema do Impulso, temos:

⃗⃗ 𝐈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = ∆𝐐 Entretanto, em um sistema mecânico isolado, a resultante das forças externas é nula, o que permite dizer que o impulso total (da força resultante externa) também é nulo. Então:

𝐈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = ⃗𝟎 Assim, temos:

⃗⃗ = 𝟎 ⃗ ∆𝐐 Ou, de modo equivalente:

⃗𝐐 ⃗ 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 = ⃗𝐐 ⃗ 𝐢𝐧𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 Obs.: não se deve confundir sistema isolado com sistema conservativo. Observa que nem todo sistema isolado é conservativo e nem todo sistema conservativo é isolado. O princípio da conservação da quantidade de movimento é muito amplo, porém, aplicado a um sistema de duas partículas isoladas de forças externas, conduz a resultados equivalentes àqueles obtidos pela aplicação da 3ª e 2ª leis de Newton, o princípio da ação e reação e o princípio fundamental da dinâmica, respectivamente.

2

Física Exercícios 1.

(Pucrj 2017) Um jogador de tênis, durante o saque, lança a bola verticalmente para cima. Ao atingir sua altura máxima, a bola é golpeada pela raquete de tênis, e sai com velocidade de 108 km/h na direção horizontal. Calcule, em kg m/s, o módulo da variação de momento linear da bola entre os instantes logo após e logo antes de ser golpeada pela raquete. Dado: Considere a massa da bola de tênis igual a 50 g. a) 1,5 b) 5,4 c) 54 d) 1.500 e) 5.400

2.

3.

(Enem PPL 2014) Durante um reparo na estação espacial internacional, um cosmonauta, de massa 90kg, substitui uma bomba do sistema de refrigeração, de massa 360 kg, que estava danificada. Inicialmente, o cosmonauta e a bomba estão em repouso em relação à estação. Quando ele empurra a bomba para o espaço, ele é empurrado no sentido oposto. Nesse processo, a bomba adquire uma velocidade de 0,2 m/s em relação à estação. Qual é o valor da velocidade escalar adquirida pelo cosmonauta, em relação à estação, após o empurrão? a)

0,05 m/s

b)

0,20 m/s

c)

0,40 m/s

d)

0,50 m/s

e)

0,80 m/s

(Fuvest 2012)

Maria e Luísa, ambas de massa M, patinam no gelo. Luísa vai ao encontro de Maria com velocidade de módulo V. Maria, parada na pista, segura uma bola de massa m e, num certo instante, joga a bola ⃗ . Depois que Luísa agarra a para Luísa. A bola tem velocidade de módulo v, na mesma direção de V bola, as velocidades de Maria e Luísa, em relação ao solo, são, respectivamente, a)

0 ; −V

b)

− ;  + V / 2

c)

−m / M ; MV / m

d) e)

−m / M ; (m - MV) / (M + m) (M V / 2 - m)/ M ; (m - MV / 2) / (M + m)

3

Física 4.

5.

O estresse pode fazer com que o cérebro funcione aquém de sua capacidade. Atividades esportivas ou atividades lúdicas podem ajudar o cérebro a normalizar suas funções. Num certo esporte, corpos cilíndricos idênticos, com massa de 4 kg, deslizam sem atrito sobre uma superfície plana. Numa jogada, um corpo A movimenta-se sobre uma linha reta, considerada o eixo x do referencial, com velocidade de módulo 2 m/s e colide com outro corpo, B, em repouso sobre a mesma reta. Por efeito da colisão, o corpo A permanece em repouso, e o corpo B passa a se movimentar sobre a reta. A energia cinética do corpo B, em J, é a)

2

b)

4

c)

6

d)

8

e)

16

(Ueg 2017) Na olimpíada, o remador Isaquias Queiroz, ao se aproximar da linha de chegada com o seu barco, lançou seu corpo para trás. Os analistas do esporte a remo disseram que esse ato é comum nessas competições, ao se cruzar a linha de chegada. Em física, o tema que explica a ação do remador é a) o lançamento oblíquo na superfície terrestre. b) a conservação da quantidade de movimento. c) o processo de colisão elástica unidimensional. d) o princípio fundamental da dinâmica de Newton. e) a grandeza viscosidade no princípio de Arquimedes.

6.

(Epcar (Afa) 2011) Analise as afirmativas abaixo sobre impulso e quantidade de movimento. I.

Considere dois corpos A e B deslocando-se com quantidades de movimento constantes e iguais. Se a massa de A for o dobro de B, então, o módulo da velocidade de A será metade do de B.

II. A força de atrito sempre exerce impulso sobre os corpos em que atua. III. A quantidade de movimento de uma luminária fixa no teto de um trem é nula para um passageiro, que permanece em seu lugar durante todo o trajeto, mas não o é para uma pessoa na plataforma que vê o trem passar. IV. Se um jovem que está afundando na areia movediça de um pântano puxar seus cabelos para cima, ele se salvará. São corretas a) apenas I e III. b) apenas I, II e III. c) apenas III e IV. d) todas as afirmativas. e) nenhuma das afirmativas.

4

Física 7.

8.

Dois blocos maciços estão separados um do outro por uma mola comprimida e mantidos presos comprimindo essa mola. Em certo instante, os dois blocos são soltos da mola e passam a se movimentar em direções opostas. Sabendo-se que a massa do bloco 1 é o triplo da massa do bloco 2, isto é m1 = 3m2, qual a relação entre as velocidades v1 e v2 dos blocos 1 e 2, respectivamente, logo após perderem contato com a mola?

a)

v1 = - v2/4

b)

v1 = -v2/3

c)

v1 = v2

d)

v1 = 3v2

e)

v1 = 4v2

(G1 IFSC 2014) “A força agressiva da bomba atômica que literalmente implodiu a sociedade foi lembrada na poesia de Vinícius de Moraes que, combinada com a melodia de Gerson Conrad, se transformou no grande sucesso "Rosa de Hiroshima", gravada pelo grupo musical Secos & Molhados em 1973.” Ciência na música popular brasileira, de Ildeu de Castro Moreira e Luisa Massarani. Publicado na revista pré-Univesp – Número 25 – Aprendizagem lúdica – Outubro de 2012.

Considerando-se que um artefato está em repouso sobre uma mesa e explode em dois pedaços. Um dos pedaços que possui um terço do total da massa do artefato foi lançado para o norte com velocidade de 300 m/s. Dessa maneira, é CORRETO afirmar que o segundo pedaço, com 2/3 da massa total do artefato, foi lançado para: a) o sul com velocidade de 150 m/s b) o sul com velocidade de 600 m/s c) o sudeste com velocidade de 150 m/s d) o sudeste com velocidade de 600 m/s e) uma direção desconhecida com velocidade de 600 m/s

9.

Leonardo, de 75 kg, e sua filha Beatriz, de 25 kg, estavam patinando em uma pista horizontal de gelo, na mesma direção e em sentidos opostos, ambos com velocidade de módulo v = 1,5 m/s. Por estarem distraídos, colidiram frontalmente, e Beatriz passou a se mover com velocidade de módulo u = 3,0 m/s, na mesma direção, mas em sentido contrário ao de seu movimento inicial. Após a colisão, a velocidade de Leonardo é a)

nula.

b)

1,5 m/s no mesmo sentido de seu movimento inicial.

c)

1,5 m/s em sentido oposto ao de seu movimento inicial.

d)

3,0 m/s no mesmo sentido de seu movimento inicial.

e)

3,0 m/s em sentido oposto ao de seu movimento inicial.

5

Física 10. Um jovem de massa 60 kg patina sobre uma superfície horizontal de gelo segurando uma pedra de 2,0

kg. Desloca-se em linha reta, mantendo uma velocidade com módulo de 3,0 m/s. Em certo momento, atira a pedra pra frente, na mesma direção e sentido do seu deslocamento, com módulo de velocidade de 9,0 m/s em relação ao solo. Desprezando-se a influência da resistência do ar sobre o sistema patinador-pedra, é correto concluir que a velocidade do patinador em relação ao solo, logo após o lançamento, é de a)

3,0 m/s, para trás.

b)

3,0 m/s, para frente.

c)

0,30 m/s, para trás.

d)

0,30 m/s, para frente.

e)

2,8 m/s, para frente.

11. (Uece 2019) Em 20 de julho de 1969, passados 50 anos, o homem pôs os pés em solo lunar. A movimentação de naves espaciais como a Apolo 11, que fez o transporte rumo à lua, é feita pela expulsão de gases do foguete em uma direção e movimento da nave na direção oposta. Há uma lei de conservação envolvida nesse modo de deslocamento que é denominada lei de conservação a) da energia potencial. b) da energia elástica. c) do momento de inércia. d) do momento linear. e) da força.

12. (Enem 2014) O pêndulo de Newton pode ser constituído por cinco pêndulos idênticos suspensos em um mesmo suporte. Em um dado instante, as esferas de três pêndulos são deslocadas para a esquerda e liberadas, deslocando-se para a direita e colidindo elasticamente com as outras duas esferas, que inicialmente estavam paradas.

O movimento dos pêndulos após a primeira colisão está representado em:

a)

b)

d)

e)

c)

6

Física 13. (Pucrj 2017) Um objeto de massa

m escorrega com velocidade V sobre uma superfície horizontal sem atrito e colide com um objeto de massa M que estava em repouso. Após a colisão, os dois objetos saem grudados com uma velocidade horizontal igual a V/4. Calcule a razão M/m.

a) 1/3 b) 1/2 c) 1 d) 2 e) 3

14. (Ufrgs 2014) Uma bomba é arremessada, seguindo uma trajetória parabólica, conforme representado na figura abaixo. Na posição mais alta da trajetória, a bomba explode.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem. A explosão da bomba é um evento que __________ a energia cinética do sistema. A trajetória do centro de massa do sistema constituído pelos fragmentos da bomba segue __________. a) não conserva – verticalmente para o solo b) não conserva – a trajetória do fragmento mais massivo da bomba c) não conserva – a mesma parábola anterior à explosão d) conserva – a mesma parábola anterior à explosão e) conserva – verticalmente para o solo

7

Física Gabarito 1.

A

Δp = m  ΔV  Δp = 50  103  2.

108  Δp = 1,5 kg m s 3,6

E Tratando de um sistema mecanicamente isolado, ocorre conservação da quantidade de movimento. Assim:

Q c = Q b  mc v c = mb vb  90 v c = 360 (0,2 )  3.

v c = 0,8 m/s.

D Antes de jogar a bola, Maria e a bola estão em repouso, portanto a quantidade de movimento desse sistema é nula. Como o sistema é mecanicamente isolado (a resultante das forças externas é nula), apliquemos a ele a conservação da quantidade de movimento:

(Qsist )antes = (Qsistema )depois

 0 = m v + M VMaria 

− M VMaria = m v 

−m v . M Antes de agarrar a bola que tem velocidade v, Luísa tem velocidade -V. Aplicando novamente a conservação da quantidade de movimento: VMaria =

(Qsist )antes = (Qsist )depois VLuísa =

 m v − M V = (m + M) VLuísa 

m v −M V m+M

4.

D

5.

B Como a quantidade de movimento antes tem que ser igual à quantidade de movimento depois, Qantes = Qdepois , o remador ao lançar o seu corpo para trás, ganha uma vantagem para cruzar a linha de chegada. Para entendermos melhor esse caso, podemos pensar em um vagão de trem, onde se encontra uma pessoa. Digamos que o atrito entre o trilho e vagão seja desprezível, se uma pessoa lançar uma pedra para trás, por conservação da quantidade de movimento o vagão irá se movimentar para frente. A mesma coisa acontece com o remador que, ao lançar o corpo para trás, ganha uma vantagem.

8

Física 6.

B I. Correta. Verifiquemos: Dados: QA = QB; mA = 2 mB.

vB . 2 II. Correta. Sempre que uma força atua sobre um corpo ela aplica impulso sobre ele. III. Correta. A quantidade de movimento é o produto da massa pela velocidade. Se a velocidade depende do referencial, então a quantidade de movimento também depende. IV. Falsa. As forças trocadas entre as mãos e os cabelos são forças internas, e forças internas não aceleram o sistema. QA = QB  mA v A = mB vB 

( 2mB ) v A

= mB vB  v A =

7.

B

8.

A Como se trata de sistema mecanicamente isolado, temos:

Qantes = Qdepois  Q1 + Q2 = 0  m1 v1 + m2 v 2 = 0 

1 2 300 = − v 2  3 3

v 2 = −150 m/s. O segundo pedaço é lançado com velocidade de 150 m/s, em sentido oposto ao do primeiro, ou seja, 9.

para o sul. A

9

Física 10. E

11. D A lei descrita é a da conservação do momento linear, através da qual é possível que a nave se movimente após ejetar massa no sentido contrário. 12. C Como se trata de sistema mecanicamente isolado, ocorre conservação da quantidade de movimento. Qfinal = Qincial  Qfinal = 3 m v. Portanto, após as colisões, devemos ter três esferas bolas com velocidade v como mostra a alternativa C Podemos também pensar da seguinte maneira: as esferas têm massas iguais e os choques são frontais e praticamente elásticos. Assim, a cada choque, uma esfera para, passando sua velocidade para a seguinte. Enumerando as esferas da esquerda para a direita de 1 a 5, temos: A esfera 3 choca-se com a 4, que se choca com a 5. As esferas 3 e 4 param e a 5 sai com velocidade v; A esfera 2 choca-se com a 3, que se choca com a 4. As esferas 2 e 3 param e a 4 sai com velocidade v; A esfera 1 choca-se com a 2, que se choca com a 3. As esferas 1 e 2 param e a 3 sai com velocidade v. 13. E Qa = Qd

m  V = (m + M) 

V M  4  m = m + M  M = 3m  = 3 4 m

14. C A energia não conserva, pois, durante a explosão, a queima da pólvora transforma energia química em energia térmica e cinética, aumentando, então, a energia cinética do sistema. Como as forças originadas na explosão são internas, não há alteração na trajetória do centro de massa, que segue a mesma trajetória parabólica anterior à explosão.

10

Física Impulso e quantidade de movimento Resumo Impulso de uma força constante Os impulsos mecânicos estão presentes em uma série de fenômenos do dia a dia, como nas situações em que há empurrões, puxões, impactos e explosões. Um jogador de futebol, por exemplo, impulsiona a bola no ato de um chute. Seu pé aplica na bola uma força que, agindo durante um certo intervalo de tempo, determina um impulso. Ao se dar um tiro com uma arma de fogo qualquer, o projétil é impulsionado pelos gases provenientes da detonação do explosivo. Esses gases agem muito rapidamente sobre o projétil, porém de forma intensa, determinando um impulso considerável. Também recebem impulsos uma flecha ao ser lançada por um arco e uma pedra ao ser disparada por um estilingue. Em nosso curso vamos nos restringir à definição do impulso de uma força constante (intensidade, direção e sentido invariáveis), uma vez que a definição geral dessa grandeza requer elementos de Matemática normalmente não estudados no Ensino Médio. Para tanto, considere o esquema a seguir, em que uma força 𝐹⃗ constante age sobre uma partícula do instante t 1 ao instante t2:

O impulso de 𝐹⃗ no intervalo de tempo ∆t = t2 – t1 é a grandeza vetorial 𝐼⃗, definida por:

𝐈⃗ = 𝐅⃗∆𝐭 Sendo ∆t um escalar positivo, 𝐼⃗ tem sempre mesma orientação de 𝐹⃗ .

Unidade: [I] = N.s Se a força tiver direção constante, mas intensidade variável, também podemos utilizar a definição particular dada para a grandeza impulso. Basta raciocinar em termos de uma força média que exerça, no mesmo intervalo de tempo, o mesmo efeito dinâmico da força considerada.

Cálculo do gráfico do valor algébrico do impulso Considere o esquema a seguir, em que uma partícula se movimenta ao longo do eixo 0x sob a ação da força 𝐹⃗ constante.

Tracemos o gráfico do valor algébrico de 𝐹⃗ (dado em relação ao eixo 0x) em função do tempo:

1

Física

Seja a “área” A destacada no diagrama. Teria essa “área” algum significado especial? Sim: ela fornece uma medida do valor algébrico do impulso da força 𝐹⃗ , desde o instante t1 até o instante t2. De fato, isso pode ser facilmente verificado: A = F(t2 – t1) Mas t2 – t1 é o intervalo de tempo ∆t considerado. Logo: A = F.∆t ⃗⃗, segue que: Como o produto F.∆t corresponde ao valor algébrico do impulso de F A=I Embora a última propriedade tenha sido apresentada com base em um caso simples e particular, sua validade estende-se também a situações em que a força envolvida tem direção constante, porém valor algébrico variável. Nesses casos, entretanto, sua verificação requer um tratamento matemático mais elaborado.

F é o valor algébrico da força responsável pelo impulso. A1 + A2 = I (soma algébrica) Tendo em conta o exposto, podemos fazer a seguinte generalização: Dado um diagrama do valor algébrico da força atuante em uma partícula em função do tempo, a “área” compreendida entre o gráfico e o eixo dos tempos expressa o valor algébrico do impulso da força. No entanto, a força considerada deve ter direção constante.

Quantidade de movimento Em diversos fenômenos físicos é necessário agrupar os conceitos de massa e de velocidade vetorial. Isso ocorre, por exemplo, nas colisões mecânicas e nas explosões. Nesses casos, torna -se conveniente a definição de quantidade de movimento (ou momento linear), que é uma das grandezas fundamentais da Física. Considere uma partícula de massa m que, em certo instante, tem velocidade vetorial igual a v ⃗⃗. Por ⃗ ⃗ definição, a quantidade de movimento da partícula nesse instante é a grandeza vetorial Q expressa por: ⃗⃗⃗ = 𝐦𝐯⃗⃗ 𝐐

2

Física A quantidade de movimento é uma grandeza instantânea, já que sua definição envolve o conceito de ⃗⃗ tem sempre a mesma direção e o mesmo velocidade vetorial instantânea. Sendo m um escalar positivo, 𝑄 sentido de 𝑣⃗, isto é, em cada instante é tangente à trajetória e dirigida no sentido do movimento.

Unidade: [Q] = kg.m/s = kg.m.s-1.

O teorema do impulso Um arco dispara uma flecha conferindo-lhe um impulso, que provoca no dardo certa variação de quantidade de movimento. Um jogador de futebol cobra uma falta, imprimindo à bola no momento do chute um forte impulso. Este, por sua vez, determina expressiva variação de quantidade de movimento na bola. Você lança uma pedra e o impulso exercido no ato do lançamento provoca no projétil uma dada variação de quantidade de movimento... Haveria alguma conexão entre as noções de impulso e variação de quantidade de movimento? Certamente que sim! O Teorema do Impulso, apresentado a seguir, estabelece uma relação matemática entre essas grandezas. Exemplo: O impulso da resultante (impulso total) das forças sobre uma partícula é igual à variação de sua quantidade de movimento: ⃗⃗⃗ → 𝐈⃗𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = 𝐐 ⃗⃗⃗𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 − 𝐐 ⃗⃗⃗𝐢𝐧𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 𝐈⃗𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = ∆𝐐 Podemos dizer, ainda, que o impulso da força resultante é equivalente à soma vetorial dos impulsos de todas as forças que atuam na partícula. O Teorema do Impulso permite concluir que as unidades N.s e kg;m/s, respectivamente de impulso e quantidade de movimento, são equivalentes. Isso ocorre porque essas grandezas têm as mesmas dimensões físicas. O Teorema do Impulso aplicado a uma partícula solitária equivale à 2ª Lei de Newton (Princípio Fundamental da Dinâmica).

3

Física Exercícios 1.

2.

3.

Considere dois astronautas com massas iguais a M que estão inicialmente em repouso e distantes de qualquer corpo celeste. Um deles resolve lançar uma mochila de ferramentas também de massa igual a M para o outro, empurrando-a com uma força de módulo F. Admitindo que uma jogada completa se dá no início do arremesso até que o outro agarre a mochila e que o impulso permaneça o mesmo, a quantidade de jogada(s) completa(s) que os astronautas conseguem realizar é a)

uma.

b)

duas.

c)

três.

d)

quatro.

e)

mais de quatro.

Considere uma esfera muito pequena, de massa 1 kg, deslocando-se a uma velocidade de 2 m/s, sem girar, durante 3 s. Nesse intervalo de tempo, o momento linear dessa partícula é a)

2 kg.m/s.

b)

3 s.

c)

6 kg.m/s.

d)

6 m.

e)

9 kg.m/s.

Um jogador de tênis, durante o saque, lança a bola verticalmente para cima. Ao atingir sua altura máxima, a bola é golpeada pela raquete de tênis, e sai com velocidade de 108 km/h na direção horizontal.Calcule, em kg.m/s, o módulo da variação de momento linear da bola entre os instantes logo após e logo antes de ser golpeada pela raquete. Dado: Considere a massa da bola de tênis igual a 50 g. a)

1,5.

b)

5,4.

c)

54.

d)

1500.

e)

5400.

4

Física 4.

O airbag e o cinto de segurança são itens de segurança presentes em todos os carros novos fabricados no Brasil. Utilizando os conceitos da Primeira Lei de Newton, de impulso de uma força e variação da quantidade de movimento, analise as proposições. I.

O airbag aumenta o impulso da força média atuante sobre o ocupante do carro na colisão com o painel, aumentando a quantidade de movimento do ocupante.

II.

O airbag aumenta o tempo da colisão do ocupante do carro com o painel, diminuindo, assim, a força média atuante sobre ele mesmo na colisão.

III. O cinto de segurança impede que o ocupante do carro, em uma colisão, continue se deslocando com um movimento retilíneo uniforme. IV. O cinto de segurança desacelera o ocupante do carro em uma colisão, aumentando a quantidade de movimento do ocupante. Assinale a alternativa correta.

5.

6.

7.

a)

Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.

b)

Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

c)

Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

d)

Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

e)

Todas as afirmativas são verdadeiras.

Uma bola de futebol de massa m = 0,20 kg é chutada contra a parede a uma velocidade de 5,0 m/s. Após o choque, ela volta a 4,0 m/s. A variação da quantidade de movimento da bola durante o choque, em kg.m/s, é igual a a)

0,2.

b)

1,0.

c)

1,8.

d)

2,6.

e)

5,4.

Considere uma esfera metálica em queda livre sob a ação somente da força peso. Sobre o módulo do momento linear desse corpo, pode-se afirmar corretamente que a)

aumenta durante a queda.

b)

diminui durante a queda.

c)

é constante e diferente de zero durante a queda.

d)

é zero durante a queda.

e)

aumenta até um certo instante e depois permanece constante durante a queda.

Uma esfera de massa m é lançada do solo verticalmente para cima, com velocidade inicial V, em módulo, e atinge o solo 1 s depois. Desprezando todos os atritos, a variação no momento linear entre o instante do lançamento e o instante imediatamente antes do retorno ao solo é, em módulo, a)

2 mV.

b)

mV.

c)

mV²/2.

d)

mV/2.

e)

0. 5

Física 8.

9.

Os Jogos Olímpicos de 2016 (Rio 2016) é um evento multiesportivo que acontecerá no Rio de Janeiro. O jogo de tênis é uma das diversas modalidades que compõem as Olímpiadas. Se em uma partida de tênis um jogador recebe uma bola com velocidade de 18,0 m/s e rebate na mesma direção e em sentido contrário com velocidade de 32 m s, assinale a alternativa que apresenta qual o módulo da sua aceleração média, em m/s² , sabendo que a bola permaneceu 0,10 s em contato com a raquete. a)

450.

b)

600.

c)

500.

d)

475.

e)

200.

O gráfixo abaixo mostra a intensidade de uma força aplicada a um corpo no intervalo de tempo de 0 a 4 s.

O impulso da força, no intervalo especificado, vale a)

95 kg.m/s.

b)

85 kg.m/s.

c)

65 kg.m/s.

d)

60 kg.m/s.

e)

55 kg.m/s.

10. Nas cobranças de faltas em um jogo de futebol, uma bola com massa de 500 gramas pode atingir facilmente a velocidade de 108 km/h. Supondo que no momento do chute o tempo de interação entre o pé do jogador e a bola seja de 0,15 segundos, podemos supor que a ordem de grandeza atua na bola, em newton, é de: a)

100.

b)

101.

c)

10².

d)

10³.

e)

104.

6

Física Gabarito 1. A Os dois astronautas não sofrem influência gravitacional de algum corpo celeste, portanto vamos admitir que estão realizando uma caminhada espacial em que realizam o experiemnto descrito. Neste sistema, a quantidade de movimento incial é nula e, assim que o primeiro astronauta lança a mochila ao outro, pelo Princípio da Ação e Reação, a força aplicada na mochila faz o lançador se afastar com a mesma velocicdade da mochila, porém em sentido contrário, sendo que a quantidade de movimento do sistema como um todo continua nula, pois ela se conserva. Quando a mochila chega ao segundo astronauta, temos uma colisão inelástica, em que os odis corpos mantêm a quantidade de movimento que a mochila quando viaja sozinha, mas com a metade da velocidade, pois as massas do astronauta e da mochila são iguais. Usando o mesmo impulso dado pelo primeiro astronauta, a mochila lançada pelo segundo astronauta não consiguirá mais alcançar o primeiro, porque teria a mesma aceleração que os astronauta. Logo, é possível executar o movimento apenas uma vez, a menos que fosse possível aplicar um impulso maior a cada arremesso. 2. A O movimento linear ou quantidade de movimento é dado pela expressão: Q = mv = 1 x 2  Q = 2kg . m/s. 3. A

4. B I.

Falsa. O airbag reduz a força média sobre o corpo do ocupante do carro durante a colisão com o painel, pois aumenta o tempo de contato entre o sistema corpo-airbag. O impulso permanece o mesmo, que equivale à diferença de quantidade de movimento. II. Verdadeira. III. Verdadeira. IV. Falsa. O cinto de segurança prende o passageiro ao banco evitando qu eo movimento do seu corpo continue por inércia após o choque. A aceleração e a variação da quantidade de movimento dos ocupantes que utilizam o cinto de segurança serão as mesmas sofridas pelo automóvel no momento do acidente. 5. C Nota: A questão poderia ser melhor se pedisse o módulo da variação da quantidade de movimento. Considerando que ela volte em sentido oposto, temos: v 1 = 5 m/s; v2 = - 4m/s. O módulo da variação da quantidade de movimento (∆Q) é: ∆Q = m|∆v| = 0,2| -4 -5| = 0,2(9) ∆Q = 1,8 kg . m/s 6. A Como se trata de um quedaa livre, a velocidade aumenta linearmente com o tempo durante a queda, portanto o momento linear ou quantidade de movimento (Q = m v) também aumento durante a queda.

7

Física 7. A

8. C

9. C Sabemos que no gráfico da força em função do tempo, a intensidade do impulso é numericamente igual à “área” entre a linha do gráfico e o eixo dos tempos. Assim:

10. C

8

Física Exercícios sobre termodinâmica Exercícios 1.

As alternativas apresentam cinco gráficos da pressão em função do volume para um certo gás submetido a cinco processos cíclicos diferentes. Assinale a alternativa que representa o ciclo termodinâmico no qual o gás realiza a maior quantidade de trabalho possível.

a)

c)

d)

b)

2.

e)

Um estudo do ciclo termodinâmico sobre um gás que está sendo testado para uso em um motor a combustão no espaço é mostrado no diagrama a seguir.

Se ΔEint representa a variação de energia interna do gás, e Q é o calor associado ao ciclo, analise as alternativas e assinale a CORRETA. a)

ΔEint = 0, Q > 0.

b)

ΔEint = 0, Q < 0.

c)

ΔEint > 0, Q < 0.

d)

ΔEint < 0, Q > 0.

e)

ΔEint = 0, Q = 0. 1

Física 3.

A energia interna de um gás perfeito (gás ideal) tem dependência somente com a temperatura. O gráfico que melhor qualifica essa dependência é a) c) e)

b)

4.

d)

Abaixo temos o diagrama p x V onde estão representadas três transformações que levam um gás ideal do estado inicial (i) para o estado final (f).

Considerando o estudo das transformações gasosas, os três processos aos quais o gás é submetido são, respectivamente, a)

isobárico, isotérmico e isovolumétrico.

b)

isovolumétrico, isobárico e isotérmico.

c)

isotérmico, isobárico e isovolumétrico.

d)

isovolumétrico, isotérmico e isobárico.

e)

isotérmico, isovolumétrico e isobárico.

2

Física 5.

No estudo da termodinâmica dos gases perfeitos, são parâmetros básicos as grandezas físicas quantidade de calor (Q), trabalho (W) e energia interna (U), associadas às transformações que um gás perfeito pode sofrer. Analise as seguintes afirmativas referentes às transformações termodinâmicas em um gás perfeito: I.

Quando determinada massa de gás perfeito sofre uma transformação adiabática, o trabalho (W) que o sistema troca com o meio externo é nulo.

II.

Quando determinada massa de gás perfeito sofre uma transformação isotérmica, a variação da energia interna é nula (ΔU = 0).

III. Quando determinada massa de gás perfeito sofre uma transformação isométrica, a variação da energia interna (ΔU) D sofrida pelo sistema é igual a quantidade de calor (Q) trocado com o meio externo. Está (ão) correta (s) apenas a(s) afirmativa (s)

6.

7.

a)

I.

b)

III.

c)

I e II.

d)

II e III.

e)

I, II e III.

O trabalho realizado em um ciclo térmico fechado é igual a 100 J e, o calor envolvido nas trocas térmicas é igual a 1000 J e 900 J, respetivamente, com fontes quente e fria. A partir da primeira Lei da Termodinâmica, a variação da energia interna nesse ciclo térmico, em joules, é a)

0.

b)

100.

c)

800.

d)

900.

e)

1000.

A variação da energia interna de um gás perfeito em uma transformação isobárica foi igual a 1200 J. Se o gás ficou submetido a uma pressão de 50 N/m 2 e a quantidade de energia que recebeu do ambiente foi igual a 2000 J, então, a variação de volume sofrido pelo gás durante o processo foi a)

10 m3.

b)

12 m3.

c)

14 m3.

d)

16 m3.

e)

18 m³.

3

Física 8.

9.

Uma amostra de um gás ideal se expande duplicando o seu volume durante uma transformação isobárica e adiabática. Considerando que a pressão experimentada pelo gás é 5 x 106 Pa e seu volume inicial 2 x10-5 m3, podemos afirmar: a)

O calor absorvido pelo gás durante o processo é de 25 cal.

b)

O trabalho efetuado pelo gás durante sua expansão é de 100 cal.

c)

A variação de energia interna do gás é de – 100 J.

d)

A temperatura do gás se mantém constante.

e)

Nenhuma das anteriores.

Duas máquinas térmicas ideais, 1 e 2, têm seus ciclos termodinâmicos representados no diagrama pressão × volume, no qual estão representadas duas transformações isotérmicas (Tmaior e Tmenor) e quatro transformações adiabáticas. O ciclo ABCDA refere-se à máquina 1 e o ciclo EFGHE, à máquina 2.

Sobre essas máquinas, é correto afirmar que, a cada ciclo realizado, a)

o rendimento da máquina 1 é maior do que o da máquina 2.

b)

a variação de energia interna sofrida pelo gás na máquina 1 é maior do que na máquina 2.

c)

a variação de energia interna sofrida pelo gás na máquina 1 é menor do que na máquina 2.

d)

nenhuma delas transforma integralmente calor em trabalho.

e)

o rendimento da máquina 2 é maior do que o da máquina 1.

4

Física 10. O diagrama PV da figura mostra, para determinado gás ideal, alguns dos processos termodinâmicos

possíveis. Sabendo-se que nos processos AB e BD são fornecidos ao gás 120 e 500 joules de calor, respectivamente, a variação da energia interna do gás, em joules, no processo ACD será igual a

a)

105

b)

250

c)

515

d)

620

e)

725

Exercícios sobre Máquinas térmicas resolvidos pelo professor em aula

7.

Uma máquina térmica, representada na figura abaixo, opera na sua máxima eficiência ,extraindo calor de um reservatório em temperatura Tq = 527 ºC, e liberando calor para um reservatório em temperatura Tf = 327 ºC.

Para realizar um trabalho (W) de 600 J, o calor absorvido deve ser de a)

2400 J.

b)

1800 J.

c)

1581 J.

d)

967 J.

e)

800 J.

5

Física 8.

Um refrigerador foi construído, utilizando-se uma máquina de Carnot cuja eficiência, na forma de máquina de calor, é igual a 0,1. Se esse refrigerador realiza um trabalho de 10 J, é correto afirmar que a quantidade de calor removida do reservatório de menor temperatura foi, em joules, de a)

100.

b)

99.

c)

90.

d)

10.

e)

1.

6

Física Gabarito 1. A

2. B

3. A

4. B

5. D

6. A

7

Física 7. D

8. C

9. D

10. C

Gabarito dos exercícios sobre máquinas térmicas resolvido pelo professor 7. A

8

Física 8. C

9

Geografia Conflitos no campo e a reforma agrária Resumo Os resultados dos investimentos em melhorias para alavancar a produção do campo em um contexto de Revolução Verde, podem ser vistos sob duas óticas distintas, pois geraram aumento da produtividade e possibilidade de safras cada vez maiores, e praticamente acabaram com qualquer medo de que o aumento populacional pudesse criar uma situação de escassez de alimentos, ideia disseminada por alguns, principalmente no século XVIII, através das proposições da teoria Malthusiana. Por outro lado, entretanto, a modernização no campo causou impacto sobre a estrutura agrária. Pequenos produtores que não conseguiram se adaptar às novas técnicas de produção não atingiram produtividade suficiente para competir com grandes empresas agrícolas e se endividaram com empréstimos bancários solicitados para o investimento na mecanização das atividades, tendo como única forma de pagamento a venda da propriedade para outros produtores. Outras consequências podem ser destacadas, tais como: •

As plantations monocultoras utilizam grandes extensões de terra e acabam se expandindo para áreas de florestas nativas por pressão dos ruralistas. Isso reduz a biodiversidade e apresenta enormes riscos, já que uma praga ou a queda do preço do produto no mercado podem pôr a perder toda a cadeia produtiva regional. Além disso, há a possibilidade da falta de alimentos, que pode ocorrer devido a plantação de apenas um tipo de vegetal.



Aumento dos latifúndios, devido à falta de competitividade dos pequenos agricultores, fazendo com que os mesmos tenham que vender as suas terras.



Mecanização do campo e o aumento de tecnologia, que diminuíram drasticamente a utilização do trabalho humano, causando desemprego e o êxodo rural, obrigando o trabalhador a buscar emprego nas fábricas e serviços nos centros urbanos, aumentando a população nas periferias das grandes cidades, colocando essas pessoas em condições precárias e de praticamente exclusão social.

É preciso destacar que, ao mesmo tempo que a revolução agrícola gerou o aumento da produtividade, todas essas novidades implantadas na produção agrícola trouxeram à tona diversas consequências, tais como os conflitos no campo. Grande parte dos conflitos no campo brasileiro decorrem da má distribuição de terras, em que poucos detém grandes extensões de terras enquanto muitos detém pouca terra. Os grandes monopólios agrícolas permitiram o crescimento da economia brasileira, sempre puxando a balança comercial para cima, principalmente através das plantações de soja, no entanto, são reflexo das grandes desigualdades expressas no campo, principalmente pela existência de grandes porções de terras nas mãos de poucos, com índices que apontam 2,3% dos proprietários concentrando 47,2% de toda área disponível à agricultura no País. Outro aspecto a se destacar é que boa parte das terras são inutilizadas, 175,9 milhões, de um total de 400 milhões de hectares, são improdutivos no Brasil. Em relação a outras propriedades, percebe-se que nos últimos anos os minifúndios caíram de 8,2% para 7,8% da área total de imóveis; as pequenas propriedades, de 15,6% para 14,7%; e as médias, de 20% para 17,9%. As grandes propriedades foram de 56,1% para 59,6% da área total.

1

Geografia Essas disparidades geram revolta nos trabalhadores pela diminuição da oferta de trabalho, possibilitando a formação de grupos articulados como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que reivindica a reforma agrária através da ocupação de latifúndios como forma de pressionar o governo a distribuir melhor as terras. O que ocorre em muitos casos é que as ocupações empreendidas pelo MST nem sempre são solucionadas pacificamente pelo Estado brasileiro, desencadeando assim conflitos no campo. Como visto, ao mesmo tempo que a revolução agrária possibilitou um aumento na produção agrícola e impactou significativamente na economia, se tornando um pilar econômico de muitos países, percebemos que o uso de novas tecnologias acarretou em consequências sociais graves, acentuando as disparidades e conflitos no campo. A área do Bico do papagaio, por exemplo, é uma região de intenso conflito até hoje. No dia 17/04/96, dia da luta brasileira pela reforma agrária, 19 pessoas foram assassinadas pela PM por ocupar terra de fazendeiro na região. Esse conflito ficou conhecido como conflito de El Dorado dos Carajás. A região do Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia e parte do recôncavo mineiro são até hoje as áreas mais violentas por conta de conflitos por terra.

Principais atores envolvidos nos conflitos no campo Posseiro e Grileiro Os posseiros são pessoas que tomam a posse de uma terra que não é sua. Essa atitude é justificada pela lei do Usucapião que faz um indivíduo ganhar a posse definitiva da terra se a desenvolveu produtivamente e morou nela por pelo menos 5 anos. Os grileiros falsificam documentos para se apropriar de terras que já têm posseiros, que já pertencem a outras comunidades ou ocupadas, mas com interesse de ser explorada. A falsificação do documento acontece com a prática de guardar o documento falso com grilos, o que deixa a aparência do papel mais antiga. Essa prática normalmente foi feita por gente importante dificultando a denúncia por parte dos grupos que na correlação de forças que sempre saem em desvantagem.

Madeireiros e Mineradoras A exploração do pau Brasil, da cana de açúcar e da soja já representava um grande impacto ambiental, visto que para o desenvolvimento destas atividades o desmatamento é uma prática comum. O avanço da soja, do milho e da pecuária são os maiores responsáveis pela destruição da Amazônia, mas também houve o desmatamento causado pela criação de rotas de deslocamentos. As famílias quando trabalhavam com a soja tinham o interesse indireto de que a agropecuária derrubasse a madeira, e passam muitas vezes a ser extratoras de madeira legal e sustentável podendo comercializar. A retirada deixa de ser a esmo e passa a ser planejada e controlada e é melhor para as famílias reduzindo os conflitos das pequenas famílias que trabalhavam com a soja. Outra questão é que diferente da agricultura e da pecuária, atividades que podem ser adaptadas a vários espaços diferentes, a mineração só pode ocorrer onde o minério está. Isso faz com que as áreas que possuem minério sejam quase que automaticamente das mineradoras, gerando conflitos até com o agronegócio, não trazendo a população rival para dentro da mineradora. Essa prática comum até hoje no Brasil gera muitos impactos sociais e ambientais. Temos como exemplo Belo Monte e Mariana, onde o mercúrio polui fortemente o solo e as águas. Além disso há esquemas de escravidão por dívida por meio dos “Gatos”. Esses atores sociais são pessoas que chegam até famílias que não tem o mínimo, oferecendo emprego, leva pra Amazônia paga a passagem de ônibus a mudança da família, um pouco de comida prometendo trabalho. Mas quando a pessoa chega é surpreendida com a notícia de que está devendo tudo que foi cedido para que ela trabalhasse no local.

2

Geografia Sendo iludidos, chega longe da terra natal e trabalha em regime de escravidão por estar devendo tudo para esse gato, ao invés de receber o salário, o trabalho tenta compensar uma dívida gigante, por dever a passagem dele, da família, a mudança, a comida, a casa, o material de trabalho. Com uma dívida gigante, a pessoa não pode receber salário nem sair dali até pagar, trabalhando sem receber nada em regime similar ao da escravidão.

Criação de reservas indígenas e ambientais A constituição de 88, dita constituição cidadã, visa o reconhecimento dos povos presentes no Brasil numa maior política de inclusão com teórico respeito aos indígenas e quilombolas. O nosso país tem número razoável de reservas, 12% das terras são de reservas sendo a região norte a que tem a maior concentração. A maior parte das reservas tem um contingente populacional pequeno em relação a sua área. Também por isso a fiscalização das reservas é falha. Apesar da lei, os conflitos de interesse dos atores que querem usar as terras como agronegócio, madeireiras, tráfico internacional, etc, não permitem que a reserva se mantenha. Os dados mostram que houve mais desmatamento em áreas de reserva do que fora da Amazônia. O código florestal aprovado em 2012 favoreceu a bancada ruralista e não os ambientalistas transformando cada vez mais o espaço do campo num território hegemônico, violento e desigual.

3

Geografia Exercícios 1. (UERJ 2018)

Como indicam os episódios retratados nas reportagens, os conflitos pela posse da terra no Brasil nas últimas décadas persistem. Esses conflitos são decorrentes do seguinte processo:

2.

a)

desqualificação do trabalhador rural

b)

encarecimento de insumos agrícolas

c)

reformulação de legislação específica

d)

concentração da propriedade fundiária

e)

expansão do crédito rural

(UECE 2013) No Brasil há uma elevada concentração de terras. Os latifúndios predominam, ocupando a maior parte da área enquanto os minifúndios têm pouca expressividade percentual. Sobre as características da estrutura fundiária brasileira, é correto afirmar que: a)

Nas grandes concentrações fundiárias, geralmente existem grandes parcelas de terras ociosas.

b)

Os pequenos produtores não têm problemas de endividamento no campo, em virtude das linhas de crédito oferecidas pelo Governo Federal.

c)

A mecanização das lavouras nas grandes propriedades tem contribuído para a fixação do homem no campo.

d)

No Brasil as maiores áreas de tensão e conflitos por disputa de terras estão localizadas na região Sul.

e)

A Revolução Verde possibilitou que todos tivesse acesso à terra, o que levou à diminuição do número de conflitos no campo.

4

Geografia 3.

(ENEM 2017) Álcool, crescimento e pobreza O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse trabalhador cortava cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou a ser mais produtivo. O corta-cana derruba agora oito toneladas por dia. O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe cobrem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho causa a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de agüentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose, quando não farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais. O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país. Folha de S.Paulo, 11/3/2007 (com adaptações)

Confrontando-se as informações do texto com as da charge acima, conclui-se que a)

A charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola.

b)

A charge e o texto abordam, a respeito da cana-de-açúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação entre si.

c)

O texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de vista tecnológico.

d)

A charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da cana-de-açúcar no setor sucroalcooleiro.

e)

O texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de trabalho, que a charge ironiza.

5

Geografia 4.

(ENEM 2010) Coube aos Xavante e aos Timbira, povos indígenas do Cerrado, um recente e marcante gesto simbólico: a realização de sua tradicional corrida de toras (de buriti) em plena Avenida Paulista (SP), para denunciar o cerco de suas terras e a degradação de seus entornos pelo avanço do agronegócio. RICARDO, B.; RICARDO, F. Povos indígenas do Brasil: 2001-2005. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2006 (adaptado).

A questão indígena contemporânea no Brasil evidencia a relação dos usos socioculturais da terra com os atuais problemas socioambientais, caracterizados pelas tensões entre

5.

a)

A expansão territorial do agronegócio, em especial nas regiões Centro-Oeste e Norte, e as leis de proteção indígena e ambiental.

b)

Os grileiros articuladores do agronegócio e os povos indígenas pouco organizados no Cerrado.

c)

As leis mais brandas sobre o uso tradicional do meio ambiente e as severas leis sobre o uso capitalista do meio ambiente.

d)

Os povos indígenas do Cerrado e os polos econômicos representados pelas elites industriais paulistas.

e)

o campo e a cidade no Cerrado, que faz com que as terras indígenas dali sejam alvo de invasões urbanas.

(ENEM 2013) Texto I “A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas.” Disponível em: www.mst.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).

Texto II O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresa produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária. LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolítico.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).

Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso acontece porque os autores associam a reforma agrária, respectivamente, à a)

redução do inchaço urbano e à crítica ao minifúndio camponês.

b)

ampliação da renda nacional e à prioridade ao mercado externo.

c)

contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural.

d)

privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento econômico.

e)

correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio.

6

Geografia 6.

(UNESP 2014) “Um grupo de indígenas que protestava contra a mudança no processo de demarcação de terras cercou nesta quinta-feira [18.04.2013] o Palácio do Planalto. De acordo com um dos representantes do movimento, Neguinho Tuká, a população indígena não foi ouvida durante o processo de elaboração da PEC 215 e teme perder suas terras com as mudanças. “Índio sem terra não tem vida”, declarou o coordenador das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, Marcos Apurinã. “Não aceitamos e não vamos aceitar mais esse genocídio.” O grupo é o mesmo que, na última terça-feira, 16, invadiu o plenário da Câmara dos Deputados em protesto contra a PEC 215, que transfere do Poder Executivo para o Congresso Nacional a decisão final sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil.” Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br. Adaptado.

São processos que vem contribuindo para o acirramento da tensão social envolvendo a população indígena no campo brasileiro:

7.

a)

o avanço das atividades agrícolas, mineradoras e pecuárias de grande porte; a instalação de usinas hidrelétricas em terras indígenas; e a permanência da concentração de terras no país.

b)

a expansão da reforma agraria; o aumento do desemprego no campo; e a ausência de políticas de assistência social destinada a população indígena.

c)

o avanço das atividades agrícolas, mineradoras e pecuárias de grande porte; a expansão da reforma agrária; e a reivindicação da população indígena de direitos não previstos na Constituição Federal.

d)

a expansão da reforma agrária e da agricultura familiar; a instalação de usinas hidrelétricas em terras indígenas; e a permanência da concentração de terras no país.

e)

a expansão da agricultura familiar no país; o aumento do desemprego no campo; e a ausência de políticas de assistência social destinada a população indígena.

(UERJ 2010) As disputas territoriais podem ocorrer em diferentes escalas geográficas, envolvendo agentes sociais também diversificados.

7

Geografia Os quadrinhos acima abordam simultaneamente a violência dessas disputas nas seguintes situações:

8.

a)

invasão de terras indígenas - guerras convencionais deflagradas por potências regionais

b)

conflitos fundiários no campo - intervenções militares realizadas por governos nacionais

c)

apropriação de terras improdutivas - extermínio de minorias efetuado por exércitos regulares

d)

ocupação de reservas ambientais - perseguição de populações civis promovida por milícias locais

e)

invasão de reservas ambientais – conflitos por habitação no espaço urbano

(UERJ 2020)

As informações do texto e a comparação dos dados dos gráficos permitem reconhecer um processo socioespacial, para o conjunto do campo brasileiro, cujo efeito é: a) ampliação da pecuária intensiva b) declínio da produtividade laboral c) manutenção da concentração fundiária d) redirecionamento da exportação primária e) expansão do mercado interno

8

Geografia 9.

(URCA) Canção dos sem-terra A enxada sobe e desce na terra encharcada Sobe e desce A vontade do homem que a sustenta, de ser dono da terra lavrada, da terra tratada. A enxada sobe e desce no massapé moreno, Desde o nascer do sol ao cair do sereno. A enxada cortando e a terra cavando vai no homem plantando a noção da injustiça que faz dele um escravo. E a noção da injustiça lhe traz outra noção, Que a ele pertence o tesouro maior, A força do braço, a vontade do bravo, Os caminhos da terra. Então vai percebendo e daí entendendo uma nova noção, que os caminhos da terra conduzem eles a libertação. Extraído do Livro – Crônicas do Milênio - Olival Honor de Brito – Membro do Instituto Cultural do Cariri – Coleção Itaytera – Nº 25

No texto acima, verificam-se tanto um alerta quanto à necessidade de uma reforma agrária quanto um fato evidenciado nos últimos anos, que é o da necessidade dos trabalhadores se organizarem para conquistar seus objetivos. A alternativa abaixo que expressa corretamente os processos que envolvem as relações de trabalho e produção no campo brasileiro é: a)

O processo de modernização na agropecuária brasileira somente foi possível a partir da promulgação da “Lei de Terras” de 1850, onde a mesma permitiu uma lenta mas efetiva reforma agrária ao longo dos anos.

b)

Estudos da pastoral da Terra apontam que a diminuição dos conflitos no campo vem ocorrendo de forma vertiginosa, e que os mesmos são decorrentes, por um lado, da ação histórica arbitrária e opressiva do Estado e, de outro, da ofensiva dos trabalhadores rurais sem-terra na ocupação dos latifúndios.

c)

O modelo agrícola de exportação brasileira é baseado na monocultura e apoia-se na concentração da propriedade rural, como por exemplo o cultivo da monocultura soja.

d)

Com a mecanização e o avanço tecnológico, as atividades agrícolas não estão sujeitas à influência dos fatores naturais.

e)

Uma política consistente de soberania alimentar no Brasil não tem relação com a necessidade de Reforma Agrária e adoção de uma política agrícola de apoio às pequenas unidades de produção.

9

Geografia 10.

(FUVEST 2019) Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), anualmente, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos (30% da produção total no planeta) é perdido em dois processos: o desperdício que se relaciona ao descarte de alimentos em bom estado e a perda ao longo da cadeia produtiva. O desperdício representa 46% e é muito maior nas regiões mais ricas. As perdas relativas ao circuito de produção representam 54% do total e são maiores nos países em desenvolvimento. Disponível em: https://nacoesunidas.org/fao‐30‐de‐toda‐a‐comida‐produzida‐no‐mundo‐vai‐parar‐no‐lixo. Adaptado.

Com base nas informações da FAO e em seus conhecimentos, indique a afirmação correta. a) A produção de alimentos vem decaindo mundialmente devido aos problemas na logística de produção, o que tem provocado aumento da insegurança alimentar. b) Nos continentes mais desenvolvidos, a perda de alimentos devido ao sistema de transporte e armazenamento é a principal causa da inexistência da insegurança alimentar. c) O fato de parte significativa da população africana estar em estado de insegurança alimentar ocorre devido ao desperdício das monoculturas de cereais. d) O controle rigoroso do desperdício explica o baixo percentual de pessoas em situação de insegurança alimentar na América Setentrional e na Europa. e) Os dois diferentes processos que causam a enorme perda de alimentos no mundo refletem as desigualdades econômicas e sociais existentes entre os continentes.

10

Geografia Gabarito 1. D A questão aborda as consequências de um processo histórico da concentração de terras na mão de poucas pessoas, que são grandes grupos que se utilizam da terra principalmente para o mercado externo. 2. A O Brasil é caracterizado pelo pequeno número de latifúndios, ou seja, pouco imóveis rurais, mas que ocupam grandes extensões de terras, as quais os donos só utilizam em parte. Deste cenário surgem inúmeras reinvindicações e conflitos em busca de uma reforma agrária que utilize essas terras improdutivas para tal fim. 3. E O texto destaca os dois lados da modernização da agricultura. De um lado a mão de obra humana tentando alcançar o mesmo nível de produtividade das máquinas, e de outro as máquinas cada vez mais desenvolvidas. A charge reforça a problemática das precárias condições de trabalho apontadas no texto. 4. A Incialmente, o avanço da fronteira agrícola se deu da região Sul em direção ao Centro-Oeste e atualmente está indo em direção à região Norte. Esse avanço criou conflitos entre os chamados posseiros e os povos indígenas. Esse conflito se dá pelo avanço das áreas agricultáveis sob as terras indígenas. Cabe destacar que a terra para os povos indígenas está ligada às questões culturais, fazendo com que o governo crie áreas de proteção indígena e ambiental para manutenção de sua cultura. 5. E Os textos apresentados apontam duas visões distintas sobre a Reforma Agrária. O primeiro destaca a importância dessa medida pois quase metade das terras no Brasil estão concentradas nas mãos de poucas pessoas, o que faz com que muitas outras não tenham acesso a ela. O segundo texto traz uma visão diferente, ele defende o investimento em grandes latifúndios como forma de gerar empregos, ou seja, subordinando o trabalhador rural aos desígnios do grande latifundiário. 6. A A opção destaca corretamente as principais causas das reivindicações dos grupos indígenas no Brasil, tais como, o avanço de atividades como o cultivo da soja que vem demandando grandes extensões de terra e causando um grande impacto ambiental e social, a questão energética com a construção de hidrelétricas que acabam gerando o alagamento de grandes áreas e a inalterada estrutura fundiária brasileira. 7. B A questão traz um paralelo entre as disputas territoriais em diferentes escalas. Enquanto as balas e tiraos de revóvel rementem ao contexto dos conflitos fundiários rurais, o decorrer da tirinha nos lembra como são resolvidos os conflitos modernos, fazendo alusão as intervenções militares realizadas pelas grandes potências mundiais por seus interesses estratégicos.

11

Geografia 8. C Os gráficos apresentados mostram um contraste entre o número de áreas desapropriadas para reforma agrária e a área utilizada para assentamentos. Isso quer dizer que as iniciativas voltadas para reforma agrária tem garantido alguns espaços para os reivindicantes, no entanto sem questionar e redistribuir as terras da estrutura fundiária dada. 9. C A soja é uma das principais commodities brasileiras e encontra-se em processo de expansão em direção à região norte do país, com a formação de latifúndios agrícolas, exercendo assim pressão sobre os grupos sociais locais. 10. E. A questão traz uma reflexão sobre a relação entre desperdício e os índices de vulnerabilidade alimentar. Ele mostra que os países mais ricos, que possuem melhor infraestrutura logística, que ganham os maiores percentuais de desperdício, e os menores em termos de efeitos imediatos dessa ação: a insegurança alimentar e a falta de acesso econômico aos alimentos.

12

Geografia Conflitos por terras na Amazônia Resumo A floresta amazônica tem cerca de 5.500.000 km². O Brasil, detêm 69% dessa floresta que é atualmente o maior centro de biodiversidade do planeta, além de se destacar por sua enorme disponibilidade hídrica. Sua gestão, portanto é dividida entre alguns países. Quando falamos de Brasil, existem muitos conflitos que agravam a violência, a desigualdade sócio econômica e a consequente pobreza que encontramos na região.

Quando pensamos no estado da Amazônia, não podemos imaginar apenas uma floresta. Destacamos nesse sentido a cidade de Manaus, que possui polos industriais e um destaque em nível de urbanização. Porém, o que se entende como Amazônia no Brasil não se limita apenas ao estado, mas a delimitação regional da Amazônia legal, na qual abrange-se os estados em que o bioma, e sobretudo a bacia hidrográfica da amazônia, está presente. Considerando seu tamanho e abrangência, existem muitos conflitos relacionado ao uso econômico de suas terras, relacionados, sobretudo, a expansão da fronteira agrícola, que caminhou do sul para o centro oeste, se consolidando nesta região, e atualmente caminha se expandindo em direção a Amazônia. Esses conflitos no entanto se dão de várias formas e estão relacionados a prática de grilagem, exploração de madeira, e também encontram aos problemas relacionados a mineração e hidrelétricas na região. Dessa forma, a exploração trabalhista, desapropriação de terras e assassinatos de agricultores e indígenas, além do conflito territorial com as reservas ambientais, estão muito presentes nessa região.

1

Geografia Sabe-se que o Brasil é um país agroexportador, se destacando sobretudo na exportação de soja. Em 2004 obtivemos o ano de maior lucro associado a venda da soja, e em 2005 houveram recorde produção. A média anual de desmatamento até 2005 no entanto batia a faixa de 19.500km². A vegetação do Cerrado, predominante no Centro Oeste também batia recordes degradação contando com estruturas monocultoras já muito consolidadas à época. Com isso, em 2006 entra em vigor a Moratória da Soja que impedia que novas áreas de floresta fossem derrubadas para cultivo de soja. Apesar disso, houveram manobras a fim de burlar essa lei. A pecuária passou a ser inserida abrindo o caminho pro desmatamento. Dessa forma a introdução das monoculturas de grão na região se estabeleciam em áreas já desmatadas posteriormente com a fronteira pecuária. Além disso, existem muitas práticas de grilagem na região. Essas práticas são realizadas pela elite agropecuária ou políticos, que emitem um documento falso alegando ter posse sobre determinada terra, muitas das vezes expulsando população local, gerando forte impacto sobre pequenos agricultores e comunidades tradicionais. É preciso entender que no cenário agrário existe também muita pobreza, e populações que não possuem condições de serem regularizadas em suas terras. Nesse sentido aparece também a figura do posseiro, que é quem ganha o título de posse por usucapião, ou seja, por tempo de permanência e uso de determinada terra ou propriedade. Comprovando este fato, ele consegue o documento de posse, algumas vezes sendo tendo que comprar num valor abaixo do mercado. Acontece que esse tipo de política não abrange a maioria da realidade do campo, uma vez que existem também muitas terras comunais, de uso comum, que contam com uso misto, além de pessoas que não sabem como recorrer a tal legalização, facilitando também o processo de invasão ou perda da propriedade por terceiros. Outro ponto é o trabalho em regime análogo a escravidão nessa região. A disponibilidade de recursos atrai muitos interesses, por madeira, por terras. Existem terras disponíveis, então é um investimento relativamente barato. Para entrar nesse negócio e de certa forma ajudar a expandir a fronteira agrícola, algumas pessoas contratam um sujeito chamado gato, que convence trabalhadores rurais em situação de pobreza no Maranhão, Pará, Tocantins, Rondônia para ir trabalhar na colheita ou na fazenda de um determinado proprietário. Essas pessoas aceitam o trabalho, mas quando chegam a essa propriedade percebem que foram enganadas. É a chamada escravidão por dívida, uma vez que tudo passa a ser cobrado, e os trabalhadores não conseguem retornar a suas casas. Essa situação se agrava se refletirmos na disponibilidade de terras públicas e privadas no Brasil. As terras privadas são as que já possuem dono, já foram vendidas para grupos ou pessoas que não são do estado. Já as terras públicas se dividem entre entre áreas indígenas, unidades de conservação, terras não regularizadas, assentamentos e terras públicas não destinadas ou desprotegidas. Observando o mapa, vemos a predominância de terras públicas, em disputa, na região amazônica. Ocorre atualmente no Brasil uma verdadeira caça as terras públicas, as terras de ninguém, para apropriação e introdução ao agronegócio, como vimos nas práticas explicadas acima.

2

Geografia Nesse sentido, as reservas indígenas e ambientais sofrem também com essa pressão, contando com conflitos sobretudo em suas fronteiras, e dificuldade de se estabelecerem de fato territorialmente. Segundo a Agência Brasil e dados da CPT o número de assassinatos de indígenas no Brasil aumentou de 110, em 2017, para 135, em 2018, um crescimento que equivale a 22,7%. Os estados que possuem destaque nesses assassinatos foram Roraima, onde ocorreram 62 homicídios, e Mato Grosso do Sul, onde foram contabilizadas 38 mortes. Uma importante reserva ambiental é a reserva extrativista Chico Mendes. A economia da borracha, associada aos seringais se destacava muito na região amazônica alguns anos após a colonização. Ela era feita com muita exploração ao trabalhador, que escoava a produção por meio dos rios para a capital, Manaus, onde passava o produto para as casas de aviamento, uma espécie de intermédio entre os trabalhadores e o comércio exterior. Acontece que esses trabalhadores não eram pagos com dinheiro, havia um sistema de trocas, o que proveu também muita pobreza pra região, sobretudo quando essa economia entrou em decadência, dentre outros motivos, pela concorrência japonesa. Chico Mendes nesse sentido passou sua vida lutando pela criação de reservas extrativistas que garantissem a sobrevivência dos seringueiros, unindo preservação ambiental e uso econômico, beneficiando seringueiros, indígenas e populações ribeirinhas. Ele foi assasinado em 1988 no quintal de sua casa, por sua militância, denúncias ao desmatamento ilegal, e por representar um enfrentamento aos fazendeiros, ao funcionamento e lógica do poder local. A reserva extrativista que leva seu nome foi criada em 1990 e foi pioneira no conceito de unidade de conservação que conta com uso sustentável, onde as populações tradicionais tem permissão de morar e realizar o manejo ambiental, realizando extrativismo sobretudo de castanha, borracha e açaí. A mineração é outra atividade que encontramos na Amazônia e se concentra sobretudo no Pará, na Serra de Carajás, no Vale dos Trombetas e também na Serra dos Parecis, em Rondônia. Dentre os problemas ambientais que devemos citar, a contaminação das águas, as grandes implosões e rejeitos fazem com que essa atividade seja considerada de alto impacto. Apesar disso, a exportação de ferro vem se destacando ano após ano nos índices econômicos do Brasil. Além disso, é importante pensar que esses grandes empreendimentos alteram significativamente a estrutura socioeconomica da região. Se por um lado é bom para a economia externa, as dinâmicas locais ficam muito impactadas, e não contam com projetos de compensação ou inclusão da população a essa nova dinâmica. Quando uma região se torna receptora desses grandes empreendimentos, no geral estamos falando de estruturas de cidades pequenas ou vilarejos, e passam a crescer os índices de remoções e violência. Rondônia por exemplo, tem contado com empreendimento de hidrelétricas, com destaque para as Usinas de Santo Antônio e Jirau. Quando isso acontece, existe um nível acelerado de urbanização que passa por cima da dinâmica da cidade até então. São criadas rapidamente novas estruturas para receber grandes contingentes de trabalhadores na região, isto é, novas pousadas e comércios. É preciso mencionar que Rondônia é pioneira no Brasil nos índices de exploração sexual infantil (o estado de Amazonas está em segundo lugar). Com a chegada de muitos trabalhadores para essas grandes obras, um perfil de trabalhador com baixa escolaridade, encontra esse cenário já consolidado, acaba fortalecendo a criação de um verdadeiro mercado de prostituição e exploração sexual de menores, além de terem crescido muito nos últimos os índices de feminicidio e tráfico de mulheres na região. Além disso, por se tratar de hidrelétricas, para a construção das barragens existe um certo convencimento da população a sair de sua moradia. As empresas constroem espécies de vilas, casas padronizadas em lotes de terras mais distantes e convencem a população de que elas sairão para um lugar melhor.

3

Geografia As pessoas que são removidas na verdade acabam passando por um processo de periferização, dificultando o acesso a água, a terras férteis para plantio, e a serviços como hospitais e policiamento. Para se ter uma ideia, Porto Velho, que é a capital, conta com apenas 4,5% da cidade com coleta e tratamento de esgoto, um dos piores índices do Brasil. Essa periferização aumenta portanto mortes por doenças como malária e leptospirose, uma vez que a distância dos centros dificulta mais ainda o acesso a saúde e medicina, além da violência já citada. Além disso, os índices de depressão as pessoas que saem das suas casas para morar nesses lotes cresce muito. O MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens é um dos principais grupos que atua nesse sentido, de conscientizar e lutar por melhorias para a vida dessa população que sofre um forte impacto com a chegada desses empreendimentos. Os movimentos que lutam contra essa estruturação econômica na região sofrem muita perseguição. Um exemplo é o caso da Nicinha, liderança do MAB em Rondônia que está desaparecida desde 2016.

4

Geografia Exercícios 1.

(ENEM 2012 PPL) A integração do espaço amazônico ao espaço nacional se deu no contexto das questões de fronteiras de políticas, no sentido do dinamismo pioneiro da integração. Essas fronteiras foram elementos fundamentais para a compreensão da geopolítica dos militares, que não apenas objetivavam a posse do vazio demográfico, mas representavam os interesses do governo brasileiro em manter sob sua influência uma grande área no interior do continente. MELLO, N. A. Políticas territoriais na Amazônia. São Paulo: Annablume, 2006

No texto, são apresentados fundamentos da política de colonização de uma importante região brasileira, ao longo do período dos governos militares. Uma estratégia estatal para a ocupação desse espaço foi:

2.

a)

Demarcação de reservas para preservação da floresta.

b)

Criação de restrições para exploração de recursos minerais.

c)

Adoção de estímulos para expansão de grupos econômicos privados.

d)

Concessão de incentivos fiscais para instalação da indústria automobilística.

e)

Construção de uma densa rede de transporte para escoamento da produção agrícola.

(PUC-SP 2011) Ciência hoje: E a Amazônia? Bertha K. Becker: Porque é uma fronteira: do povoamento no Brasil, da economia-mundo e, sobretudo, porque constitui o novo. A fronteira é um espaço não plenamente estruturado, potencialmente gerador de realidades novas (...). E nos últimos 50 anos muitas novas realidades têm sido geradas na Amazônia. Trecho de entrevista da geógrafa Bertha K. Becker à Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: SBPC, outubro de 2010. Vol. 46, p. 64

Sobre as novas realidades que foram geradas na Amazônia é correto afirmar que a)

houve predomínio de ações preservacionistas (criando parques e estações ecológicas, por exemplo) que protegeram (e protegem) muito bem as formações vegetais da região.

b)

os investimentos em produção pecuária foram bem-sucedidos, do ponto de vista produtivo e do ambiental, e fizeram da região o maior centro produtor de carne bovina do mundo.

c)

as várias ações visando explorar o potencial de recursos naturais da região foram empreendidas, apesar de o potencial mineral imaginado não ter sido confirmado.

d)

houve um conjunto de ações visando a povoar grande parte da Amazônia e essa foi uma política de grande êxito no período citado.

e)

as ações que a Amazônia sofreu nessas últimas décadas foram diversas e complexas e várias delas geraram fortes conflitos de terra e, também ambientais.

5

Geografia 3.

(ENEM 2015) O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras. LOPES, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de S. Paulo, 7 maio 2011 (adaptado).

A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importância da cartografia como elemento promotor da

4.

a)

expansão da fronteira agrícola.

b)

remoção de populações nativas.

c)

superação da condição de pobreza.

d)

valorização de identidades coletivas.

e)

implantação de modernos projetos agroindustriais.

(ENEM 2009) A luta pela terra no Brasil é marcada por diversos aspectos que chamam a atenção. Entre os aspectos positivos, destaca-se a perseverança dos movimentos do campesinato e, entre os aspectos negativos, a violência que manchou de sangue essa história. Os movimentos pela reforma agrária articularam-se por todo o território nacional, principalmente entre 1985 e 1996, e conseguiram de maneira expressiva a inserção desse tema nas discussões pelo acesso à terra. O mapa seguinte apresenta a distribuição dos conflitos agrários em todas as regiões do Brasil nesse período, e o número de mortes ocorridas nessas lutas.

OLIVEIRA, A. U. A longa marcha do campesinato brasileiro: movimentos sociais, conflitos e reforma agrária. Revista Estudos Avançados. Vol. 15 n. 43, São Paulo, set./dez. 2001.

Com base nas informações do mapa acerca dos conflitos pela posse de terra no Brasil, a região a)

conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas é a de maior violência.

b)

do Bico do Papagaio apresenta os números mais expressivos.

c)

conhecida como oeste baiano tem o maior número de mortes.

d)

do norte do Mato Grosso, área de expansão da agricultura mecanizada, é a mais violenta do país.

e)

da Zona da Mata mineira teve o maior registro de mortes.

6

Geografia 5.

(IFPE 2013) A geração de eletricidade é uma necessidade para o desenvolvimento econômico e social do país. No entanto, a construção de usinas hidrelétricas pode causar enormes impactos ambientais. Com base nesse assunto, observe a figura que segue, a qual mostra a localização da usina de Belo Monte. Em seguida, assinale a alternativa que melhor se relaciona com os impactos negativos desse tipo de empreendimento.

Extraído de: http://eco4u.wordpress.com/2011/11/16/usina-de-belo-monte-algumas-vantagens-e-muitas- desvantagensem-sua-realizacao/m_01/

a)

A obra implicará a relocalização das populações tradicionais ribeirinhas, inundação de imensa área de floresta, que provocará a perda de espécies de plantas e animais, destruição de patrimônio arqueológico, dentre outros problemas socioambientais.

b)

As condições climáticas da Amazônia oriental não são propícias para a geração de hidreletricidade, pois, com os longos períodos de estiagem que são comuns nessa porção do país, o represamento do rio interromperá o fluxo d’água no trecho a jusante da usina.

c)

Por a área não ser povoada, os impactos negativos afetarão apenas a dinâmica natural, principalmente o transporte de sedimentos e a migração de espécies de peixes, além da inundação da floresta, comprometendo a flora e a fauna locais.

d)

Toda usina hidrelétrica produz impactos ambientais negativos, mas, apesar disso, a construção de megausinas hidrelétricas, como Belo Monte, se justifica por seu impacto ambiental bastante localizado e pela otimização dos custos, já que os problemas ficam restritos a um único lugar.

e)

Os impactos negativos da construção de usinas hidrelétricas na Amazônia são mais de natureza técnica, por conta da grande distância com os centros de consumo de energia nas outras regiões, do que de natureza ambiental ou social.

7

Geografia 6.

(UFPA 2012) No mês de maio de 2011, desabaram sobre a sociedade brasileira cenas de uma dupla violência: a violência contra a terra, com a aprovação do Código Florestal na Câmara dos Deputados, e a violência contra a pessoa humana, com os assassinatos dos líderes camponeses Maria do Espírito Santo da Silva e José Cláudio Ribeiro da Silva, que se opunham ao desmatamento na Amazônia. Artigo de Dom Tomás Balduíno publicado no portal Santa Catarina 24 horas, no dia 6/9/11, adaptado. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79182

O campo brasileiro está, historicamente, marcado por conflitos que envolvem interesses opostos dos diversos atores sociais. Os recentes fatos apresentados estão relacionados ao/à(s)

7.

a)

oposição entre ambientalistas que aprovam o Código Florestal e ruralistas que exigem ampliação das áreas para produção.

b)

ações que resultam em desmatamento e concentração fundiária, de um lado, e à defesa da floresta e da posse da terra pelos trabalhadores rurais, de outro.

c)

ampliação da área de reserva legal defendida pelo agronegócio na Amazônia, em detrimento das áreas agrícolas destinadas ao pequeno agricultor.

d)

expansão das áreas de preservação permanente (APP) nas margens dos rios, que favorecerá as comunidades extrativistas.

e)

embate entre os trabalhadores rurais sem-terra que defendem o Código Florestal e os latifundiários que veem a reserva legal como obstáculo.

(ENEM 2009) A luta pela terra no Brasil reflete o processo histórico de sua apropriação, ocupação e uso, desde a colonização até os dias atuais. Ao longo do tempo, verificaram-se vários conflitos pela posse da terra. Na segunda metade da década de 1980, houve aumento da violência no campo nas regiões brasileiras, decorrente a)

da organização dos movimentos sociais em defesa da pequena propriedade e dos interesses dos migrantes.

b)

da expansão dos latifúndios e do aumento da luta pela posse da terra por parte dos camponeses.

c)

do apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT) aos movimentos sociais de luta pela posse da terra.

d)

da modernização da agricultura nas regiões Norte e Nordeste, o que provocou o aumento da luta pela posse da terra.

e)

da elaboração de legislações federais contrárias às ocupações de terras pelos movimentos sociais.

8

Geografia 8.

(UERJ 2019)

A reportagem aborda conflitos que simbolizam as muitas diferenças culturais entre grupos na região amazônica, como indígenas e garimpeiros, em especial no que diz respeito à relação com o ecossistema. O uso da terra e de seus recursos nas sociedades indígenas é baseado no seguinte princípio: a) estabilidade climática b) preservação ambiental c) hierarquização produtiva d) sustentabilidade comercial e) sacralização da natureza

9.

(ENEM 2019) Tal como foi concebido, o desenvolvimento da Amazônia pressupunha o desmatamento. Muitas forças foram envolvidas e constituíram uma teia de múltiplos interesses: as instituições financeiras internacionais, a tecnocracia militar e civil, as elites regionais e nacionais, as corporações transnacionais, os madeireiros, os colonos sem-terra e os garimpeiros. (SANTOS, L. G. Politizar as novas tecnologias: o impacto sociotécnico da informação digital e genética. São Paulo: Editora 34, 2003 - adaptado)

O modo de exploração descrito opõe-se a um modelo de desenvolvimento que: a) gera empregos formais. b) possibilita lucros imediatos. c) maximiza atividades de extração. d) reitera a dependência econômica. e) promove a conservação de recursos.

9

Geografia 10.

(ENEM 2019) Ao longo dos últimos 500 anos, o Brasil viu suas fronteiras do litoral expandirem-se para o interior. É apenas lógico que a Amazônia tenha sido a última fronteira a ser conquistada e submetida aos ditames da agricultura, pecuária, lavoura e silvicultura. A incorporação recente das áreas amazônicas à exploração capitalista tem resultado em implicações problemáticas, dentre elas a destruição do rico patrimônio natural da região. (NITSCH, M. O futuro da Amazônia: questões críticas, cenários críticos. Estudo Avançado, dez. 2002)

Na situação descrita, a destruição do patrimônio natural dessa área destacada é explicada pelo(a): a) distribuição da população ribeirinha. b) patenteamento das espécies nativas. c) expansão do transporte hidroviário. d) desenvolvimento do agronegócio. e) aumento da atividade turística.

10

Geografia Gabarito 1. C Na questão é abordada a formação e organização do território brasileiro, processos esses que sempre estiveram relacionados às atividades econômicas desenvolvidas no país. Nos governos militares foram criados órgãos e estratégias para ocupação da região Norte e proteção da fronteira. Nesse momento, foi estimulado o desenvolvimento econômico da região através da entrada de indústrias. Um exemplo, desse processo foi a criação da Zona Franca de Manaus. 2. E Nas últimas décadas, o governo brasileiro incentivou a integração da Amazônia ao restante do país e sua articulação na economia global. Isto ocorreu com estímulos para a imigração e atividades econômicas (via SUDAM, SUFRAMA e Banco da Amazônia). Assim, houve um avanço da fronteira agropecuária, mineração, geração de energia, indústria e urbanização. Porém, o modelo foi concentrador de renda e trouxe problemas como conflitos fundiários envolvendo latifundiários, grileiros, posseiros, garimpeiros e populações tradicionais como indígenas e extrativistas. 3. D Os mapas são instrumentos utilizados para mapear o espaço geográfico, onde são englobados aspectos naturais – dados pela natureza, como rios e florestas – e artificiais – construídos pelo Homem, como moradias e vias de deslocamento. A possibilidade de grupos tradicionais marcarem corretamente suas terras leva à uma maior preservação de sua cultura, de suas práticas e suas relações, valorizando suas identidades coletivas. Vale ressaltar que a demarcação não gera automaticamente a modernização de suas terras ou a superação da pobreza. 4. B A questão exigia um conhecimento geográfico prévio da área onde o agronegócio e os conflitos fundiários tem a maior atuação. A região do bico do papagaio abrange os estados de Tocantins, Maranhão e Pará e representa no mapa oferecido pela questão, os índices mais expressivos de conflito por terra. 5. A A questão mostra a localização da usina de Belo Monte e trata dos impactos decorrentes dela. Dentre estes destacam-se os impactos socioambientais. 6. B A questão trata do novo Código Florestal aprovado no Brasil em 2012 e da morte de lideranças relacionadas à luta pela terra, cujos desdobramentos perpetuam o difícil acesso à terra e fortalecem ainda mais a luta dos trabalhadores do campo. 7. B A violência no campo brasileiro tem profunda relação com o histórico de formas de acesso à terra, que culminou em uma estrutura fundiária excludente, composta por latifúndios pertencentes à poucas pessoas e por outro lado muitos trabalhadores sem acesso à ela, que se veem assim impulsionados a lutar democraticamente por seus direitos.

11

Geografia 8. B A questão exige a identificação das diferenças em relação ao uso da terra e relação com o ecossistema, entre indígenas e garimpeiros. O uso ambiental das sociedades indígenas corresponde a um modelo de baixo impacto ambiental associado, que muitas das vezes até estimula o enriquecimento da biodiversidade de forma direta. 9. E A questão fala sobre o desenvolvimento da Amazônia tal qual foi concebido, e os agentes envolvidos para garantir esse modelo de modernização. O comando da questão pede uma oposição ao modelo de desenvolvimento proposto, que não promove a conservação de recursos. 10. D O desenvolvimento do agronegócio na lógica de produção em larga escala, que se materializa espacialmente como as monoculturas, se opõem a rica biodiversidade encontrada na região Amazônia. Além disso, compromete importantes sistemas básicos do funcionamento natural, contaminando águas e esgotando solos.

12

Guia do Estudo Perfeito Como estudar Linguagens Resumo Cada área do conhecimento possui suas peculiaridades e adotar uma estratégia de estudos específica para cada uma é um diferencial e tanto para mandar bem na prova do Enem. A prova de Linguagens é realizada no primeiro dia do Enem, com a prova de Ciências Humanas e a Redação. São 45 questões, subdividas em Língua Portuguesa, Literatura e Língua Estrangeira. Somando com as questões de Humanas, você precisa responder, ao todo, 90 questões, além de escrever uma redação. São 5h30m de duração de prova e, portanto, um dia extremamente cansativo. Assim, é necessário que você já esteja se preparando para essa condição. Então, fique ligado nas dicas abaixo para obter uma produtividade maior na hora de estudar Linguagens.

Detalhe o enunciado Na hora de resolver exercícios de Linguagens e Humanas, busque destrinchar o enunciado, interpretando parte por parte do texto. Faça isso já na primeira leitura, evitando que você, constantemente, retorne à questão. Isso irá te ajudar a melhor entender o conteúdo do texto e o que está sendo cobrado.

Descubra as ideias centrais do texto Antes de propriamente ir para o enunciado, busque sintetizar as ideias centrais do texto. Qual é o contexto, quem é o autor, personagens, o que está sendo proposto, denunciado ou revelado? Fazer uma leitura ativa do texto irá te ajudar a entender melhor o conteúdo, descartando a necessidade de releitura. Lembre-se de que a prova do Enem é extremamente cansativa e ficar relendo as questões definitivamente não é a melhor estratégia!!

Elimine as opções absurdas Continuando nessa lógica de não se cansar em vão durante a prova, hachurar as alternativas absurdas ou aquela que você tem certeza que não é o gabarito evita que, ao retornar à questão, você as leia desnecessariamente. Então, pode gastar a tinta da caneta sem dó!! Quer mais dicas de como estudar Linguagens e as outras áreas do conhecimento? Inscreva-se no canal do Descomplica no YouTube e ative as notificações!!

1

Guia do Estudo Perfeito Estude o que mais cai Não tenha dúvida naqueles conteúdos que sempre caem no Enem. Essa estratégia é melhor ainda para aqueles que possuem um período de tempo restrito. É necessário ter foco e concentração e não deixar restar dúvida nos temas mais comuns. Para isso, conheça os top cinco temas de Linguagens que mais caem na prova do Enem. Além disso, clicando na imagem abaixo, você terá acesso ao Kit volta às aulas Descomplica, com muito conteúdo preparado exclusivamente para você.

Redação é prática Redação é a única parte da prova na qual o Enem não faz uso do sistema de TRI. Isso significa que ela é corrigida por professores e sua nota pode chegar a 1000. Portanto, fazer uma excelente prova de redação é garantia de sucesso. •

Leia redações exemplares.

Redação nota



Aprenda as técnicas de como fazer uma introdução,

1000



Assista às aulas sobre discussão de tema.



Pratique, pelo menos, uma vez por semana.



Conheça os últimos temas cobrados

como argumentar e como fazer uma conclusão.

Quer mais dicas de como estudar redação? Confira o vídeo abaixo, com o professor Rafael Cunha.

2

Guia do Estudo Perfeito Exercício Tal como foi proposto na aula passada, vamos fazer o mesmo com Linguagens.

1.

Identifique, entre os temas que mais caem, aqueles que você já estudou, mas ainda não entendeu bem.

2.

Busque resolver 50 exercícios ou quantos você conseguir encontrar de cada um desses temas.

3.

Monitore e registre as questões que você acertou e errou, usando as tabelas abaixo.

3

Guia do Estudo Perfeito Resolução dos exercícios dos temas que mais caem em Linguagens Funções da Linguagem

Vanguardas Europeias

1

2

3

4

5

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

46

47

48

49

50

Semântica dos Verbos

Tendências Contemp. (Poesia)

1

2

3

4

5

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

46

47

48

49

50

Variações Linguísticas

Pós-Modernismo (Prosa)

1

2

3

4

5

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

46

47

48

49

50

1

2

3

4

5

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

46

47

48

49

50

Modernismo - 1a Fase

Gêneros Textuais

Uso Coesivo dos Pron. e Conj.

Pré-Modernismo

1

2

3

4

5

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

46

47

48

49

50

4

História As unificações tardias: Itália Resumo A fragmentação italiana e a influência napoleônica A península itálica, tão famosa na era moderna pelo renascimento artístico, pelo domínio do mar mediterrâneo, por Roma e pela influência cultural na Europa, não exercia, no início do século XIX, o mesmo poder político e econômico que outrora havia apresentado. Neste período, a península estava dividida em um conjunto de reinos, ducados e principados extremamente fragmentados e enfraquecidos, dominados muitas vezes por outras potências, como França e Áustria. No caso do Reino de Nápoles, o próprio irmão de Napoleão, José Bonaparte, foi nomeado rei entre 1806 e 1808, já Parma, Toscana e Módena pertenciam aos arquiduques austríacos e as regiões de Veneza e Lombardia pertenciam ao Império Austríaco. No entanto, apesar desse domínio estrangeiro, outras regiões apresentavam maior autonomia, como as terras da Igreja Católica, que formavam os Estados Papais no centro da península, o Reino de Piemonte-Sardenha, que era regido pela dinastia Saboia e, por fim, o Reino das Duas Sicílias, da tradicional dinastia Bourbon. Assim, apesar de diferentes monarquias, da predominância do absolutismo e das diferenças regionais, os habitantes da península itálica ainda compartilhavam algumas coisas, como a língua, a memória, muito da cultura renascentista e até mesmo a literatura, tão marcada por Dante, Boccaccio, Petrarca e outros. Ainda no início do XIX, essas regiões da península itálica permaneciam com uma economia profundamente agrária e pouco sofriam a influência do pensamento liberal, no entanto, com a Revolução Francesa no final do XVIII e com as guerras napoleônicas, que disseminaram o iluminismo pelo ocidente, novas ideias passaram a surgir na região, influenciando, enfim, na formação de movimentos nacionalistas revolucionários. Tendo em vista essas questões, vale destacar que, uma dos primeiros grupos a formular um ideal nacionalista e de unificação, na Itália, sob influência iluminista, foi a sociedade secreta formada pelos Carbonários (pois se reuniam em cabanas de carvoeiros), com atuação principalmente em Nápoles. Esse grupo surgiu inicialmente como resistência à presença do general francês Joaquim Napoleão Murat e, ao longo do século XIX, participou de diversos movimentos que marcaram o processo de unificação, contando inclusive com a participação de importantes figuras, como Giuseppe Mazzini.

Os movimentos liberais na Itália Durante o século XIX, destacou-se na Europa uma série de movimentos revolucionários, liderados principalmente pela burguesia e extremamente influenciado pelo pensamento liberal iluminista. Tendo em vista tais revoluções, percebe-se que na Itália, o processo de unificação também acompanhou os ciclos revolucionários de 1820, 1830 e 1848. Na década de 1820, por exemplo, grupos de uma crescente burguesia liberal se encontravam insatisfeitos com as decisões do Congresso de Viena e com o recrudescimento do absolutismo em regiões como Nápoles, Piemonte e Sicília. Assim, uma série de revoltas ocorreram entre 1820 e 1821, com a presença inclusive dos carbonários, exigindo a criação de uma Constituição, de um parlamento e de reformas liberais. Em grande parte, esses movimentos de 1820 e, em seguida, os movimentos de 1830, em Módena e Parma, acabam reprimidos pelas autoridades locais, resultando em poucas conquistas concretas.

1

História No entanto, apesar das derrotas e de movimentos com um caráter muito mais elitista e liberal, as experiências de 1820 e 1830 acabaram formando uma base para o surgimento de novos grupos e para a construção de um pensamento burguês, visando a unificação. O próprio movimento Jovem Itália foi criado por Giuseppe Mazzini (dissidente dos Carbonários e, posteriormente, também abandonou a Jovem Itália) em 1831, já apresentando as propostas de unificação dos povos italianos, a formação republicana e a luta contra o domínio austríaco. Mazzini se tornou uma figura fundamental para a mobilização do processo de unificação e, em 1848, chegou a promover uma série de revoltas e conquistas na região central da península itálica, anexando inclusive os Estados Papais e proclamando repúblicas, no entanto, logo foi reprimido pela Santa Aliança. Ainda neste ano, Mazzini também apoiou o Rei Carlos Alberto (de tendências liberais), de Piemonte e Sardenha, no projeto de anexação dos territórios da Lombardia e da Veneza, sob domínio austríaco. No entanto, a mobilização de 1848 foi um fracasso, com a derrota sardo-piemontense e a abdicação do rei ao trono, sendo substituído por seu filho, Vítor Emannuel II, em 1849. As derrotas dos liberais para as forças conservadoras durante as revoluções de 1848 na Itália e a presença da Santa Aliança na península, mais uma vez frustraram o projeto burguês, no entanto, a força da burguesia e das ideias liberais crescia e o reino de Piemonte e Sardenha, apesar de tudo, mantinha suas tendências esclarecidas, o sonho da unificação e assegurava a permanência da Constituição com o rei Vítor Emannuel II e seu novo ministro, o Conde de Cavour.

Unificação da Itália Após os fracassos dos ciclos de 20, 30 e 48, os grupos que lideravam os processos de unificação chegaram a enfraquecer, mas, após 1848, três correntes ainda planejavam essa revolução na península, sendo elas os chamados neoguelfos, que defendiam a unificação pelo papado, os republicanos, influenciados por Mazzini e, enfim, os monarquistas, de Conde de Cavour. Apesar das três tendências, os movimentos voltaram a tomar força apenas no final da década de 1850, formando uma atuação muito mais sólida pela unificação em duas frentes, ao norte, com os monarquistas de Piemonte e Sardenha e ao sul, em uma ação de caráter popular e republicano, que saía do Reino das duas Sicílias e era liderado por Giuseppe Garibaldi e seus “camisas vermelhas”. Na frente nortista, em 1852, o ministro Conde de Cavour passou a modernizar o reino de Piemonte e Sardenha, construindo ferrovias, fortalecendo a indústria local, reformando o exército e o comércio. Essa modernização, enfim, foi fundamental para que, em 1858, em mais uma investida contra a Áustria (dessa vez com apoio de Napoleão III), a vitória fosse conquistada na batalha que ficou conhecida como a Segunda Guerra de Independência Italiana, que garantiu a Vítor Emannuel II a anexação da Lombardia. Enquanto ao norte a unificação era liderada pela monarquia, ao sul, ao contrário, um movimento popular liderado por Giuseppe Garibaldi, em 1860, garantiu a conquista do Reino das Duas Sicílias. No entanto, apesar das vitórias de Garibaldi e de suas desavenças com o movimento monarquista, o líder sulista decidiu abrir mão das conquistas para o Conde de Cavour e os monarquistas do norte, evitando assim uma guerra civil entre os dois grupos e, enfim, concluindo a unificação em 1861, criando o Reino da Itália, com uma monarquia parlamentarista. O caso dos territórios da Igreja católica e de Veneza, no entanto, ainda estavam pendentes ao fim deste processo, visto que Napoleão III ainda mantinha seu exército protegendo o Papa em Roma e a Áustria não desistia da Veneza.

2

História Desta forma, a conclusão dos dois casos teve impacto de um processo paralelo, o da unificação alemã, visto que a Prússia, em guerra contra a França e a Áustria, recebeu apoio da Itália. Como resultado da vitória prussiana sobre a Áustria, os italianos puderam anexar finalmente Veneza. Já na questão romana, ao retirar os soldados franceses de Roma para combater a Prússia na Alsácia-Lorena, os italianos puderam enfim ocupar o território em 1870. Apesar do processo ter finalmente levado à unificação da Itália ainda no século XIX, algumas questões ainda ficaram pendentes no século XX, principalmente a permanência de grupos italianos ainda em território austríaco, nas regiões de Trento, Ístria e Trieste, que afetaram inclusive as relações entre Áustria e Itália durante a Grande Guerra e, por fim, a questão do Vaticano. A Igreja Católica não reconhecia o novo Estado como legítimo, com o Papa resistindo à dominação e se declarando um preso político. A situação foi resolvida apenas no século XX, com Benito Mussolini e a assinatura do Tratado de Latrão.

Disponível em: http://blogmundohistoria.blogspot.com/2012/12/unificacao-da-italia-1870.html

3

História Exercícios 1.

No Brasil, desde 2011, tem havido diversas comemorações dos 150 anos da Unificação Italiana, relembrando os fortes laços culturais entre os dois países. Sobre a relação entre a Unificação Italiana e a imigração de italianos para as Américas, é correto afirmar: a) A Unificação Italiana foi o resultado de uma série de revoltas populares, que culminaram em 1861 com a formação de uma república socialista sob a direção de Giuseppe Mazzini. A burguesia, que não concordava com o novo regime, emigrou para as Américas, levando capital suficiente para iniciar a industrialização em países como a Argentina, o Brasil e os Estados Unidos. b) O processo da Unificação Italiana contou com a intensa participação do Império brasileiro, pois D. Pedro II almejava estabelecer relações comerciais com os italianos. É notória a participação de Giuseppe Garibaldi na política brasileira do período imperial. Após a unificação, contudo, nem o Brasil nem os demais países aliados conseguiram levantar a Itália de uma profunda crise econômica, o que levou a uma grande leva emigratória para as Américas de 1880 a 1930. c) A Unificação Italiana foi um processo iniciado no início do século XIX, que se concluiu em 1861, com uma monarquia constitucionalista, sob o comando de uma aliança entre burgueses e latifundiários, que afastou os setores populares do poder. Muitos italianos camponeses e trabalhadores saíram empobrecidos após a unificação, o que estimulou uma intensa emigração para as Américas entre 1880 e 1930, engrossando fileiras de trabalhadores agrícolas e operários. d) A Unificação Italiana durou de 1861 a 1870, agregando estados independentes sob a direção do reino de Piemonte-Sardenha. Porém, sua conclusão só foi possível após a Unificação Alemã, que marcou o fim da ingerência de Otto Von Bismark na política europeia. Após esse processo, o monarca instituído perseguiu duramente seus inimigos políticos, que emigraram para as Américas. e) A emigração italiana para as Américas teve início por conta de uma série de dificuldades financeiras causadas por problemas climáticos, que, por volta de 1850, prejudicaram as colheitas. O volume de emigrantes intensificou-se após a Unificação em 1861, em decorrência do fato de que o governo anarquista instituído fracassou na tentativa de reerguer o país.

2.

3.

A personagem histórica que teve fundamental importância no contexto da Unificação Italiana e lutou, também, na Revolução Farroupilha, no sul do Brasil, na segunda metade do século XIX, foi: a)

Camilo de Cavour

b)

Otto Von Bismark

c)

Benjamin Disraeli

d)

Benito Mussolini

e)

Giuseppe Garibaldi

A Itália, antes de ser unificada, era constituída de uma série de pequenos reinos fragmentados. O reino que, sob a liderança do conde Camilo de Cavour, encabeçou o processo de unificação, na segunda metade do século XIX, foi: a)

Reino de Piemonte-Sardenha

b)

Reino de Lancaster

c)

Reino de Córsega

d)

Reino de Lombardia

e)

Reino de Mônaco.

4

História 4.

A segunda metade do século XIX ficou caracterizada pelos processos de unificações tardios da Alemanha e da Itália. O processo italiano ficou marcado pela forte presença da burguesia do Piemonte (norte dos Estados Italianos) interessada na unificação do mercado da península itálica. Um fator que também contribuiu para o processo de unificação tardio da Itália foi: a) o total interesse da França na independência italiana para que a jovem nação estabelecesse uma concorrência com a Inglaterra; b) a ampla participação da população do sul dos Estados Italianos organizados em um exército popular liderado por Giuseppe Garibaldi; c) o interesse dos nacionalistas italianos na integração da parte industrial do sul dos Estados Italianos com a parte agrária do norte do país. d) o apoio dos Estados Pontificiais interessados na possível proteção do novo Estado italiano a Igreja Católica na Europa; e) a disseminação do pensamento absolutista que inspirou a criação de um governo central na Itália;

5.

As unificações políticas da Alemanha e da Itália, ocorridas na segunda metade do século XIX, alteraram o equilíbrio político e social europeu. Entre os acontecimentos históricos desencadeados pelos processos de unificação, encontram-se: a) a ascensão do bonapartismo na França e o levante operário de Berlim. b) a aliança da Alemanha com a Inglaterra e a independência da Grécia. c) o nacionalismo revanchista francês e a oposição do papa ao Estado Italiano d) a derrota da Internacional operária e o início da União Europeia. e) o fortalecimento do Império austríaco e a derrota dos fascistas na Itália.

6.

No final da chamada "era napoleônica", derrotado o imperador francês em 1815, tornou-se possível a recomposição das forças sociais e políticas ligadas ao Antigo Regime, em boa parte do continente europeu. Nada disso deteve, porém, a onda revolucionária e o surgimento de revoltas, a partir de 1820 até 1848. Na Itália, por exemplo, coube a uma sociedade secreta a elaboração de um programa político "contra as tiranias", cuja grande meta era a unificação da nação italiana e o triunfo dos princípios liberais. Assinale a opção que identifica corretamente os revolucionários anteriormente mencionados: a)

Pedreiros-livres

b)

Cristãos-novos

c)

Maçons

d)

Carbonários

e)

Jacobinos

5

História 7.

Surgimento do Império Alemão e a formação do Reino da Itália bem como toda uma série de conflitos pelo controle da região dos Estreitos de Bósforo e Dardanelos estão inseridos no contexto daquilo que ficou conhecido, no panorama político europeu de meados do século XIX, como a "política das nacionalidades". A consolidação da unificação italiana e alemã, no entanto, somente se completaria nos anos 1870-1871. O que estava por trás desses conflituosos processos de unificação? a) A afirmação de um poder aristocrático. b) A vitória dos ideais políticos e econômicos do liberalismo. c) A consolidação do Vaticano como expressão maior de poder sobre aquelas regiões. d) A derrota dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade expandidos pela revolução francesa. e) A consolidação do prestígio e poder de Napoleão III sobre aquelas regiões.

8.

A unidade italiana – o processo de constituição de um Estado único para o país – conserva o sistema oligárquico (...). Isto não impede a formação do Estado, mas retarda a eclosão do fenômeno nacional. (Leon Pomer, O surgimento das nações, 1985, p. 40-42)

Fizemos a Itália; agora, precisamos fazer os italianos. (Massimo d’Azeglio apud E. J. Hobsbawm, A era do capital, 1977, p. 108)

A partir dos textos, é correto afirmar que a) apesar de ter nascido antes da nação, o Estado italiano, unificado em 1871, representou os interesses dos não proprietários, o que implicou a defesa de mudanças revolucionárias, que tornaram o Estado não autoritário e permitiram a emergência do sentimento nacional, já fortificado pelas guerras de unificação. b) o Estado italiano, nascido em 1848, na luta da alta burguesia do norte pelo poder, representava os interesses liberais, isto é, a unidade do país como um alargamento do Estado piemontês, na defesa da pequena propriedade e do voto universal, condições para a consolidação do sentimento nacional que cria os italianos. c) em 1848, a criação do Estado italiano, pela burguesia do Reino das Duas Sicílias, foi uma vitória do liberalismo, pois a estrutura fundiária, baseada na grande propriedade, e a exclusão política dos não proprietários permaneceram, encorajando os valores nacionais, condição para diminuir as diferenças regionais. d) em 1871, o processo de unificação e o sentimento nacional estavam intimamente ligados, na medida em que a classe proprietária do centro da península, vitoriosa na guerra contra a Áustria, absorveu os valores populares nacionais, o que legitimou a formação do Estado autoritário, defensor das desigualdades regionais. e) o Estado italiano nasceu antes da nação, em 1871, como uma construção artificial, frágil e autoritária da alta burguesia do norte, cujos interesses de dominação excluíram as mudanças revolucionárias e atrasaram a emergência do sentimento nacional, ainda estranho para a grande maioria das diferentes regiões da península.

6

História 9.

"Com a crescente expansão da industrialização do continente europeu, a partir de 1830, os pequenos Estados italianos e alemães sentiram a necessidade de promover uma centralização, com o objetivo de conseguir equipararse às grandes potências, principalmente França e Inglaterra. Ainda politicamente fracas, nem a burguesia italiana nem a alemã tinham condições de assumir a direção do governo. Por isso, aceitavam a monarquia constitucional, desde que o Estado incentivasse o progresso econômico. Acreditavam que só assim poderiam chegar à centralização política, sem passar necessariamente por mudanças estruturais que colocassem em perigo sua posição de classe proprietária." PAZZINATO, Alceu Luiz; et alii. "História Moderna e Contemporânea". São Paulo: Ática, 1993, p. 186.

O texto está relacionado com a)

as "trade-unions", ou uniões operárias, que inicialmente eram entidades de auxílio mútuo, fortemente assistencialista, preocupado em ajudar trabalhadores com dificuldades econômicas e reivindicar melhores condições de trabalho.

b)

o socialismo utópico, assim chamado por acreditar na organização comunista das sociedades, sem lutas de classe, através de reformas pacíficas e graduais.

c)

o socialismo científico, que criticava o capitalismo dominante, propondo a organização de uma sociedade comunista, necessariamente pela luta de classes.

d)

o movimento cartista, em que os trabalhadores ingleses promoveram agitações de rua e apresentaram ao Parlamento reivindicações como: representação igual para todas as classes, sufrágio universal restrito para os homens aos vinte e um anos, etc.

e)

o nacionalismo, na prática representada pela unificação da Itália e da Alemanha, o qual defendia a luta dos povos ligados por laços étnicos, linguísticos e culturais, pela sua independência como nação.

10. A unificação italiana, no final do século XIX, ameaçou a integridade territorial da Igreja. Esse impasse resultou: a)

no reforço dos sentimentos nacionalistas na Itália, provocando a expropriação das terras da Igreja.

b)

no envolvimento da Igreja em lutas nacionais, criando congregações para a expansão do catolicismo.

c)

na adoção de atitudes liberais pelo Papa Pio IX, como forma de deter as forças fascistas.

d)

na assinatura do Tratado de Latrão, em 1929, quando Mussolini criou o Estado do Vaticano.

e)

no "Risorgimento", processo em que segmentos ligados à Igreja defenderam a Itália independente.

7

História Gabarito 1.

C O aumento do empobrecimento da população ocasionado em grande parte pelas disputas pela unificação italiana vão levar a população a migrar para as Américas a fim de encontrar melhores condições de vida.

2.

E Garibaldi participou de diversas batalhas, em uma delas, se aventurou no projeto republicano dos grandes fazendeiros do sul do Brasil.

3.

A A região tinha om maior desenvolvimento industrial e vai liderar o processo a partir do norte.

4.

B Garibaldi vai ser o líder do moviemento de unificação com base popular que vinha do Sul.

5.

C As disputas pela unificação alemã e italiana vão ocasionar um revanchismo francês e o conflito direto com o Papa que não vai reconhecer o recém formado Estado Italiano, posteriomente essas disputas influenciaram na I Guerra Mundial.

6.

D Os carbonários inspiravam-se em ideias liberais e pretendiam a unificação sob um espectro republicano.

7.

B Esses movimentos tinham sua base no liberalismo e em grande parte em um ideal nacionalista.

8.

E A formação de um estado nação não se associa automaticamente a um sentimento nacionalista na população, assim era necessária uma criação de uma identificação cultural em comum entre as várias partes da Itália.

9.

E Essas ideias em grande medida foram motivadas por interesses econômicos.

10. D Mussolini a fim de resolver velhas diferenças e aumentar sua base de apoio assinou o Tratado de Latrão que garantiu o reconhecimento da Unificação pela Igreja e em contrapartida criou o estado do Vaticano.

8

História As unificações tardias: Alemanha Resumo A Confederação Germânica e o Zollverein O desenrolar das guerras napoleônicas na Europa, no início do século XIX, afetou bastante a região que ocupa hoje a Alemanha por conta da mobilização de tropas, das intervenções francesas e das grandes batalhas ocorridas. Uma das consequências dessas guerras foi o próprio declínio do antigo Sacro Império RomanoGermânico, em 1806, e a criação por Napoleão da Confederação do Reno, formada por diversos estados germânicos, mas submisso aos mandos do Imperador francês. Visto isso, apesar do domínio francês na região e da curta vida da Confederação do Reno, que acabou em 1813, a expansão napoleônica foi essencial não só para a disseminação dos ideais burgueses, mas também, neste caso, para a formação de um sentimento nacionalista entre os povos germânicos da região. Assim, com a derrota de Napoleão e a formação do Congresso de Viena, o princípio de restauração das antigas fronteiras ajudou a redefinir o mapa da Europa central, reconstruindo os limites entre os reinos e restabelecendo antigas monarquias, no entanto, o equilíbrio prometido não se manteve, visto que o Império Austríaco se tornou a grande potência da região. Assim, com a criação da Confederação Germânica, dando lugar a Confederação do Reno, em 1815, consolidou-se uma associação política e econômica entre diversos Estados germânicos, mas com um poder hegemônico austríaco. Ainda que a Áustria mantivesse uma hegemonia sobre o bloco durante alguns anos, outro Estado, ao longo do século XIX, iniciou um processo de modernização que ameaçava cada vez mais a soberania austríaca. O reino da Prússia, liderado pelo rei Frederico Guilherme III, logo, também desempenhou um papel preponderante na região, pois, em alguns anos conseguiu se tornar o reino mais desenvolvido economicamente e demonstrou um projeto de modernização que desafiava a economia predominantemente agrária da Áustria dentro do bloco. Assim, para fazer valer seus interesses econômicos na região, a Prússia estabeleceu, em 1830, uma união aduaneira entre os Estados germânicos, conhecida como Zollverein. Esse acordo econômico possibilitou o livre comércio entre os reinos da Confederação Germânica, excluindo a Áustria, com quem a Prússia rivalizava. Em 1840, o rei prussiano Frederico Guilherme III morreu, deixando o trono para seu herdeiro, Frederico Guilherme IV, que apesar de manter o caminho da modernização prussiana, com a construção de ferrovias e acordos econômicos, não ficou satisfeito com o desenrolar das revoluções de 1848 na Prússia e em outros Estados germânicos. As chamadas revoluções alemães, de 1848 e 1849 mobilizaram parte da população de origem germânica, realizando uma série de manifestações e reivindicações que chegaram a consolidar a criação do Parlamento de Frankfurt, exigindo a construção de uma Constituição e a unificação da Alemanha. No entanto, a tentativa revolucionária, não obteve o êxito esperado e Frederico Guilherme IV não reconheceu o título de Kaiser oferecido pelo parlamento e nem as reivindicações do grupo.

A unificação alemã Os eventos de 1848 e 1849 despertaram um receio na aristocracia germânica do período, afinal, os desejos pela unificação crescia, o espectro das revoluções rondava a Europa e quase uma unificação de origem popular e burguesa havia se consolidado na Alemanha. Assim, um novo projeto de unificação da região foi liderado pela Prússia, pois este seria um caminho para consolidar seu crescimento econômico e para conservar o poder da aristocracia (os chamados Junkers).

1

História Assim, com a morte de Frederico Guilherme IV, seu irmão assumiu o trono prussiano como Guilherme I e iniciou novas reformas no reino, que viriam a desencadear na própria unificação. Para alcançar o objetivo e tornar a Prússia em uma potência capaz de liderar essa unificação, o novo rei criou um poderoso ministério, com Albrecht Von Roon como Ministro da Guerra, Helmuth von Moltke, como Chefe do Estado-Maior e o diplomata Otto Von Bismarck, como o Primeiro Ministro prussiano. Esses nomes, além de conduzirem um grande desenvolvimento econômico, buscaram modernizar o exército prussiano, tornando-o um dos mais fortes da Europa. Desta forma, para a unificação alemã ser conquistada, sob liderança prussiana, Otto Von Bismarck realizou uma série de articulações diplomáticas, marcada pela falta de ética e de moral e pelo uso da violência e de mentiras para conquistar seus interesses (Realpolitik). Primeiro, tratou de superar a hegemonia austríaca e afastar o velho Império da Confederação germânica, evitando que a Áustria impedisse os interesses prussianos. Em seguida, Bismarck realizou acordos diplomáticos com a Itália, com o Império Russo, com a França e outros reinos. Por fim, Guilherme I e Bismarck estimularam o nacionalismo pangermânico através de batalhas contra nações inimigas. Logo, o processo sde unificação alemã se desenvolveu através de três conflitos principais: a Guerra dos Ducados, os prussianos enfrentaram a Dinamarca; a Guerra Austro-Prussiana contra os austríacos e, por fim, a Guerra Franco-Prussiana, que consolidou a unificação germânica.

Guerras de unificação Com um amplo processo de industrialização em curso, Bismack iniciou a conquista de territórios a partir de Holstein e Schleswig (dois ducados que pertenciam à Dinamarca), em um conflito que ficou conhecido como a Guerra dos Ducados. Houve, inicialmente, uma acordo entre Prússia e Áustria, que afirmavam que a Dinamarca havia descumprido um item de um tratado firmado entre elas em 1852. No acordo, a Dinamarca assegurava a autonomia política para as duas regiões, no entanto, ao promulgar uma nova Constituição em 1863, o Reino da Dinamarca reduziu essa autonomia, o que então foi usado como pretexto pela Prússia para a invasão dos ducados em 1864. A conquista foi rápida e os ducados de Holstein e Schleswig foram ocupados respectivamente pela Áustria e pela Prússia, mas, logo, um desentendimento entre elas levou a um novo conflito: a Guerra Austro-Prussiana. Também conhecida como a Guerra das Sete Semanas, a Guerra Austro-Prussiana, de 1866, foi um exemplo da força militar prussiana. Durante essa guerra, os prussianos conseguiram o apoio dos italianos, que também passavam pelo seu processo de unificação, o que foi fundamental para a vitória, pois dividiu as forças austríacas em duas frentes, uma na região da península itálica e outra nos Ducados. Com a vitória sobre a Áustria, a Prússia invadiu e anexou grande parte dos ducados germânicos, impôs a assinatura do Tratado de Praga e dissolveu a Confederação Germânica, iniciando, enfim, a anexação dos Estados do sul. O último conflito da unificação alemã foi a Guerra Franco-Prussiana, que ocorreu entre 1870 e 1871, entre a França e a Prússia. Essa guerra teve como estopim um desentendimento entre essas duas nações pela sucessão do trono espanhol. O fracasso francês alterou o equilíbrio de forças na Europa. Com a vitória, os prussianos exigiram a posse da Alsácia-Lorena, como também cobraram 5 bilhões de francos de indenização e obrigaram os franceses a aceitar uma marcha triunfal do exército da Prússia sobre a cidade de Paris. Com a vitória e os novos territórios, Guilherme I inaugurou o Império Alemão em 1871 e foi corado kaiser (Imperador).

2

História Consequências • • •

Rompimento do equilíbrio europeu, com o surgimento de uma nação economicamente forte. Tensões nas disputas imperialistas, com as ambições alemães. Revanchismo francês.

Unificação da Alemanha. Disponível em: http://garanhunshistoria.blogspot.com/2016/01/processo-de-unificacao-da-alemanha.html

3

História Exercícios 1.

Considere os textos a seguir, que se referem a dois momentos distintos da história alemã: respectivamente, à unificação do Estado nacional, no século XIX, e ao período nazista, no século XX. "O próprio Bismarck parece não ter se preocupado muito com o simbolismo, a não ser pela criação de uma bandeira tricolor, que unia a branca e preta prussiana com a nacionalista liberal preta, vermelha e dourada (...)." Eric Hobsbawn. "A invenção das tradições". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984, p. 281.

"Hitler escreve a propósito da bandeira: 'como nacional-socialistas, vemos na nossa bandeira o nosso programa. Vemos no vermelho a ideia social do movimento, no branco a ideia nacionalista, na suástica a nossa missão de luta pela vitória do homem ariano e, pela mesma luta, a vitória da ideia do trabalho criador que como sempre tem sido, sempre haverá de ser antissemita'." Wilhelm Reich. "Psicologia de massas do fascismo". São Paulo: Martins Fontes, 1988, p. 94-5

Sobre os processos e períodos históricos mencionados acima, pode-se dizer que:

2.

a)

o nazismo chegou ao poder por meio de um golpe militar, em 1933, e criou o Terceiro Império ("Reich"), iniciando um período de forte expansão e anexação territorial, que se manteve mesmo após sua derrota na Segunda Guerra Mundial.

b)

a unificação ocorreu em 1848, na chamada "Primavera dos Povos", quando trabalhadores se rebelaram contra a fragmentação política da Confederação Germânica e se aliaram à Áustria para conseguir a unidade nacional alemã.

c)

o nazismo foi derrotado ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando a Alemanha foi repartida entre os vencedores e sua capacidade de produção industrial foi destruída para que se tornasse um país agrícola, o "celeiro da Europa".

d)

a unificação envolveu diversos conflitos e fez nascer, em 1871, sob comando prussiano, o Segundo Império ("Reich"), iniciando um período de acelerada expansão econômica e militar alemã, que durou até a Primeira Guerra Mundial.

e)

o nazismo surgiu após a Primeira Guerra Mundial, em 1918, e pregou a necessidade de a Alemanha lutar contra comunistas e judeus, "inimigos internos", mas aliar-se a países vizinhos de população branca e ariana, como França e Inglaterra.

A composição das duas bandeiras, a que os textos da questão anterior se referem, presta-se, nos dois casos, a: a)

representar o caráter socialista do Estado alemão moderno, daí a presença do vermelho nas duas bandeiras.

b)

identificar o projeto político vitorioso e dominante com o conjunto da sociedade e com o Estado alemão.

c)

defender a paz conquistada após os períodos de guerra, daí a presença do branco nas duas bandeiras.

d)

valorizar a diversidade de propostas políticas existentes, caracterizando a Alemanha como país democrático e plural.

e)

demonstrar o caráter religioso e cristão do Estado alemão, daí a presença do preto nas duas bandeiras.

4

História 3.

"Desde a 0h de hoje (20h de ontem em Brasília), existe uma só Alemanha. O hasteamento da bandeira alemã de 75 metros no mastro de 45 metros de altura em frente ao Reichstag, prédio do Parlamento, em Berlim, no primeiro minuto deste dia 03, selou a anexação da Alemanha Oriental pela Ocidental. A Praça da República, onde fica o Reichstag, estava totalmente tomada. Centenas de milhares de alemães cantaram em coro a canção da Alemanha, hino nacional, para celebrar o fim da divisão do país". Folha de S. Paulo, Quarta-feira, 03 de outubro de 1990

A notícia anterior refere-se à recente reunificação da Alemanha, que "simboliza a conclusão de uma etapa marcada pela divisão do mundo em blocos geopolíticos desenhados por duas superpotências". No passado, a unificação alemã também foi o principal objetivo da ação política de Bismarck, que, para concretizá-la em 1871, combateu: a) b) c) d) e)

4.

Em 1871, alterava-se profundamente o quadro geo-político europeu com a conclusão do processo deunificação da Alemanha sob hegemonia prussiana ea criação do “Segundo Reich”. É correto afirmar queum componente político fundamental da estratégiaprussiana de unificação foi o _________, tendo comobase social decisiva _________ . a) b) c) d) e)

5.

Espanha, Prússia e Áustria. França, Inglaterra e Espanha. Dinamarca, Rússia e Itália. Prússia, Inglaterra e Holanda. Dinamarca, Áustria e França.

republicanismo nacional-socialismo militarismo nacional-socialismoa militarismoos

alta burguesia os operários fabris a aristocracia fundiária alta burguesia operários fabris

Teoricamente, o nacionalismo independe do Romantismo, embora tenha encontrado nele o aliado decisivo. Há na literatura do período uma aspiração nacional, definida claramente a partir da Independência e precedendo o movimento romântico. (…) Nem é de espantar que assim fosse, pois além da busca das tradições nacionais e o culto da história, o que se chamou em toda a Europa “despertar das nacionalidades”, em seguida ao empuxe napoleônico, encontrou expressão no Romantismo. Sobretudo nos países novos como o nosso o nacionalismo foi manifestação de vida, exaltação afetiva, tomada de consciência, afirmação do próprio contra o imposto. (Adaptado de: CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira.São Paulo: Martins, 1971. 2 v. pp. 14-15)

O sentimento a que o texto se refere esteve presente nas unificações da Itália e da Alemanha. É correto afirmar que a unificação tardia destes dois Estados provocou profundas transformações no cenário europeu, pois, a partir da unificação, a) a valorização do arianismo como instrumento de recuperação do homem germânico e italiano e criador do “espaço vital” acirrou a rivalidade entre os países capitalistas europeus. b) a instabilidade política e social na Alemanha e principalmente na Itália impulsionou as disputas colonialistas e o conflito entre as potências europeias e levou às guerras mundiais. c) os movimentos sociais na Alemanha e na Itália tiveram como objetivos a independência econômica frente à intervenção inglesa e a manutenção da estrutura de produção. d) as lutas sociais acentuadamente comunistas, na Itália e na Alemanha, alteraram o quadro político europeu e tiveram papel preponderante na formação dos novos Estados. e) a Itália e principalmente a Alemanha se tornaram Estados industrializados e entraram na disputa imperialista, um dos principais motivos das duas grandes guerras. 5

História 6.

Otto Von Bismarck foi nomeado Primeiro-Ministro do Reino da Prússia em 1815 por Guilherme I. Entre as medidas político-econômicas tomadas por Bismarck, estava: a) o estabelecimento de acordos militares com o Império Francês de Napoleão III. b) a modernização da infraestrutura e da indústria bélica do Estado Prussiano. c) o enfraquecimento do poder político do rei Guilherme I, já que Bismarck temia a formação do II Reich. d) o isolamento político do Reino da Prússia com relação aos principados alemães e à Áustria. e) o plano de guerra contra o Reino Unido.

7.

“O dia 12 de setembro de 1990 marcou o fim da Segunda Guerra Mundial: a Alemanha, vencida há quarenta e cinco anos, dividida e colocada sob a tutela de seus vencedores, encontrou através de sua unificação a sua soberania plena e completa. A última unidade alemã tinha sido proclamada em 1871, na galeria dos espelhos do palácio de Versalhes, depois de uma guerra vitoriosa contra a França.” "Adaptado de Le Monde", 13/09/90

As conjunturas históricas indicadas no texto acima representam aspectos diferenciados. Os dois momentos de unificação, no entanto, transformaram a Alemanha em:

8.

a)

um Estado unitário, com uma representação classista de deputados.

b)

uma potência central, com um papel decisivo no equilíbrio de poder europeu.

c)

uma república federal, com um regime parlamentar e uma constituição liberal.

d)

uma nação democrática, com suas instituições liberais ampliadas do Oeste para o leste.

e)

uma república socialista, com igualdade econômica para o povo.

“Desde o final do século XVIII, a criação de inúmeras associações resultou num determinado patriotismo cultural e popular, num território dividido em estados feudais dominados por uma aristocracia retrógrada. Tais associações se dirigem à nação teuta, enfatizando o idioma, a cultura e as tradições comunitárias, elementos para a elaboração de uma identidade coletiva, independentemente do critério territorial. E, de fato, esse nacionalismo popular, romântico-ilustrado (uma vez que pautado no princípio da cidadania e no direito à autodeterminação dos povos), inspirará uma boa parcela dos revolucionários de 1848. Mas não serão eles a unificar a Alemanha. Seus herdeiros precisarão aguardar até 1871, quando Bismarck realiza uma revolução de cima, momento em que, em virtude do poderio econômico e da força militar da Prússia, a Alemanha se unifica como Estado forte, consolidando-se a sua trajetória rumo à modernização.” MAGALHÃES, Marionilde D. B. de. A REUNIFICAÇÃO: enfim um país para a Alemanha? Revista Brasileira de História. São Paulo: ANPUH/Marco Zero, v.14, n.28. 1994. p.102. Adaptado.

Tendo-se como referência essas considerações, pode-se concluir que: a) o principal fator que possibilitou a unificação alemã foi o desenvolvimento econômico e social dos Estados germânicos, iniciado com o estabelecimento do Zollverein - liga aduaneira que favoreceu os interesses da burguesia. b) a unificação alemã atendeu aos interesses de uma aristocracia rural desejosa de formar um amplo mercado nacional para seus produtos, alicerçando-se na ideia do patriotismo cultural e do nacionalismo popular. c) Na Alemanha, a unificação nacional ocorreu, principalmente, em virtude da formação de uma identidade coletiva baseada no idioma, na cultura e nas tradições comuns. d) na Alemanha, a unificação política pôde ultrapassar as barreiras impostas pela aristocracia territorial, que via no desenvolvimento industrial o caminho da modernização. e) Na Alemanha, a unificação foi feita pelos comunistas prussianos que implantaram a ditadura do proletariado no século XIX 6

História 9.

(…) o romantismo no Brasil não foi apenas um projeto estético, mas também um movimento cultural e político, profundamente ligado ao nacionalismo. Diferente do movimento alemão de finais do século XIX, tão bem descrito por Norbert Elias, o nacionalismo brasileiro, pintado com as cores do lugar, partiu sobretudo das elites cariocas, que, associadas à monarquia, esforçavam-se em chegar a uma emancipação em termos culturais. Os temas eram nacionais, mas a cultura, em vez de popular, era cada vez mais palaciana (…). Atacados de frente por um historiador como Varhagen, que os chamava de “patriotas caboclos”, os indianistas brasileiros ganharam, porém, popularidade e tiveram sucesso nesse contexto na imposição da representação romântica do indígena como símbolo nacional. (SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador. D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 139-140)

No final do XIX, as regiões de população germânica (que posteriormente integrariam a Alemanha) passaram por um processo de formação de um Estado nacional. Esse processo foi caracterizado a)

por violentas guerras travadas entre o exército da Prússia, liderado por Bismarck, contra a França e a Áustria para consolidar um Império Alemão sob o comando de Guilherme I.

b)

pelo impacto positivo da reformulação de leis alfandegárias que contribuíram para criar um próspero “mercado comum alemão”, favorecendo o desenvolvimento da região e estimulando o nacionalismo popular que resultaria em movimentos revolucionários camponeses pró-unificação.

c)

pela ratificação, por meio de um amplo plebiscito, da decisão de que a língua e a cultura alemã fossem consideradas “nacionais” em todas as regiões habitadas por povos da raça ariana.

d)

pela adesão das elites burguesas vinculadas a diferentes estados ao movimento cultural do romantismo, que se impôs com forte carga nacionalista e como forma de a jovem burguesia de Viena se contrapor às velhas aristocracias alemãs.

e)

pelo apoio dos Habsburgos à formação de um império vizinho que irmanasse as duas principais regiões de língua alemã (Alemanha e Áustria) a fim de consolidar uma aliança política entre Estados distintos, porém ancorada na identidade comum possibilitada pela cultura germânica.

10. A Unificação Alemã, habilmente arquitetada por Otto Von Bismarck, realizou-se em torno de guerras bem-sucedidas contra potências vizinhas. Assinale a alternativa correta em relação às motivações e aos acontecimentos que desencadearam esse processo de unificação. a)

A fragmentação política obstaculizava o pleno desenvolvimento comercial e industrial da região. A unificação promoveria um mercado ágil e ampliado, com condições de enfrentar a concorrência inglesa através da proteção governamental.

b)

A unificação foi liderada pela Áustria, o mais poderoso dos Estados germânicos e sucessora do extinto Sacro-Império, capaz de eliminar as pretensões da Prússia. Aliado da França, o país austríaco contou com o seu apoio para vencer as resistências germânicas do sul.

c)

A constituição, redigida por Bismarck, inaugurou uma era democrática nos estados alemães, sob influência dos ideais da Revolução Francesa, baseados na soberania e na participação popular.

d)

As decisões do Congresso de Viena, ao reconhecerem o direito de independência da Alemanha, foram fundamentais para a consolidação da unificação, pois inibiram as pretensões italianas aos territórios do sul da Alemanha.

e)

O processo de unificação alemã contou com o apoio da França, que, acossada pela supremacia britânica, via no novo Estado um importante aliado na corrida imperialista.

7

História Gabarito 1.

D A Prússia unificou a Alemanha pautada em um projeto de industrialização e crescimento econômico no cenário Europeu, o que levou ao rompimento do equilíbrio europeu.

2.

B As bandeiras, principalmente depois do século XIX, serviram majoritariamente para expressar a ideologia dominante do governo.

3.

E As guerras de unificação contra estes países reforçaram o nacionalismo.

4.

C Ação militar foi parte essencial da unificação alemã que buscava defender os interesses liberais e industriais da aristocracia.

5.

E As unificações tardias fizeram com que esses países corressem para se insdutrializar para competir com as outras potências, a sua industrialização vai levar a diversas disputas dentro e fora do continente europeu tornando-se um dos motivos para a eclosão da I Guerra Mundial.

6.

B O investimento em infraestrutura era necessário para aumentar a produção e permitir o crescimento do Estado recem formado que buscava expandir seus mercados.

7.

B A Alemanha já surge com enorme protagonismo no cenário internacional.

8.

A O acordo aduaneiro favoreceu prioritariamente a Prússia que eliminou barreiras alfandegárias para seus produtos, fortalecendo a indústria e a economia.

9.

A O processo de unificação alemã se deu com uma série de guerras travadas contra potências vizinhas.

10. A O processo de unificação fez com que os capitais prussianos incentivassem o crescimento econômico na Alemanha.

8

Literatura Machado de Assis: características gerais Resumo Joaquim Maria Machado de Assis é um dos maiores nomes da literatura brasileira. De origem humilde e mestiça, o carioca, gago e epilético, nascido no Morro do Livramento, atuou como jornalista, cronista, crítico, dramaturgo e poeta, superando os preconceitos através de seu inegável talento autodidata. O primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras é o principal nome do Realismo brasileiro, mas sua obra deixou um legado para diferentes estilos e gêneros literários.

Características machadianas As obras machadianas eram produzidas, em sua maioria, em prosa e com o aprofundamento psicológico de personagens e, um dos elementos mais significativos, é o posicionamento do narrador. Com caráter persuasivo, o narrador –que por muitas vezes também é personagem- é ativo ao longo do enredo e dialoga o tempo inteiro com o leitor. Além disso, em alguns momentos, interfere no enredo e admite uma posição provocadora sobre seu posicionamento, incitando que o interlocutor também pense da mesma forma. Outro ponto interessante a ser abordado, é o da descrição feminina, que está longe da figura idealizada da escola Romântica. Aqui, a mulher é mais concreta, abordada não só por suas qualidades, mas também por seus defeitos. É uma mulher real, sem ser fantasiada pelo narrador. Por fim, a ironia machadiana e o ceticismo também são uns dos principais aspectos que fazem referência ao autor. Com um toque humorístico e, por muitas vezes sutil, estes conseguem expressar – com inteligência – as verdadeiras intenções do autor, fazendo abordagens sobre a hipocrisia humana, as relações por interesse, o adultério, a infelicidade no casamento, a ascensão social, o egocentrismo, entre outras. Para sintetizar, é importante salientar as características principais do autor: • Crítica à burguesia e aos comportamentos sociais; • Ironia e sutileza nas análises; • Metalinguagem; • Interação constante com o leitor; • Drigressão – tempo não cronológico em algumas obras. Texto I Capítulo XXXIII: O penteado Capitu deu-me as costas, voltando-se para o espelhinho. Peguei-lhe dos cabelos, colhi-os todos e entrei a alisá-los com o pente, desde a testa até as últimas pontas, que lhe desciam à cintura. Em pé não dava jeito: não esquecestes que ela era um nadinha mais alta que eu, mas ainda que fosse da mesma altura. Pedi-lhe que se sentasse. 1

Literatura – Senta aqui, é melhor. Sentou-se. “Vamos ver o grande cabeleireiro”, disse-me rindo. Continuei a alisar os cabelos, com muito cuidado, e dividi-os em duas porções iguais, para compor as duas tranças. Não as fiz logo, nem assim depressa, como podem supor os cabeleireiros de ofício, mas devagar, devagarinho, saboreando pelo tacto aqueles fios grossos, que eram parte dela. O trabalho era atrapalhado, às vezes por desazo, outras de propósito, para desfazer o feito e refazê-lo. Os dedos roçavam na nuca da pequena ou nas espáduas vestidas de chita, e a sensação era um deleite. Mas, enfim, os cabelos iam acabando, por mais que eu os quisesse intermináveis. Não pedi ao céu que eles fossem tão longos como os da Aurora, porque não conhecia ainda esta divindade que os velhos poetas me apresentaram depois; mas, desejei penteá-los por todos os séculos dos séculos, tecer duas tranças que pudessem envolver o infinito por um número inominável de vezes. Se isto vos parecer enfático, desgraçado leitor, é que nunca penteastes uma pequena, nunca pusestes as mãos adolescentes na jovem cabeça de uma ninfa...Uma ninfa! Todo eu estou mitológico. Ainda há pouco, falando dos seus olhos de ressaca, cheguei a escrever Tétis; risquei Tétis, risquemos ninfas; digamos somente uma criatura amada, palavra que envolve todas as potências cristãs e pagãs. Enfim, acabei as duas tranças. Onde estava a fita para atar-lhes as pontas? Em cima da mesa, um triste pedaço de fita enxovalhada. Juntei as pontas das tranças, uni-as por um laço, retoquei a obra, alargando aqui, achatando ali, até que exclamei: – Pronto! – Estará bom? – Veja no espelho. Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não vos esqueçais que estava sentada, de costas para mim. Capitu derreou a cabeça, a tal ponto que me foi preciso acudir com as mãos e ampará-la; o espaldar da cadeira era baixo. Inclinei-me depois sobre ela, rosto a rosto, mas trocados, os olhos de um na linha da boca do outro. Pedi-lhe que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o pescoço. Cheguei a dizer-lhe que estava feia; mas nem esta razão a moveu. – Levanta, Capitu! Não quis, não levantou a cabeça, e ficamos assim a olhar um para o outro, até que ela abrochou os lábios, eu desci os meus, e... Grande foi a sensação do beijo; Capitu ergueu-se, rápida, eu recuei até à parede com uma espécie de vertigem, sem fala, os olhos escuros. Quando eles me clarearam, vi que Capitu tinha os seus no chão. Não me atrevi a dizer nada; ainda que quisesse, faltava-me língua. Preso, atordoado, não achava gesto nem ímpeto que me descolasse da parede e me atirasse a ela com mil palavras cálidas e mimosas...Não mofes dos meus quinze anos, leitor precoce. Com dezessete, Des Grieux (e mais era Des Grieux) não pensava ainda na diferença dos sexos. Disponível em: http://www.ibiblio.org/ml/libri/a/AssisJMM_DomCasmurro/node33.html

Texto II Capítulo CXV: O almoço Não a vi partir; mas à hora marcada senti alguma cousa que não era dor nem prazer, uma cousa mista, alívio e saudade, tudo misturado, em iguais doses. Não se irrite o leitor com esta confissão. Eu bem sei que, para titilar-lhe os nervos da fantasia, devia padecer um grande desespero, derramar algumas lágrimas, e não almoçar. Seria romanesco; mas não seria biográfico. A realidade pura é que eu almocei, como nos demais dias, acudindo ao coração com as lembranças da minha aventura, e ao estômago com os acepipes de M. Prudhon... (....) Dsiponível em: http://www.ibiblio.org/ml/libri/a/AssisJMM_MemoriasPostumas/node118.html

2

Literatura Texto III Capítulo CXXV : Epitáfio Aqui jaz D. Eulália damascena de brito morta aos dezenove anos de edade orai por ela! Disponível em: http://www.ibiblio.org/ml/libri/a/AssisJMM_MemoriasPostumas/node128.html

Texto IV Capítulo CXXVI: Desconsolação O epitáfio diz tudo. Vale mais do que se lhes narrasse a moléstia de Nhã-loló, a morte, o desespero da família, o enterro. Ficam sabendo que morreu; acrescentarei que foi por ocasião da primeira entrada da febre amarela. Não digo mais nada, a não ser que a acompanhei até o último jazigo, e me despedi triste, mas sem lágrimas. Concluí que talvez não a amasse deveras. (...) Se não contei a morte, não conto igualmente a missa do sétimo dia. A tristeza de Damasceno era profunda; esse pobre homem parecia uma ruína. Quinze dias depois estive com ele; continuava inconsolável, e dizia que a dor grande com que Deus o castigara fora ainda aumentada com a que lhe infligiram os homens. Não me disse mais nada. (...) Texto V Capítulo LV: O velho diálogo de Adão e Eva BRÁS CUBAS. . . . . . . . . . . . . . . . . VIRGÍLIA .............. BRÁS CUBAS ................................................................... VIRGíLIA ...................! BRáS CUBAS ............................... VIRGíLIA .....................................................................?................ BRÁS CUBAS ............................................. VIRGÍLIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .? BRÁS CUBAS .............................................................................................. ...................................!............................ ..................!........... VIRGÍLIA .....................................? Disponível em: http://www.ibiblio.org/ml/libri/a/AssisJMM_MemoriasPostumas/node58.html

3

Literatura Texto VI O Alienista (fragmento) As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia. —A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo. Dito isso, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas. Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele, caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, —únicas dignas da preocupação de um sábio, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte. D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte, não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A índole natural da ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconselhar à mulher um regímen alimentício especial. A ilustre dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua resistência,—explicável, mas inqualificável,— devemos a total extinção da dinastia dos Bacamartes. Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as mágoas; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos desta lhe chamou especialmente a atenção,— o recanto psíquico, o exame de patologia cerebral. Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particularmente a brasileira, podia cobrir-se de "louros imarcescíveis", — expressão usada por ele mesmo, mas em um arroubo de intimidade doméstica; exteriormente era modesto, segundo convém aos sabedores. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000012.pdf

Texto VII Capítulo CXXXVI: Inutilidade Mas, ou muito me engano, ou acabo de escrever um capítulo inútil. Disponível em: http://www.ibiblio.org/ml/libri/a/AssisJMM_MemoriasPostumas/node139.html

Texto VIII Capítulo CXXXVIII: A um crítico Meu caro crítico, Algumas páginas atrás, dizendo eu que tinha cinquenta anos, acrescentei: “Já se vai sentindo que o meu estilo não é tão lesto como nos primeiros dias.” Talvez aches esta frase incompreensível, sabendo-se o meu atual estado; mas eu chamo a tua atenção para a subtileza daquele pensamento. O que eu quero dizer não é que esteja agora mais velho do que quando comecei o livro. A morte não envelhece. Quero dizer, sim, que em cada fase da narração da minha vida experimento a sensação correspondente. Valha-me Deus! é preciso explicar tudo. Disponível em: http://www.ibiblio.org/ml/libri/a/AssisJMM_MemoriasPostumas/node141.html

4

Literatura Texto IX Capítulo XXI: O almocreve Vai então, empacou o jumento em que eu vinha montado; fustiguei-o, ele deu dois corcovos, depois mais três, enfim mais um, que me sacudiu fora da sela, e com tal desastre, que o pé esquerdo me ficou preso no estribo; tento agarrar-me ao ventre do animal, mas já então, espantado, disparou pela estrada afora. Digo mal: tentou disparar, e efetivamente deu dois saltos, mas um almocreve, que ali estava, acudiu a tempo de lhe pegar na rédea e detê-lo, não sem esforço nem perigo. Dominado o bruto, desvencilhei-me do estribo e pus-me de pé. – Olhe do que vosmecê escapou, disse o almocreve. E era verdade; se o jumento corre por ali fora, contundia-me deveras, e não sei se a morte não estaria no fim do desastre; cabeça partida, uma congestão, qualquer transtorno cá dentro, lá se me ia a ciência em flor. O almocreve salvara-me talvez a vida; era positivo; eu sentia-o no sangue que me agitava o coração. Bom almocreve! enquanto eu tornava à consciência de mim mesmo, ele cuidava de consertar os arreios do jumento, com muito zelo e arte. Resolvi dar-lhe três moedas de ouro das cinco que trazia comigo; não porque tal fosse o preço da minha vida, -- essa era inestimável; mas porque era uma recompensa digna da dedicação com que ele me salvou. Está dito, dou-lhe as três moedas. – Pronto, disse ele, apresentando-me a rédea da cavalgadura. – Daqui a nada, respondi; deixa-me, que ainda não estou em mim... – Ora qual! – Pois não é certo que ia morrendo? – Se o jumento corre por aí fora, é possível; mas, com a ajuda do Senhor, viu vosmecê que não aconteceu nada. Fui aos alforjes, tirei um colete velho, em cujo bolso trazia as cinco moedas de ouro, e durante esse tempo cogitei se não era excessiva a gratificação, se não bastavam duas moedas. Talvez uma. Com efeito, uma moeda era bastante para lhe dar estremeções de alegria. Examinei-lhe a roupa; era um pobre diabo, que nunca jamais vira uma moeda de ouro. Portanto, uma moeda. Tirei-a, via-a reluzir à luz do sol; não a viu o almocreve, porque eu tinha-lhe voltado as costas; mas suspeitou-o talvez, entrou a falar ao jumento de um modo significativo; dava-lhe conselhos, dizia-lhe que tomasse juízo, que o «senhor doutor» podia castigá-lo; um monólogo paternal. Valha-me Deus! até ouvi estalar um beijo: era o almocreve que lhe beijava a testa. – Olé! exclamei. – Queira vosmecê perdoar, mas o diabo do bicho está a olhar para a gente com tanta graça... Ri-me, hesitei, meti-lhe na mão um cruzado em prata, cavalguei o jumento, e segui a trote largo, um pouco vexado, melhor direi um pouco incerto do efeito da pratinha. Mas a algumas braças de distância, olhei para trás, o almocreve fazia-me grandes cortesias, com evidentes mostras de contentamento. Adverti que devia ser assim mesmo; eu pagara-lhe bem, pagara-lhe talvez demais. Meti os dedos no bolso do colete que trazia no corpo e senti umas moedas de cobre; eram os vinténs que eu devera ter dado ao almocreve, em lugar do cruzado em prata. Porque, enfim, ele não levou em mira nenhuma recompensa ou virtude, cedeu a um impulso natural, ao temperamento, aos hábitos do ofício; acresce que a circunstância de estar, não mais adiante nem mais atrás, mas justamente no ponto do desastre, parecia constituí-lo simples instrumento de Providência; e de um ou de outro modo, o mérito do ato era positivamente nenhum. Fiquei desconsolado com esta reflexão, chamei-me pródigo, lancei o cruzado à conta das minhas dissipações antigas; tive (por que não direi tudo?), tive remorsos. Disponível em: http://www.ibiblio.org/ml/libri/a/AssisJMM_MemoriasPostumas/node24.html

5

Literatura Exercícios 1.

“Com efeito, um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro. Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais arrojadas cabriolas de volatim, que é possível crer. Eu deixei-me estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de um X: decifra-me ou devoro-te.” (Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis)

Sobre o texto mostrado, pode-se dizer que:

2.

a)

o autor faz uma abordagem superficial da situação.

b)

o autor preocupa-se com os detalhes, por meio de minuciosa descrição.

c)

o autor dá relevância a outras circunstâncias, negligenciando o foco do assunto.

d)

o autor não mostra preocupação com o discernimento do leitor, pois apenas sugere situações.

e)

contempla a si próprio, num ritual egocêntrico e narcisista.

No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo.“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.” ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.

A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa: a)

... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ...

b)

... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ...

c)

Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ...

d)

Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ...

e)

... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.

6

Literatura 3.

Capítulo III Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que esta aqui na sala: um Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja – primor de argentaria, execução fina e acabada. O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como um pedaço da província, nem pôde deixar na cozinha, onde reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços. ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993 (fragmento).

Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a peculiaridade do texto que garante a universalização de sua abordagem reside

4.

a)

No conflito entre o passado pobre e o presente rico, que simboliza o triunfo da aparência sobre a essência.

b)

No sentimento de nostalgia do passado devido à substituição da mão de obra escrava pela dos imigrantes.

c)

Na referência a Fausto e Mefistófeles, que representam o desejo de eternização de Rubião.

d)

Na admiração dos metais por parte de Rubião, que metaforicamente representam a durabilidade dos bens produzidos pelo trabalho.

e)

Na resistência de Rubião aos criados estrageiros, que reproduz o sentimento de xenofobia.

"Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo, mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida." ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993 (fragmento).

Assinale a alternativa correta sobre Machado de Assis. a)

Desde o início de sua carreira literária, seguiu de forma rigorosa os cânones da estética realista, produzindo romances cuja base temática se apoia no determinismo cientificista.

b)

Privilegiou a sondagem dos misteriosos motivos psicológicos que atuam sobre o comportamento humano, atitude que o particularizou no contexto do Realismo ortodoxo do século XIX.

c)

Retratou, de acordo com princípios do Naturalismo, a degradação da sociedade burguesa de sua época, criando personagens marcados por fortes traços patológicos.

d)

Embora tenha adotado o estilo realista, defendeu a tese de que a única salvação para o homem estaria na religião.

e)

Sua obra é marcada por forte influência romântica, derivando daí a acentuada idealização do espírito humano tematizada em seus textos.

7

Literatura 5.

“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai logo que teve aragem dos quinze contos sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil. — Dessa vez, disse ele, vais para Europa, vais cursar uma Universidade, provavelmente Coimbra, quero-te homem sério e não arruador e não gatuno. E como eu fizesse um gesto de espanto: — Gatuno, sim senhor, não é outra coisa um filho que me faz isso.” Machado de Assis – Memórias póstumas de Brás Cubas

De acordo com essa passagem da obra, pode-se antecipar a visão que Machado de Assis tinha sobre as pessoas e sobre a sociedade. A esse respeito, assinale a alternativa correta.

6.

a)

O amor é fruto de interesse e compõe o pilar das instituições hipócritas.

b)

O amor, se sincero, supera todas as barreiras, inclusive as financeiras.

c)

O caráter autoritarista moldava as relações familiares, principalmente entre pai e filho.

d)

Havia medo de que a marginalidade envolvesse os jovens daquela época.

e)

O amor era glorificado e apontado como o único caminho para redimir as pessoas.

Capítulo 73 – O Luncheon O despropósito fez-me perder outro capítulo. Que melhor não era dizer as coisas lisamente, sem todos estes solavancos! Já comparei o meu estilo ao andar dos ébrios. Se a ideia vos parece indecorosa, direi que ele é o que eram as minhas refeições com Virgília, na casinha da Gamboa, onde às vezes fazíamos a nossa patuscada, o nosso luncheon. Vinho, frutas, compotas. Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas doces, de olhares ternos, de criancices, uma infinidade desses apartes do coração, aliás o verdadeiro, o ininterrupto discurso do amor. Às vezes vinha o arrufo temperar o nímio adocicado da situação. Ela deixava-me, refugiava-se num canto do canapé, ou ia para o interior ouvir as denguices de Dona Plácida. Cinco ou dez minutos depois, reatávamos a palestra, como eu reato a narração, para desatá-la outra vez. Note-se que, longe de termos horror ao método, era nosso costume convidá-lo, na pessoa de Dona Plácida, a sentar-se conosco à mesa; mas Dona Plácida não aceitava nunca. (*) Luncheon (Ing.): lanche, refeição ligeira, merenda. Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

No trecho “se a ideia vos parece indecorosa”, revela-se: a)

o grau de desfaçatez e até de imprudência que o narrador imprime a sua relação com o leitor.

b)

que o narrador substitui uma comparação inapropriada e até chula, por uma comparação propriamente decorosa.

c)

que o narrador censura o pundonor exagerado e deslocado da personagem Dona Plácida.

d)

o peso da censura que, na sociedade patriarcal do século XIX, recaía sobre a prática do adultério.

e)

que o narrador reforma seu estilo por respeito à leitora elegante, pertencente às classes superiores, cujos interesses Machado de Assis defendia.

8

Literatura 7.

8.

“O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice e adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui.” O excerto acima faz parte da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. A propósito da narrativa, é correto afirmar: a)

A narrativa de Bento Santiago é comparável a uma acusação: aproveitando sua formação jurídica, o narrador pretende configurar a culpa de Capitu.

b)

O artifício narrativo usado é a forma de diário, de modo que o leitor receba as informações do narrador à medida que elas acontecem, mantendo-se assim a tensão.

c)

Elegendo a temática do adultério, o autor resgata o romantismo de seus primeiros romances, com personagens idealizadas entregues à paixão amorosa.

d)

O espaço geográfico e social representado é situado em uma província do Império, buscando demonstrar que as mazelas sociais não são prerrogativa da Corte.

e)

Bentinho desejava a morte de Escobar (até tentou envenená-lo uma vez), a ponto de se sentir culpado quando o ex amigo morreu afogado.

"Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis [...]".Neste trecho, de Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis: a) surpreende o leitor com um vocabulário exótico e comparações inesperadas. b) dá seu depoimento autobiográfico e impressionista, através de um estilo rebuscado e colorido. c) explora com muita felicidade a "psicologia feminina", razão pela qual foi aceito com entusiasmo pelo público ansioso de uma literatura romântica. d) focaliza o emergente proletariado fluminense e os interesses ocultos por trás de suas ações aparentemente triviais. e) dá um exemplo da ironia e do humor característicos de sua obra, frutos de um profundo pessimismo.

9.

Texto I (...) estás sempre aí, bruxo alusivo e zombeteiro, que revolves em mim tantos enigmas. Carlos Drummond de Andrade (em poema dedicado a Machado de Assis)

Texto II Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro (...). Há casos, por exemplo, em que um simples botão de camisa é a alma exterior de uma pessoa; — e assim também a polca, o voltarete, um livro, uma máquina, um par de botas (...). Há cavalheiros, por exemplo, cuja alma exterior, nos primeiros anos, foi um chocalho ou um cavalinho de pau, e mais tarde uma provedoria de irmandade, suponhamos. Machado de Assis

“Há cavalheiros, por exemplo, cuja alma exterior, nos primeiros anos, foi um chocalho ou um cavalinho de pau, e mais tarde uma provedoria de irmandade, suponhamos.” Assinale a afirmação correta sobre os exemplos apresentados no texto. a)

Correspondem a estratégia argumentativa para persuadir o interlocutor de que há uma alma exterior.

b)

Funcionam como digressões, isto é, desvios com relação ao tema de teor espiritualista presente na afirmação inicial.

c)

Usados ironicamente, invalidam a tese, já que provam a tendência materialista e consumista, inata no homem.

d)

Contrariam a tese, na medida em que indicam coisas concretas, o que provoca efeito humorístico.

e)

Embora indiquem coisas concretas, confirmam o desapego humano à materialidade do mundo. 9

Literatura 10. Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

A leitura do excerto permite inferir vários traços de caráter do narrador-personagem. Entre os traços relacionados abaixo, o único que NÃO é abonado ou confirmado pelo texto é o que está em a)

Exibicionismo

b)

Populismo

c)

Presunção

d)

Irreverência

e)

Vaidade

10

Literatura Gabarito 1. C Aqui nota-se que a resposta correta é a alternativa C, porque o narrador divaga, conversa, faz rodeios, antes de contar qual é o real objetivo da história. 2. A A crítica contida no fragmento é em relação à idealização exagerada dos românticos que enfeitavam demais a realidade e apagavam os defeitos. 3. A Para atender às exigências que o novo status social impõe, Rubião precisa mudar traços de sua origem mineira e pobre, segudo a obra. Dessa forma, a alternativa correta é a letra A, pois revela o conflito entre o passado pobre e o presente rico. 4. B Machado escreveu sobre as pessoas e suas personalidades sem caráter maniqueísta, explorado o comportamento humano e suas plurais nuances. 5. A Uma das características das obras de Machado é a crítica às instituições sociais. Aqui, o romance é criticado, quando Marcela ama na realidade o dinheiro e não Brás Cubas. 6. A O modo irônico e descarado como o narrador se dirige ao interlocutor (leitor) é uma característica da obra Memórias Póstumas de Bras Cubas, uma vez que Brás utiliza de tal irrevêrencia para abordar suas análises. 7. A Bentinho passa a narrativa inteira moldando seu discurso e contando os fatos a partir de perspectiva única, para acusar Capitu de traição, justificando, às custas dela, seu fim solitário e amargurado. 8. E Neste fragmento da obra de Machado de Assis, é possível perceber a ironia do autor ao retratar um relacionamento motivado pelo interesse financeiro, revelando um pessimismo sobre o caráter do ser humano. 9. A Os três textos tratam do mesmo tema, apresentando defesas de que há elementos representativos de almas externas, comprovando sua existência. Além disso, a apresentação de exemplos daquilo que se afirma é uma característica de Machado de Assis. 10. B Ao dizer que foi acompanhado ao cemitério por apenas onze amigos, o narrador (defunto) mostra que não era popular, embora tivesse poder aquisitivo e prestígio familiar.

11

Matemática Definição de módulo e equações modulares Resumo Dado um número real x, define-se o módulo de x, representado por |x| como:

O módulo também é chamado de valor absoluto. Com isso, podemos concluir que |x| ≥ 0, para todo x real Exemplos: 1. | 1 | = 1 2. | -2 | = 2 3. | √2 | = √2 4. | -1/5 | = 1/5 Note que: | 1 | = 1, já que 1 ≥ 0, o resultado é o próprio 1. | – 2 | = 2, pois – 2 < 0, o resultado será 2.

Interpretação geométrica A interpretação geométrica do módulo de um número real x é a distância desse número até a origem (ponto 0). Observe na reta real:

Nesse caso | -5| = 5 representa que esse número dista 5 unidades da origem. Já o | 3| dista 3 da origem. Exemplo: |x|=4 Do ponto de vista geométrico, queremos descobrir qual é o número que dista 4 unidades da origem, ou seja,

Logo, existem 2 valores que satisfazem essa condição: – 4 e 4. Assim, o conjunto solução S será: S= {-4,4}

Propriedades Sejam x e y números reais, então:

1

Matemática Equação modular Usando como base o exemplo anterior, vamos estudar um caso parecido: | x – 1 | = 4. Como não sabemos se a expressão (x – 1) é positiva ou negativa, devemos estudar os dois casos. Ou seja: x – 1 = 4 ou x – 1 = - 4 Nesse caso, temos como solução:

Existem casos em que ambos os membros da equação possuem módulo, nesse caso, para x e y números reais:

Condição de existência Como dito anteriormente, |x| ≥ 0 para todo x real, ou seja, o caso | x | = – 2 não possui solução, pois não existe número real tal que diste – 2 unidades da origem. Exemplo: |x – 5| = – 2x + 1 Para que a equação seja verdadeira, temos a seguinte condição:

Então para que a solução seja válida, ela deve ser menor que 1/2.

Nesse caso, 2 não é solução pois é maior que 1/2. Substituindo x = 2, |x – 5| = -2.2 + 1 |x – 5| = -3 , o que não é solução válida Logo S = {-4}

2

Matemática Exercícios 1.

2.

3.

4.

Simplificando a expressão A = a)

1

b)

-1

c)

0

d)

2

e)

-2

|2 - x| 2-x

, com x > 2, temos que ela vale:

Três números positivos proporcionais a 5, 8 e 9 são tais que a diferença do maior para o menor supera o módulo da diferença entre os dois menores em 5 unidades. Assinale o maior deles. a)

45

b)

54

c)

63

d)

72

e)

81

Considerando-se a equação x² - 5x + 6 = |x – 3|, tem-se que a soma de suas raízes é a)

0

b)

1

c)

2

d)

3

e)

4

O número de soluções da equação a)

1

b)

2

c)

3

d)

4

e)

5

1 2

3

|x|. |x - 3| = 2 . |x - 2|, no conjunto R, é

3

Matemática 5.

6.

7.

8.

9.

A soma das raízes reais distintas da equação ||x – 2| -2| = 2 é igual a a)

0

b)

2

c)

4

d)

6

e)

8

A soma das raízes da equação modular ||x – 2| -7| = 6 é a)

15

b)

30

c)

4

d)

2

e)

8

O produto das raízes reais da equação |x² - 3x + 2| =|2x – 3| é igual a a)

-5

b)

-1

c)

1

d)

2

e)

5

No conjunto dos números reais, o conjunto solução da equação 4√(2x - 1)4 = 3x + 2 a)

é vazio

b)

é unitário

c)

possui dois elementos

d)

possui três elementos

e)

possui quatro elementos

Sobre os elementos do conjunto solução da equação |x²| - 4|x| - 5 = 0, podemos dizer que a)

são um número natural e inteiro.

b)

são números naturais.

c)

o único elemento é um número natural.

d)

um deles é um número racional, o outro é um número irracional.

e)

não existem, isto é, o conjunto solução é vazio.

4

Matemática 10. Se as raízes da equação x² - 5|x| - 6 = 0 são também raízes de x² - ax – b, então, os valores dos números reais a e b são respectivamente a)

-1 e 6

b)

5e6

c)

0 e 36

d)

5 e 36

e)

0e6

5

Matemática Gabarito 1. B Como x > 2, então a expressão |2 - x| é negativa, logo |2 - x| = - (2 – x), assim

2. A

3. E

4. D

6

Matemática 5. D

6. E

7. A x2 – 3x + 2 = 2x – 3  x2 – 5x + 5 = 0, temos o produto das raízes igual a 5 x2 – 3x + 2 = -2x + 3  x2 + x – 1 = 0, temos o produto das raízes igual a -1 Logo, o produto total das raízes é -1 . 5 = -5 8. B

Mas, para satisfazer a condição de existência, temos que:

Então, o único valor de x que satisfaz a equação dada é -

3 5

7

Matemática 9. A

10. C Usando a propriedade, temos que x² = |x|², assim:

Como 6 e -6 são raízes de x² - ax – b = 0, então, vale que:

8

Matemática Exercícios envolvendo logaritmos Exercícios 1.

𝐼

A fórmula para medir a intensidade de um dado terremoto na escala Richter é 𝑅 = 𝑙𝑜𝑔10 ( ) com I0 𝐼0

sendo a intensidade de um abalo quase imperceptível e I a intensidade de um terremoto dada em termos de um múltiplo de I 0 . Se um sismógrafo detecta um terremoto com intensidade

I = 32000I0 , qual a intensidade do terremoto na escala Richter? Indique o valor mais próximo.

Dado: use a aproximação log 2  0,30 .

2.

a)

3,0

b)

3,5

c)

4,0

d)

4,5

e)

5,0

Para realizar a viagem dos sonhos, uma pessoa precisava fazer um empréstimo no valor de R$ 5000,00. Para pagar as prestações, dispõe de, no máximo, R$ 400,00 mensais. Para esse valor de empréstimo, o valor da prestação (P) é calculado em função do número de prestações (n) segundo a fórmula

P=

5000 1, 013n  0, 013 (1, 013n − 1)

Se necessário, utilize 0,005 como aproximação para log 1, 013 ; 2,602 como aproximação para

log 400 ; 2,525 como aproximação para log 335 . De acordo com a fórmula dada, o menor número de parcelas cujos valores não comprometem o limite definido pela pessoa é a)

12

b)

14

c)

15

d)

16

e)

17

1

Matemática 3.

O pH de uma solução mede a acidez da mesma e é definido como 𝑝𝐻 = 𝑙𝑜𝑔 (

1 [𝐻 +]

), onde [H+] representa

a concentração de íons H+. Devido às secas registradas na região nordeste do país, a escassez de água tornou-se uma calamidade pública em algumas cidades. Como atendimentos de urgência, caminhões pipas distribuíram águas retiradas diretamente de açudes entre as famílias atingida, como pH baixíssimo, tornando-se vulneráveis à contaminação com determinadas bactérias prejudiciais à saúde humana. Numa amostra dessas águas foi detectado que [𝐻 + ] = 2,5.10−9 . De acordo com o texto acima, e considerando 𝑙𝑜𝑔 5 = 0,70, o pH dessa água foi de:

4.

a)

9,70

b)

9,68

c)

9,23

d)

8,87

e)

8,60

Suponha que o nível sonoro β e a intensidade I de um som estejam relacionados pela equação logarítmica 𝛽 = 120 + 10 𝑙𝑜𝑔10 𝐼 , em que

 é medido em decibéis e I , em watts por metro

quadrado. Sejam I1 a intensidade correspondente ao nível sonoro de 80 decibéis de um cruzamento de duas avenidas movimentadas e I2 a intensidade correspondente ao nível sonoro de 60 decibéis do interior de um automóvel com ar-condicionado. A razão

a)

1 10

b)

1

c)

10

d)

100

e)

1 000

I1 é igual a: I2

2

Matemática 5.

liberada pelo terremoto, em quilowatt-hora (kwh), e no valor de I , o valor de a) b) c)

6.

2

𝐸

3

𝐸0

A intensidade de um terremoto na escala Richter é definida por 𝐼 = 𝑙𝑜𝑔10 ( ) , em que

E é a energia

E0 = 10−3 kwh. A cada aumento de uma unidade

E fica multiplicado por:

10 10

103

d)

20/3

e)

20

Em setembro de 1987, Goiânia foi palco do maior acidente radioativo ocorrido no Brasil, quando uma amostra de césio-137, removida de um aparelho de radioterapia abandonado, foi manipulada inadvertidamente por parte da população. A meia-vida de um material radioativo é o tempo necessário para que a massa desse material se reduza à metade. A meia-vida do césio-137 é 30 anos e a quantidade restante de massa de um material radioativo, após t anos, é calculada pela expressão:

M ( t ) = A . ( 2,7 )

kt

Onde A é a massa inicial e k é uma constante negativa. Considere log 2 = 0,3 . Qual o tempo necessário, em anos, para que uma quantidade de massa do césio-137 se reduza a 10% da quantidade inicial?

7.

a)

27

b)

36

c)

50

d)

54

e)

100

Se log 2 = x e log 3 = y , então log 72 é igual a: a)

2x + 3y

b)

3x + 2y

c)

3x – 2y

d)

2x – 3y

e)

x+y

3

Matemática 8.

1 O conjunto solução da inequação   2

log 2 x

3

1    é: 2

a)

9.

b)

{x

/ x < 8}

c)

{x

/ x < 3}

d)

{x

/ x > 3}

e)

{x

/ x > 8}

Suponha que a vazão de água de um caminhão de bombeiros se dá pela

v(t ) = v0 .2−t em que V0 é o

volume inicial de água contido no caminhão e t é o tempo de escoamento em horas. Qual é, aproximadamente, utilizando uma casa decimal, o tempo de escoamento necessário para que o volume de água escoado seja 10% do volume inicial contido no caminhão? (utilize: log 2  0,3 .) a)

3h e 30 min.

b)

3h e 12 min.

c)

3h e 18 min.

d)

2h e 15 min.

e)

2h e 12 min.

10. O altímetro dos aviões é um instrumento que mede a pressão atmosférica e transforma esse resultado em altitude. Suponha que a altitude h acima do nível do mar, em quilômetros, detectada pelo altímetro 1

de um avião seja dada, em função da pressão atmosférica p, em atm, por ℎ(𝑝) = 20. 𝑙𝑜𝑔10 ( ). Num 𝑝

determinado instante, a pressão atmosférica medida pelo altímetro era 0,4 atm. Considerando a aproximação log 2  0,3 , a altitude h do avião nesse instante, em quilômetros, era de a)

5.

b)

8.

c)

9.

d)

11.

e)

12.

4

Matemática Gabarito 1. D Utilizando as informações do enunciado, temos:

32000 I 0 I R = log10 ( ) = log( ) I0 I0 = log 32000 = log(32.1000) = log 32 + log1000 = log 25 + log10³ = log 25 + log10³ = 5log 2 + 3log10 = 5(0,3) + 3(1) = 1,5 + 3 = 4,5 2. D

5

Matemática 3. E Devemos calcular:

1   pH = log  = log(2,5.10−9 ) −1 −9   2,5.10  pH = − log 2,5.10−9 = −(log 2,5 + log10−9 ) = −(log 25 /10 − 9 log10) pH = −(log 25 − log10 − 9 log10) pH = −(log 5² − log10 − 9 log10) pH = −(2 log 5 − log10 − 9 log10) pH = −(2.0, 7 − 1 − 9) = −(−8, 6) = 8, 6 4. D Primeiro, vamos calcular I1:

80 = 120 + 10 log I1 8 = 12 + log I1 log I1 = −4 I1 = 10−4 Agora, vamos calcular I2:

60 = 120 + 10 log I 2 6 = 12 + log I 2 log I 2 = −6 I 2 = 10−6 Queremos I1/I2, assim:

10−4 106 = = 100 10−6 104

5. C Vamos colocar E em função de I:

 E 2 I = .log   3  E0  Multiplicando em cruz, temos:

 E 3.I = log   2  E0  Usando a propriedade do logaritmo da divisão,

3.I = log E − log E0 2 Segundo o enunciado

E0 = 10−3 , logo:

3.I = log E − log10−3 2

6

Matemática 3.I = log E − (−3) 2 3.I = log E + 3 2 3.I − 3 = log E 2 Aplicando a definição de logaritmo,  3. I  −3   2 

E = 10

 3. I − 6     2 

E = 10

Seguindo o que o enunciado sugere “A cada aumento de uma unidade no valor de I ”, aumentaremos uma unidade em I, obteremos outro valor de

E , que chamarei de E ' . O valor de E ' será:

 3.( I +1) − 6    2 

E ' = 10 E ' = 10 E ' = 10

 3. I + 3− 6    2    3. I −3     2 

O problema pergunta por quanto o valor de E fica multiplicado quando aumentamos uma unidade em I, ou seja, por quanto temos que multiplicar multiplicar

E para chegar em E ' . Digamos que tenhamos que

E po x para chegar em E':

E.x = E ' Substiuindo pelo o que encontramos, temos:  3. I − 6     2 

.x = 10

10

x=

 3. I −3     2 

 3. I −3    2 

10 10

 3. I − 6     2 

Aplicando a regra de potenciação:  3. I −3   3. I −6   −  2   2 

x = 10 x = 10

3. I −3−3. I + 6 2 3

x = 10 2 x = 103

7

Matemática 6. E

7. B Observe:

log 72 = log (8.9 ) = log8 + log 9 = log 2³ + log 3² = 3log 2 + 2log 3 Substituindo log2 = x e log3 = y, temos: log 72 = 3x + 2 y 8. E Temos uma inequação exponencial de base menor do que 1. Assim, comparamos os expoentes, mas com o sinal trocado: log 2 x

1 1     2 2 log 2 x  3

3

Quando nos deparamos com uma inequação logarítmica, temos que ter log nos dois lados.

log 2 x  3 log 2 x  3log 2 2 log 2 x  log 2 2³ log 2 x  log 2 8 x 8

8

Matemática 9. C Segundo o enunciado, temos que calcular V = 10%V 0. Substituindo na fórmula, temos:

0,1v0 = v0 .2− t 0,1 = 2− t log 0,1 = log 2− t 1 log   = −t log 2  10  log1 − log10 = −t log 2 0 − 1 = −t.0,3 1 = 0,3t 1 t= 0,3 t = 3,3 t = 3 + 0,3 = 3 horas e 18 minutos. 10. B Substituindo os valores fornecidos no enunciado, temos:

 1  h(0, 4) = 20.log10    0, 4  h(0, 4) = 20 log(0, 4) −1 h(0, 4) = 20(−1.log 0, 4)   4  h(0, 4) = 20  − log     10    h(0, 4) = 20[−(log 4 − log10)] h(0, 4) = 20[−(log 2² − log10)] h(0, 4) = 20[−(2.log 2 − 1) h(0, 4) = 20[−(2.0,3 − 1)] h(0, 4) = 20[−(0, 6 − 1)] h(0, 4) = 20[−(−0, 4)] h(0, 4) = 20.0, 4 h(0, 4) = 8 atm

9

Matemática

Cilindros Resumo Elementos e classificação Cilindro é um solido geométrico caracterizado por tem suas bases sendo formadas por círculos.

Bases: Círculos de raio AB Altura: CD Geratriz: CD Geratriz: Medida lateral do cilindro

Um cilindro pode ser classificado conforme a inclinação da geratriz em relação à base: •

Reto: o cilindro circular é reto quando a geratriz é perpendicular à base.



Oblíqua: o cilindro circular é oblíqua quando a geratriz é oblíqua à base.

Área da base

Área lateral

Área Total

𝐴𝑏 = 𝜋𝑟 2

𝐴𝑙 = 2𝜋𝑟ℎ

𝐴𝑡 = 2𝐴𝑏 + 𝐴𝑙

V = AB h

𝐴𝑡 = 2𝜋𝑟(ℎ + 𝑟)

V =  r2h

Volume

Onde: Ab = Área da base Al = Área lateral At = Área total h = altura r = raio

1

Matemática Exercícios 1.

Uma empresa que organiza eventos de formatura confecciona canudos de diplomas a partir de folhas de papel quadradas. Para que todos os canudos fiquem idênticos, cada folha é enrolada em torno de um cilindro de madeira de diâmetro d em centímetros, sem folga, dando-se 5 voltas completas em torno de tal cilindro. Ao final, amarra-se um cordão no meio do diploma, bem ajustado, para que não ocorra o desenrolamento, como ilustrado na figura.

Em seguida, retira-se o cilindro de madeira do meio do papel enrolado, finalizando a confecção do diploma. Considere que a espessura da folha de papel original seja desprezível. Qual é a medida, em centímetros, do lado da folha de papel usado na confecção do diploma? a)  d. b) 2  d. c) 4  d. d) 5  d. e) 10  d.

2.

Para construir uma manilha de esgoto, um cilindro com 2 m de diâmetro e 4 m de altura (de espessura desprezível), foi envolvido homogeneamente por uma camada de concreto, contendo 20 cm de espessura. Supondo que cada metro cúbico de concreto custe R$ 10,00 e tomando 3,1 como valor aproximado de π, então o preço dessa manilha é igual a: a)

R$ 230,40.

b)

R$ 124,00.

c)

R$ 104,16.

d)

R$ 54,56.

e)

R$ 49,60.

2

Matemática 3.

O dono de um salão de festas precisa decorar cinco pilastras verticais cilíndricas idênticas, cujo raio da base mede 10 cm. O objetivo é revestir integralmente essas pilastras com faixas de menor comprimento possível, de modo que cada uma tenha seis faixas de cor preta e cinco faixas de cor branca, conforme ilustrado na figura.

Ele orçou as faixas em cinco lojas que as comercializam na largura e nas cores desejadas, porém, em todas elas, só são vendidas peças inteiras. Os comprimentos e os respectivos preços das peças comercializadas por loja estão apresentados no quadro.

O dono do salão de festas decidiu efetuar a compra em uma única loja, optando por aquela em que a compra ficaria mais barata.A loja na qual o dono do salão de festas deve comprar as peças necessárias para confeccionar as faixas é: Dados: Utilize 3 como valor aproximado para π a) I. b) II. c) III. d) IV. e) V.

3

Matemática 4.

Dona Maria, diarista na casa da família Teixeira, precisa fazer café para servir as vinte pessoas que se encontram numa reunião na sala. Para fazer o café, Dona Maria dispõe de uma leiteira cilíndrica e copinhos plásticos, também cilíndricos.

Com o objetivo de não desperdiçar café, a diarista deseja colocar a quantidade mínima de água na leiteira para encher os vinte copinhos pela metade. Para que isso ocorra, Dona Maria deverá a) encher a leiteira até a metade, pois ela tem um volume 20 vezes maior que o volume do copo. b) encher a leiteira toda de água, pois ela tem um volume 20 vezes maior que o volume do copo. c) encher a leiteira toda de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o volume do copo. d) encher duas leiteiras de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o volume do copo. e) encher cinco leiteiras de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o volume do copo.

5.

Para resolver o problema de abastecimento de água foi decidida, numa reunião do condomínio, a construção de uma nova cisterna. A cisterna atual tem formato cilíndrico, com 3 m de altura e 2 m de diâmetro, e estimou-se que a nova cisterna deverá comportar 81 m ³ de água, mantendo o formato cilíndrico e a altura da atual. Após a inauguração da nova cisterna a antiga será desativada. Qual deve ser o aumento, em metros, no raio da cisterna para atingir o volume desejado? Dados: Utilize 3 como valor aproximado para π a) 0,5 b) 1,0 c) 2,0 d) 3,5 e) 8,0

6.

É possível usar água ou comida para atrair as aves e observá-las. Muitas pessoas costumam usar água com açúcar, por exemplo, para atrair beija-flores. Mas é importante saber que, na hora de fazer a mistura, você deve sempre usar uma parte de açúcar para cinco partes de água. Além disso, em dias quentes, precisa trocar a água de duas a três vezes, pois com o calor ela pode fermentar e, se for ingerida pela ave, pode deixá-la doente. O excesso de açúcar, ao cristalizar, também pode manter o bico da ave fechado, impedindo-a de se alimentar. Isso pode até matá-la. Ciência Hoje das Crianças. FNDE; Instituto Ciência Hoje, n. 166, mar 1996.

Pretende-se encher completamente um copo com a mistura para atrair beija-flores. O copo tem formato cilíndrico, e suas medidas são 10 cm de altura e 4 cm de diâmetro. A quantidade de água que deve ser utilizada na mistura é cerca de (utilize  = 3) a) 20 mL. b) 24 mL. c) 100 mL. d) 120 mL. e) 600 mL. 4

Matemática 7.

Muitos restaurantes servem refrigerantes em copos contendo limão e gelo. Suponha um copo de formato cilíndrico, com as seguintes medidas: diâmetro = 6 cm e altura = 15 cm. Nesse copo, há três cubos de gelo, cujas arestas medem 2 cm cada, e duas rodelas cilíndricas de limão, com 4 cm de diâmetro e 0,5 cm de espessura cada. Considere que, ao colocar o refrigerante no copo, os cubos de gelo e os limões ficarão totalmente imersos. (Use 3 como aproximação para π). O volume máximo de refrigerante, em centímetro cúbico, que cabe nesse copo contendo as rodelas de limão e os cubos de gelo com suas dimensões inalteradas, é igual a a) 107. b) 234. c) 369. d) 391. e) 405.

8.

Num parque aquático existe uma piscina infantil na forma de um cilindro circular reto, de 1 m de profundidade e volume igual a 12 m³, cuja base tem um raio R e centro O. Deseja-se construir uma ilha de lazer seca no interior dessa piscina, também na forma de um cilindro circular reto, cuja base estará no fundo e com centro da base coincidindo com o centro do fundo da piscina, conforme a figura. O raio da ilha de lazer será r. Deseja-se que após a construção dessa ilha, o espaço destinado à água na piscina tenha um volume de, no mínimo, 4 m³.

Para satisfazer as condições dadas, o raio máximo da ilha de lazer r, em metros, estará mais próximo de: a) 1,6. b) 1,7. c) 2,0. d) 3,0. e) 3,8.

5

Matemática 9.

Uma alternativa encontrada para a melhoria da circulação em grandes cidades e em rodovias é a construção de túneis. A realização dessas obras envolve muita ciência e tecnologia. Um túnel em formato semicircular, destinado ao transporte rodoviário, tem as dimensões conforme a figura a seguir.

Qual é o volume, em m³, no interior desse túnel? a) 4.800  . b) 7.200  . c) 14.400  . d) 28.800  . e) 57.600  .

10. Para decorar um cilindro circular reto será usada uma faixa retangular de papel transparente, na qual está desenhada em negrito uma diagonal que forma 30° com a borda inferior. O raio da base do cilindro mede 6/π cm, e ao enrolar a faixa obtém-se uma linha em formato de hélice, como na figura.

O valor da medida da altura do cilindro, em centímetro, é a)

36 3

b)

24 3

c)

4 3

d)

36

e)

72

6

Matemática 11. A vazão de água (em m³/h) em tubulações pode ser medida pelo produto da área da seção transversal por onde passa a água (em m² ) pela velocidade da água (em m/h). Uma companhia de saneamento abastece uma indústria utilizando uma tubulação cilíndrica de raio r, cuja vazão da água enche um reservatório em 4 horas. Para se adaptar às novas normas técnicas, a companhia deve duplicar o raio da tubulação, mantendo a velocidade da água e mesmo material. Qual o tempo esperado para encher o mesmo reservatório, após a adaptação às novas normas? a) 1 hora b) 2 horas c) 4 horas d) 8 horas e) 16 horas

12. Uma construtora pretende conectar um reservatório central (𝑅𝐶 ) em formato de um cilindro, com raio interno igual a 2 m e altura interna igual a 3,30 m, a quatro reservatórios cilíndricos auxiliares (𝑅1 , R 2 , R 3 e R 4 ), os quais possuem raios internos e alturas internas medindo 1,5 m.

As ligações entre o reservatório central e os auxiliares são feitas por canos cilíndricos com 0,10 m de diâmetro interno e 20 m de comprimento, conectados próximos às bases de cada reservatório. Na conexão de cada um desses canos com o reservatório central há registros que liberam ou interrompem o fluxo de água. No momento em que o reservatório central está cheio e os auxiliares estão vazios, abrem-se os quatro registros e, após algum tempo, as alturas das colunas de água nos reservatórios se igualam, assim que cessa o fluxo de água entre eles, pelo princípio dos vasos comunicantes. A medida, em metro, das alturas das colunas de água nos reservatórios auxiliares, após cessar o fluxo de água entre eles, é a) b) c) d) e)

1,44. 1,16. 1,10. 1,00. 0,95.

7

Matemática Gabarito 1. D Temos um cilindro formado por essa folha, assim, o lado dessa folha terá o tamanho do comprimento da circunferência da base desse cilindro, de raio d/2. Como são dadas 5 voltas, temos:

5.2 .d = 5 d 2 2. D O volume de concreto é calculado a partir da diferença entre os volumes dos cilindros com raios diferentes: Vmaior com raio igual a 1,2m e Vmenor com raio igual a 1m e alturas iguais a 4 m Volume do concreto: Vconc = Vmaior – Vmenor Vconc = π (1,2² – 1²) 4 = 3,1 . 0,44 . 4 = 5,456 m³ Assim, o preço dessa manilha, em reais, é igual a: 5,456 . 10 = R$ 54,56 3. B O comprimento mínimo necessário é igual a 5 11 2 10  3300 cm . Logo, como a despesa em cada loja é dada, respectivamente, por

 3300   300  11 = R$121,00  3300   700  19 = R$95,00  3300   1000   33 = R$132,00  3300   1400   37 = R$111,00 e

 3300   2200   61 = R$122,00 é fácil ver que a loja II deverá ser a escolhida. Observação:

 x 

denota o menor inteiro maior do que ou igual a x

4. A O volume do copinho plástico, em centímetros cúbicos, é π.2².4 = 16π O volume da leiteira, em centímetros cúbicos, é π.4².20 = 320π (Volume da leiteira) ÷ (volume do copinho) = 320π/16π = 20 Assim, para encher os vinte copinhos plásticos pela metade, é suficiente encher a leiteira até a metade. 5. C Sabemos que o volume de um cilindro é dado pela fórmula π.r².H A cisterna possui 1m de raio da base e 3m de altura. 8

Matemática Como o novo volume da cisterna deverá ser de 81 m³, temos que π.r².3 = 81. Já que π = 3: 9r² = 81 r = 3. 6. C Supondo que o volume da mistura seja a soma do volume (x) da água com o volume (y) do açúcar, ambos em mL, temos:

 x + y = 120  x   y = 5 Resolvendo o sistema, temos x = 100 e y = 20. 7. C 6 2

A capacidade do copo é igual a 𝜋 ⋅ ( ) ⋅ 15 ≅ 405𝑐𝑚3 , Logo, desde que o volume ocupado pelos cubos 2

4 2

de gelo é igual a 3 ⋅ 2 = 24𝑐𝑚 e o volume das rodelas de limão é 2 ⋅ 𝜋 ⋅ ( ) ⋅ 0,5 = 12𝑐𝑚3 , podemos 2 afirmar que a resposta é 405 – 24 – 12 = 369 cm³. 3

3

8. A Volume da piscina infantil: V1 = 12 m ³ Volume da ilha de lazer seca: V2 = π. r².1 = 3.r².1 = 3 r² Pelo enunciado teremos: V1 – V2 ≥ 4 12 – 3r² ≥ 4 3r² ≤ 8 r ≤ 1,632 9. B O túnel é um semicilindro de raio 6m e altura 400m. Volume do túnel:

V=

  62  400 = 7200 m3 2

10. B

11. A Vazão atual:

V = A v =  r2  v Nova vazão:

9

Matemática V ' = A ' v =  ( 2r ) = 4 r 2  v 2

Assim:

V  r2  v 1 = = V ' 4 r 2  v 4 V ' = 4V Logo, a nova vazão é 4 vezes mais rápida que à antiga. Se a antiga enche um reservatório em 4 horas, a nova enche o mesmo reservatório em 1 hora. 12. D Seja h a altura procurada. O volume de água no reservatório central antes dos registros serem abertos era

  22  3,3 = 4  3,3 m3 . Logo, após a abertura dos registros, deve-se ter 4    (1,5) 2 h + 4    ( 0,05)  20 +   22  h = 4  3,3  2

2, 25h + 0,05 + h = 3,3  h = 1 m.

10

Português Funções sintáticas: aposto e vocativo Resumo Vocativo Vocativo [do latim vocare = chamar] é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração. Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou entidade abstrata personificada. Relaciona à segunda pessoa do discurso, que pode ser uma pessoa, um animal, uma coisa real ou não. Podemos antepor-lhe uma interjeição de apelo (óh, olá, eh! etc.) Ex: Tem compaixão de nós, ó Cristo!

Aposto Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo, reapresentá-lo ou especificá-lo. Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão. Ex: Ontem, terça-feira, passei o dia com vontade de te ver.

Classificação do aposto De acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere, o aposto pode ser classificado em: • • • • • •

Explicativo: A astrologia, ciência que estuda os astros, ganha mais adeptos a cada dia. Enumerativo: A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, família, ação. Resumidor ou Recapitulativo: Vida digna, cidadania plena, igualdade de gêneros, tudo isso está na base de um país melhor. Comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida. Distributivo: Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na poesia e este na prosa. Aposto de Oração: Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico.

1

Português Exercícios 1.

2.

A expressão em destaque em "... podes partir de novo, Ó nômade formosa!" exerce a função sintática de: a)

Vocativo

b)

Aposto

c)

sujeito

d)

predicativo

e)

objeto direto

Cuido haver dito, no capítulo XIV, que Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma coisa que morrer; assim o afirmam todos os joalheiros deste mundo, gente muito vista na gramática. Bons joalheiros, que seria do amor se não fossem os vossos dixes* e fiados? Um terço ou um quinto do universal comércio dos corações. (…) O que eu quero dizer é que a mais bela testa do mundo não fica menos bela, se a cingir um diadema de pedras finas; nem menos bela, nem menos amada. Marcela, por exemplo, que era bem bonita, Marcela amou-me (…) durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. * Dixes: joias, enfeites Machado de Assis - Memórias póstumas de Brás Cubas

Assinale a alternativa correta sobre o texto.

3.

a)

Em “morria de amores pelo Xavier”, “de amores” tem a função de adjunto adverbial de intensidade.

b)

Em “assim o afirmam todos os joalheiros”, o pronome oblíquo “o” retoma o período “Não morria, vivia”.

c)

Em “assim o afirmam todos os joalheiros”, “joalheiros” é complemento do verbo afirmar.

d)

O narrador surpreende o leitor ao utilizar o aposto “gente muito vista na gramática” para caracterizar joalheiros.

e)

Ao dizer “Não morria, vivia”, o narrador, através de uma antítese, confirma que Marcela padecia de amores por Xavier.

Salve, lindo pendão da esperança, Salve, símbolo augusto da paz! Tua nobre presença à lembrança A grandeza da pátria nos traz. Trecho do Hino à Bandeira – letra de Olavo Bilac, música de Francisco Braga.

Glossário: Pendão – bandeira, flâmula. Augusto – nobre. O trecho “Tua nobre presença”, no contexto em que se insere, do ponto de vista sintático, se classifica como: a)

predicativo do sujeito.

b)

sujeito simples.

c)

objeto indireto.

d)

aposto.

2

Português 4.

Qual é a função dos termos “Hamlet” e “papai”, respectivamente, no primeiro e no segundo quadrinho?

5.

a)

Pronome

b)

Interjeição

c)

Aposto

d)

Vocativo

Texto I Perante a Morte empalidece e treme, Treme perante a Morte, empalidece. Coroa-te de lágrimas, esquece O Mal cruel que nos abismos geme. Cruz e Souza, Perante a morte.

Texto II Tu choraste em presença da morte? Na presença de estranhos choraste? Não descende o cobarde do forte; Pois choraste, meu filho não és! Gonçalves Dias, I Juca Pirama.

Texto III Corrente, que do peito destilada, Sois por dous belos olhos despedida; E por carmim correndo dividida, Deixais o ser, levais a cor mudada. Gregório de Matos, Aos mesmos sentimentos.

Texto IV Chora, irmão pequeno, chora, Porque chegou o momento da dor. A própria dor é uma felicidade... Mário de Andrade, Rito do irmão pequeno.

Texto V Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia?!... Silêncio! ...Musa! Chora, chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto... Castro Alves, O navio negreiro.

O texto em que apenas o uso do vocativo oferece a pista para se esclarecer se o verbo está em terceira pessoa do indicativo ou em segunda pessoa do imperativo é: a) b) c) d) e)

I. II. III. IV. V. 3

Português 6.

Saudade de escrever Apesar da concorrência (internet, celular), a carta continua firme e forte. Basta uma folha de papel, selo, caneta e envelope para que uma pessoa do Rio Grande do Norte, por exemplo, fique por dentro das fofocas registradas por um amigo em São Paulo, dois dias depois. “Adoro receber cartas, fico super ansiosa para descobrir o que está escrito”, conta Lívia Maria, de 9 anos. Mas ela admite que faz tempo que não escreve nenhuma cartinha. “As últimas foram para a Angélica e para um dos programas do Gugu.” Isabela, de 9 anos, lembra que, quando morava em Curitiba, no Paraná, trocava correspondência com sua amiga Raquel, que vive em Belo Horizonte, Minas Gerais. “Eu ficava sabendo das novidades e não gastava dinheiro com telefonemas.” Já Amanda, de 10 anos, também gosta de receber cartinhas, mas prefere enviar e-mails. “Atualmente estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos via computador, já que a mensagem chega mais rápido e não pago interurbano.” TOURRUCCO, Juliana. Saudade de escrever. O Estado de São Paulo, p.5, 25 jul. 1998. Suplemento infantil.

Quanto à análise morfossintática dos elementos textuais, apenas uma alternativa está errada, contrariando o que prescreve a norma padrão da Língua Portuguesa. Assinale-a. a)

Na frase “Basta uma folha de papel, selo, canela e envelope...”, o verbo está no singular concordando com “folha”, o núcleo mais próximo do sujeito composto.

b)

O verbo “Basta” também poderia ficar no plural se o sujeito composto fosse “papel, selo, caneta e envelope”.

c)

Pelas regras ortográficas atuais, quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal, sendo assim, a expressão “superansiosa”, no segundo parágrafo, deveria se constituir num só vocábulo.

d)

As expressões que, no texto, indicam a idade das crianças são aposto, razão por que vêm separadas dos termos antecedentes por vírgulas.

e)

As expressões adverbiais “no Paraná” e “Minas Gerais”, no terceiro parágrafo, funcionam como vocativo, por isso estão isoladas por vírgulas.

4

Português 7.

Eu, etiqueta Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, um nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto que nunca experimentei mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. (...) Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente. ANDRADE, C. D. Obra poética, Volumes 4-6. Lisboa: Publicações Europa-América, 1989.

A inversão de termos sintáticos é um recurso que objetiva conferir maior expressividade ao texto. No verso “Já não me convém o título de homem”, o termo “o título de homem”, que está na ordem indireta, exerce função sintática de: a)

aposto.

b)

sujeito.

c)

objeto direto.

d)

complemento nominal.

5

Português 8.

Analise as afirmativas abaixo: I.

A vírgula utilizada depois da palavra “contente” separa um vocativo, enquanto os dois pontos empregados depois de “doente” introduzem apostos. II. Na frase “Eu estaria sendo hipócrita”, há dois verbos e duas orações. III. O vocábulo “Ai” marca a coloquialidade do diálogo e poderia ser substituído, em um registro mais formal, pela expressão “desse modo”, sem modificação de sentido. IV. Em “analisar o que me deixa”, o pronome “que”, sintaticamente, exerce a função de objeto direto. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): a)

II.

b)

I, II e IV.

c)

I e III.

d)

III e IV.

6

Português 9.

Mãos Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, o vosso gesto é como um balouçar de palma; o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta! Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, rolas à volta da negra torre da minh’alma. Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes, Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma, O vosso gesto é como um balouçar de palma, Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes... Mãos afiladas, mãos de insigne formosura, Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim, Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim, Duas velas à flor duma baía escura. Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas, Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, Divinas mãos que me heis coroado de espinhos, Mas que depois me haveis coroado de rosas! Afilhadas do luar, mãos de rainha, Mãos que sois um perpétuo amanhecer, Alegrai, como dois netinhos, o viver Da minha alma, velha avó entrevadinha Eugênio de Castro. (Obras poéticas, 1968.)

Na última estrofe do poema, os termos “Afilhadas do luar”, “mãos de rainha” e “Mãos que sois um perpétuo amanhecer” funcionam, no período de que fazem parte, como: a)

orações intercaladas.

b)

apostos.

c)

adjuntos adverbiais.

d)

vocativos.

e)

complementos nominais.

7

Português 10. “Comida” é o nome de uma das músicas dos Titãs. Leia um fragmento dela: “A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte” (...) Arnaldo Antunes/ Marcelo Fromer/ Sérgio Britto

Podemos afirmar que os termos “comida, diversão e arte”, nesse trecho, exercem sintaticamente a função de: a)

complemento nominal.

b)

sujeito composto.

c)

objeto indireto.

d)

objeto direto.

e)

aposto.

8

Português Gabarito 1.

A Vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Portanto, “ó nômade formosa” é vocativo porque é um termo sintaticamente independente e, na frase em questão, foi utilizado pala interpelar um possível interlocutor.

2.

D A expressão “gente muito vista na gramática” explica o termo antecedente “todos os joalheiros deste mundo”, portanto, classificado como aposto. As demais alternativas são: “de amores”, adjunto adverbial; “o” retoma a oração anterior (“viver não é a melhor coisa que morrer...”); “joalheiros” é o sujeito do verbo “afirmam”; ao dizer “não morria, vivia”, o narrador confirma ironicamente que Marcela vivia (e não padecia) a partir do conforto que o amor dos outros lhe proporcionava.

3.

B Ao considerar o trecho (“Tua nobre presença à lembrança A grandeza da pátria nos traz”), percebe-se que o verbo, conjugado na 3ª pessoa do singular, deve apresentar como sujeito uma expressão que concorde com ele. Dentre as possibilidades, tanto “tua nobre presença” quanto “a grandeza da pátria” poderiam desempenhar as funções de sujeito simples, porém “Tua nobre presença” vem no início da oração. No que diz respeito às demais alternativas: não há verbo de ligação, expresso ou subentendido, no enunciado para que haja predicativo do sujeito; objeto indireto requer preposição; aposto requer explicação de termo antecedente.

4.

D “Hamlet” invoca a pessoa com a qual Hagar está falando; “papai” invocar a pessoa com a qual Hamlet fala. Portanto, os dois termos são vocativos por invocar as pessoas que falam no discurso.

5.

D É pelo termo “irmão pequeno’ que podemos entender que o eu-lírico se dirige a alguém se utilizando do modo imperativo. Caso o aposto não existisse, não teríamos essa certeza, pois a forma “chora” é igual: no presente do indicativo (3ª pessoa do singular) e; no imperativo afirmativo (2ª pessoa do singular).

6.

E As expressões adverbiais “no Paraná” e “Minas Gerais”, no terceiro parágrafo, funcionam como aposto, por isso estão isoladas por vírgulas.

7.

B A oração na ordem direta seria: “O título de homem já não me convém”, portanto, fica claro que o “o título de homem” é sujeito, uma vez que exerce a “ação” do verbo “convir”.

8.

C As proposições [II] E [IV] são incorretas, pois, na frase “Eu estaria sendo hipócrita”, há apenas uma oração com uma locução verbal e em “analisar o que me deixa”, o pronome “que”, sintaticamente, exerce a função de sujeito.

9.

D Os termos destacados funcionam como vocativos, por não possuírem relação sintática com outro termo da oração e terem como função invocar ou interpelar um ouvinte, no caso, as mãos.

10. D O verbo “querer”, nesse contexto, necessita de um complemento, portanto, ele é um verbo transitivo direto e “comida, diversão e arte” é o objeto direto.

9

Português Demonstrando no vestibular Exercícios 1.

Fiu-fiu (...) Os celulares podem ser perigosos de várias maneiras, mesmo que não derretam o cérebro, como se andou espalhando há algum tempo. Imagino uma velhinha que ganhou um celular dos netos sem que estes se dessem ao trabalho de explicar seu funcionamento para a vovó. Não contaram, por exemplo, que o celular dado assobia quando recebe uma mensagem. É um assovio humano, um nítido fiu-fiu avisando que alguém ligou, e que pode soar a qualquer hora do dia ou da noite. E imagino a vovó, que mora sozinha, dormindo e, de repente, acordando com o assovio. Um fiu-fiu no meio da noite! A vovó, se não morrer imediatamente do coração, pode ficar apavorada. Quem está lá? Um ladrão ou um fantasma assoviador? E o assovio tem algo de galante. A vovó pode muito bem sair da cama, sem saber se está acordada ou sonhando, e caminhar na direção do fiu-fiu sedutor, como se tivessem vindo buscá-la. Alguém pensou nas vovós solitárias quando inventou o assovio? O fato é que não há mais refúgio. Nem castelos anti-smartphones com um fosso em volta. Eles agora podem atravessar o fosso. Jornal O Globo, 03/08/2014. Disponível em . Último acesso em 30 de setembro de 2017.

O termo “fiu-fiu” aparece três vezes no primeiro parágrafo do texto. Que recurso estilístico ele representa e que funções sintáticas assume nas três ocorrências, respectivamente? a)

Onomatopeia; núcleo do sujeito, parte de frase nominal, núcleo do complemento nominal.

b)

Prosopopeia; núcleo do aposto, núcleo do sujeito, núcleo do adjunto adnominal.

c)

Interjeição; núcleo do sujeito, parte de frase nominal, núcleo do adjunto adnominal.

d)

Metonímia; núcleo do aposto, núcleo do sujeito, núcleo do complemento nominal.

e)

Eufemismo; núcleo do sujeito, núcleo do objeto direto, núcleo do adjunto adnominal.

Português 2.

A PESCA o anil o anzol o azul

a garganta a ancora o peixe

o silencio o tempo o peixe

a boca o arranco o rasgão

a agulha vertical mergulha

aberta água aberta a chaga aberta o anzol

a água a linha a espuma

aquilineo ágil-claro estabanado

o tempo o peixe o silencio

o peixe a areia o sol. SANT’ANNA, Affonso Romano de. In: Intervalo amoroso. Porto Alegre: L&PM, 1999, p. 48-49)

Com base no texto, assinale a alternativa correta:

3.

a)

O texto, elaborado somente com substantivos, detalha cada uma das etapas de uma pescaria.

b)

A palavra “agulha” (verso 7), no contexto do texto, procura retomar o termo “anzol”, que mergulha verticalmente na água.

c)

Apesar de estar estruturado em versos, o texto não pode ser considerado um poema, por se constituir apenas de palavras soltas.

d)

Em “aberta a água/ aberta a chaga” (versos 22 e 23, respectivamente), os termos destacados exercem funções sintáticas diferentes.

e)

Por não haver elementos coesivos no texto, ele se torna incoerente e não é possível estabelecer sentido entre cada uma de suas partes.

A preposição “de” pode preceder diferentes tipos de funções sintáticas, por exemplo, objeto indireto, como na frase “Eu preciso de você”. O termo destacado também exerce a função de objeto indireto em: a)

A construção de novas casas deve ser uma prioridade no governo atual.

b)

Necessitamos de novas casas para abrigar a população.

c)

A necessidade de novas casas não pode ser esquecida pelo governo.

d)

A banca de madeira quebrou completamente.

e)

A mesa de madeira está no outro cômodo.

Português 4.

Com base no trecho da música “Silêncio de um minuto”, de Noel Rosa, analise as quatro primeiras orações da estrofe a seguir e identifique o tipo de sujeito de cada uma delas. Não te vejo, nem te escuto, o meu samba está de luto, eu peço o silêncio de um minuto... Homenagem à história De um amor cheio de glória Que me pesa na memória.

5.

a)

Oculto, oculto, simples e simples.

b)

Simples, simples, oculto e inexistente.

c)

Inexistente, inexistente, simples e simples.

d)

Indeterminado, indeterminado, simples e simples.

e)

Indeterminado, indeterminado, oculto e inexistente.

Assinale a única opção em que não há aposto: a)

Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef.

b)

A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa (...)

c)

Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé (...)

d)

Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.

e)

Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se (...)

6.

Na tirinha, Mafalda faz uso de um vocativo. Ela usa esse termo – que atua como uma forma de chamamento de um interlocutor real ou hipotético – como forma de deixar evidente o seu interlocutor. Tendo isso em vista, assinale a alternativa que contenha o vocativo utilizado por Mafalda. a)

você

b)

se

c)

tão

d)

papai

e)

como

Português 7.

“De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social.” O trecho destacado exerce a função sintática de: a)

objeto indireto.

b)

objeto direto.

c)

adjunto adnominal.

d)

sujeito

e)

adjunto adverbial.

8.

No período “As estimativas sugerem que o número de hiperconectados só deve aumentar”, a oração sublinhada a)

tem papel sintático de objeto indireto e é introduzida por um pronome relativo.

b)

exerce a função de complemento nominal em relação à oração principal.

c)

exerce a função de objeto direto em relação à oração principal.

d)

tem papel sintático de objeto direto e é introduzida por um pronome relativo.

e)

tem valor gramatical de substantivo e papel sintático de sujeito.

Português 9.

Na frase: “Para a realização das provas do concurso, chegamos no ônibus das 7h.” A expressão destacada refere-se a: a)

Adjunto adverbial de meio.

b)

Adjunto adverbial de tempo.

c)

Adjunto adverbial de lugar.

d)

Adjunto adverbial de modo.

e)

Adjunto adverbial de meio e de tempo

10. Em “Onde havia de buscar dinheiro que o transportasse, a ele, a mulher e aos filhos?”, o termo sublinhado refere-se ao substantivo “dinheiro” e exerce a função sintática de: a)

sujeito.

b)

objeto direto.

c)

objeto indireto.

d)

adjunto adnominal.

e)

adjunto adverbial.

Português Gabarito 1.

A O termo “fiu-fiu” representa um som, no caso, o som do assobio. Dessa forma, deve ser classificado como onomatopeia. No primeiro caso, ele aparece como núcleo do sujeito, no segundo caso, faz parte da frase nominal e, por último, aparece como núcleo do complemento nominal de “direção”.

2.

B As justificativas que tornam as demais alternativas incorretas são: O texto apresenta também artigos, tais como “o”, e verbos, como “mergulha”; ele é considerado um poema e as palavras, apesar de aparentarem estar soltas, formam um sentido conjuntamente; os termos destacados apresentam a mesma função sintática; apesar de não apresentar elementos típicos de coesão, o texto adquire um significado, pois as palavras se relacionam.

3.

B Os termos destacados são, respectivamente: complemento nominal; complemento nominal; adjunto adnominal e adjunto adnominal.

4.

A Na primeira oração, “Não te vejo” – a partir do verbo “vejo”, conjugado na primeira pessoa do singular, é possível perceber que o sujeito corresponde a essa voz discursiva, representada pelo pronome “eu”, mas como ele está omisso na oração, tem-se um sujeito oculto. Na segunda oração, obtém-se a mesma configuração de sujeito pela omissão na oração. A terceira oração, “o meu samba está de luto” – tem um sujeito simples porque o verbo “estar” liga a característica “de luto” a um sujeito, que é justamente “o meu samba”. Já na última oração, o verbo “peço” expressa a ação de pedir, que é executada justamente por um sujeito, no caso, “eu”, portanto classificado como simples.

5.

A Em (B), (C) e (E) há apostos explicados, já em (D) há um aposto enumerativo.

6.

D O vocativo utilizado por Mafalda é “papai”, pois marca com quem a menina está falando, deixando evidente o seu interlocutor. Nota-se que é separado do resto do período por vírgula, realçando o seu caráter de chamamento.

7.

D O termo que representa o que “não cabia” é “modificar a ordem social”, sendo o sujeito da oração.

8.

C A oração sublinhada exerce a função de objeto direto em relação à principal, uma vez que o verbo “sugerir” é transitivo direto, exigindo um objeto direto como complemento. Dessa forma, a oração apresenta o complemento: “o número de hiperconectados só deve aumentar” e complementa o sentindo do verbo “sugerir”.

9.

E A expressão destacada é um adjunto adverbial de meio e tempo porque apresenta a forma como chegaram (de ônibus) e o horário que pegaram o meio de transporte (às 7 horas).

10. A O pronome relativo “que” exerce a função sintática de sujeito, em referência a “dinheiro”, presente na oração anterior. “Transportar” é um verbo transitivo direto, cujo objeto direto é o pronome oblíquo “o”; assim, o pronome “que” exerce a função de sujeito agente do verbo “transportar”.

Química Diluição e Misturas de soluções Resumo Diluição Comumente, em nosso dia-a-dia, realizamos a diluição de soluções, isto é, acrescentamos a elas um pouco de solvente, geralmente água, a solutos, que podem ser sucos concentrado, inseticidas, tintas...entre outros. Concluindo: Diluir uma solução significa adicionar a ela uma porção do próprio solvente puro.

Numa diluição a massa do soluto não se altera, apenas o volume do solvente. Partindo disso temos a concentração da solução inicial expressa por: Ci = m i / Vi → mi = Ci . Vi E a concentração da solução após a diluição como: Cf = mi/ Vf → mi = Cf . Vf Como as massas são iguais antes e depois da diluição chegamos a expressão que:

Ci . Vi = Cf . Vf Essa fórmula nos mostra que, quando o volume aumenta (de V i para Vf), a concentração diminui (de Ci para Cf) na mesma proporção, ou seja, o volume e a concentração de uma solução são inversamente proporcionais. Exemplo: Para uma solução de 200 ml de NaCl na concentração 0,4 mol/L, qual o volume de água final para que a concentração caia a metade? Resolução: Cf = 0,4/2 = 0,2 mol/L Ci.Vi = CfVf 0,4.200 = 0,2 . Vf Vf = 400 mL de água

1

Química Misturas de soluções de uma mesmo soluto Vamos imaginar duas soluções (A e B) de cloreto de sódio (NaCl), como ilustrado abaixo. Na solução final (A + B), a massa do soluto é igual à soma das massas dos solutos em A e B.

Portanto: m = 7 + 8 ⇒ m = 15 g de NaCl. O volume da solução também é igual à soma dos volumes das soluções A e B. Logo V = 100 + 200 ⇒ V = 300 mL de solução Com esses valores e lembrando a definição de concentração, obtemos, para a solução final (A + B): 300 mL de solução ---------- 15 g de NaCl C = m = 15 g = 50 g/L 1.000 mL de solução -------- C

OU

V

0,3 L

Cfinal = 50 g/L Obs: É interessante notar que a concentração final (50 g/L) terá sempre um valor compreendido entre as concentrações iniciais (70 g/L > 50 g/L > 40 g/L). Podemos generalizar esse tipo de problema, da seguinte maneira: •

massa do soluto na solução A: ma = Ca.Va



massa do soluto na solução B: mb = Cb.Vb



massa do soluto na solução final: m = CV

Como as massas dos solutos se somam (m = m a + mb ), temos: 𝐂=

𝐂𝐀 𝐕𝐀 + 𝐂𝟖 𝐕𝟖 𝐕𝐀 + 𝐕𝟖

Exemplo: 200 mL de uma solução a 0,2 mol.L de KBr é misturada a 100mL de uma solução de mesmo soluto com concentração igual a 0,4 mol.L . Qual a concentração da mistura obtida? Solução 1 V = 200 mL M = 0,2 mol.L-1 -1

-1

Solução 2 V = 100 mL M = 0,4 mol.L-1 Solução final Vf = V1 + V2 Vf = 200 + 100 Vf = 300 mL M1 . V1 + M2 . V2 = Mf . Vf 0,2 . 200 + 0,4 . 100 = Mf . 300 Mf = 0,27 mol.L-1 de KBr.

2

Química Mistura de duas soluções de solutos diferentes que não reagem entre si Supondo que tenhamos soluções A e B, a primeira, uma solução de NaCl, e a segunda, de KCl.

O volume da solução final (A + B) será: V = VA + VB. Nela reaparecerão inalterados os solutos NaCl e KCl, pois eles não reagem entre si e como os solutos não reagem, cada soluto vai ser tratado de forma independente, logo, podemos aplicar as fórmulas da diluição nesse tipo de mistura. para o NaCl: VA . CA = V.C’A ⇒ 100 . 70 = 300 . C’A ⇒ C’A ≈ 23,3 g/L para o KCl: VB . CB = V.C’B ⇒ 200 . 40 = 300 . C’B ⇒ C’B ≈ 26,6 g/L Exemplo:

Frasco 1: n= 0,1 mol de NaCl V = 200 mL Frasco 2: M = 0,2 mol de CaCl2 V = 300 mL Qual a concentração final dos íons Na+, Ca+2 e Cl- após misturarmos os conteúdos dos frascos 1 e 2. Frasco 1: NaCl NaCl → Na+ + Cl1mol 1mol 1mol 0,1mol 0,1mol 0,1mol Temos então no frasco 1: 0,1 mol de Na+ e 0,1 mol de ClFrasco 2: CaCl2 CaCl2 → Ca+2 + 2Cl1mol 1mol 2mol 0,2mol 0,2mol 0,4mol Temos então no frasco 2: 0,2 mol de Ca+2 e 0,4 mol de Cl-

3

Química No frasco final, após a mistura de 1 e 2: Vfinal = 200mL + 300mL = 500mL = 0,5L Concentração final: Para Na+ n = 0,1 mol V = 0,5L M = n / V(L) → M = 0,1 / 0,5 → M = 0,2 mol.L-1 de Na+ Para Ca+2 n = 0,2 mol V = 0,5L M = n / V(L) → M = 0,2 / 0,5 → M = 0,4 mol.L-1 de Ca+2 Para Cl- (íon comum as duas soluções misturadas) n1 + n2 = nf → 0,1 + 0,4 = 0,5 mol V = 0,5L M = n / V(L) → M = 0,5 / 0,5 → M = 1 mol.L-1 de Cl-

4

Química Exercícios 1.

2.

3.

Durante uma festa, um convidado ingeriu 5 copos de cerveja e 3 doses de uísque. A cerveja contém 5% v/v de etanol e cada copo tem um volume de 0,3 L; o uísque contém 40% v/v de etanol e cada dose corresponde a 30 mL. O volume total de etanol ingerido pelo convidado durante a festa foi de: a)

111 mL

b)

1,11 L

c)

15,9 mL

d)

1,59 L

e)

159 mL

Um químico necessita usar 50 mL de uma solução aquosa de NaOH 0,20 mol/L. No estoque está disponível apenas um frasco contendo 2,0 L de NaOH(aq) 2,0 mol/L. Qual o volume da solução de soda cáustica 2,0 M que deve ser retirado do frasco para que, após sua diluição, se obtenha 50 mL de solução aquosa de NaOH 0,20 mol/L? Que volume aproximado foi adicionado de água? a)

15 mL

b)

30 mL

c)

45 mL

d)

50 mL

e)

65 mL

Um recipiente contém 150 mL de solução de cloreto de potássio 4,0mol/L, e outro recipiente contém 350 mL de solução de sulfato de potássio, 3,0 mol/L. Depois de misturarmos as soluções dos dois recipientes, as concentrações em quantidade de matéria em relação aos íons K + e SO42- serão, respectivamente: a)

4,2 mol/L e 2,1 mol/L

b)

4,2 mol/L e 3,6 mol/L

c)

5,4 mol/L e 2,1 mol/L

d)

5,4 mol/L e 3,6 mol/L

e)

5,7 mol/L e 2,6 mol/L

5

Química 4.

Nos municípios onde foi detectada a resistência do Aedes aegypti, o larvicida tradicional será substituído por outro com concentração de 10% (v/v) de um novo princípio ativo. A vantagem desse segundo larvicida é que uma pequena quantidade da emulsão apresenta alta capacidade de atuação, o que permitirá a condução de baixo volume de larvicida pelo agente de combate às endemias. Para evitar erros de manipulação, esse novo larvicida será fornecido em frascos plásticos e, para uso em campo, todo o seu conteúdo deve ser diluído em água até o volume final de um litro. O objetivo é obter uma concentração final de 2% em volume do princípio ativo. Que volume de larvicida deve conter o frasco plástico? a) 10 ml b) 50 ml c) 100 ml d) 200 ml e) 500 ml

5.

6.

7.

Se adicionarmos 80 mL de água a 20 mL de uma solução 0,20 mol/L de hidróxido de potássio, obteremos uma solução de concentração molar igual a: a)

0,010

b)

0,020

c)

0,025

d)

0,040

e)

0,050

Qual deve ser o volume de água adicionado a 50 cm 3 de solução de hidróxido de sódio (NaOH), cuja concentração é igual a 60 g/L, para que seja obtida uma solução a 5,0 g/L? a)

0,4 L

b)

600 cm3

c)

0,55 L

d)

500 cm3

e)

600 L

Analisando quantitativamente um sistema formado por soluções aquosas de cloreto de sódio, sulfato de sódio e fosfato de sódio, constatou-se a existência de: 0,525 mol/L de íons Na+, 0,02 mol/L de íons SO42 – e 0,125 mol/L de íons Cl–. Baseado nos dados pode-se concluir que a concentração de PO43 – no sistema é: a)

0,525 mol/L

b)

0,12 mol/L

c)

0,36 mol/L

d)

0,24 mol/L

e)

0,04 mol/L

6

Química 8.

O álcool comercial (solução de etanol) é vendido na concentração de 96% em volume. Entretanto, para que possa ser utilizado como desinfetante, deve-se usar uma solução alcoólica na concentração de 70% em volume. Suponha que um hospital recebeu como doação um lote de 1000 litros de álcool comercial a 96% em volume, e pretende trocá-lo por um lote de álcool desinfetante. Para que a quantidade total de etanol seja a mesma nos dois lotes, o volume de álcool a 70% fornecido na troca deve ser mais próximo de a) 1042 L b) 1371 L c) 1428 L d) 1632 L e) 1700 L

9.

150 mL de ácido clorídrico de molaridade desconhecida são misturados a 350 mL de ácido clorídrico 2M, dando uma solução 2,9M. Qual é a molaridade do ácido inicial? a)

5 mol/L

b)

0,5 mol/L

c)

2,5 mol/L

d)

25 mol/L

e)

35 mol/L

10. Instrução: Responder à questão com base no esquema a seguir, que representa um conjunto de

soluções de sulfato de cobre. As soluções foram obtidas, sempre diluindo-se com água, sucessivamente, 5 mL da solução anterior para se obter 10 mL da nova solução.

Diminuindo-se a concentração da solução I em dez vezes, por diluição, a solução resultante terá concentração intermediária às soluções da(s) alternativa(s): a)

I e II.

b)

II e III.

c)

III e IV.

d)

IV e V.

e)

V e VI.

11. No preparo de 2 L de uma solução de ácido sulfúrico foram gastos 19,6 g do referido ácido. Calcule a concentração molar obtida pela evaporação dessa solução até que o volume final seja de 800 mL. a)

2,5 mol/L

b)

0,25 mol/L

c)

25 mol/L

d)

225 mol/L

e)

0,35 mol/L

7

Química Gabarito 1. A 5x300mL = 1500mL x 5/100 = 75mL 3x30mL = 90mL x 40/100 = 36mL Total: 111mL 2. C

3. C Calcule a nova molaridade para cada composto utilizando a fórmula M1V1 = M2V2 Lembre-se que os volumes das soluções serão adicionados, resultando um V2 = 0,5L Após isso faça a dissociação de cada sal e através da estequiometria ache a concentração dos íons. Lembre-se também que o íon K+ aparece na dissociação dos dois compostos, logo sua concentração final deve ser a soma de cada dissociação. 4. D

10 100 2 τ final = 2% = 100 Vfinal = 1 L τinicial = 10% =

τinicial  Vinicial = τ final  Vfinal 10 2  Vinicial = 1L 100 100  2   100  1 L    = 0,2 L = 200 mL Vinicial =  10   100    5. D

6. C C1V1 = C2V2 60 x 50 = 5 x V2 V2 = 600cm3 Volume adicionado = Volume final – Volume inicial Vadd = 600 – 50 Vadd = 550 mL = 0,55L

8

Química 7. B NaCl → Na+ + Cl1 : 1 : 1 0,125M : 0,125M Na2SO4 → 2 Na+ + SO421 : 2 : 1 0,04M : 0,02M Na3PO4 → 3 Na+ + PO43 1 : 3 : 1 0,36 M : 0,12M 8. B Na diluição, teremos :

τ  V = τ'  V' 0,96  1000 L = 0,70  V ' V ' = 1371,4285 L  1371 L 9. A M1V1 + M2V2 = M3V3 150M1 + 350x2 = 500x2,9 M1=5mol/L 10. D A solução I possui volume de 10mL e concentração C, ao diluir a solução I dez vezes, a concentração da solução final ficará 10 vezes menor (C/10 ou 0,1C). Fazendo diluições sucessivas da solução I que possui volume de 10mL e concentração C teremos: Solução II: 5mL da solução I + 5mL de água = 10mL solução II  com isso o volume dobrou e a concentração ficará reduzida à metade, ou seja, C/2. Sucessivamente, teremos nas soluções subsequentes: Solução III: C/4, solução IV: C/8, solução V: C/16, solução VI: C/32 Desta forma, ao diluirmos a solução I dez vezes, teremos uma concentração resultante (C/10) entre as concentrações das soluções IV (C/8) e V (C/16). 11. B

9

Química Mistura de soluções com reação química e titulação Resumo Mistura de soluções com reação química Os casos mais comuns ocorrem quando juntamos um ácido uma base, ou um oxidante e um redutor; ou soluções de dois sais que reagem entre si. Quando há reação química, podem ocorrer duas situações: 1ª. Os dois solutos estão em quantidades exatas para reagir (proporção estequiométrica); 2ª. Caso contrário, sobrará um excesso do primeiro ou do segundo soluto. A seguir exemplificamos esses dois casos. 1º exemplo: Quando os solutos estão em proporção estequiométrica: Juntando-se 300mL de HCl 0,4 molar com 200mL de NaOH 0,6 molar, pergunta-se quais serão as molaridades da solução FINAL com respeito: a) ao ácido; b) à base; c) ao sal formado. Resolução: Neste exemplo, fala-se de uma mistura de uma solução de HCl com outra, de NaOH. Esses dois solutos reagem de acordo com a equação: HCl + NaOH🡪NaCl + H2O Pode haver excesso de HCl ou de NaOH, o que somente poderemos determinar por meio do cálculo estequiométrico. O cálculo estequiométrico fica mais fácil se for efetuado com o auxílio das quantidades de mols dos reagentes e dos produtos da reação. Ora, a quantidade de mols (n) de cada soluto pode ser calculada de duas maneiras: 1ª) n = m , em que: m é a massa (gramas), e M.M , a massa molar (g/mol) M.M 2ª) n = M.V ,em que :M é a molaridade da solução(mol/L),e V ,o seu volume (L). Como na questão foi dada a molaridade das soluções, calculamos da seguinte forma: Para o ácido: n = M.V 🡪 n = 0,4 mol/L * 0,3 L 🡪 n = 0,12 mol de HCl Para a base: n = M.V 🡪 n = 0,6 mol/L * 0,2 L 🡪 n = 0,12 mol de NaOH Como podemos observar as proporções ácido-base da reação (1:1) tendo 0,12 mol de cada chegamos a conclusão que todo o ácido e toda a base reagiram por completo sem excessos. E se a base e o ácido reagiram por completo, eles se transforam todo no sal (NaCl) suas concentrações finais são iguais a zero. Quanto ao sal, podemos dizer que: Já que a proporção da reação é de 1:1:1, formam-se 0,12mol desse sal, dissolvido em água, na solução final, cujo volume é: 300 mL + 200 mL = 500 mL. Portanto, a molaridade do NaCl será:

1

Química 2º exemplo: Quando os solutos não estão em proporção estequiométrica: Juntando-se 300mL de HCl 0,4 molar com 200mL de NaOH 0,8 molar, pergunta-se quais serão as molaridades da solução FINAL com respeito: a) ao ácido; b) à base; c) ao sal formado. Resolução: Seguindo o mesmo raciocínio que fizemos para resolver o exemplo anterior, calculamos as quantidades, em mols, dos solutos iniciais: Para o ácido: n = M.V 🡪 n = 0,4 mol/L * 0,3 L 🡪 n = 0,12 mol de HCl Para a base: n = M.V 🡪 n = 0,8 mol/L * 0,2 L 🡪 n = 0,16 mol de NaOH Perceba que a proporção de numero de mol dessa vez não está de 1:1, temos um excesso de base. Todo o ácido irá ser consumido, porém 0,4 mol da base irão sobrar no fim da reação (0,16 NaOH - 0,12 HCl = 0,4 NaOH).

Titulação Quando se precisa saber a concentração em mol/L de alguma solução, costuma-se usar uma técnica de análise volumétrica chamada titulação, ou, titulação ácido-base. Esse método é feito colocando-se para reagir uma solução a qual se sabe a concentração, que é denominada de titulante, com a solução a qual não se sabe a concentração, que é denominada de titulado. Uma dessas soluções é uma base, enquanto a outra é um ácido, logo elas reagem formando sal e água. O pH costuma ficar neutro ou próximo disso, o que equivale a um pH igual a 7. É preciso saber equacionar esse tipo de reação para os cálculos usados na titulação, conforme será mostrado mais adiante. Com a adição de um indicador ácido-base(fenoftaleína, azul de bromotimol, alaranjado de metila...), observa-se quando a reação se completa, atingindo o ponto de viragem. É possível saber quando isso ocorre e parar a reação, porque a cor da solução sofre uma mudança brusca na presença de um indicador ácidobase, em virtude da variada do pH. No entanto, embora o ponto de equivalência indique o término da titulação, nem sempre os volumes das soluções que são utilizadas resultam em uma solução final neutra, com pH igual a 7. Veja o passo a passo de como costuma ser feita uma titulação ácido-base em laboratório: ●

Com o auxílio de uma pipeta, transfere-se um volume conhecido do titulado para um erlenmeyer.



Adicionam-se poucas gotas de algum indicador ácido-base, como a fenolftaleína, ao titulado;



Completa-se o volume de uma bureta com a solução titulante.



Inicia-se a reação abrindo vagarosamente a torneira da bureta para que, gota a gota, o titulante caia sobre o titulado. Enquanto uma das mãos permanece sobre a torneira (para que, se for preciso, ela seja fechada imediatamente), a outra mão fica agitando o erlenmeyer para que a reação ocorra em toda a extensão da solução que está sendo titulada. 2

Química ● ●

Quando a cor do titulado muda bruscamente, fecha-se a torneira da bureta, pois a reação se completou. Por exemplo, se o indicador usado foi a fenolftaleína e o titulado era inicialmente uma solução de ácido clorídrico (HCl), a solução com o indicador estava incolor. Mas, no ponto de viragem, a solução passa para a cor rosa.

Agora, basta ler o volume de titulante que foi necessário para neutralizar o titulado, equacionar a reação que ocorreu e, com os outros dados em mãos, fazer as contas para descobrir a concentração do titulado.

Esquema de uma titulação

Exemplo: 20 mL de uma solução de NaOH de concentração desconhecida foi titulada com uma solução de HCl de concentração igual a 0,5 mol/L. Sabendo que 40 mL de ácido foi necessária para que a titulação seja completa, qual a concentração da solução básica? Xácido . Mácido . Vácido = Xbase . Mbase . Vbase 1 . 40 mL . 0,5 mol/L = 1 . Mbase . 20 mL Mbase = 1 mol/L de base

3

Química Exercícios 1.

Um dos parâmetros de controle de qualidade de polpas de frutas destinadas ao consumo como bebida é a acidez total expressa em ácido cítrico, que corresponde à massa dessa substância em 100 gramas de polpa de fruta. O ácido cítrico é uma molécula orgânica que apresenta três hidrogênios ionizáveis (ácido triprótico) e massa molar 192 g mol-1. O quadro indica o valor mínimo desse parâmetro de qualidade para polpas comerciais de algumas frutas. Polpa de fruta

Valor mínimo da acidez total expressa em ácido cítrico (g 100 g)

Acerola Caju Cupuaçu Graviola Maracujá

0,8 0,3 1,5 0,6 2,5

A acidez total expressa em ácido cítrico de uma amostra comercial de polpa de fruta foi determinada. No procedimento, adicionou-se água destilada a 2,2 g da amostra e, após a solubilização do ácido cítrico, o sólido remanescente foi filtrado. A solução obtida foi titulada com solução de hidróxido de sódio 0,01 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 , em que se consumiram 24 𝑚𝐿 da solução básica (titulante). BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução normativa n. 1, de 7 de janeiro de 2000. Disponível em: www.agricultura.gov.br. Acesso em: 9 mai. 2019 (adaptado).

Entre as listadas, a amostra analisada pode ser de qual polpa de fruta? a) Apenas caju. b) Apenas maracujá. c) Caju ou graviola. d) Acerola ou cupuaçu. e) Cupuaçu ou graviola.

2.

Na figura, a curva B foi obtida pela adição gradativa de 20 mL de hidróxido de sódio 0,01 mol L –1 a uma solução de ácido clorídrico 0,01 mol L–1. A curva A apresenta um procedimento idêntico, porém usando outra solução.

A solução, com concentração em mol L–1, correspondente ao ácido adicionado na curva A é a)

H2S 0,01

b)

HCl 0,01

c)

HBr 0,01

d)

HNO3 0,005

e)

CH3COOH 0,05

4

Química 3.

4.

5.

Soluções aquosas de ácido clorídrico, 𝐻𝐶𝑙 (𝑎𝑞), e de ácido acético, 𝐻3 𝐶𝐶𝑂𝑂𝐻 (𝑎𝑞), ambas de concentração 0,10 mol/L, apresentam valores de pH iguais a 1,0 e 2,9, respectivamente. Em experimentos separados, volumes iguais de cada uma dessas soluções foram titulados com uma solução aquosa de hidróxido de sódio, 𝑁𝑎𝑂𝐻 (𝑎𝑞), de concentração adequada. Nessas titulações, a solução de NaOH foi adicionada lentamente ao recipiente contendo a solução ácida, até reação completa. Sejam V1 o volume da solução de NaOH para reação completa com a solução de HCl e V 2 o volume da solução de NaOH para reação completa com a solução de 𝐻3 𝐶𝐶𝑂𝑂𝐻. A relação entre V1 e V2 é a)

𝑉1 = 10−3,9 𝑉2

b)

𝑉1 = ( ) 𝑉2

c)

𝑉1 = 𝑉2

d)

𝑉1 = 2,9 𝑉2

e)

𝑉1 = 101,9 𝑉2

1,0 2,9

Na neutralização de 30 mL de uma solução de soda cáustica (hidróxido de sódio comercial), foram gastos 20 mL de uma solução 0,5 mol/L de ácido sulfúrico, até a mudança de coloração de um indicador ácido-base adequado para a faixa de pH do ponto de viragem desse processo. Desse modo, é correto afirmar que as concentrações molares da amostra de soda cáustica e do sal formado nessa reação de neutralização são, respectivamente, a)

0,01 mol/L e 0,20 mol/L.

b)

0,01 mol/L e 0,02 mol/L.

c)

0,02 mol/L e 0,02 mol/L.

d)

0,66 mol/L e 0,20 mol/L.

e)

0,66 mol/L e 0,02 mol/L.

Uma indústria compra soda cáustica com teor de pureza de 80%, em NaOH. Antes de mandar o material para o estoque, chama o Técnico em Química para verificar se a informação procede. No laboratório, ele dissolve 1g do material em água, obtendo 10mL de solução. Utilizando um indicador apropriado, realiza uma titulação, gastando 20mL de HCl, a 0,5 mol/L. Dados: Massas Molares (g/mol): NaOH = 40 e HCl = 36,5 Reação: NaOH + HCl ⇨ NaCl + H2O Sobre o resultado da titulação, é correto afirmar que a informação a)

não procede, pois o grau de pureza é de 40%.

b)

não procede, pois o grau de pureza é de 60%.

c)

procede, pois o grau de pureza é de 80%.

d)

procede, pois o teor de impurezas é de 80%.

e)

procede, pois o teor de impurezas é de 40%.

5

Química 6.

Uma amostra de oxalato de sódio puro, pesando 0,268g, é dissolvida em água. Adiciona-se ácido sulfúrico e a solução é titulada a 70ºC, requerendo 40,00mL de uma solução de permanganato de potássio. O ponto final da titulação é ultrapassado e uma titulação do excesso é realizada, gastandose para a operação 5,00mL de solução de ácido oxálico 0,2mol/L. A reação que se processa, não balanceada, é:

C2O4= + MnO4− + H+ → Mn2+ + CO2 + H2O Pode-se afirmar que a molaridade da solução de permanganato de potássio é Dados: C = 12; 1; O = 16; Na=23.

7.

a)

0,01

b)

0,02

c)

0,03

d)

0,05

e)

0,08

A chuva ácida é um fenômeno causado pela poluição da atmosfera. Ela pode acarretar problemas para o solo, água, construções e seres vivos. Um dos responsáveis por este fenômeno é o gás SO3 que reage com a água da chuva originando ácido sulfúrico. O SO3 não é um poluente produzido diretamente pelas fontes poluidoras, mas é formado quando o SO 2, liberado pela queima de combustíveis fósseis, reage com o oxigênio do ar. Esta reação é representada pela equação mostrada a seguir.

2SO2(g) + O2(g) → 2SO3(g) Um pesquisador, ao estudar a qualidade do ar de uma região industrial, verificou que, para titular 50 mL de uma amostra de água de chuva, necessitou de 20 mL de solução de NaOH de concentração 5,0 x 10-2 molL-1.Considerando a presença somente do ácido sulfúrico na amostra de água da chuva, a concentração, em molL-1, deste ácido é:

8.

a)

0,50 x 10-3

b)

0,25 x 10-3

c)

1,0 x 10-3

d)

1,0 x 10-2

e)

1,5 x 10-2

O leite de magnésia, usado como antiácido e laxante, contém em sua formulação o composto Mg(OH) 2. A concentração de uma amostra de 10 mL de leite de magnésia que foi titulada com 12,5 mL de HC 0,50 mol.L–1 é, em mol.L–1, de, aproximadamente, a)

0,1.

b)

0,3.

c)

0,5.

d)

0,6.

e)

1,2.

6

Química 9.

Uma amostra de 5 g de hidróxido de sódio (NaOH) impuro foi dissolvida em água suficiente para formar 1L de solução. Uma alíquota de 10 mL dessa solução aquosa consumiu, numa titulação, 20 mL de solução aquosa de ácido clorídrico (𝐻𝐶𝑙) de concentração igual 0,05 mol . L-1. Admitindo-se que as impurezas do NaOH não reagiram com nenhuma substância presente no meio reacional, o grau de pureza, em porcentagem, de NaOH na amostra é Dados: Elemento Químico Massa Atômica a)

10%

b)

25%

c)

40%

d)

65%

e)

80%

Na (Sódio)

H (Hidrogênio)

O (Oxigênio)

23 u

1u

16u

C (Cloro) 35,5u

10. A análise volumétrica em meio aquoso se baseia, de maneira simplificada, na medição do volume de solução padrão (concentração conhecida) que reage estequiometricamente com uma espécie dissolvida em água, com o ponto final da titulação podendo ser identificado com o auxílio de um indicador que muda de cor no ponto final. Na análise de cloretos numa amostra de água, 50,0 mL de amostra necessitaram de 20,00 mL de solução 0,1000 mol/L de nitrato de prata, usando cromato como indicador do ponto final.

Ag+(aq) + C −(aq) → AgC (s) Com esses dados, a porcentagem massa por volume (g%mL) de 𝐶𝑙 − (massa molar = 35,5 g/mol) na amostra é: a)

0,035

b)

0,710

c)

0,142

d)

0,213

e)

0,284

7

Química Gabarito 1.

C

Mácido cítrico = 192 g  mol−1 m (amostra comercial) = 2,2 g

NaOH = 0,01 mol  L−1 (reage com o ácido cítrico presente na polpa) V = 24 mL = 24  10 −3 L (volume da solução básica; titulante)

nNaOH V nNaOH = NaOH  V

NaOH =

nNaOH = 0,01mol  L−1  24  10−3 L nNaOH = 2,4  10−4 mol

1 molécula de ácido cítrico (que reage com NaOH) tem 3 hidrogênios ionizáveis (trióptico), logo + reage com os 3 mol desta base (3 mol de H : 3 mol de NaOH).

2,4  10−4 mol NaOH

nácido cítrico nácido cítrico =

1mol  2,4  10−4 mol 3 mol

nácido cítrico = 8  10−5 mol nácido cítrico =

mácido cítrico Mácido cítrico

8  10−5 mol =

mácido cítrico 192 g  mol−1

 mácido cítrico = 8  10−5 mol  192 g  mol−1

mácido cítrico = 1,536  10−2 g

(massa de ácido encontrada em 2,2 g de polpa)

Cálculo para 100 g de polpa:

1,536  10−2 g m

2,2 g de polpa 100 g de polpa

1,536  10−2 g  100 g de polpa 2,2 g de polpa m = 0,698 g m=

Valores acima de 0,698 (g 100 g) devem ser descartados. Maracujá: 2,5 (g 100 g)  0,698 (g 100 g) descartado. Cupuaçu: 1,5 (g 100 g)  0,698 (g 100 g) descartado. Acerola: 0,8 (g 100 g)  0,698 (g 100 g) descartado. Restam: caju (0,3 (g 100 g)) e graviola (0,6 (g 100 g)). 2.

D

8

Química A curva A irá gastar um volume maior de ácido, que indica que ele estará mais diluído que o ácido usado na primeira titulação, porém, deverá ser ainda, um ácido forte, caso contrário, o volume necessário para a neutralização completa deveria ser muito maior que o ilustrado pelo gráfico. Assim, o ácido nítrico (HNO3) 0,005M é o único que satisfaz as duas condições necessárias.

9

Química 3.

C

[HC ] = [CH3COOH] = 0,10 mol / L VHC = VCH3COOH = V 1 HC + 1 NaOH → 1 H2O + 1 NaC nHC = nNaOH [HC ]  V = [NaOH]  V1 0,10  V = [NaOH]  V1 (I) 1 CH3COOH + 1 NaOH → 1 H2O + 1 CH3COONa nCH3COOH = nNaOH [CH3COOH]  V = [NaOH]  V2 0,10  V = [NaOH]  V2 (II) Comparando (I) e (II), vem : [NaOH]  V1 = [NaOH]  V2 V1 = V2 4.

D (H2SO4 ; 0,5 mol / L) 0,5 mol nH2SO4

1000 mL 20 mL

nH2SO4 = 0,01 mol Vsolução de NaOH = 30 mL = 30  10−3 L Vtotal = 20 + 30 = 50 mL = 50  10 −3 L H2SO4 + 2NaOH → Na2SO4 + 2H2O 1 mol 2 mol 1 mol 0,01 mol 0,02mol 0,01 mol 0,02mol [NaOH] = = 0,67 mol / L 30  10−3 L 0,01 mol [Na2SO4 ] = = 0,20 mol / L 50  10−3 L

5.

A Utilizando um indicador apropriado, é realizada uma titulação com gasto de 20 mL de HC , a

0,5 mol / L. Então:

10

Química 1.000 mL 20 mL

0,5 mol (HC ) nHC

nHC = 0,01 mol +

NaOH

→ NaC

HC

+ H2O

1 mol 1 mol 0,01 mol 0,01 mol 0,01 mol (NaOH) = 0,01 40 g = 0,4 g 1g 100 % 0,4 g p p = 40 % (grau de pureza)

6.

Balanceando-se a equação, teremos: _

C2O4− + MnO4− + H+ → Mn2+ + CO2 + H2O +3 − − − − − − − − − − − − − − + 4 +7−−−−−−+2 C( +3) + 1e− → C( +4) (5) Mn( +7) → Mn( +2) + 5e− 5C( +3) + 5e− → 5C( +4) (5) Mn( +7) → Mn( +2) + 5e− _ 5 x C2O4− + 1MnO4− + xH+ → 1Mn2+ + 5CO2 + H2O 2 2 −5 − 1 + x = +2 + 0 + 0 _ 5 8 x = 8  C2O4− + 1MnO4− + 8H+ → 1Mn2+ + 5CO2 + H2O 2 2 Multiplicando a equação por 2,vem : _

5C2O4− + 2MnO4− + 16H+ → 2Mn2+ + 10CO2 + 8H2O

Uma amostra de oxalato de sódio puro, pesando 0,268 g, é dissolvida em água: Na2C2O4 = 134 nNa2C2O4 =

0,268 g 134 g.mol−1

= 2  10−3 mol  n

C2O24−

= 2  10−3 mol

A partir da equação balanceada, vem: _

5C2O4− + 2MnO4− + 16H+ → 2Mn2+ + 10CO2 + 8H2O 5 mol 2  10

−3

mol

2 mol n

MnO−4

= 0,8  10−3 mol  nKMnO4 = 0,8  10 −3 mol

n

MnO−4

Utiliza-se 5,00 mL de solução de ácido oxálico 0,2 mol/L, ou seja, 10-3 mol de ácido oxálico: (0,2 × 5 × 10-3) . _

5C2O4− + 2MnO4− + 16H+ → 2Mn2+ + 10CO2 + 8H2O 5 mol 10 n'

−3

MnO−4

mol

2 mol n'

MnO−4

= 0,4  10−3 mol  n'KMnO4 = 0,4  10 −3 mol

11

Química nTOTAL

(KMnO4 )

nTOTAL

(KMnO4 )

= nKMnO4 + n'KMnO4 = 0,8  10−3 + 0,4  10−3 = 1,2  10−3 mol

V(solução de KMnO4 ) = 40 mL = 40  10 −3 L [KMnO4 ] =

nTOTAL 1,2  10−3 mol = = 0,03 mol / L V 40  10−3 L

12

Química 7.

D

H2SO4 + 2NaOH → Na2SO4 + 2H2O 50mL

20mL 5  10−2M n = 1 10−3mol

−3 Como foi consumido 1 10 mol de base, pela proporção estequiométrica (1:2), reagiu:

n = 5  10−4mol de H2SO4 Assim teremos:

Μ=

8.

5  10−4 50  10−3

= 0,01 M

B Reação que ocorre:

Mg(OH)2 + 2HC → MgC 2 + 2H2O Portanto, teremos a seguinte proporção entre ácido e base: nÁCIDO = 2n BASE

Lembrar que: 𝑛 = 𝐶 ⋅ 𝑉, onde C é a concentração em mol/L. Assim: CÁCIDO  VÁCIDO = 2CBASE  VBASE 0,5  12,5 = 2CBASE  10 CBASE =

9.

6,25 = 0,3125 mol / L 20

E Uma alíquota de 10 mL dessa solução aquosa consumiu, numa titulação, 20 mL de solução aquosa de −1 ácido clorídrico (HC ) de concentração igual 0,05 mol  L , então:

0,05 mol (HC ) nHC

1000 mL 20 mL

nHC = 0,001 mol HC + NaOH → H2O + NaC 1 mol 0,001 mol

1 mol 0,001 mol

13

Química 0,001 mol (NaOH) nNaOH

10 mL 1000 mL

nNaOH = 0,1 mol  0,1 40 g = 4 g 100%  = 80 %  p pNaOH  NaOH

5g 4g 10. C

Na análise de cloretos numa amostra de água, 50,0 mL de amostra necessitaram de 20,00 mL de solução 0,1000 mol/L de nitrato de prata, então:

0,1000 mol nAgNO3

1000 mL 20,0 mL

nAgNO3 = 2,0  10−3 mol n

Ag+

n

Ag+

= 2,0  10−3 mol = 2,0  10−3 mol

Ag+(aq) 2,0  10

−3

2,0  10

−3

+ mol

C

− (aq)

2,0  10

mol = 2,0  10

−3

−3

→ AgC

(s)

mol

 35,5 g = 7,1 10−2 g

Então: 7,1 10−2 g = 0,142 % g / mL 50 mL

14

Redação Eixo temático: comunicação – mídia hoje Resumo Dando continuidade ao eixo temático sobre comunicação, neste material, falaremos especificamente sobre a mídia. É evidente o quanto o papel da mídia na vida da sociedade é importante. Os veículos de comunicação são os principais formadores de opinião e responsáveis por levar informação aos indivíduos. Diante disso, discutir algumas questões sobre esse assunto é essencial para formular argumentos do texto dissertativo. Já pensou se o ENEM cobra um tema sobre a mídia? Ainda que não cobre diretamente, sabendo da importância que ela tem para todo o mundo, é muito importante levantar reflexões sobre o poder da mídia dentro da sociedade, principalmente como ela pode atuar, muitas vezes, como forma de intervenção para uma problemática.

Vamos analisar alguns aspectos acerca da mídia atualmente e como os meios midiáticos se relacionam com as relações humanas, regulações relacionadas à imprensa e o acesso à informação.

1

Redação Exercícios 1.

Muito se discute, atualmente, sobre o real papel da mídia – principalmente no plano jornalístico - em nossa sociedade. Por que se pode dizer que a imparcialidade jornalística, na prática, é um mito?

2.

Já dizia Raul Seixas em sua música "Metamorfose Ambulante": "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo." Relacione o trecho à imparcialidade ou parcialidade jornalística brasileira.

3.

Como é possível verificar, na prática, a manipulação de informações?

4.

Banalização da violência. Banalização da sexualidade. Banalização das relações. Ao que tudo indica, a palavra “banalização” está na “moda”, independentemente do objeto. Explique como é constituído pelos grandes veículos de comunicação o processo de banalização de uma realidade.

5.

Pode-se afirmar que existe uma espécie de oligopólio das informações no mundo atual, já que as notícias concentram-se nas “mãos” de um número bastante limitado de agências. Comente os principais efeitos dessa concentração.

6.

Nos últimos tempos, no Brasil, estamos assistindo a uma verdadeira avalanche de denúncias contra políticos representantes das mais diversas "ideologias". Essa situação jamais ocorreria, por exemplo, durante o período ditatorial. Nesse sentido, responda: por que se pode dizer que a base de uma verdadeira democracia está sedimentada em uma imprensa livre?

7.

Você acredita que a mídia possui papel fundamental na desconstrução de paradigmas como os típicos estereótipos de beleza, comportamento, sexualidade? Qual é a contribuição das redes sociais nisso?

8.

O juiz Sergio Moro é filiado ao PSDB. Gilberto Gil chamou Moro de ‘juizinho fajuto’. Hillary Clinton participa de seitas satanistas. Presidente do Banco Mundial critica Governo Temer. O que há em comum entre essas quatro notícias? Todas são mentirosas, partilhadas milhares de vezes, mas foram divulgadas como verdadeiras dentro do fenômeno das chamadas ‘fake news’, ou 'pós verdade', expressão esta que ganhou até verbete pela Oxford Dictionaries. A 'pós verdade' foi inclusive dedicada pela Oxford ao presidente Donald Trump e ao Brexit, pois ambos se beneficiaram dessa estratégia. As notícias falsas tornaram-se a erva daninha que ganhou terreno fértil na era digital. Imitam o estilo jornalístico, mas sem o menor compromisso com a realidade. Ao contrário. São criadas a partir de personagens conhecidos mas com suas falas distorcidas, ou inventadas, para confundir leitores, e amplificar sentimentos de rejeição ao alvo escolhido. Assim, as fake news têm colaborado para piorar a qualidade da política e das relações sociais mundo afora. Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/30/ politica/1493559929_642710.html

A Universidade de Oxford definiu como palavra do ano, em 2016, "pós-verdade", uma expressão ligada, diretamente, às falsas notícias ("fake news") veiculadas na internet e que, de alguma maneira, têm o objetivo de distorcer informações, provocando muitos problemas. Levando em consideração essa noção, cite casos, além dos mencionados no texto acima, em que as "fake news" foram protagonistas em certos conflitos e as desvantagens desse tipo de notícia.

2

Redação O compartilhamento de notícias falsas tem sido um dos grandes problemas contemporâneos. Analise uma redação exemplar sobre esse assunto. Isso não é uma verdade Machado de Assis sempre teve como objetivo promover o senso crítico dos leitores, por meio da escrita, acerca do comportamento humano. Em Dom Casmurro, por exemplo, o autor buscou instigar sobre o problema de ter a verdade estabelecida de acordo com uma única perspectiva por causa da ausência da voz de Capitu sobre sua suposta traição. Entretanto, poucas décadas depois dos ensinamentos do bruxo do Cosme Velho, notícias falsas – as fake news – se espalham cada vez mais na sociedade brasileira. Cabe destacar a repercussão dessas notícias na internet. Recentemente, após o assassinato da vereadora Marielle Franco, esse assunto se tornou um dos mais comentados na internet. Além da comoção, houve também a disseminação de informações falsas com o objetivo de difamar o caráter da parlamentar. Devido ao discurso de ódio nas mídias, medidas foram tomadas pelo PSOL, como uma seção no site para desmentir boatos e um local para receber denúncias de notícias falsas com o objetivo de tentar punir os responsáveis. Entretanto, não é de hoje que boatos geram efeitos irreversíveis para a sociedade. Uma notícia compartilhada muitas vezes, mesmo que seja falsa, acaba se tornando uma verdade. Em 2014, uma mulher morreu após ser espancada por moradores do Guarujá a partir de mentiras contadas em uma rede social, acusando-a de praticar magia negra com crianças. Dessa forma, fica claro que o leitor tanto de notícias quanto de mídias sociais como o Facebook, por exemplo, deve assumir uma postura crítica e conferir a veracidade das informações para evitar tragédias como essa. Fica evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para coibir a proliferação de informações que não sejam verdadeiras e prejudiquem a população. É dever do Governo Federal em parceria com as Secretarias de Segurança de cada estado criar setores nas delegacias para a denúncia de casos de “fake news” além de criação de disque-denúncia especializado para fornecer meios em que a população possa erradicar esse problema na sociedade e que possam ser criminaliza-los quando necessário. Dessa forma, os ensinamentos de Machado de Assis continuarão a estimular a criticidade aos cidadãos e promover o bem.

Questão Contexto

https://posttrutherablog.com/2017/02/27/what-is-post-truth/

3

Redação

Pós-verdade foi eleita a palavra do ano em 2016 pelo Dicionário Oxford. De acordo com o Dicionário Oxford, pós-verdade é: um adjetivo “que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e crenças pessoais”. Um mundo com a pós-verdade é uma realidade em que acreditar, ter crença e fé de que algo é verdade é mais importante do que isso ser um fato realmente. A explicação da palavra pós-verdade de acordo com o Oxford é de que o composto do prefixo “pós” não se refere apenas ao tempo seguinte a alguma situação ou evento – como pós-guerra, por exemplo –, mas sim a “pertencer a um momento em que o conceito específico se tornou irrelevante ou não é mais importante”. Neste caso, a verdade. Portanto, pós-verdade se refere ao momento em que a verdade já não é mais importante como já foi. http://www.politize.com.br/noticias-falsas-pos-verdade/

Depois de ler uma redação exemplar sobre o tema “fake news” e entender a relação desse fenômeno com a “pós-verdade”, produza uma parágrafo argumentativo sobre o tema “Os efeitos das fake news na contemporaneidade”.

4

Redação Gabarito 1. É possível dizer que a imparcialidade jornalística é um mito, pois o jornalismo é feito, principalmente, por pessoas. Portanto, é difícil que um indivíduo consiga ser 100% imparcial. 2. Podemos entender a música de Raul Seixas como uma forma de admitir que o indivíduo não deve deixarse manipular pela mídia e apenas absorver as informações, mas sim ter um pensamento crítico. 3. Buscando mais de uma fonte, buscando discussões reflexivas, etc. 4. Banalizar é o ato de tornar algo comum. O fato de vermos tantas cenas de violência, relações fragilizadas, mortes, sexo, etc. em novelas, filmes, séries, e, até mesmo, em jornais, faz com que esses temas sejam banalizados e percam a sua complexidade. 5. Desde muito tempo, algumas empresas são as “detentoras” das informações. Isso significa que existe uma maior possibilidade de haver manipulação dos fatos e parcialidade. No entanto, a internet e as redes sociais têm ajudado a diminuir esse poder, ultimamente. 6. Com certeza uma das bases da democracia é a liberdade de expressão e, consequentemente, da imprensa. Dessa forma, a população pode estar por dentro do que acontece no âmbito político e formar, livremente, sua opinião sobre quem votar e que ideologia adotar. 7. A mídia e seus veículos são os principais meios de formação de opinião e padrões. Por isso, é cada vez mais importante que as novelas, filmes, etc. se preocupem com a questão da representatividade e tenham responsabilidade social. 8. Todos os dias somos bombardeados por notícias falsas em diversos níveis. Desde “correntes” no facebook, até o âmbito político-social. Recentemente, após o assassinado de Marielle Franco, por exemplo, a internet foi tomada de notícias falsas sobre a vereadora do Rio de Janeiro.

5

Sociolgia Benjamin e a reprodutibilidade Resumo O filósofo e sociólogo judeu alemão Walter Benjamin (1892 – 1940) foi um pensador que esteve fortemente associado à famosa Escola de Frankfurt e, portanto, à tradição marxista de pensamento, tendo também traduzido para a língua alemã grandes obras literárias da cultura francesa, como Quadros parisienses de Charles Baudelaire e Em busca do tempo perdido de Marcel Proust. A obra mais conhecida e comentada de Benjamin chama-se A obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica, tendo sido publicada primeiramente em 1936 e, posteriormente, em 1955. Esse ensaio de Benjamin tem sido muito relevante na área dos Estudos Culturais e na história da arte e consiste na apresentação de uma teoria materialista da arte. Trata-se de compreender as mudanças que ocorreram na produção artística, que deixou de se realizar enquanto um ritual para ser apropriada pela indústria da arte, que a reproduz no sentido de que possa ser experimentada pelas grandes massas. O aqui e agora da obra de arte é deixado de lado em prol da reprodução em escala industrial, o que faz com que ela perca a sua “aura”. Nesse sentido, o surgimento da reprodutibilidade técnica faz com que a obra de arte perca a sua singularidade, sua unicidade e sua autenticidade próprias, dando lugar a produtos culturais de massa como o cinema. A capacidade de reproduzir a obra de arte em diversas cópias desfaz a condição da obra de arte de objeto único e individualizado. A arte é destituída de sua raridade e frequentemente desconectada com a pessoa do artista. A execução de uma obra requer um ritual, uma forma específica de fazer que antecede a obra e também é a própria obra em si. Tocar violão clássico exige uma série de gestos, palavras e formalidades que carregam um valor simbólico dentro desse campo artístico, compondo um ritual. Entretanto, a reprodutibilidade técnica extingue essa exigência, tornando possível reproduzir uma obra a qualquer momento em qualquer lugar, desde que com os aparatos corretos. Assim, a qualidade da arte de ser um objeto único se perde em meio a sua reprodutibilidade técnica, na mesma medida em que também deixa de ser voltada para um público restrito no sentido de atingir cada vez mais pessoas, repercutindo na sociedade como um todo. Uma comparação interessante feita por Benjamin é entre o teatro e o cinema. Enquanto o primeiro mantém a sua “aura”, a sua singularidade, ou seja, o aqui e agora da obra de arte – que é captado pela plateia presente no espetáculo -, já o segundo perde sua “aura” na medida em que o expectador não está presente e a câmera (um equipamento técnico) é quem reproduz a imagem dos atores. Numa apresentação teatral a obra de arte está incontornavelmente ligada ao ator, já no cinema o ator pode se tornar um acessório à cena, enquanto os próprios acessórios (cenário, câmeras) podem desempenhar o papel de atores.A reprodutibilidade técnica exclui a obra da arte das esferas aristocrática e religiosa, que a elitizam. Assim, a dissolução da aura alcança dimensões socias. A perda da aura e suas consequências sociais são bem notáveis no cinema. As massas passam a se relacionar de maneira qualitativa com a arte pelas transformações na percepção estética. O cinema tem um caráter revolucionário por possibilitar um acesso ao inconsciente visual. Diferente do teatro que ocorre num espaço consciente de ação, a câmera produz um espaço de ação inconsciente, exibindo a reciprocidade de ação entre matéria e homem (processo dialético). O cinema seria de grande valia para o pensamento materialista e muito útil na construção de uma nova sociedade na qual a classe proletária alcançaria a liderança política desejada. Dessa maneira, há dois aspectos a serem levados em consideração: De um lado, a reprodutibilidade das obras artísticas traz consigo a perda de sua singularidade própria. De outro, pode ser entendida como uma ferramenta muito importante para a construção de uma sociedade mais justa do ponto de vista social. Walter Benjamin tem uma postura otimista da reprodutibilidade técnica, já que, apesar de essa destruir a aura da obra de arte, esta abre espaço para profundas transformações sociais.

1

Sociolgia Exercícios 1.

Para alguns sociólogos e filósofos, a cultura possuiria um valor intrínseco e poderia nos ajudar não apenas na fruição de nossa sensibilidade, mas nos levar a uma nova compreensão da realidade e de nosso ser e estar no mundo. Com a indústria cultural verifica-se que a cultura a) recupera seu valor simbólico, contribuindo para uma nova compreensão da realidade e para a emancipação humana. b) perde sua força simbólica e crítica, transformando-se em mero entretenimento que elimina a reflexão crítica. c) perde seu valor de mercado para tornar-se, graças à tecnologia, um entretenimento acessível a toda a população. d) deixa de ser um produto de elite e passa a ser acessível a todos os cidadãos, contribuindo com sua autonomia. e) torna-se mais sofisticada, na medida em que os meios de criação cultural passam a ser submetidos ao desenvolvimento tecnológico.

2.

Historicamente, pode-se dizer que toda sociedade elabora sua própria cultura, mas as culturas estão interligadas, a não ser que o grupo social esteja em condições de isolamento e não sofra influência de outras culturas. Ressalta-se que o conceito de cultura é recente e plástico. Geertz (1978) afirma que “[...] a cultura não é um poder, algo ao qual podem ser atribuídos casualmente os acontecimentos sociais, os comportamentos, as instituições ou os processos; ela é um contexto, algo dentro do qual eles (os símbolos) podem ser descritos de forma inteligível – isto é, descritos com densidade.” GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

Essa flexibilidade no sistema capitalista manifestada na indústria cultural apresenta as seguintes características: a) Marketing, comercialização de bens culturais, cidade-mercadoria, publicidade. b) Tradição, genocídio cultural, nacionalismos, grandes narrativas. c) Homogeneização cultural, erudição, urbanização, subcultura. d) Memória, identidade cultural, fetiche, etnocentrismo. e) Folk, aculturação, xenofobia, tribalismo.

3.

Poder-se-ia defini-la como a única aparição de uma realidade longínqua, por mais próxima que esteja. Num fim de tarde de verão, caso se siga com os olhos uma linha de montanhas ao longo do horizonte ou a de um galho, cuja sombra pousa sobre o nosso estado contemplativo, sente-se a aura destas montanhas, desse galho. Tal evocação permite entender, sem dificuldades, os fatores sociais que provocaram a decadência atual da aura. Liga-se ela a duas circunstâncias, uma e outra correlatas com o papel crescente desempenhado pelas massas na vida presente. Encontramos hoje, com efeito, dentro das massas, duas tendências igualmente fortes: exigem, de um lado, que as coisas se lhe tornem, tanto humana como espacialmente, “mais próximas”, de outro lado, acolhendo as reproduções, tendem a depreciar o caráter daquilo que é dado apenas uma vez. (BENJAMIN, W. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. São Paulo: Abril Cultural, 1975. p.15.)

Com base no texto, assinale a alternativa correta. a) A discussão sobre arte e aura, no referido texto, se refere a um problema religioso. b) A aura não significa a singularidade da obra de arte. c) A obra de arte possui aura porque possui as seguintes características: é única, irrepetível, duradoura. d) O declínio da aura não tem relação com as transformações sociais e econômicas. e) Com o aumento da produção e apropriação artística, aumentou-se também o valor da aura na obra de arte. 2

Sociolgia 4.

Em suma, o que é a aura? É uma figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja. Observar, em repouso, numa tarde de verão, uma cadeia de montanhas no horizonte, ou um galho, que projeta sua sombra sobre nós, significa respirar a aura dessas montanhas, desse galho. Graças a essa definição, é fácil identificar os fatores sociais específicos que condicionam o declínio atual da aura. Ele deriva de duas circunstâncias, estreitamente ligadas à crescente difusão e intensidade dos movimentos de massas. Fazer as coisas ‘ficarem mais próximas’ é uma preocupação tão apaixonada das massas modernas como sua tendência a superar o caráter único de todos os fatos através da sua reprodutibilidade”. BENJAMIN, W. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. In: Magia e Técnica, Arte e Política. Obras Escolhidas. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 170.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre Benjamin, assinale a alternativa correta: a) Ao passar do campo religioso ao estético, a obra de arte perdeu sua aura. b) Ao se tornarem autônomas, as obras de arte perderam sua qualidade aurática. c) O declínio da aura decorre do desejo de diminuir a distância e a transcendência dos objetos artísticos. d) O valor de culto de uma obra de arte suscita a reprodutibilidade técnica. e) O declínio da aura não tem relação com as transformações contemporâneas.

5.

Há, na tirinha acima, uma crítica à forma de cultura veiculada pela televisão. Tendo em vista a abordagem sociológica, assinale a alternativa que corresponde ao tipo de cultura que está sendo criticada. a) Cultura no seu sentido antropológico, relacionada à diversidade das práticas, dos símbolos e das formas de pensar, agir e sentir. b) Cultura política, relacionada às formas de estabelecimento de relações de poder. c) Cultura erudita, relacionada às formas de produção estética da elite. d) Cultura popular, própria das classes econômicas mais baixas. e) Cultura de massa, produzida pela indústria cultural.

3

Sociolgia 6.

A chamada “Escola de Frankfurt” reuniu diversos autores, como Theodor W. Adorno, Max Horkheimer e Walter Benjamin, com o propósito de reformular a compreensão e as críticas ao sistema capitalista. Destacam-se, em suas reflexões, os impactos do desenvolvimento tecnológico, o papel dos modernos meios de comunicação de massa e a destruição e barbárie observadas durante a II Guerra Mundial (1939-1945). O conceito que sintetiza suas formulações no âmbito da cultura é a) b) c) d) e)

7.

o padrão cultural. a cultura erudita. a cultura operária. a indústria cultural. a cultura líquida.

À medida que as obras de arte se emancipam do seu uso cultual, aumentam as ocasiões para que elas sejam expostas. A exponibilidade de um busto […] é maior que de uma estátua divina, que tem sua sede fixa no interior do templo. […] a preponderância absoluta conferida hoje a seu valor de exposição atribuilhe funções inteiramente novas, entre as quais a “artística”, a única de que temos consciência, talvez se revele mais tarde como rudimentar. BENJAMIN, Walter. “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica (Primeira versão)”. In: Obras escolhidas I. Trad. Sérgio Paulo Rouanet, 8ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2012. p. 187-188.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria benjaminiana da reprodutibilidade técnica e do valor cultual e de exposição da obra de arte, assinale a alternativa correta. a) O valor de exposição da obra de arte reforça os laços sociais, na medida em que a exposição intensifica a coesão social, possibilitando, democraticamente, o acesso à obra. b) A mudança do valor de culto para o valor da exposição da obra de arte revela transformações nas quais esta passa a ser concebida a partir da esfera pública. c) O valor de culto da obra de arte expressa a gradativa desvinculação entre o humano e o sagrado, considerando que a obra substitui a relação direta do humano com o sagrado d) O valor material atribuído a uma obra de arte é constituído pela persistência de um valor de culto na exposição, evidenciado na “aura” que paira sobre as grandes obras, as chamadas obras clássicas. e) O elemento comum entre o valor de culto e o valor de exposição da obra de arte é o reconhecimento de que a função “artística” é a sua dimensão mais importante.

8.

Mesmo na reprodução mais perfeita, um elemento está ausente: o aqui e agora da obra de arte, sua existência única, no lugar em que ela se encontra. É nessa existência única, e somente nela, que se desdobra a história da obra. Essa história compreende não apenas as transformações que ela sofreu, com a passagem do tempo, em sua estrutura física, como as relações de propriedade em que ela ingressou. Os vestígios das primeiras só podem ser investigados por análises químicas ou físicas, irrealizáveis na reprodução; os vestígios das segundas são o objeto de uma tradição, cuja reconstituição precisa partir do lugar em que se achava o original. (BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: Obras escolhidas, Vol. 1: magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994. p.167.)

De acordo com Walter Benjamin, as técnicas de reprodução provocam a destruição das condições de autenticidade da obra de arte por que a) apesar de manter o aspecto exterior, destrói historicidade, materialidade, identidade da obra de arte. b) compromete a dimensão material da obra, ainda que salve as condições históricas. c) dificulta a difusão da obra de arte a ser copiada. d) elimina as condições históricas, embora preserve a dimensão material da arte. e) fabrica artificialmente obras de arte antes não existentes.

4

Sociolgia 9.

Leia atentamente o poema, intitulado Eu, etiqueta, de autoria de Carlos Drummond de Andrade: Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. ........................................ Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada. ........................................

Não sou – vê lá – anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares festas praias pérgulas piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva independente, que moda ou suborno algum a compromete. ........................................ Hoje sou costurado, sou tecido, sou gravado de forma universal, saio da estamparia, não de casa, da vitrina me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial.

Assinale a alternativa incorreta: a) O poema faz referência direta ao conceito de cultura de massa, que segundo Adorno é uma forma de controle da consciência pelo emprego de meios como o cinema, o rádio ou a imprensa. b) De acordo com a Escola de Frankfurt o surgimento da cultura de massa, em meados do século passado, deveu-se em grande parte ao desenvolvimento do projeto iluminista que desencadeou uma crise ética e epistemológica dando origem por fim a já referida cultura de massa. c) A Revolução Industrial não foi apenas um conjunto de inovações técnicas, mas uma forma de dominação e controle do tempo do trabalhador, essa dominação se dá por meio da disciplina e da indústria cultural. d) O produto da indústria cultura não pode ser considerado arte em sentido estrito, já que ela tende a padronização, a ausência de conteúdo, e o apelo ao mercado. e) A cultura de massa tem o papel de difundir por meio do mercado as culturas regionais, contribuindo para a emancipação do homem.

10. O ensaio “Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, de Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, publicado originalmente em 1947, é considerado um dos textos essenciais do século XX que explicam o fenômeno da cultura de massa e da indústria do entretenimento. É uma das várias contribuições para o pensamento contemporâneo do Instituto de Pesquisa Social fundado na década de 1920, em Frankfurt, na Alemanha. Um ponto decisivo para a compreensão do conceito de “Indústria Cultural” é a questão da autonomia do artista em relação ao mercado. Assim, sobre o conceito de “Indústria Cultural” é CORRETO afirmar. a) A arte não se confunde com mercadoria, e não necessita da mídia e nem de campanhas publicitárias para ser divulgada para o público. b) Não há uniformização artística, pois, toda cultura de massa se caracteriza por criações complexas e diversidade cultural. c) A cultura é independente em relação aos mecanismos de reprodução material da sociedade. d) A obra de arte se identifica com a lógica de reprodução cultural e econômica da sociedade. e) Um pressuposto básico é que a arte nunca se transforma em artigo de consumo.

5

Sociolgia Gabarito 1.

B Segundo os pensadores da Teoria Crítica, a indústria cultural massifica os produtos da cultura e os torna mera mercadoria, sem qualquer função crítica ou transformadora da sociedade.

2.

A A indústria cultural pode ser caracterizada por homogeneizar os gostos através da massificação e comercialização dos produtos culturais, contribuindo para que tudo se torne mercadoria. Isso acontece com a colaboração de certos setores do capitalismo, como a publicidade e o Marketing, exatamente como sugere a alternativa [A].

3.

C Para Benjamin a aura da obra de arte lhe foi conferida pela sua função mais primitiva, o culto. a partir dele a obra se manifesta como representação única que permite tornar presente o distante e transcender a realidade. Foi através da arte que tivemos contato com outros mundos. Esse aqui e agora da arte é único, relacionado com a presença do artista e com seu contexto de criação. É exatamente essa manifestação efêmera que lhe dá durabilidade. A arte não pode ser repetida, refeita, reexperimentada. Uma estátua de vênus foi objeto de adoração na Grécia Antiga e condenada no Medieval, mas nenhum desses momentos históricos pôde contornar a persistência do resultado de um momento efêmero do fazer artístico. Aí está sua aura.

4.

C As sociedades modernas são sociedades ultrarracionais, do controle. Elas exprimem o desejo iluminista de dominação do homem sobre as coisas. Nada escapa ao controle do homem racional e desencantado. A arte como manifestação do transcendental, distante e incontrolável não é admitido. A expressão humana através da arte passa pelo controle rigoroso através de métricas como a duração de um filme ou a quantidade de palavras de uma música.

5.

E Há, na tirinha, uma crítica à cultura veiculada na televisão. Essa cultura é a cultura de massa que, destituída da sua aura, tem a função de entreter e de alienar a massa da população. Esse tipo de cultura é produzido pela indústria cultural.

6.

D A indústria cultural é a forma de produzir cultura típica da sociedade de massas, onde a cultura é consumida como uma mercadoria. Ela é resultado do avanço tecnológico expresso nos meios de comunicação em massa aliados à racionalidade capitalista que invadiu todos os aspectos da vida humana transformando todas as relações em relações de mercado e consumo.

7.

B Exatamente como apresentado pelo autor no excerto “ À medida que as obras de arte se emancipam do seu uso cultual, aumentam as ocasiões para que elas sejam expostas”, a arte passou a ser percebida de uma maneira diferente, circulando na esfera pública e pensada a partir dela, já que uma das suas principais características é a exposição.

2

Sociolgia 8.

A A reprodutibilidade destitui a obra de arte de sua aura. Dessa maneira, não importa mais a presença do artista na realização do ritual artístico ou seu contexto histórico. A obra de arte pode ser produzida para ser distribuída em larga escala, o que passa a ser um dos critérios considerados na sua produção. O contexto de produção ou execução e a identidade conferida pela efemeridade da realização perdem o sentido e deixam de ser características da obra de arte.

9.

E A alternativa [E] não somente é incorreta, como também contraria todas as outras. A cultura de massa é um produto do modo de produção capitalista e contribui para a mercantilização da cultura e para a coisificação do homem.

10. D A alternativa [D] é a única correta. No sistema capitalista, inclusive a arte está submetida à lógica de mercado, servindo como uma mercadoria que deve gerar lucro.

3
eBook - Extensivo Enem - semana 17

Related documents

190 Pages • 54,136 Words • PDF • 7.5 MB

150 Pages • 42,947 Words • PDF • 7.3 MB

227 Pages • 59,455 Words • PDF • 8.5 MB

169 Pages • 47,131 Words • PDF • 4.7 MB

17 Pages • 392 Words • PDF • 1.1 MB

227 Pages • 60,582 Words • PDF • 10.9 MB

8 Pages • 4,324 Words • PDF • 847 KB

8 Pages • 753 Words • PDF • 617.3 KB

51 Pages • 2,356 Words • PDF • 1.1 MB

99 Pages • 2,914 Words • PDF • 34.7 MB

16 Pages • 1,093 Words • PDF • 2.4 MB

37 Pages • 7,432 Words • PDF • 1.4 MB