eBook - Enem - semana 12

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Enem

Semana 12

ai! v a r o g A 20 0 2 m e En

Biologia Respiração celular Resumo O objetivo da respiração celular aeróbica é a obtenção de energia a partir da quebra de glicose, na presença do gás oxigênio (O2). Equação geral da respiração: C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O A energia formada estará na forma de ATP, adenosina trifosfato, uma molécula fundamental para o metabolismo do corpo, já que o rompimento das ligações fosfato (formando ADP, adenosina difosfato) libera energia para a execução de funções vitais. A respiração celular pode ser dividida em três etapas: Glicólise, Ciclo de Krebs e Cadeia Respiratória.

Glicólise A quebra da glicose (glicólise) consiste na quebra de uma molécula de glicose (C 6H12O6) em duas moléculas de piruvato (C3H4O3), sendo quatro H captados por 2 NADs (moléculas carreadoras de hidrogênio). É um processo anaeróbico e ocorre no citosol.

A glicólise produz saldo de 2 ATPs, pois produz 4 ATPs, mas consome 2 ATPs para ser realizada. É uma etapa comum aos fermentadores e aos aeróbicos. Entre a Glicólise e o Ciclo de Krebs, há uma fase preparatória, na qual o piruvato perde um CO 2, dois H que são captados pelo NAD e se torna um acetil, que se combina a Coenzima A (CoA) e entra, por fim, no ciclo.

Ciclo de Krebs

1

Biologia Uma série de reações que modificam o piruvato em diversas moléculas, liberando 2 GTP (uma molécula similar ao ATP), CO2, NAD2H e FAD2H (outros carreadores de Hidrogênio, como NAD, porém com menor rendimento energético). O CO2 é descartado, enquanto o NAD2H e o FAD2H são usados na Cadeia Respiratória. O Ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial.

Cadeia Respiratória Os NAD2H e FAD2H passam a transportadores encontrados nas cristas mitocondriais (citocromos) e são transportados um a um por eles, liberando elétrons, o que rende energia para o bombeamento de H+ para o espaço intermembrana. Ao chegar no último transportador, o elétron vai para o último aceptor de elétrons, o oxigênio. Os H+ são bombeados através de uma enzima que funciona como um canal de H+, conhecida como ATPsintase. Isso faz com que os H+ voltem ao espaço interno da mitocôndria, a matriz mitocondrial. A ATP-sintase então produz ATP em massa conforme há passagem de H+ por ela, produzindo então uma alta quantidade de ATP. O papel do oxigênio é combinar-se com estes H+, impedindo a acidose da célula, formando então água.

2

Biologia Exercícios 1.

2.

Uma organela citoplasmática realiza a importante função de fornecer energia à célula por meio da respiração celular. Esse processo compreende duas fases, a anaeróbia e a aeróbia, denominadas, respectivamente: a)

Fosforilação Oxidativa e Acetil Coenzima A.

b)

Fosforilação Oxidativa e Glicólise.

c)

Acetil Coenzima A e Fermentação.

d)

Fermentação e Glicólise.

e)

Glicólise e Fosforilação Oxidativa.

A obtenção de energia para a realização das diversas atividades celulares ocorre, na maioria dos seres vivos, a partir da reação esquematizada a seguir.

Essa reação representa o processo de:

3.

a)

Respiração.

b)

Fotossíntese.

c)

Quimiossíntese.

d)

Fermentação lática.

e)

Fermentação alcoólica.

A glicólise é um processo que compreende dez reações químicas, cada uma delas com a participação de uma enzima específica. Assinale a alternativa corretaem relação à glicólise anaeróbica. a)

É o processo responsável pela quebra da glicose, transformando-a em piruvato ou ácido pirúvico.

b)

É realizada apenas em células animais e procariontes heterotróficos.

c)

Promove a quebra da glicose no interior da mitocôndria.

d)

Libera energia na forma de 38 ATPs.

e)

Transforma ácido lático em ácido pirúvico.

3

Biologia 4.

5.

6.

Ao se relacionarem os processos bioenergéticos com a estrutura da mitocôndria, constata-se que: a)

O transporte de elétrons se faz por complexos proteicos da membrana mitocondrial externa.

b)

O ATP é sintetizado em um complexo proteico da membrana mitocondrial interna.

c)

O ciclo de Krebs ocorre no citoplasma e fornece piruvato para a matriz mitocondrial.

d)

Os elétrons fluem da matriz mitocondrial para o citoplasma por canais iônicos.

e)

As enzimas que participam da glicólise se localizam na matriz mitocondrial.

O crescente aumento da temperatura ambiental traz como uma de suas consequências a redução do O2 dissolvido na água. Em temperaturas mais altas os seres aquáticos, em sua maioria pecilotérmicos (ou de sangue frio), se aquecem e têm sua taxa metabólica aumentada. Esse conjunto de efeitos se torna um problema porque o aumento do metabolismo torna esses seres aquáticos: a)

Menos ativos, exigindo menos energia e menor consumo de O2 na respiração.

b)

Mais ativos, exigindo mais energia e menor consumo de O2 na respiração.

c)

Mais ativos, exigindo mais energia e maior consumo de O2 na respiração.

d)

Menos ativos, exigindo menos energia e maior consumo de O2 na respiração.

e)

Mais ativos, exigindo menos energia e maior consumo de O2 na respiração.

O 2,4-dinitrofenol (DNP) é conhecido como desacoplador da cadeia de elétrons na mitocôndria e apresenta um efeito emagrecedor. Contudo, por ser perigoso e pela ocorrência de casos letais, seu uso como medicamento é proibido em diversos países, inclusive no Brasil. Na mitocôndria, essa substância captura, no espaço intermembranas, prótons (H+) provenientes da atividade das proteínas da cadeia respiratória, retornando-os à matriz mitocondrial.Assim, esses prótons não passam pelo transporte enzimático na membrana interna. GRUNDLINGH, J. et al. 2,4-Dinitrophenol (DNP): a Weight Loss Agent with Significant Acute Toxicity and Risk of Death.Journal of Medical Toxicology, v. 7, 2011 (adaptado).

O efeito emagrecedor desse composto está relacionado ao(à) a) obstrução da cadeia respiratória, resultando em maior consumo celular de ácidos graxo. b) bloqueio das reações do ciclo de Krebs, resultando em maior gasto celular de energia. c) diminuição da produção de acetil CoA, resultando em maior gasto celular de piruvato. d) inibição da glicólise, resultando em maior absorção celular da glicose sanguínea. e) redução da produção de ATP, resultando em maior gasto celular de nutrientes.

4

Biologia 7.

O processo de respiração celular ocorre em três etapas: Glicólise, Ciclo de Krebs e Cadeia Respiratória. Marque a alternativa correta com relação a essas etapas.

8.

a)

O ciclo de Krebs e a glicólise ocorrem na matriz mitocondrial.

b)

No ciclo de Krebs, uma molécula de glicose é quebrada em duas moléculas de ácido pirúvico.

c)

Nas cristas mitocondriais, há transferência dos hidrogênios transportados pelo NAD e pelo FAD através da cadeia respiratória, levando à formação de água.

d)

A utilização de O2 se dá nas cristas mitocondriais, durante o ciclo de Krebs.

e)

A via glicolítica ocorre somente nos processos anaeróbios, enquanto o ciclo de Krebs ocorre nos processos aeróbios.

Normalmente, as células do organismo humano realizam a respiração aeróbica, na qual o consumo de uma molécula de glicose gera moléculas de ATP. Contudo em condições anaeróbicas, o consumo de uma molécula de glicose pelas células é capaz de gerar apenas duas moléculas de ATP.

Qual curva representa o perfil de consumo de glicose, para manutenção da homeostase de uma célula que inicialmente está em uma condição anaeróbica e é submetida a um aumento gradual de concentração de oxigênio? a)

1

b)

2

c)

3

d)

4

e)

5

5

Biologia 9.

Ao beber uma solução de glicose (C6H12O6), um corta-cana ingere uma substância a)

que, ao ser degradada pelo organismo, produz energia que pode ser usada para movimentar o corpo.

b)

inflamável que, queimada pelo organismo, produz água para manter a hidratação das células.

c)

que eleva a taxa de açúcar no sangue e é armazenada na célula, o que restabelece o teor de oxigênio no organismo.

d)

insolúvel em água, o que aumenta a retenção de líquidos pelo organismo.

e)

de sabor adocicado que, utilizada na respiração celular, fornece CO2 para manter estável a taxa de carbono na atmosfera..

10. A produção de adenosina trifosfato (ATP) nas células eucarióticas animais acontece, essencialmente, nas cristas mitocondriais, em função de uma cadeia de proteínas transportadoras de elétrons, a cadeia respiratória. O número de moléculas de ATP produzidas nas mitocôndrias é diretamente proporcional ao número de moléculas de a)

glicose e gás oxigênio que atravessam as membranas mitocondriais.

b)

gás oxigênio consumido no ciclo de Krebs, etapa anterior à cadeia respiratória.

c)

glicose oxidada no citoplasma celular, na etapa da glicólise.

d)

gás carbônico produzido na cadeia transportadora de elétrons.

e)

água produzida a partir do consumo de gás oxigênio.

6

Biologia Gabarito 1. E A glicólise é um processo anaeróbico ocorrido no citosol, enquanto a fosforilação oxidativa é aeróbica e ocorre nas cristas mitocondriais. 2. A A imagem representa a reação de quebra da glicose na presença de oxigênio para obtenção de energia, com subprodutos sendo o CO2 e H2O. Esse processo é denominado respiração celular. 3. A A glicólise é o processo de quebra da glicose em duas moléculas de piruvato, composto também conhecido como ácido pirúvico. 4. B A síntese de ATP ocorre em um complexo de proteínas nas cristas mitocondriais durante a fosforilação oxidativa, havendo destaque para a enzima ATP-sintase. 5. C Em temperaturas elevadas, o metabolismo destes animais acelera, exigindo assim maior consumo de oxigênio para produção de ATP, oxigênio este que estará em falta devido a menor solubilidade do gás no líquido quente. 6. E O gradiente de concentração de prótons é alterado quando o DNP se desacopla da cadeia respiratória. Com essa alteração, os prótons não atravessam o ATP sintase, diminuindo produção de ATP. Graças a essa redução de ATP, a célula necessita gastar mais nutrientes para conseguir a quantidade suficiente de ATP para suas atividades. Por isso o composto DNP possui efeito emagrecedor. 7. C Os hidrogênios removidos do NAD e do FAD, seus carreadores intermediários, passam pela cadeia respiratória e são doados, ao final do processo, ao oxigênio, seu aceptor final, formando água. 8. E O metabolismo anaeróbico gera menos ATP por glicose consumida, então o consumo de glicose em condições anaeróbicas é alto. Conforme a célula recebe oxigênio e passa ao metabolismo aeróbico, a taxa de consumo de glicose para a formação de ATP diminui. 9. A A glicose é utilizada no metabolismo energético celular, sendo degradada na glicólise para formação do piruvato, que irá participar do ciclo de Krebs. No final detodos os processos da respiração celular, gerase energia na forma de ATP. 10. E Nem todo piruvato produzido pela glicólise irá participar da respiração celular, podendo participar de outros processos no fígado ou mesmo da fermentação. Já a água formada com o consumo de oxigênio indica que houve a cadeia respiratória, e a passagem de elétrons pelas cristas mitocondriais, sendo uma relação direta com a produção de ATP.

7

Biologia Teorias evolutivas Resumo Os seres vivos sempre foram estudados mas a origem deles sempre foi motivo de dúvidas e discussões. Para isso, diferentes hipóteses e teorias foram criadas, algumas recusadas e algumas validadas, algumas antes consideradas verdades também sendo alteradas ou atualizadas com o avanço do conhecimento científico Antes da Teoria da Evolução, acreditava-se no fixismo, onde todas as espécies surgiram no mundo da mesma forma como elas são hoje em dia, não sofrendo nenhuma modificação ao longo do tempo. O fixismo usualmente está associado a ideia de criacionismo e a religião, onde um deus ou uma entidade superior teria dado origem a todos os seres vivos. Porém após estudos de classificação biológica, como o sistema de classificação de Linneu, e a descoberta de diversos tipos de fósseis e outras evidências da evolução fizeram com que os pesquisadores percebessem que a ideia do fixismo é inválida, e os seres vivos se modificam ao longo do tempo.

No fixismo (esquerda) os indivíduos nunca se alteram ao longo do tempo. Já com a evolução (direita) os organismos podem sofrer alterações e processos de especiação (formação de novas espécies) ao longo do tempo .

Jean-Baptiste Lamarck foi um dos primeiros cientistas a ir contra a ideia de fixismo, sendo muito importante para a ciência por introduzir a idéia da evolução como verdade. Porém a argumentação utilizada por ele era cientificamente incorreta. Dentre as hipóteses propostas no lamarckismo podemos citar: •



Uso e desuso: o uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com que elas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem. Isso faz com que os organismos se modifiquem para se adaptar e sobreviver ao meio. Transmissão dos caracteres adquiridos: alterações no corpo do organismo provocadas pelo uso ou desuso são transmitidas aos descendentes

Exemplo do lamarckismo. Girafas que “usam” mais o pescoço, alongando-o, aumentam essa característica (uso e desuso). Como ela foi adquirida ao longo da vida, é transmitida ao longo das gerações (transmissão dos caracteres adquiridos).

1

Biologia Foi Charles Darwin que formulou a seleção natural em seu livro “A Origem das Espécies”, para explicar a evolução dos seres. Ele criou a teoria da seleção natural, que dizia que as características dos seres vivos são selecionadas pelo meio ambiente. Características favoráveis se mantém na população pois garantem a sobrevivência do indivíduo, fazendo com que ele consiga chegar a idade adulta e se reproduzir. Já características desfavoráveis são perdidas ao longo das gerações, normalmente por conta da não sobrevivência daqueles que as portam. Darwin estudou durante muitos anos as variações dos seres vivos, observando que grupos biológicos próximos poderiam ter características diferentes dependendo do ambiente em que vivem, como o exemplo clássico dos tentilhões de Galápagos, que tem bicos de formatos diferentes de acordo com o que eles se alimentam.

Quatro espécies dos tentilhões de Galápagos, com variações no formato dos bicos para alimentação.

Durante a mesma época da publicação de “A Origem das Espécies”, o cientista Alfred Russel Wallace também estava escrevendo um trabalho com a mesma teoria que Darwin, sobre a seleção de características pelo meio ambiente. Porém o trabalho de Darwin ganhou maior visibilidade. Apesar disso, podemos encontrar a seleção natural sendo chamada de Teoria de Darwin-Wallace. Apesar de seu importante trabalho, Darwin não conseguiu explicar de onde as características surgiam e como elas eram transmitidas através das gerações. Para isso, formulou-se a teoria sintética da evolução, também conhecida como Neodarwinismo. Esta teoria inclui e relaciona a genética e a variabilidade com as características físicas observadas. São fatores que aumentam a variabilidade genética a mutação (alteração aleatória nas bases nitrogenadas do DNA) e o crossing-over (também conhecido como permutação, é a troca de partes dos cromossomos durante a meiose).

Na imagem de cima, a muração causa uma alteração no gene que altera a característica da cor do inseto. Já na imagem de baixo, vemos como ocorre o crossing over entre cromossomos homólogos, durante a divisão celular Meiose .

2

Biologia No neodarwinismo vemos também que a seleção natural e a deriva gênica são responsável pela redução da variabilidade genética. Quando ocorre uma seleção negativa de uma característica, ela é perdida da população (perda de variabilidade). Na deriva gênica, há morte aleatória de diferentes indivíduos em uma população, causando a perda destas características também.

Uma pessoa pisando em um aglomerado de insetos é um exemplo de deriva gênica, reduzindo a variabilidade genética da população.

Ainda sobre evolução, é importante conhecer outros conceitos:

Seleção artificial O ser humano que seleciona e reproduz organismos com as melhores características, ou com as características desejadas. São exemplos a seleção de ovelhas que produzem mais lã, galinhas que colocam ovos maiores, plantas que dão frutos mais doces ou mesmo animais com características consideradas atraentes, como vemos entre cães de raça.

Diversos cães de raça são frutos de seleção artificial. Apesar de algumas características que podem atrair pessoas, tanto a anatomia quanto o metabolismo dos animais podem acabar sendo severamente prejudicados, causando dores, doenças e problemas hereditários que reduzem o tempo de vida do animal.

Tipos de seleção natural A seleção natural pode ser • Direcional: Apenas uma das características extremas é selecionada positivamente • Disruptiva: Ambas as características extremas são selecionadas positivamente. • Estabilizadora: Apenas a característica intermediária é selecionada positivamente.

Exemplos gráficos dos tipos de seleção natural

3

Biologia Exercícios 1.

2.

Darwin, em viagem às ilhas Galápagos, observou que os tentilhões apresentavam bico com formatos diferentes em cada ilha, de acordo com o tipo de alimentação disponível. Lamarck, ao explicar que o pescoço da girafa teria esticado para colher folhas e frutos no alto das árvores, elaborou ideias importantes sobre a evolução dos seres vivos. O texto aponta que uma ideia comum às teorias da evolução, propostas por Darwin e Lamarck, referese à interação entre os organismos e seus ambientes, que é denominada de a)

mutação.

b)

adaptação.

c)

seleção natural.

d)

recombinação gênica.

e)

variabilidade genética.

As cobras estão entre os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil, principalmente na área rural. As cascavéis (Crotalus), apesar de extremamente venenosas, são cobras que, em relação a outras espécies, causam poucos acidentes a humanos. Isso se deve ao ruído de seu "chocalho", que faz com que suas vítimas percebam sua presença e as evitem. Esses animais só atacam os seres humanos para sua defesa e se alimentam de pequenos roedores e aves. Apesar disso, elas têm sido caçadas continuamente, por serem facilmente detectadas. Ultimamente os cientistas observaram que essas cobras têm ficado mais silenciosas, o que passa a ser um problema, pois, se as pessoas não as percebem, aumentam os riscos de acidentes. A explicação darwinista para o fato de a cascavel estar ficando mais silenciosa é que a)

a necessidade de não ser descoberta e morta mudou seu comportamento.

b)

as alterações no seu código genético surgiram para aperfeiçoá-la.

c)

as mutações sucessivas foram acontecendo para que ela pudesse adaptar-se.

d)

as variedades mais silenciosas foram selecionadas positivamente.

e)

as variedades sofreram mutações para se adaptarem à presença de seres humanos.

4

Biologia 3.

Os ratos Peromyscus polionotus encontram-se distribuídos em ampla região na América do Norte. A pelagem de ratos dessa espécie varia do marrom claro até o escuro, sendo que os ratos de uma mesma população têm coloração muito semelhante. Em geral, a coloração da pelagem também é muito parecida à cor do solo da região em que se encontram, que também apresenta a mesma variação de cor, distribuída ao longo de um gradiente sul norte. Na figura, encontram-se representadas sete diferentes populações de P. polionotus. Cada população é representada pela pelagem do rato, por uma amostra de solo e por sua posição geográfica no mapa.

O mecanismo evolutivo envolvido na associação entre cores de pelagem e de substrato é

4.

a)

a alimentação, pois pigmentos de terra são absorvidos e alteram a cor da pelagem dos roedores.

b)

o fluxo gênico entre as diferentes populações, que mantém constante a grande diversidade interpopulacional.

c)

a seleção natural, que, nesse caso, poderia ser entendida como a sobrevivência diferenciada de indivíduos com características distintas.

d)

a mutação genética, que, em certos ambientes, como os de solo mais escuro, têm maior ocorrência e capacidade de alterar significativamente a cor da pelagem dos animais.

e)

a herança de caracteres adquiridos, capacidade de organismos se adaptarem a diferentes ambientes e transmitirem suas características genéticas aos descendentes.

“A origem das espécies” de Charles Darwin foi um dos maiores avanços das Ciências biológicas de todos os tempos, a ponto de ser dito que “nada na biologia faz sentido exceto à luz da evolução” (DOBZHANSKY, T. Biology, Molecular and Organismic. American Zoologist, v. 4, p. 443-452, 1964).

No entanto, ainda hoje, há certa confusão sobre como se processa a evolução, mesmo entre os estudantes de Ciências Biológicas. Assim, assinale a única alternativa que não condiz com as ideias de Darwin. a) Darwin referiu-se à evolução como: um processo de descendência com modificações. b) Os organismos de uma mesma população não são idênticos, mas apresentam variações nos caracteres. c) Todos os organismos descendem, com modificações, de ancestrais comuns. d) Modificações do corpo dos organismos, adquiridas durante sua vida pelo uso ou desuso, são transmitidas aos seus descendentes. e) A ação da seleção natural é a principal agente de modificações das variações individuais dos organismos.

5

Biologia 5.

O emprego maciço dos inseticidas sintéticos tem provocado o aparecimento de indivíduos resistentes ao veneno. Em 1964, havia pelo menos 140 espécies que tinham adquirido resistência aos vários inseticidas, das quais 80 eram vetores de doenças, como os anófeles. Essa resistência ocorre porque os inseticidas: a) provocam mutações nas células somáticas, quando incorporados pelo ser vivo. b) selecionam os indivíduos, preservando os mais resistentes, que irão originar outras gerações resistentes. c) provocam uma adaptação dos indivíduos, por meio do desenvolvimento de defesa imunológica contra o inseticida. d) somente são absorvidos por indivíduos geneticamente modificados em laboratório. e) provocam a morte apenas dos machos, favorecendo o desenvolvimento de resistência nas fêmeas.

6.

Aristóteles procurou explicar os fenômenos naturais a partir de argumentos teleológicos. A palavra teleologia provém de dois termos gregos, telos (fim, meta, propósito) e logos (razão, explicação), ou seja, uma “razão de algo em função de seus fins” ou uma “explicação que se serve de propósitos ou de fins”. Na explicação teleológica, se algo existe e tem uma finalidade, é porque existe uma razão para essa finalidade. Neste sentido, uma explicação teleológica estará centralizada na finalidade de alguma coisa. Por exemplo, na explicação teleológica, nossos dedos são articulados para que possamos manipular objetos, ao contrário da explicação não teleológica, que afirma que manipulamos objetos porque nossos dedos são articulados. Matheus de M. Silveira et al. Argumentos – Revista de Filosofia, julho/dezembro de 2016. Adaptado.

Considerando as características adaptativas dos organismos, a teleologia a)

refuta a proposta de Lamarck, no que concerne à transmissão dos caracteres adquiridos.

b)

contribui para a explicação da origem da variabilidade a partir da ocorrência de mutações.

c)

contraria as fundamentações teóricas propostas pela Teoria Sintética da Evolução.

d)

fortalece as explicações da Teoria Sintética da Evolução, quanto ao resultado da ação da Seleção Natural.

e)

sustenta tanto as ideias evolucionistas de Lamarck como as de Charles Darwin e da Teoria Sintética da Evolução.

6

Biologia 7.

Os gráficos abaixo ilustram as três formas básicas de seleção natural. A distribuição dos fenótipos da progênie, após a seleção, é representada pela linha sólida. Comparativamente, a linha pontilhada representa a geração parental pré-seleção.

Com base na observação dos gráficos, é INCORRETO afirmar:

8.

a)

Em I, a seleção é estabilizadora, pois favorece os atributos médios.

b)

Em II, a seleção é direcional, pois, favorece um dos atributos extremos.

c)

Em II, a frequência dos alelos no patrimônio genético é alterada.

d)

Em I, a seleção resulta em maior variabilidade fenotípica.

e)

Em III, a seleção é disruptiva, pois favorece os atributos extremos.

Sobre o processo evolutivo, é correto afirmar: a) b) c) d) e)

9.

As mutações genéticas ocorrem com o objetivo de promover adaptação dos organismos ao ambiente. Alterações na sequência de aminoácidos do DNA dos organismos podem ser vantajosas, neutras ou desvantajosas para seus portadores. Em uma população, uma característica vantajosa tende a aumentar de frequência na geração seguinte pela ação da seleção natural. Os organismos de uma população biológica são idênticos entre si, potencializando a ação da seleção natural. Os organismos atuais estão se modificando geneticamente para se adaptar às mudanças climáticas, como o aquecimento global.

“Nada na biologia faz sentido, a não ser sob a luz da evolução”, escreveu Theodosius Dobzhansky, em 1973. “A biologia só se consolidou como ciência após a teoria da evolução”, diz o biólogo Diogo Meyer, da USP. Se estivesse vivo, Charles Darwin faria 200 anos em 2009. E foi ele que elaborou a teoria da seleção natural, que explica a evolução dos seres vivos. Estado de S.Paulo, 08.02.2009. Adaptado

Segundo a teoria proposta por Charles Darwin, os seres vivos: a)

São imutáveis, e isso significa que seus descendentes mantêm suas características por várias gerações.

b)

São induzidos a mudar quando o ambiente se altera, deixando mais descendentes adaptados.

c)

Mais fortes sempre sobrevivem e deixam descendentes mais fortes, sendo desnecessária a influência ambiental e genética.

d)

Tendem a se aperfeiçoar, independentemente das mudanças do meio ambiente, e a cada geração formam descendentes modificados.

e)

Mais adaptados apresentam maiores chances de sobrevivência e reprodução, passando aos descendentes suas características vantajosas.

7

Biologia 10. Um estudante do ensino médio, ao ler sobre o tegumento humano, fez a seguinte afirmação ao seu professor: “o homem moderno não apresenta tantos pelos como os seus ancestrais, pois deixou de usar esses anexos como isolante térmico. Isso só foi possível porque o homem adquiriu uma inteligência que permitiu a confecção de roupas, protegendo-o do frio.” Diante dessa informação dada pelo aluno, o professor explicou que isso: a)

não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck, que pressupõe que estruturas do corpo que não são solicitadas desaparecem e essas características adquiridas são transmitidas aos descendentes.

b)

não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck, que pressupõe que existe variação genotípica entre indivíduos, sendo que aqueles portadores de características adaptativas conseguem sobreviver e deixar descendentes.

c)

não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Stephen Jay Gould, que pressupõe que os seres vivos não se modificam por interferência ambiental, mas sim por alterações genéticas intrínsecas.

d)

ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Darwin, que pressupõe que os seres vivos com características adaptativas favoráveis têm maiores chances de viver.

e)

ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Darwin, que pressupõe que os seres vivos por necessidade vão se modificando ao longo do tempo.

8

Biologia Gabarito 1.

B Quando dizemos que um ser vivo possui as características adequadas para determinado ambiente, dizemos que ele está adaptado àquele ambiente.

2.

D A seleção natural permite selecionar as espécies mais aptas a sobreviverem em um dado ambiente. Assim, neste caso as espécies silenciosas foram as mais aptas.

3.

C A seleção natural permitiu a sobrevivência de indivíduos com pelagem que se pareciam com o solo, ou seja, eles foram selecionados positivamente em relação aos que tinham pelagem que se contrastavam com o ambiente.

4.

D As modificações causadas pelo uso e desuso não está de acordo com a seleção natural de Darwin e sim com a Lei do Uso de Desuso da Lamarck

5.

B Os inseticidas acabam atuando como pressão seletiva sobre os insetos. Os que conseguem sobreviver, pela presença de características que conferem resistência aos inseticidas, conseguem se reproduzir, e mantém essa característica na população. Com isso, ao longo das gerações, o número de insetos resistentes é maior.

6.

C O texto contraria a teoria sintética da evolução, pois esta diz que nosso corpo foi moldado pela ajuda divina, ou seja, teríamos dedos articulados para pegar objetos e não o contrário.

7.

D O gráfico em I está mostrando a seleção estabilizadora, na qual há um afunilamento na característica mediana. Assim, ela resultará em menor variabilidade fenotípica.

8.

C Uma característica que é vantajosa faz com que o indivíduo consiga sobreviver e se reproduzir, gerando descendentes que também poderão portar essa característica. Com isso, a frequência dela pode aumentar na população.

9.

E A seleção natural faz com que os mais aptos sejam selecionados positivamente em detrimento dos menos aptos, que apresentarão baixas frequências em uma população.

10. A A informação dada pelo aluno vai de encontro ao proposto por Lamarck, na qual quanto mais é utilizada uma dada característica, mais ele se desenvolve.

9

Filosofia René Descartes Resumo René descartes é um pensador de um período considerado transitório. Suas ideias ajudaram a formular a Revolução Científica que se estende da Renascença ao Iluminismo. Teve acesso à formação intelectual, frustrando-se com as concepções filosóficas tomistas (que se baseavam majoritariamente em Aristóteles). Além dos métodos propostos pelo pensador, uma grande contribuição é a matematização da filosofia. Descartes defendia que todo o pensamento deveria seguir a lógica matemática. Não que pensasse o mundo através dos números, mas que o funcionamento do pensamento matemático deveria ser admitido pela filosofia por completo, onde uma verdade levasse consequentemente à outra pela lógica dedutiva. O ambiente filosófico de seu período era hostil a esse pensamento. Diante da série de conflitos econômicos, sociais, científicos e religiosos que permeavam a Europa, vários filósofos passaram a defender o ceticismo, isto é, a doutrina filosófica segundo a qual não é possível obter nenhum conhecimento seguro a respeito do que quer que seja. No fim das contas, tudo é relativo e só nos resta a dúvida. Mas Descartes acreditava na existência e na possibilidade de alcançar a verdade. Por isso, ele buscou refutar o ceticismo, estabelecendo as bases fundamentais de um conhecimento absolutamente seguro e, garantindo, assim nossa possibilidade de compreender a realidade com segurança. Para tal, Descartes, baseado na sua concepção de filosofia, propõe uma postura inovadora e radical

Dúvida metódica Apesar de criticar o ceticismo, Descartes reconhece a importância da dúvida na produção do conhecimento filosófico. Afinal, conhecimento sem reflexão é opinião, não há o que justifique esse conhecimento como verdadeiro. Por isso, Descartes faz uso da dúvida como instrumento, transformando a proposta do ceticismo numa etapa na construção do conhecimento e não na conclusão final sobre ele. A dúvida de Descartes pode ser chamada de metódica porque é ordenada, lógica, tem um desenvolvimento controlado com um determinado fim. E é radical porque atinge todo o conhecimento que temos. Por isso, a dúvida também pode ser chamada de hiperbólica (exagerada). Para não deixar nada de fora, Descartes duvidou da própria existência. Vamos então as etapas dessa dúvida metódica. •

1ª dúvida (argumento dos sentidos): Já fui mais de uma vez enganado por minha sensibilidade. Ora, se os sentidos já me enganaram uma vez, que garantia tenho eu de que não me enganarão novamente? O que sobrevive: as impressões sensíveis mais fortes (de minha própria existência, por exemplo)



2ª dúvida (argumento do sonho): Já tive a experiência, inúmeras vezes, de sonhos intensos, que me pareciam profundamente reais. Ora, se já estive dormindo e cria estar dormindo, o que me garante que não estou dormindo agora? O que resiste: os elementos básicos da percepção sensível (cor, tamanho, textura, tempo, etc.) e as verdades matemáticas



3ª dúvida (argumento do gênio maligno): Ora, e se houver uma ser todo-poderoso que me engana a cada vez em que eu julgo possuir um conhecimento verdadeiro? É possível concebê-lo, portanto é razoável duvidar. O que resta: aparentemente nada

1

Filosofia Mas, pensando bem, encontramos uma certeza em meio a tanta dúvida. Se estou duvidando, estou pensando. Ora, se para duvidar é preciso pensar e só posso pensar se existir, duvidar da minha existência confirma exatamente o contrário, eu existo! (argumento do “cogito” -> “Penso, logo existo = “Cogito, ergo sum”). Há agora um ponto fixo indubitável. Com base na certeza da sua existência, Descartes passa a deduzir uma série de outras certezas (matematização). Nessa reconstrução do edifício do conhecimento, só que agora sob bases seguras, as mais importantes verdades que Descartes acreditou provar foram: Se é através da minha capacidade de pensar que posso garantir a minha própria existência, mesmo que eu ainda não saiba de qualquer outra coisa (nem se tenho corpo), portanto, é esta capacidade de me pensar que define: minha essência é a racionalidade, é a capacidade de pensar. Dentre todas as ideias que possuo, ainda sem saber se existe algo além de mim, há uma ideia diferente de todas as outras: é a ideia de Deus. Esta ideia se diferencia por não dizer respeito a um ser finito, como as outras, mas sim a um ser infinito. Ora, de onde pode me ter vindo esta ideia? Ela não pode ter vindo de mim, pois eu sou um ser finito, enquanto esta ideia é infinita. Como o menor não pode dar origem ao maior, então o finito não pode gerar o infinito. Assim, essa ideia não pode ter sido gerada por mim. Há, portanto, um Ser infinito que pôs esta ideia em mim. A este ser chama-se Deus. Sendo infinito, Deus possui necessariamente todas as perfeições, tanto de poder, quanto morais. Prosseguindo, se há um Deus perfeitamente poderoso e bom, então o mundo à nossa volta também existe de fato, pois um Deus assim não permitiria que eu me enganasse tão radicalmente a respeito da realidade. É compatível com a bondade infinita de um ser todo-poderoso permitir que eu me engane às vezes, mas não que eu me engane sempre. Graças a Deus, portanto, pode-se dizer com certeza que o mundo exterior à minha mente é real. Por fim, se foi a descoberta do cogito, isto é, se foi a descoberta de minha capacidade racional que legitimou todo o meu saber obtido de modo seguro, e, ao contrário, tudo o que eu percebia pelos sentidos era desconfiável, então não há dúvida de que a razão é o fundamento último do conhecimento humano e que só ela nos dá segurança na busca da verdade. Os sentidos, ao contrário, só têm valor sob o comando da razão. Dessas conclusões Descartes estabelece então que: • • • • •

No mundo há apenas duas substâncias, res cogitans e res extensa. A res cogitans é a esfera da consciência, da razão e da ideia. A res extensa é o mundo material, conhecível, mas não confiável. O ser humano é composto pelas duas, sendo sua parte essencial a res cogitans Deus é uma substância especial, ou separada da existência mundana. Descartes a chama de res infinita, definida pelas características que já foram apresentadas.

Descartes formula então uma concepção metafísica dualista e idealista, onde a existência é formada por matéria e ideia, sendo a ideia (ou razão) preponderante por ser confiável.

Racionalismo O racionalismo é uma corrente filosófica da Teoria do Conhecimento, área da Filosofia que de dedica a discutir as origens e possibilidades do conhecimento. Nessa corrente a origem do conhecimento está na razão. Os sentidos não são confiáveis para produzir um conhecimento verdadeiro. O que embasaria, no final das contas, a verdade seria o processo lógico da mente. Essa percepção de Descartes o leva a crer que há ideias inatas perfeitamente racionais, isentas da influência das percepções sensoriais, tais quais as ideias matemáticas e noções categóricas como movimento e extensão. Esse processo lógico também tinha um método, conhecido por nós como método cartesiano. Nele há quatro regras básicas que levariam até a verdade, são elas: Regra da evidência Só pode receber o valor de verdade aquilo que seja evidente. Aqui evidente não é o que é óbvio ou o que está exposto à nós pelos sentidos, já que estes não são confiáveis. Evidente é aquilo que é claro e distinto. 2

Filosofia Regra da análise: A compreensão deve ser metodologicamente facilitada. Analisar algo em toda a sua complexidade pode impedir ou atrapalhar a resolução de um problema. Por isso, Descartes defende dividir as dificuldades em partes menores para ajudar na solução. Regra da síntese: Depois de dividir, reordenar o raciocínio para a solução, do mais simples para o mais complexo. Regra da enumeração: Verificar o que se está abordando e as conclusões obtidas para que nada fique de fora.

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Filosofia Exercícios 1.

(Enem 2016) Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas histórias. DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como resultado da a) investigação de natureza empírica. b) retomada da tradição intelectual. c) imposição de valores ortodoxos. d) autonomia do sujeito pensante. e) liberdade do agente moral.

2.

(Enem 2014) É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).

Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical da filosofia cartesiana tem caráter positivo por contribuir para o(a) a) dissolução do saber científico. b) recuperação dos antigos juízos. c) exaltação do pensamento clássico. d) surgimento do conhecimento inabalável. e) fortalecimento dos preconceitos religiosos.

3.

Enem 2013) Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).

Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso. d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.

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Filosofia 4.

(Enem 2013) Texto I Há já de algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável. DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).

Texto II É de caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).

A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se a) retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. b) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. c) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. d) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados.

5.

(Enem 2012) Texto I Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez. DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

Texto II Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).

Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume a) defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo. b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica. c) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento. d) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos. e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento.

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Filosofia 6.

(Ufsm 2015) O conhecimento é uma ferramenta essencial para a sobrevivência humana. Os principais filósofos modernos argumentaram que nosso conhecimento do mundo seria muito limitado se não pudéssemos ultrapassar as informações que a percepção sensível oferece. No período moderno, qual processo cognitivo foi ressaltado como fundamental, pois permitia obter conhecimento direto, novo e capaz de antecipar acontecimentos do mundo físico e também do comportamento social? a) Dedução. b) Indução. c) Memorização. d) Testemunho. e) Oratória e retórica.

7.

(Unicamp 2014) A dúvida é uma atitude que contribui para o surgimento do pensamento filosófico moderno. Neste comportamento, a verdade é atingida através da supressão provisória de todo conhecimento, que passa a ser considerado como mera opinião. A dúvida metódica aguça o espírito crítico próprio da Filosofia. (Adaptado de Gerd A. Bornheim, Introdução ao filosofar. Porto Alegre: Editora Globo, 1970, p. 11.)

A partir do texto, é correto afirmar que: a) A Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e verdade são conceitos equivalentes. b) A dúvida é necessária para o pensamento filosófico, por ser espontânea e dispensar o rigor metodológico. c) O espírito crítico é uma característica da Filosofia e surge quando opiniões e verdades são coincidentes. d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o espírito crítico são fundamentos do pensamento filosófico moderno. e) Duvidar não é próprio da filosofia, já que esse modo de pensamento está sempre em busca da construção de certezas.

8.

(UNESP 2017) Todas as vezes que mantenho minha vontade dentro dos limites do meu conhecimento, de tal maneira que ela não formule juízo algum a não ser a respeito das coisas que lhe são claras e distintamente representadas pelo entendimento, não pode acontecer que eu me equivoque; pois toda concepção clara e distinta é, com certeza, alguma coisa de real e de positivo, e, assim, não pode se originar do nada, mas deve ter obrigatoriamente Deus como seu autor; Deus que, sendo perfeito, não pode ser causa de equívoco algum; e, por conseguinte, é necessário concluir que uma tal concepção ou um tal juízo é verdadeiro. (René Descartes. “Vida e Obra”. Os pensadores, 2000.)

Sobre o racionalismo cartesiano, é correto afirmar que a) sua concepção sobre a existência de Deus exerceu grande influência na renovação religiosa da época. b) sua valorização da clareza e distinção do conhecimento científico baseou-se no irracionalismo. c) desenvolveu as bases racionais para a crítica do mecanicismo como método de conhecimento. d) formulou conceitos filosóficos fortemente contrários ao heliocentrismo defendido por Galileu. e) se tratou de um pensamento responsável pela fundamentação do método científico moderno.

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Filosofia 9.

(UNESP 2018) De um lado, dizem os materialistas, a mente é um processo material ou físico, um produto do funcionamento cerebral. De outro lado, de acordo com as visões não materialistas, a mente é algo diferente do cérebro, podendo existir além dele. Ambas as posições estão enraizadas em uma longa tradição filosófica, que remonta pelo menos à Grécia Antiga. Assim, enquanto Demócrito defendia a ideia de que tudo é composto de átomos e todo pensamento é causado por seus movimentos físicos, Platão insistia que o intelecto humano é imaterial e que a alma sobrevive à morte do corpo: (Alexander Moreira-Almeida e Saulo de F. Araujo. “O cérebro produz a mente?: um levantamento da opinião de psiquiatras”. Disponível em:www.archivespsy.com, 2015.)

A partir das informações e das relações presentes no texto, conclui-se que a) a hipótese da independência da mente em relação ao cérebro teve origem no método científico. b) a dualidade entre mente e cérebro foi conceituada por Descartes como separação entre pensamento e extensão. c) o pensamento de Santo Agostinho se baseou em hipóteses empiristas análogas às do materialismo. d) os argumentos materialistas resgatam a metafísica platônica, favorecendo hipóteses de natureza espiritualista. e) o progresso da neurociência estabeleceu provas objetivas para resolver um debate originalmente filosófico.

10. (Uel 2011) O principal problema de Descartes pode ser formulado do seguinte modo: “Como poderemos garantir que o nosso conhecimento é absolutamente seguro?” Como o cético, ele parte da dúvida; mas, ao contrário do cético, não permanece nela. Na Meditação Terceira, Descartes afirma: “[...] engane-me quem puder, ainda assim jamais poderá fazer que eu nada seja enquanto eu pensar que sou algo; ou que algum dia seja verdade eu não tenha jamais existido, sendo verdade agora que eu existo [...]” (DESCARTES. René. “Meditações Metafísicas”. Meditação Terceira, São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 182. Coleção Os Pensadores.)

Com base no enunciado e considerando o itinerário seguido por Descartes para fundamentar o conhecimento, é correto afirmar: a) Todas as coisas se equivalem, não podendo ser discerníveis pelos sentidos nem pela razão, já que ambos são falhos e limitados, portanto o conhecimento seguro detém-se nas opiniões que se apresentam certas e indubitáveis. b) O conhecimento seguro que resiste à dúvida apresenta-se como algo relativo, tanto ao sujeito como às próprias coisas que são percebidas de acordo com as circunstâncias em que ocorrem os fenômenos observados. c) Pela dúvida metódica, reconhece-se a contingência do conhecimento, uma vez que somente as coisas percebidas por meio da experiência sensível possuem existência real. d) A dúvida manifesta a infinita confusão de opiniões que se pode observar no debate perpétuo e universal sobre o conhecimento das coisas, sendo a existência de Deus a única certeza que se pode alcançar. e) A condição necessária para alcançar o conhecimento seguro consiste em submetê-lo sistematicamente a todas as possibilidades de erro, de modo que ele resista à dúvida mais obstinada.

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Filosofia Gabarito 1. D Descartes é o principal filósofo racionalista. Assim sendo, para ele, o conhecimento é resultado de investigações do ser pensante, único capaz de chegar a conceitos verdadeiros. 2. D A dúvida radical conduz o pensador à conclusão de que pensa, o cogito. Esta é, para Descartes, o conhecimento inabalável, princípio de todas as certezas. Sendo assim, somente a alternativa [D] está correta. 3. C Em geral, a ciência estabelece um método de pesquisa racional que busca a construção coletiva de conhecimentos refletidos e seguros sobre a variedade da natureza, e, também, de conhecimentos esclarecedores sobre os fenômenos que nos parecem familiares. Sendo assim, a ciência possui uma base racional fundante a qual todo homem pode ter acesso e, desse modo, todos podem participar. Ela possui, além disso, como objeto de pesquisa a perplexidade do homem perante a variância de alguns fenômenos naturais e a permanência de outros, e como objetivo da pesquisa harmonizar estas diferenças em equilíbrios dinâmicos através de conceitos e sistemas de conceitos justificados da melhor maneira possível, isto é, pela construção de experimentos controlados e avaliações imparciais. 4. B Como exemplo da radicalidade indicada pelo prof. Franklin Leopoldo e Silva, vale mencionar que Descartes inicia a segunda meditação com a metáfora de um homem submerso, ele diz: “a meditação que fiz ontem encheu-me de tantas dúvidas, que doravante não está mais em meu alcance esquecê-las. E, no entanto, não vejo de que maneira poderia resolvê-las; e, como se de súbito tivesse caído em águas muito profundas, estou de tal modo surpreso que não posso nem firmar meus pés no fundo, nem nadar para me manter à tona”. Essa metáfora expõe um homem de mãos atadas; voltar para a situação anterior é impossível, porém manter-se no meio do caminho também. A única opção é manter-se trilhando o caminho da dúvida sistemática e generalizada, esperando desse modo alcançar algum ponto firme o suficiente para ser possível apoiar os pés, e nadar de volta para a superfície. Mantendo-se nesse caminho, o filósofo busca o ponto que irá inaugurar uma cadeia de razões da qual ele não poderá duvidar. O chão desse mar no qual o filósofo está submerso é esta única coisa da qual ele não pode duvidar, mesmo se o gênio maligno estiver operando. Tal certeza radical é a certeza sobre o fato de que se o gênio maligno perverte meus pensamentos, ele nunca poderia perverter o próprio fato de que eu devo estar pensando para que ele me engane. Penso, existo é a nova raiz que nutre a modernidade. 5. E Da dúvida sistemática e generalizada das experiências sensíveis, Descartes espera começar a busca por algum ponto firme o suficiente para ser possível se apoiar e não duvidar. O chão deste mar de dúvidas no qual o filósofo está submerso é esta única coisa da qual ele não pode duvidar, mesmo se o gênio maligno estiver operando. Esta certeza é a certeza sobre o fato de que se o gênio maligno perverte meus pensamentos, ele nunca poderia perverter o próprio fato de que eu devo estar pensando para que ele me engane. Então, se penso, existo.David Hume (1711-1776), influenciado pela filosofia de John Locke (16321704), parte de uma noção da mente humana segundo a qual o homem não possui ideias inatas, porém todas elas provêm da experiência sensível para compor o conhecimento. Sendo assim, o homem conhece a partir das impressões e das ideias que concebe a partir da experiência. De experiências habituais ele constrói conhecimentos baseados em matérias de fato e relações entre ideias.

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Filosofia Os conhecimentos sobre matérias de fato são empíricos, portanto, apenas mais ou menos prováveis, já os conhecimentos sobre relações de ideias são puros, portanto, sempre certos sem, todavia, se referir a qualquer realidade sensível. 6. B Na época moderna foram estruturadas as bases para o conhecimento científico que avançou até o período contemporâneo. O objetivo perseguido era compreender os fenômenos do mundo físico. A busca por uma previsão ou antecipação destes fenômenos foi perseguida por pensadores que buscam estabelecer princípios para a formulação de leis gerais que pudessem garantir segurança e confiabilidade no desenvolvimento de tais teorias. Os principais pensadores que forneceram estas bases foram Francis Bacon e René Descartes. Bacon criou a “Teoria dos Ídolos” a fim de purificar a mente, de livrá-la de impressões errôneas que impedissem a observação clara e experimentação precisa dos fenômenos naturais. Seu método era indutivo, pois propunha que por meio de uma série de observações realizadas com rigor, era possível estabelecer princípios para formular leis gerais. Descartes é quem vai estruturar as bases do método científico moderno. Por meio de sua obra: “Discurso do Método”, Descartes propõe o uso da razão como instrumento para tornar claro as informações que nossos sentidos captam. Após o esclarecimento dos conceitos, por meio da observação e comparação utilizando o rigor da matemática na análise e formulação das teorias, seria possível formular leis gerais dos fenômenos observados. Ambos os autores deixam de lado a visão e do método dedutivo, proposto por Aristóteles que predominava até então. 7. D O período moderno da filosofia se caracterizou por dois movimentos, a saber, a dúvida e o método. A dúvida colocou em questão aquilo que se tinha por conhecimento – vale ressaltar que a filosofia moderna tem seu início geralmente demarcado no século XVII – e o método buscou reconstruir o conhecimento de modo que não se pudesse dele duvidar. Porém, esta ausência de dúvida não significa dogmatismo, mas sim o esforço da dedicação à filosofia, ao estudo da sabedoria, ao bem aplicar o espírito. “Este é o método que segui, e que tu, se te aprouver, poderás utilizar. Pois não te recomendo o meu, apenas o proponho. Contudo, qualquer que seja o método que empregares, gostaria muito de recomendar-te a filosofia, isto é, o estudo da sabedoria, por falta do qual todos sofremos recentemente muitos males”. (T. Hobbes. Do Corpo – Cálculo ou Lógica. Campinas: Editora Unicamp, 2009, 15). “O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada, pois cada qual pensa estar tão bem provido dele, que mesmo os que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não costumam desejar tê-lo mais do que o têm. E não é verossímil que todos se enganem a tal respeito; mas isso antes testemunha que o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens; e, destarte, que a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de serem uns mais racionais do que outros, mas somente de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não é suficiente ter o espírito bom, o principal é aplicá-lo bem. As maiores almas são capazes dos maiores vícios, e os que só andam muito lentamente podem avançar muito mais, se seguirem sempre o caminho reto, do que aqueles que correm e dele se distanciam”. (R. Descartes. Discurso do método. In Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 29). 8. E René Descartes propõe a matematização da filosofia, uma abordagem lógica e encadeada. Esse modelo de pensamento tem uma abordagem dedutiva no que diz respeito ao método de aferição de conhecimento. Isso significa dizer que seu método busca atribuir ao conhecimento o valor de verdade pela verificação, o que é a característica principal da ciência.

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Filosofia 9. B na concepção de Renê Descarte a existência é composta por duas substâncias, res cogitans e res extensa. A res cogitans é formada pela razão, ou seja, a mente, e é capaz de pensar. A matéria, por sua vez, é extensão, uma existência que é conhecível, mas não confiável. 10. E Descartes tem como ponto de partida a busca de uma verdade que não pode ser colocada em dúvida, por isso, começa duvidando de tudo, começando pelas afirmações do senso comum, passando pelas autoridades, do testemunho dos sentidos, até do mundo exterior, inclusive da realidade do seu corpo, no entanto, só interrompe essa cadeia de dúvidas diante do seu próprio ser, do seu próprio intelecto que duvida, pois não pode duvidar de que está duvidando, daí, a célebre máxima cartesiana: “penso, logo, existo”.

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Física Forças em trajetórias curvilíneas Resumo ⃗ 𝒄𝒑): A componente centrípeta (𝑭 Intensidade Na figura seguinte, representamos uma partícula de massa m, vista num instante em que sua velocidade vetorial é 𝑣 .

A trajetória descrita por ela é uma curva que, para a posição destacada no esquema, tem raio de curvatura R. Seja, ainda, 𝑎𝑐𝑝 a aceleração centrípeta comunicada por 𝐹𝑐𝑝 . Aplicando a 2ª Lei de Newton, podemos escrever que: ⃗ 𝐜𝐩 𝐅𝐜𝐩 = 𝐦𝐚 Conforme vimos em Cinemática Vetorial, o módulo de 𝑎𝑐𝑝 é dado pelo quociente do quadrado do módulo de 𝑣 por R, isto é: 𝐚𝐜𝐩 =

𝐯𝟐 𝐑

Assim, a intensidade da componente centrípeta da força resultante fica determinada por: |𝐅𝐜𝐩 | = 𝐦

𝐯𝟐 𝐑

Para m e v constantes, |𝐹𝑐𝑝 | é inversamente proporcional a R. Isso significa que quanto mais “fechada” é a curva (menor raio de curvatura), maior é a intensidade da força centrípeta requerida pelo móvel. Reduzindose R à metade, por exemplo, |𝐹𝑐𝑝 | dobra. Para m e R constantes, |𝐹𝑐𝑝 | é diretamente proporcional ao quadrado de v. Assim, para uma mesma curva (raio constante), quanto maior é a velocidade v, maior é a intensidade da força centrípeta requerida pelo móvel. Dobrando-se v, por exemplo, |𝐹𝑐𝑝 | quadruplica. Sendo ω a velocidade angular, expressemos |𝐹𝑐𝑝 | em função de m, v e R: |𝐅𝐜𝐩 | = 𝐦

𝐯 𝟐 𝐦(𝛚𝐑)𝟐 = = 𝐦𝛚𝟐 𝐑 𝐑 𝐑

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Física Orientação Conforme definimos, a componente 𝐹𝑐𝑝 tem, a cada instante, direção normal à trajetória e sentido para o centro de curvatura. Note que 𝐹𝑐𝑝 é perpendicular à velocidade vetorial em cada ponto da trajetória. A figura abaixo ilustra a orientação de 𝐹𝑐𝑝 .

Função ⃗) A componente centrípeta da força resultante (𝐹𝑐𝑝 ) tem por função variar a direção da velocidade vetorial (𝒗 da partícula móvel. Isso se explica pelo fato de 𝐹𝑐𝑝 e 𝑣 serem perpendiculares entre si. Nos movimentos curvilíneos, 𝑣 varia em direção ao longo da trajetória e quem provoca essa variação é a componente 𝐹𝑐𝑝 , que, nesses casos, é não nula. Já nos movimentos retilíneos, 𝑣 não varia em direção, o que implica, nessas situações, que a componente 𝐹𝑐𝑝 é nula. Consideremos, por exemplo, a Lua em seu movimento orbital ao redor da Terra:

Ilustração com tamanho e distâncias fora de escala.

Para um referencial inercial ligado ao centro da Terra, a Lua descreve um movimento praticamente circular, em que sua velocidade vetorial varia em direção ao longo da trajetória. Quem, no entanto, provoca essa variação na direção da velocidade vetorial da Lua, mantendo-a em sua órbita? É a força de atração gravitacional (𝐹𝑔 ) exercida pela Terra, que, estando sempre dirigida para o centro da trajetória, desempenha a função de resultante centrípeta no movimento circular.

𝐅𝐠 = 𝐅𝐜𝐩

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Física Observe outro exemplo interessante: a figura abaixo representa a vista aérea de uma pista plana e horizontal, em que existe uma curva circular.

Um carro, ao percorrer o trecho curvo em movimento uniforme, tem sua velocidade vetorial variando em direção de ponto para ponto. Desprezando a influência do ar, tem-se que a força responsável por esse fato é a força de atrito, que o carro recebe do asfalto por intermédio dos seus pneus. A força de atrito (𝐹𝑎𝑡 ), estando dirigida em cada instante para o centro da trajetória, é a resultante centrípeta que mantém o carro em movimento circular e uniforme.

𝐅𝐚𝐭 = 𝐅𝐜𝐩 O que ocorreria se, a partir de certo ponto da curva, a pista deixasse de oferecer atrito ao carro? Sem a força de atrito (resultante centrípeta), o carro “escaparia pela tangente” à trajetória, já que um corpo, por si só, é incapaz de variar sua velocidade vetorial (Princípio da Inércia). Queremos, com isso, enfatizar que, sem força centrípeta, corpo nenhum pode manter-se em trajetória curvilínea.

Na fotografia, aviões soltando fumaça descrevem curvas espetaculares. Isso significa que, em cada ponto dessa trajetória, a resultante das forças externas que agem sobre um dos aviões admite uma componente dirigida para o centro de curvatura. Essa componente é a força centrípeta que provoca as variações de direções da velocidade vetorial.

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Física As componentes tangencial e centrípeta nos principais movimentos Comentaremos, nos movimentos mencionados a seguir, a presença ou não das componentes tangencial e centrípeta da força resultante. Movimento retilíneo e uniforme Pelo fato de o movimento ser uniforme:

Movimento circular e uniforme Pelo fato de o movimento ser uniforme

|v ⃗ | = constante ≠ 0  ⃗⃗⃗ Ft = ⃗0

|v ⃗ | = constante ≠ 0  ⃗⃗⃗ Ft = ⃗0

Pelo fato de o movimento ser retilíneo:

Pelo fato de o movimento ser circular. ⃗ tem direção variável  ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ v Fcp ≠ ⃗0

⃗ ⃗ tem direção constante ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ v Fcp = 0

A resultante total é centrípeta.

A resultante total é nula. Movimento retilíneo e variado ⃗ |v ⃗ | = é variável  ⃗⃗⃗ Ft ≠ 0 Pelo fato de o movimento ser retilíneo: ⃗ ⃗ tem direção constante  ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ v Fcp = 0 A resultante total é tangencial.

Movimento curvilíneo e variado Pelo fato de o movimento ser variado: |v ⃗ | = é variável  ⃗⃗⃗ Ft ≠ ⃗0 Pelo fato de o movimento ser curvilíneo: ⃗ tem direção variável  ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ v Fcp ≠ ⃗0 A resultante total admite duas componentes: a tangencial e a centrípeta.

Obs.: O movimento curvilíneo variado quase não é cobrado em vestibulares “tradicionais”. Por isso, não o abordaremos aqui!

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Física Obs.: Força centrífuga Essa observação (obs.) não é pré-requisito para solucionar exercícios de física dos vestibulares “tradicionais”. Fica como curiosidade para aqueles que quiserem saber diferenciar centrípeta de centrífuga, para aqueles que gostam de física, e claro, para aqueles que possuem física como específica em provas discursivas.

Pessoas se divertindo no brinquedo conhecido como chapéu mexicano.

Uma atração muito concorrida nos parques de diversões é o chapéu mexicano, como o que aparece na fotografia. A rotação do dispositivo faz com que as pessoas descrevam trajetórias circulares de raios tanto maiores quanto maior for a velocidade angular do sistema. Para um referencial solidário ao banco ocupado por uma pessoa, esta se encontra em equilíbrio, o que torna nula a resultante das forças em seu corpo. Isso requer uma força de inércia, denominada força centrífuga, definida apenas em relação ao referencial acelerado do banco. Do ponto de vista da pessoa, é a força centrífuga que puxa seu corpo para fora da trajetória, fazendo-o distanciar-se do eixo de rotação do brinquedo. A força centrífuga somada vetorialmente com as demais forças (peso, força de tração aplicada pelo cabo de sustentação do banco, resistência do ar etc.) torna nula a força resultante no corpo da pessoa, o que justifica seu equilíbrio no referencial do banco. É importante salientar, porém, que a força centrífuga não é definida em relação ao solo (referencial inercial); só é “sentida” no referencial acelerado associado ao banco. É importante perceber que a força centrípeta e a força inercial centrífuga, apesar de em alguns casos terem o mesmo valor, são mutuamente excludentes pois ocorrem em sistemas de referências diferentes. À força centrípeta, como qualquer resultante de forças, não se aplica o Princípio da Ação e Reação. À força inercial centrífuga, que somente ocorre em sistemas não inerciais em rotação, também não se aplica o Princípio da Ação e Reação sendo por isto denominada de força fictícia.

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Física Exercícios 1.

Considere a figura a seguir, na qual é mostrado um piloto acrobata fazendo sua moto girar por dentro de um “globo da morte”.

Ao realizar o movimento de loop dentro do globo da morte (ou seja, percorrendo a trajetória ABCD mostrada acima), o piloto precisa manter uma velocidade mínima de sua moto para que a mesma não caia ao passar pelo ponto mais alto do globo (ponto “A”). Nestas condições, a velocidade mínima “v” da moto, de forma que a mesma não caia ao passar pelo ponto “A”, dado que o globo da morte tem raio R de 3,60 m, é Dados: considere a aceleração da gravidade com o valor g = 10 m s2 .

2.

a)

6 km h.

b)

12 km h.

c)

21,6 km h.

d)

15 km h.

e)

18 km h.

Um corpo desliza sem atrito ao longo de uma trajetória circular no plano vertical (looping), passando pelos pontos, 1, 2, 3 e 4, conforme figura a seguir. Considerando que o corpo não perde contato com a superfície, em momento algum, é correto afirmar que os diagramas que melhor representam as direções e sentidos das forças que agem sobre o corpo nos pontos 1, 2, 3 e 4 são apresentados na alternativa: a) b) c) d)

3

Física 3.

A figura representa o instante em que um carro de massa M passa por uma lombada existente em uma estrada. Considerando o raio da lombada igual a R, o módulo da velocidade do carro igual a V, e a aceleração da gravidade local g, a força exercida pela pista sobre o carro, nesse ponto, pode ser calculada por

4.

a)

MV 2 + Mg R

b)

Mg −

MV 2 R

c)

Mg −

MR2 V

d)

MR2 + mg V

Considere, na figura abaixo, a representação de um automóvel, com velocidade de módulo constante, fazendo uma curva circular em uma pista horizontal.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem. A força resultante sobre o automóvel é __________ e, portanto, o trabalho por ela realizado é __________. a)

nula – nulo

b)

perpendicular ao vetor velocidade – nulo

c)

paralela ao vetor velocidade – nulo

d)

perpendicular ao vetor velocidade – positivo

e)

paralela ao vetor velocidade – positivo

4

Física 5.

Rotor é um brinquedo que pode ser visto em parques de diversões. Consiste em um grande cilindro de raio R que pode girar em torno de seu eixo vertical central. Após a entrada das pessoas no rotor, elas se encostam nas suas paredes e este começa a girar. O rotor aumenta sua velocidade de rotação até que as pessoas atinjam uma velocidade v, quando, então, o piso é retirado. As pessoas ficam suspensas, como se estivessem “ligadas” à parede interna do cilindro enquanto o mesmo está girando, sem nenhum apoio debaixo dos pés e vendo um buraco abaixo delas.

Em relação à situação descrita, é CORRETO afirmar que: (01) a força normal, ou seja, a força que a parede faz sobre uma pessoa encostada na parede do rotor em movimento, é uma força centrípeta. (02) se duas pessoas dentro do rotor tiverem massas diferentes, aquela que tiver maior massa será a que terá maior chance de deslizar e cair no buraco abaixo de seus pés. (04) o coeficiente de atrito estático entre a superfície do rotor e as roupas de cada pessoa dentro dele gR deve ser maior ou igual a 2 . ν (08) o coeficiente de atrito estático entre a superfície do rotor e as roupas de cada pessoa dentro dele é proporcional ao raio do rotor. (16) o coeficiente de atrito estático entre a superfície do rotor e as roupas de cada pessoa dentro dele é proporcional à velocidade v do rotor.

6.

a)

01 e 04

b)

02 e 04

c)

01, 04, 08

d)

02 e 16

e)

Todas as alternativas estão certas

Uma criança gira no plano horizontal, uma pedra com massa igual a 40 g presa em uma corda, produzindo um Movimento Circular Uniforme. A pedra descreve uma trajetória circular, de raio igual a 72 cm, sob a ação de uma força resultante centrípeta de módulo igual a 2 N. Se a corda se romper, qual será a velocidade, em m s, com que a pedra se afastará da criança? Obs.: desprezar a resistência do ar e admitir que a pedra se afastará da criança com uma velocidade constante. a)

6

b)

12

c)

18

d)

36

5

Física 7.

Em uma viagem a Júpiter, deseja-se construir uma nave espacial com uma seção rotacional para simular, por efeitos centrífugos, a gravidade. A seção terá um raio de 90 metros. Quantas rotações por minuto (RPM) deverá ter essa seção para simular a gravidade terrestre? (considere g = 10 m s2 ). a)

10 π

b)



c)

20 π

d)

15 π

8.

Uma esfera de massa 2,00 kg que está presa na extremidade de uma corda de 1,00 m de comprimento, de massa desprezível, descreve um movimento circular uniforme sobre uma mesa horizontal, sem atrito. A força de tração na corda é de 18,0 N, constante. A velocidade de escape ao romper a corda é a)

0,30 m s.

b)

1,00 m s.

c)

3,00 m s.

d)

6,00 m s.

e)

9,00 m s.

6

Física 9.

Em uma exibição de acrobacias aéreas, um avião pilotado por uma pessoa de 80 kg faz manobras e deixa no ar um rastro de fumaça indicando sua trajetória. Na figura, está representado um looping circular de raio 50 m contido em um plano vertical, descrito por esse avião.

Adotando g = 10 m s2 e considerando que ao passar pelo ponto A, ponto mais alto da trajetória circular, a velocidade do avião é de 180 km h, a intensidade da força exercida pelo assento sobre o piloto, nesse ponto, é igual a a)

3.000 N.

b)

2.800 N.

c)

3.200 N.

d)

2.600 N.

e)

2.400 N.

10. Convidado para substituir Felipe Massa, acidentado nos treinos para o grande prêmio da Hungria, o piloto alemão Michael Schumacker desistiu após a realização de alguns treinos, alegando que seu pescoço doía, como consequência de um acidente sofrido alguns meses antes, e que a dor estava sendo intensificada pelos treinos. A razão disso é que, ao realizar uma curva, o piloto deve exercer uma força sobre a sua cabeça, procurando mantê-la alinhada com a vertical. Considerando que a massa da cabeça de um piloto mais o capacete seja de 6,0 kg e que o carro esteja fazendo uma curva de raio igual a 72 m a uma velocidade de 216 km/h, assinale a alternativa correta para a massa que, sujeita à aceleração da gravidade, dá uma força de mesmo módulo. a)

20 kg.

b)

30 kg.

c)

40 kg.

d)

50 kg.

e)

60 kg.

7

Física Gabarito 1. C A velocidade mínima ocorre quando a força normal atuante na moto for nula, sendo a resultante centrípeta o próprio peso. Assim:

Rcent = P 

m v2 = mg  v = R

R g = 3,6  10 = 6 m/s 

v = 21,6 km/h.

2. A Se não há atrito, as únicas forças que agem sobre o corpo são seu próprio peso (P), vertical para baixo, e a normal (N), perpendicular à trajetória em cada ponto. A figura abaixo ilustra essas forças em cada um dos pontos citados.

3. B Questão envolvendo a dinâmica no movimento circular uniforme, em que a força resultante no ponto mais alto da lombada é representado na figura abaixo:

A resultante das forças é a força centrípeta:

Fr = Fc  P − N =  N = Mg −

M v2 M v2  Mg − N = R R

M v2 R

8

Física 4. B No movimento circular uniforme, a velocidade tem o módulo constante, mas direção e sentido estão mudando devido à existência de força resultante centrípeta perpendicular ao vetor velocidade e ao vetor deslocamento. Sendo assim, o trabalho da força resultante será nulo, pois quando a força é perpendicular ao deslocamento esta força não realiza trabalho. 5. A A figura a seguir mostra as forças que agem na pessoa.

(01) Correta . A força normal ( N ) é sempre perpendicular a superfície de apoio, conforme ilustra a figura acima. Nesse caso ela é dirigida para o centro, portanto é uma força centrípeta. (02) Falsa. Como a pessoa efetua movimento circular uniforme, na direção horizontal a normal age como resultante centrípeta ( R Cent ) e, na direção vertical, a força de atrito ( Fat ) deve equilibrar o peso. O piso somente deve ser retirado quando a força de atrito estática máxima for maior ou igual ao peso, caso contrário a pessoa escorrega pelas paredes. Assim: mv 2 N = Fat  P   N  m g. Inserindo nessa expressão a expressão anterior, vem: R R g R g  m v2 . Nessa expressão, vemos que a massa da pessoa não  m g   2  v R  v interfere e que a velocidade mínima com que o piso pode ser retirado depende apenas do raio do rotor da intensidade do campo gravitacional local e do coeficiente de atrito entre as roupas da pessoa e a parede do rotor.

(04) Verdadeira, conforme demonstração no item anterior. (08) Falsa. O coeficiente de atrito depende apenas das características das superfícies em contato. (16) Falsa, conforme justificativa do item anterior. 6. A Utilizando a relação da força centrípeta, temos:

Fcp = 2=

mv 2 R

40  10−3  v 2

72  10 v = 6 m s

−2

 v2 =

2  72 = 36 4

9

Física 7. A A força peso atuará como resultante centrípeta, logo: Fcp = P

( 2πfR ) mv 2 = mg  = g  4 π 2 f 2R = g  R R 2

 f2 =

g 2

4π R

f=

1 g 2π R

Substituindo os valores, obtemos: 1 10 1 1 1 =  f= Hz 2π 90 2π 3 6π 1 10 f =  60 rpm = rpm 6π π f=

8. C A força resultante sobre o sistema representa a força centrípeta que é a tração na corda.

Fc = T 

mv 2 =T R

Assim, isolando a velocidade, temos:

v=

TR 18 N  1m v= v = 3 m s m 2 kg

9. C No ponto A, temos:

Ou seja, N + P atua como resultante centrípeta. Sendo assim: N+P =

mv 2 R

80  502 50 N + 800 = 4000

N + 800 =

 N = 3200 N

10

Física 10. B Dados: v = 216 km/h = 60 m/s; m = 6 kg; r = 72 m. A força que o piloto deve exercer sobre o conjunto cabeça-capacete é a resultante centrípeta. mv 2 6(60)2 3.600 = 12 RC = r = 72  RC = 300 N. Para que um corpo tenha esse mesmo peso, quando sujeito à gravidade terrestre, sua massa deve ser:

m=

P 300 = g 10



m = 30 kg.

11

Física Gravitação Universal Resumo A gravitação é uma das quatro forças elementares (Força Gravitacional, Força Eletromagnética, Força Nuclear Fraca e Força Nuclear Forte), das quais ela é, de todas, a mais fraca.

Leis de Kepler 1ª Lei de Kepler: Lei das órbitas “As órbitas descritas pelos planetas em redor do sol são elipses, com o Sol num dos focos”. Ou seja, Kepler descobriu que as órbitas dos planetas não era circular, como dizia a física em sua época, mas eram elípticas. Ele também percebeu que o movimento do planeta ao longo da órbita não é uniforme: a velocidade é maior quando ele está no ponto mais próximo do sol – chamado de periélio (peri: perto, hélio: sol) – e menor quando ele está mais afastado – chamado de afélio (aphelium: longínquo).

A figura mostra as órbitas elípticas de alguns planetas do sistema solar.

2ª Lei de Kepler: Lei das áreas “O raio vetor que liga um planeta ao Sol descreve áreas iguais em tempos iguais”.

Ou seja, se o intervalo de tempo para percorrer uma certa área A for igual ao intervalo de tempo para percorrer uma certa área B, essas áreas são iguais. Da figura: [Área A] = [Área B].

1

Física 3ª Lei de Kepler: Lei dos períodos “Os quadrados dos períodos de revolução de dois planetas quaisquer estão entre si como os cubos de suas distâncias médias ao Sol”. Ou seja, podemos montar a equação: (T1/T2)² = (R1/R2)³ Assim, a partir da relação entre os períodos de revolução de dois planetas, é possível descobrir a relação entre suas distâncias médias ao Sol. Como descobrir o período T de revolução de um corpo artificial em órbita a uma distância R do centro do sol? Podemos afirmar, então, que: R³/T²=C A partir de cálculos envolvendo o movimento do planeta, podemos dizer que essa constante C vale C= GM/4π² = GR²/4π². Dessa forma: R³/T² = C = GM/4π² = GR²/4π² Em que M e R são, respectivamente, a Massa do Sol e a distância entre o corpo e o centro do sol.

A Lei da Gravitação Universal de Newton A equação do módulo da força gravitacional exercida por um corpo de massa M sobre um corpo de massa m e vice-versa (devido à terceira lei de Newton) que estão distantes a uma distância R um do outro pode ser simplificada como: F = G Mm/R² Em que G é a constante gravitacional universal. A partir de cálculos empíricos podemos afirmar que ela vale, aproximadamente: G=6,67408 × 10-11 m3.kg-1.s-2 A partir de cálculo avançado podemos descobrir o valor da Energia Potencial Gravitacional A energia potencial gravitacional associada a duas partículas de massas M e m separadas pela distância R é: U = - GMm/R Ou seja, ela sempre é negativa. Na prática: Já ouviu falar que a maré é influenciada pelas fases da Lua? Pois isso é verdade! Dependendo da posição da Lua em sua órbita ao redor da terra, a maré se comporta de um modo diferente. Na verdade, não só a Lua influencia nas marés, também o Sol, dependendo da posição dos dois astros em relação ao nosso planeta, as marés têm comportamentos diferentes. Aqui que entram as fases lunares. Quando a Terra, a Lua e o Sol estão alinhados, a atração gravitacional dos dois últimos se soma, ampliando seu efeito na massa marítima. Por outro lado, quando as forças de atração da Lua e do Sol se opõem, quase não há diferença entre maré alta e baixa. No entanto, essa influência não é igual em toda parte, porque o contorno da costa e as dimensões do fundo do mar também alteram a dimensão das marés. Por exemplo, em algumas localidades abertas, a água se espalha por uma grande área e se eleva em apenas alguns centímetros nas marés máximas. Em outras, o nível pode se elevar vários metros.

2

Física Exercícios 1.

A Lei da Gravitação Universal, de Isaac Newton, estabelece a intensidade da força de atração entre duas massas. Ela é representada pela expressão: mm F=G 1 2 d2 onde m1 e m2 correspondem às massas dos corpos, d à distância entre eles, G à constante universal da gravitação e F à força que um corpo exerce sobre o outro. O esquema representa as trajetórias circulares de cinco satélites, de mesma massa, orbitando a Terra.

Qual gráfico expressa as intensidades das forças que a Terra exerce sobre cada satélite em função do tempo?

a)

b)

e) c)

d)

3

Física 2.

3.

4.

5.

A primeira lei de Kepler demonstrou que os planetas se movem em órbitas elípticas e não circulares. A segunda lei mostrou que os planetas não se movem a uma velocidade constante. PERRY, Marvin. Civilização Ocidental: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 289. (Adaptado) É correto afirmar que as leis de Kepler a)

confirmaram as teorias definidas por Copérnico e são exemplos do modelo científico que passou a vigorar a partir da Alta Idade Média.

b)

confirmaram as teorias defendidas por Ptolomeu e permitiram a produção das cartas náuticas usadas no período do descobrimento da América.

c)

são a base do modelo planetário geocêntrico e se tornaram as premissas cientificas que vigoram até hoje.

d)

forneceram subsídios para demonstrar o modelo planetário heliocêntrico e criticar as posições defendidas pela Igreja naquela época.

Um planeta orbita em um movimento circular uniforme de período T e raio R, com centro em uma estrela. Se o período do movimento do planeta aumentar para 8T, por qual fator o raio da sua órbita será multiplicado? a)

1/4

b)

1/2

c)

2

d)

4

e)

8

Considerando que o módulo da aceleração da gravidade na Terra é igual a 10 m/s2, é correto afirmar que, se existisse um planeta cuja massa e cujo raio fossem quatro vezes superiores aos da Terra, a aceleração da gravidade seria de a)

2,5 m/s2.

b)

5 m/s2.

c)

10 m/s2.

d)

20 m/s2.

e)

40 m/s2.

A massa da Terra é de 6,0  1024 kg , e a de Netuno é de 1,0  1026 kg . A distância média da Terra ao Sol é de 1,5  1011 m , e a de Netuno ao Sol é de 4,5  1012 m . A razão entre as forças de interação Sol-Terra e Sol-Netuno, nessa ordem, é mais próxima de a)

0,05.

b)

0,5.

c)

5.

d)

50.

e)

500. 4

Física 6.

7.

Consideramos que o planeta Marte possui um décimo da massa da Terra e um raio igual à metade do raio do nosso planeta. Se o módulo da força gravitacional sobre um astronauta na superfície da Terra é igual a 700 N, na superfície de Marte seria igual a: a)

700 N

b)

280 N

c)

140 N

d)

70 N

e)

17,5 N

Em setembro de 2010, Júpiter atingiu a menor distância da Terra em muitos anos. As figuras abaixo ilustram a situação de maior afastamento e a de maior aproximação dos planetas, considerando que suas órbitas são circulares, que o raio da órbita terrestre (RT ) mede 1,5  1011m e que o raio da órbita de Júpiter (RJ ) equivale a 7,5  1011m .

A força gravitacional entre dois corpos de massa m1 e m2 tem módulo F = G distância entre eles e G = 6,7  10 −11

Nm2 2

kg

m1m2 r2

, em que r é a

. Sabendo que a massa de Júpiter é mJ = 2,0  1027 kg e que

a massa da Terra é mT = 6,0  1024 kg , o módulo da força gravitacional entre Júpiter e a Terra no momento de maior proximidade é a)

1,4  1018 N

b)

2,2  1018 N

c)

3,5  1019 N

d)

1,3  1030 N

5

Física 8.

Leia a tirinha a seguir e responda à(s) questão(ões).

Com base no diálogo entre Jon e Garfield, expresso na tirinha, e nas Leis de Newton para a gravitação universal, assinale a alternativa correta.

9.

a)

Jon quis dizer que Garfield precisa perder massa e não peso, ou seja, Jon tem a mesma ideia de um comerciante que usa uma balança comum.

b)

Jon sabe que, quando Garfield sobe em uma balança, ela mede exatamente sua massa com intensidade definida em quilograma-força.

c)

Jon percebeu a intenção de Garfield, mas sabe que, devido à constante de gravitação universal “g”, o peso do gato será o mesmo em qualquer planeta.

d)

Quando Garfield sobe em uma balança, ela mede exatamente seu peso aparente, visto que o ar funciona como um fluido hidrostático.

e)

Garfield sabe que, se ele for a um planeta cuja gravidade seja menor, o peso será menor, pois nesse planeta a massa aferida será menor.

A tabela a seguir resume alguns dados sobre dois satélites de Júpiter. Diâmetro

Raio médio da órbita em relação

aproximado (km)

ao centro de Júpiter (km)

Io

3,64  103

4,20  105

Europa

3,14  103

6,72  105

Nome

Sabendo-se que o período orbital de Io é de aproximadamente 1,8 dia terrestre, pode-se afirmar que o período orbital de Europa expresso em dia(s) terrestre(s), é um valor mais próximo de a)

0,90

b)

1,50

c)

3,60

d)

7,20

6

Física 10. No dia 5 de junho de 2012, pôde-se observar, de determinadas regiões da Terra, o fenômeno celeste chamado trânsito de Vênus, cuja próxima ocorrência se dará em 2117.

Tal fenômeno só é possível porque as órbitas de Vênus e da Terra, em torno do Sol, são aproximadamente coplanares, e porque o raio médio da órbita de Vênus é menor que o da Terra. Portanto, quando comparado com a Terra, Vênus tem a)

o mesmo período de rotação em torno do Sol.

b)

menor período de rotação em torno do Sol.

c)

menor velocidade angular média na rotação em torno do Sol.

d)

menor velocidade escalar média na rotação em torno do Sol.

e)

menor frequência de rotação em torno do Sol.

7

Física Gabarito 1. B A intensidade da força de atração gravitacional é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre a Terra e o satélite. Como as órbitas são circulares, a distância para cada satélite é constante, sendo também constante a intensidade da força gravitacional sobre cada um. Como as massas são iguais, o satélite mais distante sofre força de menor intensidade. Assim: FA < FB < FC < FD < FE. 2. D [Resposta do ponto de vista da disciplina de Física] As leis de Kepler forneceram subsídios para o modelo heliocêntrico (Sol no centro) contrapondo-se ao sistema geocêntrico (Terra no centro) até, então, defendido pela igreja naquela época. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] Somente a alternativa [D] está correta. A questão remete ao Renascimento Científico vinculado ao Renascimento Cultural dos séculos XIV, XV e XVI. O espírito Renascentista é pautado pela investigação, a busca do conhecimento, seja pelo método indutivo vinculado ao Empirismo ou ao pelo método dedutivo associado ao Racionalismo. Questionava-se qualquer tipo de autoridade, sobretudo o poder da Igreja que era ancorada na filosofia grega de Aristóteles. Este pensador defendia uma visão geocêntrica de mundo e teve apoiou de outros estudiosos antigos como Ptolomeu. A Igreja católica no medievo baseou-se no pensamento aristotélico-ptolomaico antigo e também defendeu o geocentrismo. No entanto, alguns estudiosos do Renascimento Científico começaram a questionar esta pseudo-visão. Entre eles estão Copérnico, 1473-1543, que escreveu o livro “Da Revolução Das Esferas Celestes”, em que combateu a tese geocêntrica e defendeu o heliocentrismo e Johannes Kepler, 1571-1630, pensador alemão que formulou três leis importantes para a Revolução Cientifica do século XVII que consolidou o heliocentrismo. Primeira Lei: das órbitas, os planetas giram em órbitas elípticas ao redor do sol. Segunda Lei: das áreas, um planeta girará com maior velocidade quanto mais próximo estiver do sol. Terceira Lei: a relação do cubo da distância média de um planeta ao sol e o quadrado do período da revolução do planeta é uma constante sendo a mesma para todos os planetas. 3. D Analisando a questão com base na terceira lei de Kepler, temos:

TA 2 RA3

=

TD2 RD3



TA 2 RA3

=

(8TA )2 RB3

3

R  R R  =  = 64   B  = 64  B = 3 64  B = 4 3 3 3 RA RA RA RB RA  RA  1

64

4. A  M Terra : g = G 2 = 10 R   ( 4 M) 4 M 1 Planeta : g' = G = G = (10 ) 2 2  16 4 R 4 R ( ) 

RB3

 g' = 2,5 m / s2.

8

Física 5. D Dados: mT = 6  1024 kg; mT = 1 1026 kg; dTS = 1,5  1011m; dNS = 4,5  1012 m. Da lei de Newton da Gravitação:

 G M mT FST = ( dTS )2   F = G M mN  SN ( dNS )2 

FST G M mT ( dNS ) =  2 FSN G M mN ( dTS ) 2

 

d  FST mT =   NS  FSN mN  dTS 



2

2



 4,5  1012  FST 6  1024 =   = 6  10 −2  9  102   1,5  1011  FSN 1 1026  

FST = 54. FSN 6. B Pela Lei da Gravitação Universal, podemos escrever:

Terra → FT =

GMTm

Marte → FM =

GMMm

R2T

2 RM

= 700

M G Tm 1 GMTm 1 = 10 = . = x700 = 280N 2 2 2,5 2,5 RT  RT   2   

7. B Dados: mT = 6,01024 kg; mJ = 2,01027 kg; RT = 1,51011 m; RJ = 7,51011 m; G = 6,710–11 Nm2/kg2. No momento de maior proximidade, a distância entre os dois planetas é: r = RJ − RT = 7,5  1011 − 1,5  1011  r = 6  1011 m.

Substituindo os valores na fórmula da força gravitacional: m m F=G T J r2

 F = 6,7  10−11

6  1024  2  1027

( 6  10 ) 11

2

=

8  1041 36  1022



F = 2,2  1018 N.

9

Física 8. A Análise das alternativas: a) Verdadeira. b) c) d) e)

Falsa: A balança mede massa em quilogramas. Quilograma-força é uma unidade de força. Falsa: É a massa do gato que é a mesma em qualquer planeta. Falsa: As balanças medem massa. Falsa: Neste caso o peso seria menor pelo fato da gravidade ser menor, mas não alteraria a massa do Garfield.

9. C

T2

= K , em que T representa o período r3 orbital, r o raio médio orbital e K uma constante de proporcionalidade. Matematicamente, a terceira lei de Kepler pode ser expressa por:

Como os satélites Io e Europa giram em torno do mesmo centro, que é Júpiter, devido à força gravitacional trocada com o planeta, podemos escrever que: T 2Europa r 3Europa

=

T 2Io r 3Io

TEuropa  3,64 10. B •



T 2Europa 5 3

(6,72.10 )

(1,8)2

=

5 3

(4,20.10 )

→ T 2Europa  13,27

dias terrestres.

Sendo r o raio médio da órbita e T o período de translação do planeta, analisando a 3ª Lei de Kepler: 2 TVênus 3 rVênus

=

2 TTerra 3 rTerra

. Sendo o raio médio da órbita de Vênus menor que o da Terra, o período de

translação de Vênus é menor que o da Terra, logo a frequência é maior.

2 π . Como Vênus tem menor período, sua velocidade angular é maior. T



a velocidade angular é: ω =



Para analisar a velocidade linear (v), aproximando as órbitas para circulares, a força gravitacional age como resultante centrípeta. Sendo m a massa do planeta e M a massa do Sol: RCent = FGrav



m v2 r

=

GMm 2

 v=

GM . Sendo o raio médio da órbita de Vênus menor r

r que o da Terra, Vênus tem maior velocidade linear que a Terra.

10

Física Equilíbrio de corpos extensos Resumo Equilíbrio do corpo extenso Tratar um corpo como um ponto material equivale a admitir que, na situação em que está sendo estudado, só interessa considerar a possibilidade de ele adquirir algum movimento de translação, já que não se pode caracterizar o movimento de rotação de um corpo puntiforme. Por isso, dizemos que o equilíbrio de um ponto material é de translação. O corpo extenso, por sua vez, pode apresentar tanto o movimento de translação como o de rotação. Por esse motivo, o estudo do equilíbrio do corpo extenso requer duas análises: um referente à translação e outro referente à rotação. Para um corpo extenso estar em equilíbrio, é necessário satisfazer duas condições: um referente ao equilíbrio de translação e outra ao equilíbrio de rotação. Condição de equilíbrio de translação A condição de equilíbrio de translação de um corpo extenso (centro de massa em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme) é que a resultante das forças externas atuantes no corpo seja nula: 𝐅⃗𝐞𝐱𝐭 = ⃗𝟎⃗ Condição de equilíbrio de rotação A condição de equilíbrio de rotação de um corpo extensivo sob a ação de um corpo extenso sob a ação de um sistema de forças coplanares é que a soma algébrica dos momentos escalares de todas as forças em relação a qualquer eixo perpendicular ao plano das forças seja nula:

𝚺𝐌 = 𝟎 A condição de equilíbrio de rotação pode ser expressa de outra maneira. Considerando todos os momentos em módulo, podemos escrever que a soma de todos os momentos horários (∑ 𝑀𝐻 ) é igual à soma de todos os momentos anti-horários (∑ 𝑀𝐴𝐻 ):

𝚺𝑴𝑯 = 𝚺𝑴𝑨𝑯 Que parada é essa de “momento de uma força”? ⃗⃗⃗⃗𝟎) em relação a um eixo Momento de uma força (𝑴 Procuraremos aqui uma grandeza capaz de medir a eficiência de uma força em produzir rotação em um corpo. Para isso, vamos considerar uma situação prática. Situação: A gangorra é um sistema que permite investigar a eficiência de uma força em produzir rotação:

Figura 1. Fonte: Tópicos de Física – Vol.1 – 21ª Ed. 2012.

1

Física Na gangorra da Figura 1, temos dois meninos (A e B) sentados em pontos diferentes da gangorra. Nota que a gangorra não está rotacionando. Isso significa que ela está em um equilíbrio de rotação. Sendo o peso do garoto A é o dobro do peso do garoto B, é necessário que a distância de B até o eixo E seja o dobro da distância de A até esse mesmo eixo para que ambos fiquem em equilíbrio. Agora, podemos montar uma definição a partir do observado

Definição Podemos concluir que a eficiência de uma força em produzir rotação em um corpo é tanto maior quanto maiores forem sua intensidade e a distância entre a reta que passa pela força – denominada linha de ação – e o eixo de rotação do corpo. A grandeza física que mede essa eficiência é denominada momento ou torque. Para definir de forma escalar essa grandeza, considere um corpo sob a ação da força F e um eixo de rotação (real ou imaginário) perpendicular ao plano da figura e passando pelo ponto O (polo do momento/ponto de apoio/fulcro/ponto de giro/ponto de rotação/eixo de rotação). A força F e o ponto O estão no plano do papel. A distância d, de O até a linha de ação de F, denomina -se braço de F em relação a O. Assim, definimos: O módulo do momento escalar ou torque (M) da força F em relação a O é o produto da intensidade dessa força pelo seu braço em relação a O, precedido de um sinal algébrico arbitrário: 𝐌 = 𝐅 .𝐝 Unidade (SI): [M] = N.m Mas... A situação da gangorra desconsiderou o peso da própria gangorra. Seria possível o próprio peso da gangorra gerar uma rotação? Claro!

Momento de uma força feito pela própria barra Se a situação analisada não desconsiderar o Peso ou a massa da barra, então temos mais uma Força para gerar Momento além das forças sendo feitas na barra. Mas onde vamos marcar esse Peso da barra? Afinal, é preciso de uma força e uma distância para se calcular o Momento. Bom... A Força Peso da barra será marcada no centro de massa da barra. Centro de massa (CM): ponto em que se pode admitir que a massa está concentrada. Para uma figura homogênea, esse ponto é o centro geométrico do corpo. Por exemplo, o centro de massa de um quadrado é no encontro de suas diagonais, do círculo é no seu centro e no triângulo é no baricentro. O centro de massa pode ser calculado para uma figura linear, plana ou volumétrica. Observe o centro de massa de algumas geometrias regulares.

Figura 2. Fonte: Tópicos de Física – Vol.1 – 21ª Ed. 2012.

2

Física Exercícios 1.

a) b) c) d) e)

estável, eseu centrodegravidade(CG) estáacima de O. estável, eseu CGumpouco abaixodeO. indiferente, e seu CGestáemO. estável, eseu CGestá próximoaochão. instável, eseu CGestáabaixode O.

Ovalor deF, capazdemanter o sistem a) 30N b) 36N c) 2N

8. F0434 Uma barra de peso desprezível está em equilíbrio na posiçãoestá horizoem ntal,equilíbrio conformeoe squ emaaseghorizontal, uir. Uma barra de peso desprezível na posição conforme o esquema a seguir.

Gabarito E1. E2. E3. E4. E5. E6.

Resolvido Resolvido Resolvido Resolvido Resolvido

As massas de 90kg e 1,5kg em e sua extremidade, sendo que o ponto de apoio está a 40cm As se maencontram ssas de 90kg 1,5kg se encontra m em sua extrem ade, se o que o po“x”, nto do de a poio está da da extremidade direita. Qual oid valor danddistância apoio atéaa 40cm extremidade esquerda, para manter extremidade direita. a barra em equilíbrio?

2.

a)

240cm

b)

120cm

c)

1,5cm

d)

2/3cm

Qual o valor da distância “x”, do apoio até a extremidade esquerda, paramanter abarraemequilíbrio? a) 240cm b) 120cm c) 1,5cm d) 2/3cm

FRes=0 3 9. F0435 Antes de se tornar uma celebridade, apresentando seu Fcos60º=P+ 8,8. 10 inesquecível programa de TV, nosso querido Bozoca trabalhou 1 3 e) 2/6cm em uma fábrica. Às vezes, na hora do almoço ou em algum F. =8,8. 10 + 200 2 outro intervalo de seu trabalho, Bozo ficava imaginando quais F=(8.800 + 200). 2 problemas de física poderia “bolar”, a fim de aproveitar o F=18.000N tempo. Emdas umaAlavancas”, dessas oportun idades fo rmulou o segresolveram uinte Após uma aula sobre o “Princípio alguns estudantes testar seus conheciE 7. Para girar no sentido horário as possív p ro b le m a : n a fig u ra é re p re se n ta d o o p o rtã o h o m o g ê n e o d e mentos num playground, determinando a massa de um deles. Para tanto, quatro F4 e F5,sentaram-se mas aquela que utiliza melhor uma fábrica, apoiado na parede emBe preso emA. Sendo o 3 estrategicamente na gangorra homogênea da ilustração, de secção transversal constante, com oeponto (distância perp ndicular da reta suporte peso desse portão igual a 6,0.10 N, calcule o módulo da força g iro ce n tro d o parafuso) éaF4. de apoio em seu centro,queeaatingiram o equilíbrio quando se encontravam sentados nas posições paredeexercenopontoBdaporta. E 8. N ® pa ra cim a B indicadas na figura. NA ® parabaixo MRB = 0 Física / Módulo 08

Dessa forma, se esses estudantes assimilaram corretamente o tal princípio, chegaram à conclusão de que a massa desconhecida, do estudante sentado próximo à extremidade B, é: a)

indeterminável, sem o conhecimento do comprimento da gangorra.

b)

108kg

c)

63kg

d)

54kg

e)

36kg

3

Física 3.

4.

A barra homogênea de peso P=2000N está em equilíbrio sobre dois apoios. A força de reação no ponto B vale:

a)

2000N

b)

1000N

c)

1500N

d)

1250N

e)

2250N

Um sistema é constituído por seis moedas idênticas fixadas sobre uma régua de massa desprezível que está apoiada na superfície horizontal de uma mesa, conforme ilustrado abaixo. Observe que, na régua, estão marcados pontos equidistantes, numerados de 0 a 6.

Ao se deslocar a régua da esquerda para a direita, o sistema permanecerá em equilíbrio na horizontal até que determinado ponto da régua atinja a extremidade da mesa. De acordo com a ilustração, esse ponto está representado pelo seguinte número: a)

4

b)

3

c)

2

d)

1

e)

5

4

Física 5.

Em um experimento, um professor levou para a sala de aula um saco de arroz, um pedaço de madeira triangular e uma barra de ferro cilíndrica e homogênea. Ele propôs que fizessem a medição da massa da barra utilizando esses objetos. Para isso, os alunos fizeram marcações na barra, dividindo-a em oito partes iguais, e em seguida apoiaram-na sobre a base triangular, com o saco de arroz pendurado em uma de suas extremidades, até atingir a situação de equilíbrio.

Nessa situação, qual foi a massa da barra obtida pelos alunos?

6.

a)

3,00 kg

b)

3,75 kg

c)

5,00 kg

d)

6,00 kg

e)

15,00 kg

(G1 - cps 2015) A Op Art ou “arte óptica” é um segmento do Cubismo abstrato que valoriza a ideia de mais visualização e menos expressão. É por esse motivo que alguns artistas dessa vertente do Cubismo escolheram o móbile como base de sua arte. No móbile representado, considere que os “passarinhos” tenham a mesma massa e que as barras horizontais e os fios tenham massas desprezíveis.

Para que o móbile permaneça equilibrado, conforme a figura, a barra maior que sustenta todo o conjunto deve receber um fio que a pendure, atado ao ponto numerado por a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

5

Física 7.

(Uerj 2014) A figura abaixo ilustra uma ferramenta utilizada para apertar ou desapertar determinadas peças metálicas.

Para apertar uma peça, aplicando-se a menor intensidade de força possível, essa ferramenta deve ser segurada de acordo com o esquema indicado em:

a)

b)

d)

e)

c)

Nenhuma das alternativas.

8.

Em Física, um determinado corpo, ao ser analisado, pode ser considerado como sendo um ponto material ou um corpo extenso. Considerar um corpo como ponto material equivale a admitir que, na situação física em que está sendo analisado, ele só poderá apresentar movimento de translação, uma vez que não se pode admitir o movimento de rotação para um único ponto. Por outro lado, o corpo extenso pode apresentar tanto movimento de translação quanto movimento de rotação. Com base no texto e em seus conhecimentos, analise as afirmativas a seguir: I.

Um corpo extenso está em equilíbrio de translação apenas quando seu centro de massa está em repouso em relação a um determinado referencial inercial.

II.

A condição de equilíbrio de translação de um corpo extenso é que a soma das forças externas que atuam no corpo seja nula.

III. A condição de equilíbrio de rotação de um corpo extenso sob a ação de um conjunto de forças coplanares é que o momento resultante em relação a qualquer eixo perpendicular ao plano das forças seja nulo. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): a)

I.

b)

II.

c)

I e III.

d)

II e III.

e)

I, II e III.

6

Física 9.

Marcelo decidiu construir uma gangorra para poder brincar com seu filho. Sobre um cavalete, ele apoiou uma tábua de modo que, quando ambos se sentassem, estando cada um em um dos extremos da tábua e sem tocar os pés no chão, a gangorra pudesse ficar equilibrada horizontalmente, sem pender para nenhum dos lados. Considerou também o fato de que seu peso era três vezes maior que o de seu filho, e que a distância entre os locais onde ele e o filho deveriam se sentar era de 3,2 m. De acordo com essas considerações, a distância entre o ponto onde o filho de Marcelo deve se sentar e o ponto de apoio da tábua no cavalete é, aproximadamente, de: Dados: Despreze o peso da tábua, bem como as dimensões dos corpos de Marcelo e de seu filho. a)

0,8 m.

b)

1,2 m.

c)

1,6 m.

d)

2,0 m.

e)

2,4 m.

10. (Enem PPL 2013) Retirar a roda de um carro é uma tarefa facilitada por algumas características da ferramenta utilizada, habitualmente denominada chave de roda. As figuras representam alguns modelos de chaves de roda:

Em condições usuais, qual desses modelos permite a retirada da roda com mais facilidade? a) 1, em função de o momento da força ser menor. b) 1, em função da ação de um binário de forças. c) 2, em função de o braço da força aplicada ser maior. d) 3, em função de o braço da força aplicada poder variar. e) 3, em função de o momento da força produzida ser maior.

7

Física Gabarito 1. D Pelo principio do momento de força em relação ao eixo temos: M = F . d M1 = M2 F1 . d1 = F2 . d2 90 . x = 1,5 . 40 2 x = cm 3 2. D Pelo principio do momento de força em relação ao eixo temos: M = F . d M1 + M2 = M3 + M4 54 . 2,5 + 36 . 1,5 = 27 . 2,0 + x . 2,5 x = 54 kg 3. D

4. D A figura representa a situação quando a régua está na iminência de tombar.

No equilíbrio: M P = M5P  5 P d = P ( 6 − d)  5 d = 6 − d  d = 1 

x = 1.

8

Física 5. E Na barra agem as três forças mostradas na figura: peso do saco arroz (Pa ), o peso da barra (Pb ), agindo no centro de gravidade pois a barra é homogênea e a normal (N), no ponto de apoio.

Adotando o polo no ponto de apoio, chamando de u o comprimento de cada divisão e fazendo o somatório dos momentos, temos: MP = MP b

a

 m b g ( u ) = m a g (3 u )  m b = 3 (5 ) 

m b = 15 kg.

6. C Quando suspensa, a barra maior sofrerá em cada extremidade uma tração de intensidade igual à do triplo do peso de cada passarinho. Então, por simetria, ela deve receber um fio que a pendure, atado ao seu ponto médio, ou seja, o ponto de número 3. 7. D Quanto maior o braço da alavanca (distância da linha de ação da força ao apoio), menor a intensidade da força para se obter o mesmo torque. 8. D I.

Incorreta. Para estar em equilíbrio de translação, a resultante das forças externa sobre o corpo deve ser nula. Assim, o centro de massa do corpo está em repouso ou em MRU.

II. Correta. Justificada no item anterior. III. Correta. Para haver equilíbrio de rotação, o torque resultante das forças externas deve ser nulo. 9. E O enunciado sugere a figura a seguir.

Para haver equilíbrio de rotação, o momento horário é igual ao momento anti-horário. MP = M3P  Pd = 3P ( 3,2 − d)  d = 9,6 − 3d  4d = 9,6 

d = 2,4 m.

9

Física 10. B Para forças de mesma intensidade (F), aplicadas perpendicularmente nas extremidades das alavancas, para os três modelos, 1, 2 e 3, temos os respectivos momentos: M1 = F  40  M2 = F  30 M = F  25  3

 M1  M2  M3 .

10

Geografia População: crescimento e estrutura Resumo Crescimento e distribuição da população mundial Atualmente, existem 7 bilhões de pessoas no mundo e uma diversidade de idiomas, culturas, tradições, etnias e religiões. A maior parte dessa população está concentrada na Ásia, específicamente na região abaixo:

Existem mais pessoas vivendo dentro desse círculo do que fora dele.

Distribuição da população Em termos de distribuição, pode-se afirmar que a densidade demográfica mundial (número de habitantes por quilômetro quadrado) é concentrada e desigual. Nesse sentido, é importante diferenciar país populoso de país povoado. •

Populoso: conceito relacionado à população absoluta de um país. Em números absolutos, corresponde a quantos habitantes vivem em determinado lugar. Nesse sentido, quando a população absoluta é bastante expressiva, fala-se em país populoso, cidade populosa.



Povoado: conceito que expressa a relação entre o número total de habitantes e sua distribuição no território por quilômetro quadrado. Essa relação corresponde à divisão da população absoluta de um país pela área desse mesmo território. Essa informação constitui o dado denominado densidade demográfica (hab./km²).

No caso do Brasil, o país possui uma população absoluta de, aproximadamente, 210 milhões de habitantes e uma área de, aproximadamente, 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Nesse sentido, sua densidade demográfica é em torno de 24,7 hab./km² (total de habitantes dividido pela área do território). Desse modo, pode-se afirmar que o Brasil é um país populoso e pouco povoado, pois possui uma elevada população absoluta e uma baixa densidade demográfica. Para a compreensão do crescimento da população mundial, é necessária uma análise estatística através de dados demográficos encontrados, por exemplo, em censos demográficos, como aqueles realizados pelo IBGE, além de uma análise histórica e geográfica dessas populações.

1

Geografia Após esse conjunto de procedimentos, é possível identificar e compreender os padrões de crescimento da população, que estão associados, por exemplo, à queda da mortalidade, ao aumento da expectativa de vida, entre outros. Hoje, o ritmo de crescimento populacional vem diminuindo a cada ano. Esse crescimento é medido através do chamado crescimento vegetativo, que consiste na diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade e que, geralmente, é expresso em porcentagem. •

Crescimento vegetativo positivo: quando o número de nascimentos é maior que o número de mortes.



Crescimento vegetativo negativo: quando o número de mortes supera o número de nascimentos.

O crescimento demográfico é outro dado utilizado para se entender o comportamento da população de um país. É calculado a partir do somatório do crescimento vegetativo e do saldo migratório (população que entra e sai).

2

Geografia Exercícios 1.

A proporção entre a população e a superfície territorial é um dos elementos que define a relação entre sociedade e espaço. Observe os dados informados abaixo:

De acordo com a tabela, o país mais povoado é a:

2.

a)

China

b)

França

c)

Holanda

d)

Argentina

e)

Brasil

A taxa de dependência total corresponde ao percentual do conjunto da população jovem (menores de 15 anos) e idosa (com 60 anos ou mais) em relação à população total. Ela expressa a proporção da população sustentada pela população economicamente ativa.

Adaptado de veja.abril.com.br, 28/11/2012

A manutenção da tendência apresentada no gráfico pode favorecer o seguinte impacto sobre as despesas governamentais nas próximas duas décadas: a)

redução do déficit da previdência social

b)

diminuição das verbas para a rede de saúde

c)

elevação dos investimentos na educação infantil

d)

ampliação dos recursos com seguro-desemprego

e)

diminuição dos investimentos em saneamento básico

3

Geografia 3.

Em cerca de quarenta anos, o Brasil passou da iminente ameaça de explosão demográfica para a perspectiva de redução da população, caso continuem nascendo relativamente tão poucas crianças e não haja um processo de imigração internacional que compense a diminuição dos nascimentos. Hoje a população brasileira continua crescendo, mas em ritmo cada vez menor. LÚCIO, C. et al. As mudanças da população brasileira. Le Monde Diplomatique Brasil. São Paulo, ano 6, n. 71, jun. 2013. p.26.

O atual padrão demográfico do Brasil apresenta como tendência a(o)

4.

a)

aceleração do crescimento vegetativo

b)

progressão do envelhecimento

c)

estagnação da emigração internacional

d)

aumento da taxa de mortalidade infantil

e)

elevação da taxa de fecundidade

(Enem 2013)

IBGE. Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br. Acesso em: 12 mar. 2013.

O processo registrado no gráfico gerou a seguinte consequência demográfica: a)

Decréscimo da população absoluta.

b)

Redução do crescimento vegetativo.

c)

Diminuição da proporção de adultos.

d)

Expansão de políticas de controle da natalidade.

e)

Aumento da renovação da população economicamente ativa.

4

Geografia 5.

(Enem 2004) Ao longo do século XX, as características da população brasileira mudaram muito. Os gráficos mostram as alterações na distribuição da população da cidade e do campo e na taxa de fecundidade (número de filhos por mulher) no período entre 1940 e 2000.

IBGE

Comparando-se os dados dos gráficos, pode-se concluir que a)

o aumento relativo da população rural é acompanhado pela redução da taxa de fecundidade.

b)

quando predominava a população rural, as mulheres tinham em média três vezes menos filhos do que hoje.

c)

a diminuição relativa da população rural coincide com o aumento do número de filhos por mulher.

d)

quanto mais aumenta o número de pessoas morando em cidades, maior passa a ser a taxa de fecundidade.

e)

com a intensificação do processo de urbanização, o número de filhos por mulher tende a ser menor.

6.

Observe os seguintes mapas do Brasil.

Os mapas representam, respectivamente, os temas: a)

Natalidade – Mortalidade infantil – IDH

b)

Mortalidade infantil – Alfabetização – Trabalho infantil

c)

Alfabetização – Trabalho infantil – IDH

d)

Natalidade – IDH – Trabalho infantil

e)

Alfabetização – Mortalidade infantil – Natalidade

5

Geografia 7.

(Enem 2001) De acordo com reportagem sobre resultados recentes de estudos populacionais: “... a população mundial deverá ser de 9,3 bilhões de pessoas em 2050. Ou seja, será 50% maior que os 6,1 bilhões de meados do ano 2000.(...) Essas são as principais conclusões do relatório Perspectivas da População Mundial – Revisão 2000, preparado pela Organização das Nações Unidas (ONU). (...) Apenas seis países respondem por quase metade desse aumento: Índia (21%), China (12%), Paquistão (5%), Nigéria (4%), Bangladesh (4%) e Indonésia (3%). Esses elevados índices de expansão contrastam com os dos países mais desenvolvidos. Em 2000, por exemplo, a população da União Européia teve um aumento de 343 mil pessoas, enquanto a Índia alcançou esse mesmo crescimento na primeira semana de 2001. (...) Os Estados Unidos serão uma exceção no grupo dos países desenvolvidos. O país se tornará o único desenvolvido entre os 20 mais populosos do mundo.” O Estado de S. Paulo, 03 de março de 2001.

Considerando as causas determinantes de crescimento populacional, pode-se afirmar que, a)

na Europa, altas taxas de crescimento vegetativo explicam o seu crescimento populacional em 2000.

b)

nos países citados, baixas taxas de mortalidade infantil e aumento da expectativa de vida são as responsáveis pela tendência de crescimento populacional.

c)

nos Estados Unidos, a atração migratória representa um importante fator que poderá colocá-lo entre os países mais populosos do mundo.

d)

nos países citados, altos índices de desenvolvimento humano explicam suas altas taxas de natalidade.

e)

8.

nos países asiáticos e africanos, as condições de vida favorecem a reprodução humana.

(Enem 2011) O professor Paulo Saldiva pedala 6 km em 22 minutos de casa para o trabalho, todos os dias. Nunca foi atingido por um carro. Mesmo assim, é vítima diária do trânsito de São Paulo: a cada minuto sobre a bicicleta, seus pulmões são envenenados com 3,3 microgramas de poluição particulada – poeira, fumaça, fuligem, partículas de metal em suspensão, sulfatos, nitratos, carbono, compostos orgânicos e outras substâncias nocivas. ESCOBAR, H. Sem Ar. O Estado de São Paulo. Ago. 2008.

A população de uma metrópole brasileira que vive nas mesmas condições socioambientais das do professor citado no texto apresentará uma tendência de a)

ampliação da taxa de fecundidade

b)

diminuição da expectativa de vida.

c)

elevação do crescimento vegetativo.

d)

aumento na participação relativa de idosos.

e)

redução na proporção de jovens na sociedade.

6

Geografia 9.

(Enem 2004) A distribuição da População Economicamente Ativa (PEA) no Brasil variou muito ao longo do século XX. O gráfico representa a distribuição por setores de atividades (em %) da PEA brasileira em diferentes décadas.

As transformações socioeconômicas ocorridas ao longo do século XX, no Brasil, mudaram a distribuição dos postos de trabalho do setor a)

agropecuário para o industrial, em virtude da queda acentuada na produção agrícola.

b)

industrial para o agropecuário, como consequência do aumento do subemprego nos centros urbanos.

c)

comercial e de serviços para o industrial, como consequência do desemprego estrutural.

d)

agropecuário para o industrial e para o de comércio e serviços, por conta da urbanização e do avanço tecnológico.

e)

comercial e de serviços para o agropecuário, em virtude do crescimento da produção destinada à exportação.

10. Em 2011 o IBGE divulgou a Sinopse do Censo Demográfico 2010. Observe alguns dados:

De acordo com os dados é possível afirmar: a)

o Brasil passa a apresentar um processo de envelhecimento a partir das décadas de 1950 e 1960.

b)

a diminuição da população brasileira é observada a partir das duas últimas décadas devido a queda da fecundidade.

c)

a queda da taxa de fecundidade na metade do século XX e o processo de urbanização, que se seguiu a partir desse período, ajudam a compreender o crescimento vegetativo.

d)

a queda da taxa de mortalidade que provocou a desaceleração do crescimento vegetativo nos anos 1950, está relacionada à evolução da medicina e à melhoria das condições sanitárias.

e)

a população brasileira segue aumentando apesar da desaceleração do crescimento.

7

Geografia Gabarito 1. C O termo povoado caracteriza a densidade demográfica de um país, cujo cálculo é feito através da divisão da população absoluta pela área. Dessa forma, a densidade demográfica da China é de 137 hab./km2, da França é de 112 hab./km2, da Holanda é de 392 hab./km2 e da Argentina é de 13 hab./km2. Portanto, a Holanda é o país mais povoado. 2. A O sistema previdenciário é capitalizado através da arrecadação de valores da PEA (População Economicamente Ativa) e transformado em aposentadoria para a população idosa, por exemplo. Com a redução da taxa de dependência, que representa o número de idosos e jovens, consequentemente, haverá um menor número de idosos requerendo aposentadoria e haverá uma redução do déficit da previdência social. 3. B No Brasil, verifica-se um progressivo número de idosos, decorrente da associação de dois processos: queda da taxa de natalidade e aumento da expectativa de vida. 4. B A taxa de fecundidade refere-se ao número de filhos por mulher. Quando essa taxa entra em declínio, como mostrado no gráfico, consequentemente, há uma redução do crescimento vegetativo (diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade). 5. E Ao se analisarem os gráficos, percebe-se que, a partir da década de 1970, a população urbana passa a crescer mais do que a população rural, que começa a decrescer (urbanização). Observa-se também que, a partir da mesma década, há uma queda da taxa de fecundidade (número de filhos por mulher). Isso permite concluir que, com a intensificação do processo de urbanização, o número de filhos por mulher tende a ser menor. 6. C Os mapas revelam as disparidades regionais no Brasil: as Regiões Sudeste e Sul apresentam indicadores sociais superiores à média nacional; entretanto, na Região Nordeste, concentram-se os piores indicadores sociais, como revela o mapa referente ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O IDH varia de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, pior é esse indicador. Nenhum dos mapas revela a mortalidade infantil. 7. C É abordado o conceito de crescimento demográfico, que considera dois aspectos: o crescimento vegetativo e a taxa de migração. No caso citado, os Estados Unidos é uma exceção entre os países desenvolvidos, isso porque o número de pessoas no país acaba aumentando devido ao número elevado de imigrantes. 8. B Os problemas apontados no texto impactam sensivelmente a qualidade de vida e contribuem para a diminuição da expectativa de vida.

8

Geografia 9. D A questão ajuda a elucidar a importância de um percentual consideravel da população sendo a PEA direcionada economicamente de acordo com os postos de serviço disponíveis. Com o crescimento das atividades industriais nas cidades e o processo de modernização da agricultura em curso, a urbanização se intensificou e impactou também os setores econômicos, ocorrendo, assim, o crescimento dos setores secundário e terciário. 10. E O gráfico mostra um decrescimento no quantitativo populacional geral, o que não indica ausência de crescimento, apenas uma mudança de ritmo.

9

Geografia Transição demográfica e seus desafios Resumo O conceito de transição demográfica busca explicar o comportamento da população (natalidade e mortalidade) ao longo do tempo, identificando quando há uma mudança no perfil demográfico. Todos os países passariam por essas quatro fases abaixo, em diferentes momentos.

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Primeira fase – pré-transição Elevadas taxas de natalidade e mortalidade que resultam em baixo crescimento vegetativo. Nenhum país hoje se encontra nessa fase. Segunda fase – transição da mortalidade A taxa de natalidade se mantém elevada, porém observa-se uma queda na taxa de mortalidade, devido à Revolução Industrial, à urbanização e à modernização da sociedade (conquistas médicas, sanitárias e tecnológicas). Tal comportamento resultou em um crescimento vegetativo elevado acelerando o crescimento populacional em determinados países. Período também denominada explosão demográfica ou “Baby boom”. Alguns países africanos encontram-se nessa fase. Terceira fase – transição da fecundidade A taxa de natalidade começa a diminuir devido à queda na taxa de fecundidade, enquanto a mortalidade se mantém baixa. Aos poucos foram sendo rompidos os padrões culturais e históricos que se caracterizavam pela formação de famílias numerosas, bem como o elevado custo de vida nas cidades e a maior independência da mulher resultaram na desaceleração do crescimento vegetativo. A maior parte dos países emergentes e subdesenvolvidos encontram-se nessa fase. Quarta fase – estabilização demográfica As taxas de natalidade e mortalidade reduziram ao ponto que uma praticamente anula o efeito da outra. Observa-se um crescimento vegetativo próximo de zero ou às vezes negativo. Fase relacionada ao envelhecimento da população. A maioria dos países desenvolvidos encontram-se nessa fase. Quinta fase – uma dúvida Existe uma discussão sobre essa quinta fase. Muitos estudiosos da demografia não concordam com a existência dela, pois seria uma variação da quarta fase. Nessa, o crescimento vegetativo é negativo, causando o encolhimento da população absoluta.

1

Geografia Alemanha e Rússia são exemplos de países que apresentaram redução da população absoluta em períodos recentes. Atenção para não considerar os países em guerra como pertencentes a essa fase. Mesmo que seja muito comum tentar associar uma data ou período a essas fases, é necessário um cuidado maior. Como são associadas às dinâmicas demográficas dos países e eles transitam por essas fases em períodos diferentes, não há, portanto, uma data certa para quando esses períodos ocorreram. Porém, pode-se dizer que o fim da primeira fase ocorreu com a Revolução Industrial na Europa e, desde então, podem-se observar essas diferentes fases nos países.

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2

Geografia Exercícios 1.

(Enem 2018) Os países industriais adotaram uma concepção diferente das relações familiares e do lugar da fecundidade na vida familiar e social. A preocupação de garantir uma transmissão integral das vantagens econômicas e sociais adquiridas tem como resultado uma ação voluntária de limitação do número de nascimentos. GEORGE, Panorama do mundo atual. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1968 (adaptado).

Em meados do século XX, o fenômeno social descrito contribuiu para o processo europeu de

2.

a)

estabilização da pirâmide etária.

b)

conclusão da transição demográfica.

c)

contenção da entrada de imigrantes.

d)

elevação do crescimento vegetativo.

e)

formação de espaços superpovoados.

Considere o gráfico abaixo:

IBGE, Séries Históricas e Estatísticas. População e Demografia, 1881-2007

A partir do gráfico e de seus conhecimentos sobre população, é possível afirmar que: a)

A queda das taxas de natalidade e mortalidade indica a diminuição da participação dos idosos e a redução da participação de crianças e jovens na população brasileira.

b)

A década de 2000 é caracterizada pela contínua queda da taxa de natalidade e aumento da taxa de mortalidade, que resultam na redução do crescimento populacional.

c)

A primeira fase do ciclo demográfico, caracterizada por baixo crescimento populacional derivado de alta taxa de natalidade e baixa taxa de mortalidade, foi ultrapassado pelo Brasil ainda no século XX.

d)

O Brasil vive uma fase de “transição demográfica” em seu ciclo evolutivo da população, com queda na taxa de natalidade e mortalidade e, consequente redução do ritmo de crescimento populacional.

e)

O intervalo entre as décadas de 1940 e 1980 destacou-se pelo baixo crescimento populacional brasileiro, resultado da combinação entre a queda acentuada da mortalidade e a aumento da natalidade.

3

Geografia 3.

(Enem 2017 PPL)

CALDINI, V.; ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2009 (adaptado).

O padrão da pirâmide etária ilustrada apresenta demanda de investimentos socioeconômicos para a

4.

a)

redução da mortalidade infantil.

b)

promoção da saúde dos idosos.

c)

resolução do déficit habitacional.

d)

garantia da segurança alimentar.

e)

universalização da educação básica.

De acordo com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a população de idosos no Brasil chegará a 20 milhões até 2030, o dobro da população atual. Além disso, o Brasil será o quarto país com maior crescimento no número de idosos até 2030, perdendo apenas para a China, Índia e Estados Unidos. População idosa brasileira deve aumentar. Adaptado de: ipea.gov.br

Os motivos para o crescimento da população idosa podem ser atribuídos: a)

ao aumento da População Economicamente Ativa (PEA).

b)

ao aumento da taxa de natalidade e à redução da taxa de mortalidade.

c)

à queda da taxa de natalidade e ao aumento da expectativa de vida.

d)

à melhora da qualidade de vida no país e ao alargamento da base da pirâmide etária brasileira.

e)

ao aumento da taxa de fecundidade e à redução da mortalidade infantil.

4

Geografia 5.

A transição demográfica que ocorre no Brasil gera diferenças socioespaciais entre as macrorregiões do país. De acordo com os mapas, as menores proporções de população em idade ativa são encontradas na seguinte macrorregião brasileira:

6.

a)

Sul

b)

Norte

c)

Sudeste

d)

Nordeste

e)

Centro-Oeste

O declínio da fertilidade no mundo é surpreendente. Em 1970, o índice de fertilidade total era de 4,45 e a família típica no mundo tinha quatro ou cinco filhos. Hoje é de 2,435 em todo o mundo, e menor em alguns lugares surpreendentes. O índice de Bangladesh é de 2,16, uma queda de 50% em 20 anos. A fertilidade no Irã caiu de 7, em 1984, para 1,9, em 2006. Grande parte da Europa e do Extremo Oriente tem índices de fertilidade abaixo dos níveis de reposição. Carta Capital, 02.11.2011

A queda da fertilidade em um país é responsável por novos arranjos demográficos, dentre eles a)

o forte aumento das taxas de urbanização.

b)

a emergência de padrões de vida mais elevados.

c)

a mudança na composição etária da população.

d)

o aumento da expectativa de vida.

e)

a estabilização da densidade demográfica.

5

Geografia 7.

O gráfico abaixo retrata a evolução dos grupos etários no Brasil no período de 2000 a 2050, com projeções baseadas na manutenção dos padrões de crescimento vegetativo vigentes, conforme a transição demográfica do país.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística2 (dados brutos). Disponível em: . Acesso em: 23 set. 2018.

Pela análise do gráfico, conclui-se que ocorrerá a) redução da razão de dependência.

8.

9.

b)

ampliação da taxa média de fecundidade.

c)

aumento do crescimento vegetativo no país.

d)

incremento da expectativa de vida dos brasileiros.

e)

manutenção da taxa de esperança de vida.

O envelhecimento da população está mudando radicalmente as características da população da Europa, onde o número de pessoas com mais de 60 anos deverá chegar nas próximas décadas a 30% da população total. Graças aos avanços da medicina e da ciência, a população está cada vez mais velha. Isso ocorre em função do: a) Declínio da taxa de natalidade e aumento da longevidade. b)

Aumento da natalidade e diminuição da longevidade.

c)

Crescimento vegetativo e aumento da taxa de natalidade.

d)

Aumento da longevidade e do crescimento vegetativo.

e)

Declínio da taxa de mortalidade e diminuição da longevidade.

O descompasso temporal com que se deu a transição demográfica no bloco dos países com economias desenvolvidas e que vem se dando no das economias em desenvolvimento, coloca no mundo contemporâneo uma situação pelo menos paradoxal. O primeiro bloco, que concentra os maiores PIBs do mundo, enfrenta sérias dificuldades quanto ao declínio populacional. Já o segundo bloco, com grandes contingentes de população em idade produtiva, enfrenta sérias dificuldades de trabalho e emprego. BERQUÓ, Elza. Migrações internacionais – contribuições para políticas. Brasília: Comissão Nacional de População e Desenvolvimento, 2001. (adaptado)

No contexto da dinâmica populacional recente, uma das estratégias praticadas pelos países desenvolvidos para a minimização dos efeitos do paradoxo identificado no texto é a(o) a) concessão de vantagens trabalhistas para incentivar a natalidade. b)

transferência do processo produtivo para os países em desenvolvimento.

c)

regularização dos imigrantes ilegais para seu ingresso na economia formal.

d)

difusão generalizada de políticas para incentivo à migração de reposição.

e)

criminalização da prática demissional para controle da concorrência entre trabalhadores. 6

Geografia 10.

Assinale a interpretação correta para o cartograma acima. a)

As taxas de mortalidade infantil no continente africano são elevadíssimas.

b)

O continente africano é o que possui a menor expectativa de vida do mundo.

c)

A África é um continente com baixa presença de mão de obra infanto-juvenil.

d)

O fluxo migratório interno do continente africano é limitado à sua faixa central.

e)

A natalidade nos extremos sul e norte da África é menor do que a da sua região central.

7

Geografia Gabarito 1. B A transição demográfica é uma teoria e explica que todos os países irão passar por diferentes etapas do crescimento populacional. A última fase é caracterizada por uma baixa natalidade e mortalidade, representando um pequeno crescimento vegetativo. A diminuição da natalidade na Europa, pelo alto custo de vida e a vontade de transmitir o padrão econômico para gerações futuras, iniciou o encaminhamento do continente para a última fase (IV) desse processo. 2. D A cada ano, o Brasil passa por uma redução do número de nascimentos, isso porque o número de filhos por mulher vem decaindo devido a diversos fatores, tais como o planejamento familiar e o adiamento da maternidade. Soma-se a isso a queda da mortalidade devido às pesquisas científicas associadas ao setor farmacêutico e à medicina. Esse quadro traduz-se em uma redução do ritmo de crescimento populacional. 3. B A pirâmide etária apresentada evidencia um alargamento do topo, que se refere à população idosa. Portanto, futuramente, haverá a necessidade de investimentos em setores que atendam às necessidades desse grupo social, como a medicina geriátrica. 4. C O Brasil está passando pela janela demográfica, marcada por uma queda na natalidade, uma alta proporção da População Econômicamente Ativa (PEA) e um envelhecimento da população, resultante da melhora da qualidade de vida. 5. B Com base na leitura do mapa, é possível concluir que menores proporções de população em idade ativa são encontradas na Região Norte. 6. C A queda da fertilidade é consequencia do custo dos filhos e inserção da mulher no mercado competitivo. Esse momento do desenvolvimento marca um processo de envelhecimento da população. 7. D A partir do gráfico é possível observar a elevação da expectativa de vida. Uma vez que os grupos etarios acima de 45 anos apresentam crescimento no período indicado (2000-2050). Enquanto os grupos etários abaixo de 45 anos se mantiveram praticamente constante ou com pequenos decréscimos. 8. A O crescente número de idosos é decorrente da queda de nascimentos e do aumento da longevidade dos indivíduos. 9. A Os baixos índices de natalidade do continente europeu foram fruto de um processo natural, como a urbanização e o novo posicionamento da mulher na sociedade, que, associado à baixa mortalidade, acarretou um crescimento vegetativo negativo, o que leva a um quadro de mais idosos do que jovens e adultos, tendo como desdobramento uma possível crise previdenciária e a sobrecarga da saúde pública. A solução encontrada pelos governos dos países desenvolvidos foi a adoção de uma série de benefícios trabalhistas visando a incentivar a natalidade. 10. E Os países destacados em branco no cartograma (África do Sul, Marrocos, Tunísia e Turquia), localizados nos extremos sul e norte, são apontados como estando na 2ª fase da transição demográfica. Já os países localizados no centro (Sudão, Congo, Nigéria e outros) são apontados como ainda passando pelo início da transição demográfica. Isso indica que estão em etapas distintas, em que a natalidade nos extremos sul e norte da África é menor do que a da sua região central.

8

História O congresso de Viena e as Revoluções de 1820, 1830 e 1848 Resumo A queda de Napoleão Bonaparte e o Congresso de Viena Em 1814, com o fim das Guerras Napoleônicas e o exílio de Bonaparte, a difusão dos ideais burgueses e liberais pareciam dominadas pelas monarquias europeias, logo, a conjuntura era a ideal para reformas. Assim, três princípios eram idealizados pela nobreza europeia, que visava a restauração dos antigos monarcas e das antigas fronteiras (pré-revolução francesa), a manutenção da legitimidade e dos privilégios nobiliárquicos e a manutenção do equilíbrio político e econômico entre os impérios. Para garantir esses objetivos e afastar os ventos da revolução da Europa, o Tratado de Chaumont convocou diversos governantes, entre 1814 e 1815, a fim de debater os rumos da Europa pós-Napoleão, no chamado Congresso de Viena. Assim, Áustria, Reino Unido, Portugal, Rússia, Prússia, Espanha, Suécia e a própria França se uniram em uma série de reuniões do Congresso de Viena para tomar decisões importantes sobre a Europa e as colônias. Dentre elas, destaca-se principalmente a criação da chamada Santa Aliança, sugestão do Czar russo Alexandre I, que criou um exército único composto por soldados da Áustria, Prússia e Rússia (a Inglaterra defendia os ideais liberais e não participou). A Santa Aliança tinha como objetivo consolidar a força das potências que derrotaram Napoleão, garantir o poder dos impérios e do absolutismo monárquico no ocidente e combater novos focos revolucionários e possíveis inimigos, seja na Europa ou nas colônias. A Santa Aliança, portanto, se tornou a ferramenta dos monarcas absolutistas em uma luta que repercutiu ao longo do século XIX, entre as forças transformadoras (liberais, socialistas e anarquistas) e as conservadoras (nobres, clero e monarcas). Dentre outras medidas decretadas pelo Congresso de Viena, destacam-se também a restauração de dinastias tradicionais, como na Espanha, na França e em Portugal, a criação da Confederação Alemã, com a participação da Prússia, da Áustria e de principados germânicos, a regulamentação de atividades diplomáticas entre os países e punições a França como indenizações e perdas de territórios. No entanto, apesar dos esforços monárquicos para evitar novos focos revolucionários e conter a expansão do pensamento iluminista, o projeto napoleônico já havia contaminado diversas pessoas pelo ocidente e a burguesia desejava cada vez mais construir seu próprio mundo, sobre a base das ideias liberais.

As revoluções de 1820, 1830 e 1848 Durante o século XIX, apesar do Congresso de Viena e das atividades da Santa Aliança, uma série de processos revolucionários se desencadeou em diversos países, principalmente a partir da burguesia e das classes operárias, inspiradas não só pelo liberalismo, mas também por novas ideologias que surgiam, como o socialismo e o anarquismo e por um forte sentimento nacionalista que desabrochava no ocidente. Desta forma, três ondas revolucionárias são destacadas pela historiografia ao longo do século XIX, sendo elas nos períodos de 1820, 1830 e 1848.

1

História Os movimentos de 1820: A Revolução Liberal do Porto (1820): Com a transferência da Família Real, com a elevação da colônia para Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e com o fim do pacto colonial (gerando o domínio inglês nos portos brasileiros), a população portuguesa se encontrava em uma situação crítica, com a economia desestabilizada, o “trono sem rei” e o exército fragilizado após as batalhas recentes. Desta forma, com uma parcela da sociedade influenciada pelos ideais iluministas e reivindicando mudanças, um movimento revolucionário, liderado por militares insatisfeitos, teve início na cidade de Porto, se espalhando por Portugal e afetando diretamente o Brasil. Assim, os revolucionários portugueses passaram a exigir o retorno de D. João VI para Portugal, a submissão do rei à Constituição liberal e a restauração do pacto colonial. Exceto pela última reivindicação, que teve como consequência a própria independência do Brasil, todas as outras foram conquistadas pelos liberais portugueses. A Independência da Grécia (1821-1829): Durante o século XVI, com a queda de Constantinopla, a Grécia perdeu sua autonomia e passou a ser dominada, durante quatro séculos, pelo Império Otomano. Apesar do forte domínio político, a cultura grega foi preservada durante todos esses anos, o que facilitou a separação identitária entre gregos e turcos e, durante o século XIX, reforçou ainda mais o sentimento nacionalista da emergente burguesia grega. Assim, entre 1821 e 1829, uma série de movimentos e conflitos entre as duas nações se iniciaram, com a reivindicação grega pela emancipação. Os gregos, foram influenciados pelo pensamento liberal e nacionalista e receberam apoio de diversas potências e intelectuais do ocidente, que exaltavam o classicismo e a importância da cultura grega para o mundo. A revolução grega declarou independência logo em 1822, mas, graças à guerra civil e à resistência otomana, a emancipação grega só foi reconhecida no ano de 1830, com a intervenção das potências europeias. A Revolução de Cádis (1823): Durante as guerras napoleônicas, o então rei espanhol Fernando VII foi obrigado a abdicar do trono e foi substituído por José I, irmão de Napoleão. Apesar da dominação francesa, diversas regiões espanholas não se submeteram ao poder de José I e formaram juntas para resistir à presença francesa, lutando inclusive, em 1808, nas Guerras Peninsulares (conhecidas pelos espanhóis como Guerra de independência). A região de Cádis, neste período, tornou-se um dos principais focos de resistência e luta, onde, inclusive, foi aprovada a primeira Constituição, de caráter liberal e nacionalista, chamada de La Pepa, em 1812. Com o fim das batalhas e a restauração de Fernando VII ao trono, o rei chegou a jurar que respeitaria à Constituição, mas logo restaurou seu perfil absolutista e perseguiu os liberais, abolindo a Constituição de Cádis e governando com autoritarismo. Assim, a Revolução Cádis foi um movimento que resgatou temporariamente o poder dos liberais e a Constituição de 1812, a partir de 1820. O movimento começou com a deposição de Fernando VII, pelos generais liberais Rafael Del Riego e Francisco Ballesteros, e terminou em 1822 (chamado pelos espanhóis de triênio liberal), com a reconquista do poder monárquico de Fernando VII, com ajuda de Luís XVIII, e perseguição dos liberais. A tensão na Espanha que se deflagrava desde a Guerra Peninsular, passando pela queda de José I e pela Revolução de Cádis influenciaram diretamente nas independências das colônias espanholas na América.

2

História Os movimentos de 1830: Revoluções na península ibérica: Se na década de 1820, na península ibérica, os conflitos entre liberais e conservadores foram intensos, sobretudo na Espanha, em 1830, muitas questões pendentes foram finalmente resolvidas. No caso português, se D. Pedro I não retornou para sua pátria em 1820, com as exigências das Cortes portuguesas, precisou voltar em 1831, quando abdicou do trono no Brasil e iniciou uma guerra contra seu irmão, D. Miguel, que havia tomado o trono e anulado a Constituição. Assim, D. Pedro I (ou IV, em Portugal), venceu seu irmão, retomou a Constituição e garantiu o trono para sua filha, D. Maria da Glória. Enquanto isso, na Espanha, a década de 1830 foi marcada pelos conflitos pela sucessão do trono espanhol, entre os grupos de tendência liberal, que defendiam a posse de Isabel II, herdeira legítima e a parcela que defendia a manutenção do absolutismo e defendia o reinado de D. Carlos de Bourbon. As chamadas Guerras Carlistas se encerraram com a vitória dos grupos ligados à Isabel II e com o resgate da Constituição, iniciando, finalmente um regime liberal. A Revolução de Julho de 1830: Após a queda de Napoleão Bonaparte, a França viu restituída a dinastia Bourbon com Luís XVIII e, pelo II Tratado de Paris, foi condenada a pagar indenizações e a perder territórios. Logo, a situação francesa na década de 1820 era de uma grande tensão entre os que defendiam o retorno do absolutismo (ultrarrealistas), os que defendiam as ideias de Napoleão (bonapartistas) e os persistentes revolucionários liberais (radicais). No entanto, com a morte de Luís XVIII, em 1824, e a subida de Carlos X ao trono, foi consolidada a vitória das correntes absolutistas e restaurados os privilégios do clero e da nobreza, gerando mais uma vez imensa insatisfação popular. Em 1830, com a vitória dos liberais na Câmara, Carlos X decretou as Ordenações de Julho, que, além de fechar a Câmara, anulava a vitória dos liberais nas últimas eleições, censurava a imprensa, permitia o rei governar através de decretos e ainda reduzia a quantidade de pessoas que poderiam votar. Com essas medidas, a resposta da população francesa, movida ainda pelos ideais liberais, foi através das chamadas marchas gloriosas que, durante três dias, tomaram as ruas de Paris com revoltas e barricadas. A revolução levou a fuga de Carlos X e a tomada do poder pela alta burguesia, que colocou no trono o rei Luís Filipe de Orleans, o chamado Rei Burguês, ligado ao setor financeiro e aos banqueiros. Na historiografia, esse período é comumente conhecido como a Monarquia de Julho (1830-1848). Apesar de afastar as intenções conservadoras do Congresso de Viena e apresentar uma postura mais liberal em seu reinado, apoiando inclusive outras revoltas na Europa, Luís Filipe manteve muitos aparelhos de de desigualdade social na França, principalmente o voto censitário.

Outros movimentos pela Europa na década de 1830: I.

Em 1831, a região sul dos Países baixos, formada por liberais e católicos, separou-se da região norte, formada por protestantes, e proclamou, com a Revolução Belga, a independência da Bélgica;

II. A Revolução polonesa pela independência da Rússia foi massacrada, apesar do apoio francês; III. Na península itálica, uma série de rebeliões contra o absolutismo e o papa se desencadearam, mas logo foram reprimidas pela Áustria; IV. Após uma série de rebeliões na região da Prússia, o governo austríaco aceita a criação do Zollverein;

3

História A primavera dos povos de 1848: A Revolução Francesa de 1848: Apesar do reinado de Luís Filipe ter marcado uma série de conquistas para a alta burguesia e uma fase de industrialização na França, as tendências opositoras não paravam de crescer e se organizar. Pela burguesia, o republicanismo e o bonapartismo cresciam novamente, sendo o último ligado, agora, a Luís Bonaparte, enquanto, nas classes populares, sobretudo entre os operários, aumentava cada vez mais as vozes que discursavam sobre o anarquismo e o socialismo (o Manifesto Comunista de Karl Marx foi publicado em 1848). Logo, a tensão entre classes e grupos diferentes, a fome e a alta dos preços gerados pelas colheitas precárias de 1846 e o autoritarismo de Luís Filipe, que ainda mantinha o voto censitário, foram essenciais para organizar a população, com apoio da Guarda Nacional, em uma série de revoltas nas ruas de Paris. As revoltas, ocorridas em julho de 1848 levaram à demissão o ministro Guizot e, logo em seguida, a fuga de Luís Filipe para a Inglaterra, deixando o trono vago. A revolução realizada na França, mais uma vez, disseminou seus ideais pela Europa, influenciando uma série de novos movimentos que ficaram conhecidos como a Primavera dos Povos de 1848 (Itália, Hungria, Alemanha, Áustria). Enfim, apesar de inicialmente vitoriosos nas ruas, no campo administrativo os liberais e socialistas que participaram do movimento em Paris não obtiveram o mesmo sucesso. Durante o governo provisório instalado, medidas como a declaração do sufrágio universal, o fim da pena de morte e as chamadas Oficinas Nacionais (garantiam empregos aos desempregados) foram criados, mas as divergências entre os operários e a baixa burguesia (maioria socialista e liberal radical) contra a alta burguesia (conservadores e liberais moderados) logo se itensificou, retomando o caos nas ruas. No entanto, desta vez, as revoltas foram massacradas pelo general Carvaignac, que fechou as Oficinas Nacionais, suspendeu os direitos individuais, executou mais 3.000 revoltosos e exiliou outros 1500 para as colônias. O novo governo de Cavaignac, baseado no autoritarismo e nas perseguições garantiu os interesses da alta burguesia e, por fim, abriu espaço para a restauração do bonapartismo na França, desta vez, com Luís Bonaparte (sobrinho de Napoleão I), eleito em 10 de dezembro de 1848, iniciando a Segunda República Francesa.

4

História Exercícios 1.

"O século dezenove produziu um fenômeno sem precedentes nos anais da civilização ocidental, a saber, uma paz que durou cem anos (...) sob formas variadas e ideologias mutáveis (...) o resultado conseguido era sempre o mesmo, e a paz foi preservada" POLANYI, K. A grande transformação.

Numa das tentativas mais conhecidas de preservar a paz no século XIX e promover a chamada "Restauração" após as guerras napoleônicas, realizou-se o Congresso de Viena e criou-se a Santa Aliança, em relação aos quais é CORRETO afirmar:

2.

a)

com o firme propósito de evitar grandes conflitos, a Santa Aliança sempre orientou os governos restauradores no sentido de buscarem, através de negociações pacíficas, um acordo com os insurgentes da década de 20;

b)

os congressistas de Viena consideravam o maior desafio do período da Restauração a supressão das revoluções, que ameaçavam a realização dos ideais liberais;

c)

apesar dos objetivos pacifistas, "restauradores" e de manutenção da ordem por parte do "Congresso", ocorreram várias alterações nas condições internas e externas de potências e Impérios no decorrer do século XIX;

d)

o Congresso de Viena marca o início de um período de cem anos de ausência total de conflitos envolvendo nações ocidentais;

e)

ao lado do objetivo maior de preservar a paz, a emancipação das pequenas nacionalidades reunidas no Império austro-húngaro estava entre as principais metas do Congresso de Viena

Tão logo pisei na rua, pela primeira vez respirei o ar das revoluções: o meio da via pública estava deserto, as lojas não estavam abertas [...]. As barricadas estavam sendo construídas com arte e por um número pequeno de homens, que trabalhavam com muito cuidado. Não agiam como culpados, perseguidos pelo medo de serem flagrados em delito, mas com o aspecto de bons operários que querem completar o trabalho rapidamente e da melhor forma [...]. Somente o povo portava armas, guardava os locais públicos, vigiava, comandava, punia. Era uma coisa extraordinária e terrível ver, nas mãos unicamente dos que nada tinham, toda aquela imensa cidade, cheia de tantas riquezas, ou melhor, aquela grande nação, porque, graças à centralização, quem reina em Paris comanda a França. E assim, foi imenso o terror de todas as demais classes. O texto refere-se aos movimentos democráticos de 1848 na Europa, a respeito dos quais podemos afirmar CORRETAMENTE que: a)

constituíram-se numa série de revoltas às quais se juntavam trabalhadores e burgueses contra o Antigo Regime.

b)

tiveram pouco significado histórico porque, além de sua curta duração, ficaram restritos à França.

c)

foram um conjunto de revoltas de iniciativa exclusivamente popular, contra o Golpe do 18 Brumário de Napoleão Bonaparte.

d)

compuseram uma série de movimentos que eclodiram em toda a Europa, cuja reivindicação principal era mudar a forma de governo de autocrática para democrática.

e)

significaram revoluções autênticas, de inspiração socialista, com ampla mobilização popular, visando à mudança da ordem social.

5

História 3.

O Congresso de Viena, concluído em 1815, após a derrota de Napoleão Bonaparte, baseou-se em três princípios políticos fundamentais. Assinale a opção que apresenta corretamente esses princípios: a) Liberalismo, democracia e industrialismo. b) Socialismo, totalitarismo e controle estatal. c) Restauração, legitimidade e equilíbrio europeu. d) Conservadorismo, tradicionalismo e positivismo. e) Constitucionalismo, federalismo e republicanismo.

4.

"As revoluções de 1848(...) tiveram muito em comum, não apenas pelo fato de terem ocorrido quase simultaneamente, mas também porque seus destinos estavam cruzados, todas possuíam um estilo e sentimento comuns, uma atmosfera curiosamente romântico-utópica e uma retórica similar, (...) Era a 'primavera dos povos' - e, como primavera, não durou." HOBSBAWM, Eric J. "A Era do capital". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 33.

A chamada "Primavera dos Povos", por sua amplitude e radicalidade, apresentou-se como uma enorme esperança de mudanças políticas e sociais no continente europeu e até fora dele (influência na Revolução Praieira em Pernambuco). A opção que caracteriza corretamente um dos movimentos revolucionários daquele período, é:

5.

a)

Em 1848, a rebelião popular em Viena não conseguiu depor o ministro Metternich, dado o apoio do Império Russo ao governo conservador.

b)

Na França, a partir da Revolução de Fevereiro, formou-se um governo com a participação de socialistas, responsável pela criação das Oficinas Nacionais.

c)

Influenciada pela rebelião ocorrida em Viena, a Lombardia-Veneza rebelou-se contra os austríacos, com sucesso, tornando-se o centro do processo de unificação italiana.

d)

d) Como resistência à invasão prussiana, operários franceses tomaram as ruas e ocuparam as prefeituras das cidades, gerando o movimento da Comuna da Paris, primeiro governo socialista vitorioso da história da humanidade.

e)

Na França, a classe média com o apoio dos camponeses pequenos-proprietários se rebelou contra Luís Bonaparte, que, apoiado pela burguesia, deu golpe de Estado e implantou uma ditadura.

"A nova onda se propagou rapidamente por toda a Europa. Uma semana depois da queda de Luís Filipe I, o movimento revolucionário tomou conta de uma parte da Alemanha e, em menos de um mês, já estava na Hungria, passando pela Itália e pela Áustria. Em poucas semanas, os governos dessa vasta região foram derrubados, e supostamente se inaugurava uma nova etapa da História europeia, a Primavera dos Povos". Luiz Koshiba, "História - origens, estruturas e processos"

O texto faz referência: a)

à Belle Epoque.

b)

às Revoluções de 1848.

c)

à Restauração de 1815.

d)

à Guerra Franco-Prussiana.

e)

às Revoluções liberais de 1820.

6

História 6.

Um dos primeiros movimentos artísticos, que surge em reação ao Neoclassicismo do século XVIII, é o Romantismo, historicamente situado entre 1820 e 1850. Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista.

a)

b)

c)

e)

d)

7.

A Independência do Brasil, em 1822, foi fruto de uma série de fatores cujo ponto de partida se pode localizar na vinda da família real para o Brasil, em 1808. Com a Corte no Brasil e a sede da monarquia para cá transmutada, deflagrou-se uma verdadeira inversão de papéis, tornando-se Portugal uma “colônia de uma colônia sua”. A tentativa de Portugal de reverter essa situação e tornar-se novamente metrópole do Brasil foi revelada de forma mais contundente através da: a) Inconfidência Mineira, de 1789. b) Revolução do Porto, de 1820. c) Revolução Pernambucana, de 1817. d) Revolução Francesa, de 1789. e) Revolução Praieira, de 1848.

7

História 8.

“Houve três ondas revolucionárias principais no mundo ocidental entre 1815 e 1848. [...] A primeira ocorreu em 1820-24. Na Europa, ela ficou limitada principalmente ao Mediterrâneo, com a Espanha e Portugal (1820), Nápoles (1820) e a Grécia (1821) como seus epicentros. Fora a grega, todas essas insurreições foram sufocadas. A Revolução Espanhola reviveu o movimento de libertação na América Latina, que tinha sido derrotado após um esforço inicial, ocasionado pela conquista da Espanha por Napoleão em 1808, e reduzido a alguns refúgios e grupos. [...] A segunda onda revolucionária ocorreu em 1829-34, e afetou toda a Europa a oeste da Rússia e o continente norte-americano, pois a grande época de reformas do presidente Andrew Johnson (1829-37), embora não diretamente ligada aos levantes europeus, deve ser entendida como parte dela. Na Europa, a derrubada dos Bourbon na França estimulou várias outras insurreições. [...] A onda revolucionária de 1830 foi, portanto, um acontecimento muito mais sério do que a de 1820. De fato, ela marca a derrota definitiva dos aristocratas pelo poder burguês na Europa Ocidental. [...] A terceira e maior das ondas revolucionárias, a de 1848, foi o produto dessa crise. Quase que simultaneamente, a revolução explodiu e venceu (temporariamente) na França, em toda a Itália, nos Estados alemães, na maior parte do império dos Habsburgo e na Suíça (1847). De forma menos aguda, a intranquilidade também afetou a Espanha, a Dinamarca e a Romênia; de forma esporádica, a Irlanda, a Grécia e a Grã-Bretanha. Nunca houve nada tão próximo da revolução mundial com que sonhavam os insurretos do que essa conflagração espontânea e geral [...]. O que em 1789 fora o levante de uma só nação era agora, assim parecia, ‘a primavera dos povos’ de todo um continente”. HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções: Europa, 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. (adaptado)

Os resultados dos processos revolucionários na Europa, no período caracterizado como Era das Revoluções (1789-1848) pelo historiador citado, podem ser sintetizados pela seguinte afirmativa: a) foram devastadoras para a nobreza feudal remanescente, as ondas revolucionárias, pois permitiram a ascensão de radicais burgueses que combateram e eliminaram todos os resquícios do Antigo Regime, do Absolutismo e do poder da Igreja na Europa. b) as ondas revolucionárias enfrentaram as forças de conservação do Antigo Regime, levando a burguesia à classe governante, ainda não ameaçada pelo sufrágio universal, embora constantemente incomodada pelas agitações populares. c) houve três movimentos revolucionários distintos na Europa da primeira metade do século XIX, marcados pela ascensão do liberalismo e do socialismo, seguida pela luta do movimento constitucionalista e pela proposta democrática de sufrágio universal, respectivamente. d) embora separados por anos, os movimentos revolucionários, no conjunto, não apresentaram diferenças marcantes, pois exigiam liberdades individuais e procuravam derrubar os reis a fim de instalar governos democráticos e socialistas. e) eram movimentos conservadores que buscavam manter o sistema e práticas do antigo regime através de revoltas contra o crescimento do anarquismo e do socialismo cada vez mais forte na Europa e nas áreas periféricas.

9.

Na independência de países da América Latina, da Bélgica, da Grécia e da Bulgária, e nas unificações italianas e alemã, esteve presente o: a) Marxismo, que se constituiu em elementos aglutinador dos partidários das revoluções. b) Nacionalismo, que figurou como força revolucionária no século XIX. c) Iluminismo, que representou a base ideológica dos movimentos reacionários de restauração. d) Liberalismo, que serviu de sustentação para o retorno à velha ordem econômica do século XVIII. e) Bonapartismo, que representou o apoio dos setores militares às lideranças

8

História 10. “Signos infalíveis anunciam que, dentro de poucos anos, as questões das nacionalidades, combinadas com as questões sociais, dominarão sobre todas as demais no continente europeu.” Henri Martin, 1847.

Tendo em vista o que ocorreu século e meio depois dessa declaração, pode-se afirmar que o autor a)

estava desinformado, pois naquele momento tais questões já apareciam como parcialmente resolvidas em grande parte da Europa.

b)

soube identificar, nas linhas de força da história europeia, a articulação entre intelectuais e nacionalismo.

c)

foi incapaz de perceber que as forças do antigo regime eram suficientemente flexíveis para incorporar e anular tais questões.

d)

demonstrou sensibilidade ao perceber que aquelas duas questões estavam na ordem do dia e como tal iriam por muito tempo ficar.

e)

exemplificou a impossibilidade de se preverem as tendências da história, tendo em vista que uma das questões foi logo resolvida.

9

História Gabarito 1.

C O Congresso não pôde conter o avanço das ideias liberais na Europa.

2.

E Os movimentos de 1848 tentaram uma ruptura com a ordem vigente, já que estes tinham inspiração socialista.

3.

C O Congresso de Viena foi criado, com um caráter antiliberal, com o intuito de restaurar a ordem que vigorava antes de Napoleão e suas invasões, além de dar legitimidade aos monarcas que foram depostos por ele firmando um pacto de equilíbrio entre as potências europeias.

4.

B Os movimentos de 1848, diferentemente dos anos anteriores, teve forte influência socialistas, devido a isso é denominado como “primavera dos povos”.

5.

B A Primavera dos Povos simboliza a mobilização de classes populares, marco do século XIX.

6.

A O quadro que se chama “A Liberdade Guiando o Povo” representa a vitória dos revoltosos em 1830 com a queda de Carlos I.

7.

B A eclosão da Revolução do Porto demonstrava a insatisfação dos portugueses com a presença da Família Real no continente americano, uma vez que com a mudança da Corte modifica-se o eixo de importância entre a metrópole e a colónia portuguesa.

8.

B A onda de revoluções no século XVIII já apontavam para o esgotamento do sistema do Antigo Regime, durante o século XIX diversas revoluções vão eclodir com ideais de liberdade e individualismo, muito caros a Burguesia.

9.

B Durante o século XIX vários movimentos pela independência vão eclodir tendo como força motriz o sentimento nacionalista.

10. D O nacionalismo exacerbado foi uma das principais causas das duas Grandes Guerras Mundiais.

10

História O período Joanino (1808-1821) Resumo O bloqueio continental Em 1806, o crescimento econômico e militar da França de Napoleão Bonaparte encontrava na força do Império Britânico uma resistente barreira. Apesar das vitórias francesas contra as coligações, a poderosa marinha inglesa venceu Napoleão Bonaparte na Batalha de Trafalgar, em 1805, impedindo o desejo francês de se tornar a maior economia do mundo. Assim, em 1806, evitando outro conflito direto entre as duas potências e visando sufocar a economia da Inglaterra através do isolamento da ilha britânica, Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental, impedindo que a Inglaterra realizasse comércio com outros países e punindo aqueles que continuassem recebendo em seus portos os navios ingleses. Nessa conjuntura, Portugal, sob ameaça de Napoleão (que já havia dominado a Espanha) e extremamente dependente da economia inglesa e dos acordos comerciais feitos no passado, precisou encontrar uma forma de superar o bloqueio e proteger a família real contra os ataques franceses. Assim, uma série de propostas de defesa foram analisadas, até mesmo a possibilidade de uma guerra e da transferência para a colônia apenas de Pedro de Alcântara, o herdeiro. No entanto, com a proposta inglesa de enviar tropas para defenderem Portugal e navios para escoltarem a transferência de toda a Corte portuguesa para o Rio de Janeiro, o príncipe regente D. João optou pelo acordo com os ingleses, cedendo assim uma série de benefícios para os ingleses na colônia. Com a família real lançada ao mar, e o trono vazio em Portugal, o militar inglês William Bresford se tornou o responsável por comandar o exército português e defender o país contra os ataques de Napoleão.

A transferência da Família Real Entre os dias 25 e 29 de novembro de 1807, os navios embarcaram de Portugal para o Brasil carregando cerca de 15.000 súditos escoltados pela frota britânica, comandada pelo Capitão Graham Moore. Dentre os navegantes se encontravam D. João, D. Maria e o Príncipe da Beira, herdeiro do trono, Pedro de Alcântara. A parada inicial na Bahia, com desembarque no dia 24 de janeiro de 1808, já demonstrou a primeira grande mudança da colônia com a chegada da Família Real, pois, na curta estadia, D. João de Bragança assinou o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, considerado por muitos o primeiro passo para a independência do Brasil. O decreto marcou o fim do chamado exclusivo metropolitano, beneficiando amplamente os comerciantes ingleses, nos portos brasileiros. Vale destacar que as relações entre Portugal e Inglaterra, assim como os benefícios ingleses só se ampliaram a partir desse decreto, visto que, em 1810, também foram assinados o Tratado de Comércio e Navegação (que garantia a tarifa de 15% para produtos ingleses que entravam no Brasil, enquanto os lusitanos pagavam 16% e outras nações amigas 24%) e o Tratado de Aliança e Amizade (que ampliava as relações militares e comerciais entre Portugal e Inglaterra, exigindo, inclusive, o comprometimento português com o fim gradativo da escravidão na colônia).

1

História Esses acordos, inclusive, foram responsáveis por inviabilizar o próprio desenvolvimento manufatureiro da colônia, visto que, ainda em 1810, D. João também havia revogado o alvará de 1785, que proibia o estabelecimento de manufaturas e indústrias no Brasil, mas, os produtos brasileiros não conseguiram competir com a entrada em massa dos ingleses. Enfim, após a estadia na Bahia, a corte portuguesa desembarcou no Rio de janeiro no dia 8 de março de 1808, hospedando-se em diversas locações da cidade, como o convento das carmelitas e outros prédios que foram cedidos por seus proprietários ou confiscados previamente pela Coroa com a marcação “P.R” nas portas, indicando que seria cedido ao Príncipe Regente (na cultura popular, a sigla recebeu o significado de “Ponhase na rua”). Deste modo, a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil trouxe uma série de mudanças para a colônia, modernizando a cidade do Rio de Janeiro e criando mecanismos e instituições que facilitariam a vida da Corte no Brasil. Dentre as novidades, podemos citar a criação da Imprensa Régia e a abertura de tipografias para a produção de jornais, a fundação do Banco do Brasil, a abertura de escolas de medicina, a elevação da colônia à Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, ajudou na vinda da missão artística francesa e a criação do Jardim Botânico, Museu Real, Biblioteca Real, Academia de Belas Artes e outros.

Os conflitos internos e externos Apesar da transferência da Família Real portuguesa ter representado uma estratégia de proteção contra as tropas francesas, na colônia, o príncipe regente enfrentou alguns conflitos internos e externos, sendo no caso internacional, os principais: a invasão da Guiana Francesa em 1809, que foi dominado por Portugal até 1817 e a invasão da Cisplatina em 1811. No interior da colônia a situação também não era pacífica, visto que os privilégios portugueses nas distribuições de cargos, o aumento de impostos em Pernambuco (dinheiro que era enviado para o Rio de Janeiro) e o foco de investimentos na capital deixou parte da elite colonial insatisfeita, sobretudo em Pernambuco. Assim, influenciados pelos pensamentos iluministas e liberais, uma parcela da população pernambuca, principalmente os ligados à elite agrária e ao comércio, que frequentavam as lojas maçônicas, se rebelaram no dia 6 de março de 1817, na chamada Revolução Pernambucana, que emancipou a capitania e criou a primeira experiência republicana no Brasil. A nova república contou com forte apoio popular nas manifestações e teve caráter liberal, instituindo a divisão dos 3 poderes, a liberdade de imprensa e abolindo as tarifas joaninas, no entanto, manteve a escravidão e as desigualdades sociais. O movimento também contou com graves desentendimentos internos, o que enfraqueceu a revolução e facilitou a repressão ordenada pela Coroa. Por fim, o estabelecimento da Corte portuguesa no Brasil também movimentou grupos insatisfeitos em Portugal que, com o fim das ameaças napoleônicas, passaram a reivindicar o retorno da Família Real portuguesa e uma série de mudanças, insatisfações essas que se desenrolaram na chamada Revolução Liberal do Porto, de 1820. Este evento, liderado pela burguesia portuguesa, configurou-se como uma das grandes revoluções de caráter liberal na Europa no século XIX e impactou diretamente no processo de independência do Brasil.

2

História Exercícios 1.

(ENEM 2010) “Eu, o Príncipe Regente, faço saber aos que o presente Alvará virem: que desejando promover e adiantar a riqueza nacional, e sendo um dos mananciais dela as manufaturas e a indústria, sou servido abolir e revogar toda e qualquer proibição que haja a este respeito no Estado do Brasil”. Alvará de liberdade para as indústrias 1º de Abril de 1808. In: Bonavides, P.; Amaral, R. Textos políticos da História do Brasil. Vol. 1. Brasília: Senado Federal, 2002, adaptado.

O projeto industrializante de D. João, conforme expresso no alvará, não se concretizou. Que características desse período explicam esse fato?

2.

a)

A ocupação de Portugal pelas tropas francesas e o fechamento das manufaturas portuguesas.

b)

A dependência portuguesa da Inglaterra e o predomínio industrial inglês sobre suas redes de comércio.

c)

A desconfiança da burguesia industrial colonial diante da chegada da família real portuguesa.

d)

O confronto entre a França e a Inglaterra e a posição dúbia assumida por Portugal no comércio internacional.

e)

O atraso industrial da colônia provocado pela perda de mercados para as indústrias portuguesas.

(ENEM 2010) Em 2008 foram comemorados os 200 anos da mudança da família real portuguesa para o Brasil, onde foi instalada a sede do reino. Uma sequência de eventos importantes ocorreu no período 1808-1821, durante os 13 anos em que D. João VI e a família real portuguesa permaneceram no Brasil. Entre esses eventos, destacam-se os seguintes: Bahia – 1808: Parada do navio que trazia a família real portuguesa para o Brasil, sob a proteção da marinha britânica, fugindo de um possível ataque de Napoleão. Rio de Janeiro – 1808: desembarque da família real portuguesa na cidade onde residiriam durante sua permanência no Brasil. Salvador – 1810: D. João VI assina a carta régia de abertura dos portos ao comércio de todas as nações amigas, ato antecipadamente negociado com a Inglaterra em troca da escolta dada à esquadra portuguesa. Rio de Janeiro – 1816: D. João VI torna-se rei do Brasil e de Portugal, devido à morte de sua mãe, D. Maria I. Pernambuco – 1817: As tropas de D. João VI sufocam a revolução republicana. GOMES. L. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2007 (adaptado)

Uma das consequências desses eventos foi: a) a decadência do império britânico, em razão do contrabando de produtos ingleses através dos portos brasileiros, b) o fim do comércio de escravos no Brasil, porque a Inglaterra decretara, em 1806, a proibição do tráfico de escravos em seus domínios. c) a conquista da região do rio da Prata em represália à aliança entre a Espanha e a França de Napoleão. d) a abertura de estradas, que permitiu o rompimento do isolamento que vigorava entre as províncias do país, o que dificultava a comunicação antes de 1808. e) o grande desenvolvimento econômico de Portugal após a vinda de D. João VI para o Brasil, uma vez que cessaram as despesas de manutenção do rei e de sua família.

3

História 3.

Não corram tanto ou pensarão que estamos fugindo! REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL. Rio de Janeiro, ano 1, n. 1, jul. 2005. p. 24.

Preferindo abandonar a Europa, D. João procedeu com exato conhecimento de si mesmo. Sabendo-se incapaz de heroísmo, escolheu a solução pacífica de encabeçar o êxodo e procurar no morno torpor dos trópicos a tranquilidade ou o ócio para que nasceu. MONTEIRO, Tobias. História do Império: a elaboração da Independência. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1981. p. 55 (Adaptação).

O embarque da família real para o Brasil, em 1807, deu origem a contraditórias narrativas. A frase anterior, atribuída à rainha D. Maria I, tornou-se popular, passando a constituir uma versão narrativa ainda vigorosa. Nos anos de 1920, os estudos sobre a Independência refizeram o percurso do embarque, assegurando uma interpretação republicana sobre esse acontecimento, tal como exemplificado no trecho do jornalista e historiador Tobias Monteiro. Sobre essa versão narrativa em torno do embarque, pode-se dizer que pretendia:

4.

a)

conquistar a simpatia da Inglaterra, ressaltando a importância do apoio inglês no translado da Corte portuguesa para o Brasil.

b)

associar a figura do rei ao pragmatismo político, demonstrando que o deslocamento da Corte era um ato de enfrentamento a Napoleão.

c)

ridicularizar o ato do embarque, agregando à interpretação desse acontecimento os elementos de tragédia, comicidade e ironia.

d)

culpabilizar a rainha pela decisão do embarque, afirmando-lhe o estado de demência lamentado por seus súditos.

e)

explicar o financiamento do ócio real por parte da colônia, comprovando que o embarque fora uma estratégia articulada pelo rei.

No Brasil colonial, noções de medicina e saúde eram estudadas em Colégios da Companhia de Jesus, onde também foram incorporados conhecimentos sobre utilização terapêutica de plantas nativas. Os jesuítas tornaram-se os verdadeiros enfermeiros e médicos da Colônia, somando-se a outros agentes de cura, como físicos, cirurgiões, barbeiros e boticários. Mas as primeiras escolas médicas foram, efetivamente, criadas no Brasil, pelo Príncipe Regente D. João. Foram elas: a) Escola de Cirurgia da Bahia e Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, ambas em 1808. b) Escola de Saúde Joana Angélica, na Bahia, e Escola de Enfermagem Ana Neri, no Rio de Janeiro, ambas em 1810. c) Escola de Anatomia da Bahia e Escola de Belas Artes e Anatomia, no Rio de Janeiro, ambas em 1816. d) Real Academia de Cirurgia da Bahia e Academia Real de Saúde, Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, ambas em 1821. e) Escola de Farmácia de Ouro Preto e Escola Politécnica do Rio de Janeiro, ambas em 1870.

4

História 5.

A região fazia parte do território brasileiro como Província Cisplatina. Em 1825, Lavalleja, à frente de um exército de guerrilheiros, tomou a região e a proclamou independente do Brasil anunciando publicamente sua ligação com a Argentina. Em dezembro desse ano, o Brasil e a Argentina entraram em uma guerra que se prolongou até 1828, quando acabaram reconhecendo a formação de um novo país independente, a República Oriental do Uruguai. (Antonio Pedro. História do Brasil)

Originalmente localizada em área colonizada pela Espanha, a Cisplatina havia sido incorporada ao Reino Unido de Portugal e Brasil:

6.

a)

quando foi conquistada pela política expansionista de D. João VI;

b)

quando foi conquistada pela ação dos bandeirantes;

c)

graças ao Tratado do Pardo, de 1750, e a ação de Alexandre de Gusmão;

d)

graças a assinatura do Tratado de Santo Ildefonso;

e)

como resultado das seguidas intervenções brasileiras na região platina durante o governo de D. Pedro I.

O certo é que se os marcos cronológicos com que os historiadores assinalam a evolução social e política dos povos se não estribassem unicamente nos caracteres externos e formais dos fatos, mas refletissem a sua significação íntima, a independência brasileira seria antedatada de quatorze anos (…). (Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil – Colônia e Império)

De acordo com o autor, a independência poderia ser antedatada porque a) a abertura dos portos, com a instalação da Corte no Brasil, acabou com o monopólio de comércio, elemento principal do Pacto Colonial. b) a elevação do Brasil a Reino Unido, como sede do governo, eliminou a influência portuguesa sobre as estruturas administrativas. c) o príncipe regente D. Pedro defendia, na verdade, os interesses da burguesia mercantil lusitana e não os da elite fundiária brasileira. d) o fato conhecido como Grito do Ipiranga foi uma trama da aristocracia rural, que desejava apoiar a política das Cortes portuguesas. e) o rompimento definitivo com a dominação portuguesa ocorreu quando D. João VI concedeu vantagens comerciais à Inglaterra.

5

História 7.

Nas primeiras décadas do século XIX, ocorreu uma verdadeira “redescoberta do Brasil”, como identificou Mary Pratt, graças à ação de inúmeros Viajantes europeus, bem como às Missões Artísticas e Científicas que percorreram o território, colhendo diversas informações sobre o que aqui existia. Foram registrados os diversos grupos humanos encontrados, legando-nos um retrato de diversos tipos sociais. Rica e fundamental foi a descrição que fizeram da Natureza, revelando ao mundo diferenciadas flora e fauna. Entretanto, até o início dos oitocentos, os estrangeiros foram proibidos de percorrer as terras brasileiras, e eram quase sempre vistos como espiões e agentes de outros países. O grande afluxo de artistas e cientistas estrangeiros ao Brasil está ligado: a) À política joanina, no sentido de modernizar o Rio de Janeiro, inclusive com o projeto de criar uma escola de ciências, artes e ofícios; b) À pressão exercida pela Inglaterra, para que o governo de D. João permitisse a entrada de cientistas e artistas no Brasil; c) À transferência da capital do Império Português de Salvador para o Rio de Janeiro, modificando o eixo econômico da Colônia; d) À reafirmação do pacto colonial, em função das proposições liberais da Revolução do Porto; e) À política de vários países europeus, que buscavam ampliar o conhecimento geral sobre o mundo, na esteira do humanismo platônico.

8.

A vinda da Corte para o Brasil marca a primeira ruptura definitiva do Antigo Sistema Colonial. (Fernando A Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1981. p. 298)

A ruptura a que o autor se refere estava intimamente relacionada, dentre outros fatores, à decisão da Coroa portuguesa de: a) conceder liberdade para o estabelecimento de fábricas nas cidades brasileiras. b) interromper o comércio de escravos praticado entre a colônia e a Inglaterra. c) proibir o comércio de manufaturas feito entre a colônia e a burguesia inglesa. d) romper os laços comerciais com a Inglaterra por exigência dos franceses. e) abrir os portos brasileiros ao livre-comércio com as “nações amigas”.

9.

No ano de 1808, a Corte portuguesa instalou-se no Brasil. A partir desse momento, um processo de desenvolvimento científico-cultural ocorreu, com a fundação de instituições, como Biblioteca Pública e Imprensa Régia. Também foram criados, com o passar do tempo, diferentes cursos, como o da Academia Real Militar e da Faculdade de Medicina. Marque a alternativa que demonstra o principal objetivo do governo ao instituir o desenvolvimento desses cursos.: a) Fortalecer o sistema público da educação brasileira, existente desde a fundação das primeiras vilas. b) Fortificar a colônia contra os ataques das esquadras inglesas, formando quadros para o exército. c) Desenvolver novas tecnologias para a crescente indústria portuguesa. d) Controlar a imprensa local através da censura. e) Formar recursos humanos para atender às necessidades da Corte.

6

História 10. A corte e a presença do soberano constituirão um ponto de referência e atração que centraliza no Rio de Janeiro a vida política, administrativa e financeira da monarquia. Caio Prado

Podem ser consideradas consequências dessa conjuntura para a História brasileira: a)

A não intervenção do governo de D. João VI nas questões platinas, em virtude do isolamento adotado pela Corte.

b)

A preservação das condições coloniais, sobretudo o monopólio e a proibição de produção de manufaturas no Brasil.

c)

A inversão brasileira, já que, com a Abertura de Portos, a imprensa, o ensino superior, a circulação de ideias e a liberdade industrial, encaminhava-se o Brasil para a independência, enquanto a metrópole declinava, mergulhada na crise econômica e política.

d)

O movimento liberal em Portugal favorável à independência brasileira.

e)

Um período absolutamente tranquilo, sem nenhuma revolta interna ou diferenças entre lusos e brasileiros.

7

História Gabarito 1.

B Apesar da permissão às indústrias, a entrada de mercadorias inglesas dificultou o desenvolvimento da indústria nacional.

2.

C Com a invasão de Napoleão ao território espanhol, Portugal aproveita a rivalidade que tem com a França para começar a ocupar os territórios colônias que pertenciam a Espanha, como a região do Rio do Prata.

3.

C Ambos os trechos retratavam de forma irônica a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil depois do bloqueio continental.

4.

A Após desembarcar nos territórios coloniais, uma das primeiras medidas de D. João foi criar uma faculdade de medicina em Salvador e uma no Rio de Janeiro após se estabelecer aqui.

5.

A A política marca é um indício do que podemos chamar de “Imperialismo brasileiro”.

6.

A A permissão do comércio com a Inglaterra, através da abertura dos portos, quebra a principal característica do pacto colonial: a exclusividade do comércio entre colônia e metrópole.

7.

A D. João foi um entusiasta da ciência e das artes e desejava modernizar a colônia, para isso recebeu inúmeras missões estrangeiras.

8.

E A abertura do porto as nações amigas significaram efetivamente a quebra do pacto colonial.

9.

E A chegada da família real portuguesa levou a uma série de obras de urbanização e embelezamento na cidade do Rio de Janeiro, além da criação de faculdades para atender a nova demanda com a chegada da corte.

10. C A capital do império português no Rio de Janeiro e a autonomia dada ao Brasil possibilitou uma maior infraestrutura material e ideológica para a independência.

8

Matemática Função composta Resumo Função composta Função composta é aquela que tem como abscissa a imagem de outra função.

Ou seja, a abscissa de g (x) é a imagem de f (x). Observe como isso funciona:

Condição de existência Para que haja a função composta da função g com a função f, o domínio de g deve ser igual ao contradomínio de f. Repare que no esquema anterior, f tem como domínio o conjunto A e contradomínio o conjunto B. Já a função g tem como domínio o conjunto B e contradomínio o conjunto C. Ou seja, o domínio de g é igual ao contradomínio de f.

Determinação da função composta Partimos do exemplo de duas funções f (x) = x + 1 e g (x) = 2x. Calcular f [g(x)] significa encontrar a lei de formação da função composta de g com f. Tendo como base as funções do exemplo, usamos o passo a passo abaixo: Partimos de f (x) = x + 1 Em seguida, substituímos x por g (x):

Enfim, como g (x) = 2x, temos:

1

Matemática Exercícios 1.

A função f tem lei de formação f (x) = 3 - x e a função g tem lei de formação g (x) = 3x². Um esboço do gráfico da função f (g(x)) é dado por:

a)

b)

2.

c)

d)

Em uma disciplina o número de alunos reprovados por ano é descrito pela função g (t), em que t é dado em anos. Considerando f (g (t)) = √2t + 1 e f (t) = √t -2

é possível afirmar que a função g (t) é:

a) b) c) d)

2

Matemática 3.

Considere as funções f (x) =

x2 2

+ b e g(x) = x + k com b e k , números reais. Sabendo que f(g (-5)) = g(-

2) e que g (f(-2)) = 12 , o valor de f (-4) é igual a:

4.

5.

a)

14

b)

11

c)

10

d)

7

e)

3

Sabe-se a)

4

b)

3

c)

2

d)

1

e)

0

que . Desta forma, pode-se afirmar que f (-1) vale:

Seja a função h (x) definida para todo número real x por:

Então, h (h(h(0))) é igual a:

6.

a)

0

b)

2

c)

4

d)

6

e)

8

Considere a função afim f (x) = ax + b, f (x) definida para todo número real x, onde a e b são números reais. Sabendo que f (4) = 2, podemos afirmar que f (f (3) + (5)) é igual a: a)

5

b)

4

c)

3

d)

2

3

Matemática 7.

8.

Dadas as funções f (x) = 2x - 1 e g (x) = x2 + 3x + c, o maior valor inteiro de c tal que a equação g (f(x)) = 0 apresente raízes reais é: a)

1

b)

2

c)

3

d)

4

Se a função f: ℝ – {2} → ℝ é definida g(x) = f(f(x)), então g(x) é igual a:

por e a função g: ℝ – {2} → ℝ é definida por

a) b)

9.

c)

2x

d)

2x + 3

e)

x

Sejam as funções f e g de ℝ em ℝ tais que f (x) = 2x + 1 e f (g(x)) = 2x2 - 9, o valor de g (-2) é igua l a: a)

0

b)

-1

c)

1

d)

-2

e)

3

10. Sabendo que a é um número real, considere a função f(x) = ax + 2, definida para todo número real x. Se f (f(1) = 1, então: a) a = –1. b) a = –1⁄2. c) a= 1⁄2. d) a = 1. e) a = - 2

4

Matemática Gabarito 1. A Tem-se que f(g(x)) = 3 – 3x2 = -3(x2 – 1) = -3(x - 1)(x + 1)

2. A

3. B

4. A

5. C Desde que h(0) = 21 = 2 temos, h (2) = √2-1 = 1 e, portanto, vem h(1) = 21+1 = 4. Portanto, a resposta é

5

Matemática 6. D

7. B

8. E

9. B 2g(x) + 1 = 2x2 – 9 g(x) = x2 – 5 g(-2) = (-2)2 – 5 = 4 – 5 = -1 10. A Sendo f(1) = a + 2, temos

6

Matemática Função inversa Resumo Função inversa Definimos função inversa (f -1) de uma função f do seguinte modo:

Ou seja, para todo par ordenado (a, b) pertencente à função f, existe um par ordenado (a, b) correspondente na função inversa f-1 .

Condição de existência A relação inversa de f : A → B é uma função f-1 : B → A, se e somente se, f é uma função bijetora.

Lei de formação Para encontrarmos a lei de formação de uma função inversa, devemos seguir os seguintes passos: I.

Na lei de formação de f, devemos trocar o y por x e o x por y.

II. Depois, devemos isolar o novo y. Ex: Vamos achar a inversa de f (x) = x + 1. y=x+1 x = y + 1 (trocando x por y e y por x) f(x)-1 = y = x -1

Gráfico O gráfico de uma f -1 é simétrico ao gráfico de f em relação à reta y = x, chamada de função identidade.

1

Matemática Exercícios 1.

2.

3.

Sabe-se que a função f(x) = a)

3

b)

4

c)

6

d)

12

e)

15

5

é inversível. Assim, f-1 (3) é

Seja f (x) uma função do primeiro grau que intercepta os eixos cartesianos nos pontos (0, 4) e (2, 0). O produto dos coeficientes da função inversa de f(x) é : a)

2.

b)

– 1.

c)

4.

d)

– 2.

e)

1.

O conjunto imagem de uma função inversível é igual ao domínio de sua inversa. Sendo f : A → B tal que f (x) =

4.

x+3

2x -1 x+1

a)

𝑅 − {1}

b)

𝑅 − {−1}

c)

𝑅 − {−2}

d)

𝑅 − {0}

e)

𝑅 − {2}

uma função real inversível, seu conjunto imagem é:

Se a função f : ℝ - {2} → ℝ* é definida por f(x) =

5 2-x

e f-1 sua inversa, então f-1 (-2) é igual a:

a) b) c) d)

e)

2

Matemática 5.

A função real de variável real definida por f(x) = expressa na forma g(x) =

2x + 2 4x + 1

x≠-

1 4

para é inversível. Sua inversa g pode ser

ax + b

, em que a, b, c e d são inteiros. Nessas condições a soma a + b + c cx + d + d é um número inteiro múltiplo de:

6.

a)

6

b)

5

c)

4

d)

3

e)

7

Considere o gráfico da função y = f(x) exibido na figura a seguir.

O gráfico da função inversa y = f-1 (x) é dado por a)

b)

d)

e)

c)

3

Matemática 7.

A função real de variável real definida por f(x) =

x+2 x-2

é inversível. Se f-1 é sua inversa, então, o valor

de [f(0) + f-1(0) + f-1(-1)]2 é

8.

9.

a)

1

b)

4

c)

9

d)

16

e)

18

Seja f: A → B uma função dada por f(x) = 2 – 2x, em que A = [-2, 4] e B = [-6, 6]. É verdade afirmar que: a)

a função f(x) não possui inversa.

b)

o domínio de f(x) é B.

c)

f(x) é bijetora.

d)

f (-2) = -6.

e)

a função inversa de f(x) é f-1(x) = 2x - 2

Dada a função bijetora f(x) =

3x + 2 x-1

, D(f) = ℝ - {1}, o domínio de f-1 (x) é

a) b) c) d) e)

4

Matemática 10. Na figura abaixo está representado o gráfico de uma função real do 1º grau f(x).

A expressão algébrica que define a função inversa de f(x) é:

a)

b) c)

y = 2x – 2

d)

y = - 2x + 2

e)

y = 2x + 2

5

Matemática Gabarito 1. D Se f possui inversa, então queremos calcular x tal que f(x) = 3. Assim, vem

2. B Seja f(x) = ax + b a lei da função afim cujo gráfico intersecta os eixos caretsianos nos pontos (0,4) e (0,2). Como o gráfico de f intersecta o eixo das ordenadas no ponto (0,4), segue que b = 4. Por outro lado, se (2,0) é o ponto de interseção com o eixo das abscissas, então 0 = a . 2 + 4  a = -2. Daí, f(x) = -2x + 4 e, assim, a lei da função f-1 é tal que x = -2y + 4  2y = -x + 4  f-1(x) = o produto pedido é igual a -

1 2

1 2

x +2. Portanto,

. 2 = -1.

3. E

4. B

5. C

6

Matemática 6. C Lembrando que o gráfico de uma função e o de sua inversa são simétricos em relação à reta y = x, seguese que o gráfico de y = f-1(x) é o da alternativa C. 7. C Tem-se que

8. C a) b) c) d)

Falsa, a função admite inversa, pois é bijetora. Falsa, o domínio de f(x) é A. Falsa, pois f(-2) = 6. Falsa, pois a função inversa de f é f-1(x) = (-x + 2)/2

9. A

10. C

7

Química Balanceamento redox Resumo Método da oxidorredução O método das tentativas em algumas reações redox não é muito prático, veja um passo-a-passo de como equilibrar esse tipo de reação: 1.

Determinar o nox dos elementos na equação;

2.

Identificar os elementos que sofreram oxidação e redução, encontrando a variação de nox de cada um (ex.: se um elemento tinha nox +2 e passou para +4, sua variação será igual a 2).

3.

Multiplicar o valor de cada variação encontrada pelo número de átomos dos elementos que sofreram a variação.

Obs1: Se os valores forem múltiplos (ex.: 9 e 6), devemos simplificá-los (9÷3, 6÷3). 4.

O valor da variação total do elemento que sofreu oxidação deve ser transportado para onde houve redução e vice-versa.

Obs2: A substância que deve receber o coeficiente é aquela que possui o maior número de átomos que efetivamente se oxidaram ou reduziram. 5.

Terminar o balanceamento pelo método da tentativa.

Veja o exemplo:

HNO3 + P4 + H2O → H3PO + NO +1 +5 +2

0

+1 +2

+1 +5 -2

+2 -2

O nox do nitrogênio era +5 e diminuiu para +2, ou seja, ele reduziu e sua variação será de 3. O nox do fósforo era 0 e aumentou para +5, portanto, ele oxidou. Sua variação será de 5. Temos 1 átomo de N, então, 1 x 3 = 3 (variação total). Temos 4 átomos de P, então, 4 x 5 = 20 (variação total). Agora é só colocar a total do N na frente do P que tiver maior número de átomos e a total do P na frente do N que tiver maior número de átomos (como, neste caso, o N dos reagentes tem o mesmo número do N dos produtos, colocamos o coeficiente na frente dos dois). Teremos, então:

20HNO3 + 3P4 + H20 → H3PO4 + 20NO Por fim faremos o balanceamento pelo método das tentativas.Se temos 12 P nos reagentes, devemos ter o mesmo nos produtos. Para isso, vamos colocar 12 na frente do H3PO4. Por fim, ficamos com 68 átomos de O nos produtos, clocando o 8 na frente da água igualamos as quantidades de oxigênio tanto nos produtos quanto nos reagentes. Pronto, sua equação já está balanceada.

20HNO3 + 3P4 + 8H20 → 12H3PO4 + 20NO

1

Química Exercícios 1.

O cobre é uma substância que possui elevado potencial de redução e no seu estado metálico sofre pouco em termos de oxidação frente a ácidos, não sendo oxidado pela maioria deles. Todavia, ele é oxidado na presença de ácido nítrico, conforme mostra a equação não balanceada de uma das possíveis reações:

Cu(s) + HNO3(aq) → Cu(NO3 )2(aq) + NO(g) + H2O( ) Após o balanceamento da equação com os coeficientes estequiométricos (menores números inteiros) a soma destes coeficientes será igual a

2.

a)

14

b)

18

c)

20

d)

24

e)

26

A respeito da equação iônica de oxirredução abaixo, não balanceada, são feitas as seguintes afirmações:

IO3− + HSO3− → I2 + SO42− + H+ + H2O I.

a soma dos menores coeficientes inteiros possível para o balanceamento é 17.

II.

o agente oxidante é o ânion iodato.

III. o composto que ganha elétrons sofre oxidação. IV. o Nox do enxofre varia de +5 para +6. Das afirmações acima, estão corretas somente a)

II e III.

b)

I e II.

c)

I e III.

d)

II e IV.

e)

I e IV.

2

Química 3.

O cobre metálico pode ser oxidado por ácido nítrico diluído, produzindo água, monóxido de nitrogênio e um sal (composto iônico). A reação pode ser representada pela seguinte equação química (não balanceada):

Cu(s) + HNO3(aq) → H2O( ) + NO(g) + Cu(NO3 )2(aq) A soma dos coeficientes estequiométricos (menores números inteiros) da equação balanceada, o agente redutor da reação e o nome do composto iônico formado são, respectivamente,

4.

a)

18; Cu; nitrato de cobre I.

b)

20; Cu; nitrato de cobre II.

c)

19; HNO3 ; nitrito de cobre II.

d)

18; NO; nitrato de cobre II.

e)

20; Cu; nitrato de cobre I.

Íons Fe2+ podem ser quantificados em uma reação de oxi-redução com íons MnO−4 padronizado em meio ácido. Uma vez balanceada a equação química abaixo, a soma dos menores coeficientes estequiométricos inteiros dos reagentes é:

MnO−4(aq) + Fe2+(aq) + H+(aq) → Mn2+(aq) + H2O + Fe3+(aq)

5.

a)

10

b)

3

c)

14

d)

5

e)

6

As fosfinas, PH3 , são precursoras de compostos empregados na indústria petroquímica, de mineração e hidrometalurgia. Sua obtenção é feita a partir do fósforo elementar, em meio ácido, sob elevada pressão, e a reação se processa de acordo com

P4 + H2O → PH3 + H3PO4 A soma dos menores valores inteiros dos coeficientes estequiométricos dessa equação corretamente balanceada é igual a a)

10.

b)

11.

c)

15.

d)

22.

e)

24.

3

Química 6.

A reação do iodato de potássio com bissulfito de sódio, em meio aquoso pode ser representada na sua forma iônica, sem os íons espectadores, como segue:

IO3−(aq) + HSO3−(aq) → I−(aq) + SO42−(aq) + H+(aq) No balanço de massa e no balanço de carga com os menores coeficientes inteiros, a relação entre as quantidades, em mol, da espécie oxidante e da espécie redutora é de:

7.

a)

1:1

b)

1:2

c)

1:3

d)

2:1

e)

2:3

Considerando as semirreações BiO3− + 6 H+ + 2e− → Bi3+ + 3 H2O e

Mn2+ + 4 H2O → MnO4− + 8 H+ + 5 e−, é correto afirmar que o coeficiente do íon MnO4− na reação global devidamente balanceada é a)

2.

b)

5.

c)

6.

d)

7.

e) 9.

8.

O fósforo branco (P4) é uma substância muito empregada para finalidades bélicas, na confecção de bombas incendiárias e granadas luminosas. Ele é obtido pelo aquecimento, em forno elétrico, de fosfato de cálcio, areia e coque. A equação química (não balanceada) é: Ca3 (PO4 )2 + SiO2 + C → CaSiO3 + CO + P4 Os coeficientes estequiométricos da equação, respectivamente, são: a)

1, 3, 2, 3, 2 e 1

b)

2, 6, 10, 6, 8 e 1

c)

1, 3, 5, 3, 5 e 1

d)

2, 6, 10, 6, 10 e 1

e)

4, 12, 20, 12, 10 e 1

4

Química 9.

O peróxido de hidrogênio dissolvido em água é conhecido como água oxigenada. O H2O2 é um agente oxidante, mas pode também atuar como agente redutor, dependendo da reação. Na equação KMnO4 (aq) + H2O2 (aq) + H2SO4 (aq) → MnSO4 (aq) + K2SO4 (aq) + O2 (g) + H2O (l) a soma dos coeficientes estequiométricos, após o balanceamento, e o agente oxidante são:

10.

a)

26 e KMnO4

b)

24 e KMnO4

c)

26 e H2O2

d)

24 e H2O2

e)

23 e O2

O vanádio, não combinado com outros elementos, não á encontrado naturalmente, porém está presente em diferentes minerais e é um elemento essencial em alguns organismos. Para a obtenção do vanádio, pode-se utilizar a aluminotermia que consiste em aquecer o óxido de vanádio misturado com alumínio em pó, de acordo com a equação da reação a seguir:

x V2O5(s) + y A (s) → z V(s) + w A 2O3(s) Onde x, y, z, e w são os coeficientes estequiométricos. Sobre essa reação assinale a alternativa CORRETA: a) O pentóxido de vanádio sofreu oxidação. b)

x e y são iguais.

c) O agente redutor é o óxido de alumínio. d) z + 4 = y e) x + y = w

11. Um bafômetro simples consiste em um tubo contendo uma mistura sólida de dicromato de potássio em sílica umedecida com ácido sulfúrico. Nesse teste, a detecção da embriaguez por consumo de álcool se dá visualmente, pois a reação que ocorre é a oxidação do álcool a aldeído e a redução do dicromato (alaranjado) a cromo (lll) (verde) ou cromo (ll) (azul).

5

Química A equação balanceada da reação química que representa esse teste é: a) b) c) d) e)

2− Cr2O7(aq) + 2 H+(aq) + 3 CH3 − CH2 − OH(g) → 2 Cr 2+(aq) + 4 H2O( ) + 3 CH3 − COOH(g)

2− Cr2O7(aq) + 8 H+(aq) + 3 CH3 − CH2 − OH(g) → 2 Cr 3+(aq) + 7 H2O( ) + 3 CH3 − CHO(g) − CrO24(aq) + 2 H+(aq) + 3 CH3 − CH2 − OH(g) → Cr 3+(aq) + 4 H2O( ) + 3 CH3 − CHO(g)

2− Cr2O7(aq) + 8 H+(aq) + 3 CH3 − CHO(g) → 2 Cr 3+(aq) + 4 H2O( ) + 3 CH3 − COOH(g) − CrO24(aq) + 2 H+(aq) + 3 CH3 − CHO(g) → Cr 2+(aq) + H2O( ) + 3 CH3 − COOH(g)

6

Química Gabarito 1.

C Teremos: Cu(s) + HNO3(aq) → Cu(NO3 )2(aq) + NO(g) + H2O( ) oxidação

0 ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ +2 redução

+ 5 ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ →+ 2 Cu0 → Cu2+ + 2e− N5+ + 3e− → N2+ 3Cu0 → 3Cu2+ + 6e− 3Cu

3Cu(NO3 )2

2N5+ + 6e− → 2N2+ 2NO

Então, 3Cu(s) + 8HNO3(aq) → 3Cu(NO3 )2(aq) + 2NO(g) + 4H2O( ) Soma = 3 + 8 + 3 + 2 + 4 = 20 2.

B Teremos: I e II estão corretas. O composto que ganha elétrons sofre redução. O Nox do enxofre varia de +4 para +6.

2IO3− + 5HSO3− → 1I2 + 5SO42− + 3H+ + 1H2O agente oxidante

agente redutor

2I5+ + 10e− → I2 (redução) 5S4+ → 5S6+ + 10e− (oxidação) Soma dos coeficientes: 2 + 5 + 1 + 5 + 3 + 1 = 17. 3.

B Cu(s) + H N O3(aq) → H2O( ) + N O(g) + Cu(NO3 )2(aq) zero 0

+5

+2

+2

Cu → Cu2+ + 2e− (oxidação) N5+ + 3e− → N2+

(redução)

Igualando a quantidade de elétrons, vem:

3 Cu0 → 3Cu2+ + 6e− (oxidação) 2N5+ + 6e− → 2 N2+ Então:

(redução)

Agente redutor

Nitrato de cobre II

3 Cu(s) + 8HNO3(aq) → 4H2O( ) + 2 NO(g) + 3Cu(NO3 )2(aq) Soma = 3 + 8 + 4 + 2 + 3 = 20

7

Química 4.

C Balanceamento por redox:

MnO−4(aq) + Fe2+ +7

+2 (aq)

+ H+(aq) → Mn2+

+2 (aq)

+ H2O + Fe3+

+3 (aq)

Mn7+ + 5e− → Mn2+ (redução) (1) Fe2+ → Fe3+ + 1e−

(oxidação) (5)

1Mn7+ + 5e− → 1Mn2+ 5Fe2+ → 5Fe3+ + 5e− 1MnO4−(aq) + 5Fe2+(aq) + 8H+(aq) → 1Mn2+(aq) + 4H2O + 5Fe3+(aq) Soma dos menores coeficientes estequiométricos dos reagentes = 1 + 5 + 8 = 14 5.

D Teremos: −3 +3

0

+3 +5 −8

P4 + H2O → P H3 + H3 P O4 P0 + 3e− → P3− (redução) (5) P0 → P5+ + 5e− (oxidação) (3) 5P0 + 15e− → 5P3− (redução) 3P0 → 3P5+ + 15e− (oxidação) 2P4 + 12H2O → 5PH3 + 3H3PO4 Soma = 2 + 12 + 5 + 3 = 22

6.

C Teremos: oxidante

IO3−(aq)

redutor

+ HSO3−(aq) → I−(aq) + SO42−(aq) + H+(aq)

+5 +4

− 1 (redução do iodo) + 6 (oxidação do enxofre)

I5+ + 6e− → I1− S4+ → S6+ + 2e− I5+ + 6e− → I1− 3S4+ → 3S6+ + 6e− Então : 1IO3−(aq) + 3 HSO3−(aq) → 1I−(aq) + 3SO42−(aq) + 3H+(aq) 1IO3−(aq) : 3 HSO3 −(aq) 1: 3

8

Química 7.

A

(2) (5 )

Mn2+ + 4 H2O ⎯⎯⎯⎯⎯ → MnO4− + 8 H+ + 5 e− Oxidação

BiO3− + 6 H+ + 2e− ⎯⎯⎯⎯⎯ → Bi3+ + 3 H2O Redução

Então: 2 Mn2+ + 8 H2O ⎯⎯⎯⎯⎯ → 2 MnO4− + 16 H+ + 10 e− Oxidação

5 BiO3− + 30 (14 ) H+ + 10 e− ⎯⎯⎯⎯⎯ → 5 Bi3+ + 15 ( 7 ) H2O Redução

2 Mn2+ + 5 BiO3− + 14 H+ ⎯⎯⎯⎯ → 2 MnO4− + 5 Bi3+ + 7 H2O Global

8.

D

9.

A KMnO4 (aq) + H2O2 (aq) + H2SO4 (aq) → MnSO4 (aq) + K2SO4 (aq) + O2 (g) + H2O (l) + 7 -----------------------------------------------

+2

Redução - Δ = 5 . 1 = 5 -1

-----------------------------------------------------------

0

Oxidação - Δ = 1 . 2 = 2 2 KMnO4 (aq) + 5 H2O2 (aq) + 3 H2SO4 (aq) → 2 MnSO4 (aq) + K2SO4 (aq) + 5 O2 (g) + 8 H2O (l) Como o Mn sofre redução, o KMnO4 é o agente oxidante 10. D V2O5  V V O O O O O  Nox (V) = +5 +5 +5 −2 −2 −2 −2 −2

A

(s)

 Nox (A ) = 0

V(s)  Nox (V) = 0 A 2O3  A A O O O  Nox (A ) = +3 +3 +3 −2 −2 −2

x V2O5(s) + y A

(s)

→ z V(s) + w A 2O3(s)

( 3 ) 2 A 0 ⎯⎯⎯⎯⎯ → 2 A 3+ + 6 e− (5 ) Re dução 6V 5+ + 30 e− ⎯⎯⎯⎯⎯ → 6V 0 ( V2O5 é agente oxidante ) Oxidação 10A 0 ⎯⎯⎯⎯⎯ → 10A 3+ + 30 e− ( A 2O3 é agente redutor ) 2 V 5+ + 10 e− ⎯⎯⎯⎯⎯ → 2 V0 Re dução

Oxidação

Então : 3 V2O5(s) + 10 A x

(s)

→ 6 V(s) + 5 A 2O3(s)

y

z

w

6 + 4 = 10  z + 4 = y

9

Química 11. B A reação que ocorre é a oxidação do álcool a aldeído e a redução do dicromato (alaranjado) a cromo (III) (verde):

Cr2O72− (aq) + 8H+ (aq) + 3CH3 _ CH2_ OH(g) ⎯⎯→ 2Cr 3+ (aq) + 7H2O( ) + 3CH3 _ CHO(g) Alaranjado

Álcool

verde

Aldeído

10

Química Relações numéricas Resumo Unidade de massa atômica A unidade de massa atômica é uma unidade de medida de massa utilizada para expressar a massa de partículas atômicas. Ela é definida como 1/12 da massa de um átomo de carbono-12 em seu estado fundamental.

Massa atômica A massa atômica de um elemento é a média da sua massa e ocorrência dos seus isótopos na natureza. A massa atômica do átomo é expressa em u ou uma. 𝐌𝐀 =

(𝐀𝟏 . 𝐏𝟏) + (𝐀𝟐 . 𝐏𝟐) + … + (𝐀𝐧 . 𝐏𝐧) 𝟏𝟎𝟎%

A = massa do isótopo P = % de ocorrência do Isótopo P1 + P2 + … + Pn = 100% Ex.: B10 ocorrência 20% B11 ocorrência 80% MA = (10 × 20 + 11 × 80) / 100% MA = 10,8u

Número de massa O número de massa de um elemento é dado pelo somatório da quantidade de prótons ou número atômico, com os de nêutrons existentes no núcleo. A = p + n ou A = Z + n

1

Química Massa molecular A massa molecular corresponde à soma das massas atômicas dos elementos que compõem uma determinada substância. Massa molecular = ΣMA Ex.: Dadas as massas atômicas: Ca = 40u, H = 1u, S = 32u, O = 16, C = 12u. H2SO4 = 2 + 32 + 64 = 98u CaCO3 = 40 + 12 + 48 = 100u

Número de avogadro O número de Avogadro é a quantidade de entidades elementares (átomos, elétrons, íons, moléculas) presentes em 1 mol de qualquer substância. 1 mol = 6,02 x 1023 unidades elementares Ex.: 1 mol de H2SO4 possui 6.02 x 1023 moléculas 1 mol de Fe possui 6.02 x 1023 átomos

Massa molar É a massa em gramas presente em 6,02 x 1023 unidades elementares de determinada espécie, ou seja, a massa presente em 1 mol de qualquer substância. Numericamente as massas atômica e molar são iguais. Ex.: 1 mol O2 = 6,02 x 1023 moléculas de O2 = 32g de massa molar 1 mol H2SO4 = 6,02 x 1023 moléculas de H2SO4 = 98g de massa molar 1 mol Fe = 6,02 x 1023 átomos de Fe = 56g de massa molar

Volume molar O volume molar é o volume ocupado por 1 mol de qualquer gás, esse volumo pode se alterar com a variação da pressão e da temperatura, em módulos posteriores aprofundaremos o cálculo do volume de gases onde há essa variação na pressão e na temperatura.

Volume molar nas CNTP 1 mol = 22,4 litros CNTP = Condições normais de temperatura e pressão, Em que a pressão é igual a 1 atm e a temperatura é de 273 K (0ºC). Para provarmos que 1 mol de qualquer gás nas CNTP ocupa o volume de 22,4L, podemos jogar tais valores na equação de Clapeyron. P.V=n.R.T Onde: P = pressão (atm) V = volume (litros) n = número de mol R = constante dos gases (valor = 0,082 L.atm.K-1.mol-1) T = temperatura (Kelvin)

2

Química Para gases nas CNTP: P.V=n.R.T 1 . V = 1 . 0,082 . 273 V = 22,4L Importante! CATP = Condições Ambientais de Temperatura e Pressão, em que a pressão também é de 1 atm, mas a temperatura é de 298 K (25 ºC), o volume molar passa a ser 25 L, ou seja, 1 mol = 25 litros. P.V=n.R.T 1 . V = 1 . 0,082 . 298 V = 25L Ex.: Nas CNTP: 1 mol O2 = 22,4L 2 mol O2 = 44,8L ½ mol N2 = 11,2L

Volume molar fora das CNTP Para calcular os volumes molares fora das CNTP, utilizamos a equação de Clapeyron. P.V=n.R.T Onde: P = pressão (atm) V = volume (litros) n = número de mol R = constante dos gases (valor = 0,082 L . atm . K-1 . mol-1) T = temperatura (Kelvin) Ex.: Qual o volume ocupado por 1 mol de O2 a 2 atm e 100k. P.V=n.R.T 2 . V = 1 . 0,082 . 100 V = 16,4L de O2

3

Química Exercícios 1.

A vitamina E tem sido relacionada à prevenção ao câncer de próstata, além de atuar como antioxidante para prevenir o envelhecimento precoce. A dose diária recomendada para uma pessoa acima de 19 anos é de 15 mg. Considerando-se que, em alguns suplementos alimentares, existam 0,105  1020 moléculas da vitamina E, por comprimido, fórmula molecular C29H50O2 , e que o número de Avogadro é 6  1023 mol−1, o número de comprimidos que deve ser consumido em um mês (30 dias) para manter a dose recomendada diária é cerca de

2.

a)

30 comprimidos.

b)

45 comprimidos.

c)

60 comprimidos.

d)

15 comprimidos.

e)

120 comprimidos.

Lucy caiu da árvore Conta a lenda que, na noite de 24 de novembro de 1974, as estrelas brilhavam na beira do rio Awash, no interior da Etiópia. Um gravador K7 repetia a música dos Beatles “Lucy in the Sky with Diamonds”. Inspirados, os paleontólogos decidiram que a fêmea AL 288-1, cujo esqueleto havia sido escavado naquela tarde, seria apelidada carinhosamente de Lucy. Lucy tinha 1,10 m e pesava 30 kg. Altura e peso de um chimpanzé. 1Mas não se iluda, Lucy não pertence à linhagem que deu origem aos macacos modernos. Ela já andava ereta sobre os membros inferiores. Lucy pertence à linhagem que deu origem ao animal que escreve esta crônica e ao animal que a está lendo, eu e você. Os ossos foram datados. Lucy morreu 3,2 milhões de anos atrás. Ela viveu 2 milhões de anos antes do aparecimento dos primeiros animais do nosso gênero, o Homo habilis. A enormidade de 3 milhões de anos separa Lucy dos mais antigos esqueletos de nossa espécie, o Homo sapiens, que surgiu no planeta faz meros 200 mil anos. Lucy, da espécie Australopithecus afarensis, é uma representante das muitas espécies que existiram na época em que a linhagem que deu origem aos homens modernos se separou da que deu origem aos macacos modernos. 2Lucy já foi chamada de elo perdido, o ponto de bifurcação que nos separou dos nossos parentes mais próximos. Uma das principais dúvidas sobre a vida de Lucy é a seguinte: ela já era um animal terrestre, como nós, ou ainda subia em árvores? Muitos ossos de Lucy foram encontrados quebrados, seus fragmentos espalhados pelo chão. Até agora, se acreditava que isso se devia ao processo de fossilização e às diversas forças às quais esses ossos haviam sido submetidos. Mas os cientistas resolveram estudar em detalhes as fraturas. As fraturas, principalmente no braço, são de compressão, aquela que ocorre quando caímos de um local alto e apoiamos os membros para amortecer a queda. Nesse caso, a força é exercida ao longo do eixo maior do osso, causando um tipo de fratura que é exatamente o encontrado em Lucy. Usando raciocínios como esse, os cientistas foram capazes de explicar todas as fraturas a partir da hipótese de que Lucy caiu do alto de uma árvore de pé, se inclinou para frente e amortizou a queda com o braço. Uma queda de 20 a 30 metros e Lucy atingiria o solo a 60 km/h, o suficiente para matar uma pessoa e causar esse tipo de fratura. Como existiam árvores dessa altura onde Lucy vivia e muitos chimpanzés sobem até 150 metros para comer, uma queda como essa é fácil de imaginar. A conclusão é que Lucy morreu ao cair da árvore. E se caiu era porque estava lá em cima. E se estava lá em cima era porque sabia subir. Enfim, sugere que Lucy habitava árvores. Mas na minha mente ficou uma dúvida. Quando criança, eu subia em árvores. E era por não sermos grandes escaladores de árvores que eu e meus amigos vivíamos caindo, alguns quebrando braços e pernas. Será que Lucy morreu exatamente por tentar fazer algo que já não era natural para sua espécie? Fernando Reinach. Adaptado de O Estado de S. Paulo, 24/09/2016.

4

Química A técnica de datação radiológica por carbono-14 permite estimar a idade de um corpo, como o de Lucy, que apresentava 1,2  1012 átomos de carbono-14 quando viva. Essa quantidade, em mols, corresponde a:

3.

a)

2,0 x 10-12

b)

2,0 x 10-11

c)

5,0 x 10-11

d)

5,0 x 10-12

e)

5,0 x 10-13

O brasileiro consome em média 500 miligramas de cálcio por dia, quando a quantidade recomendada é o dobro. Uma alimentação balanceada é a melhor decisão pra evitar problemas no futuro, como a osteoporose, uma doença que atinge os ossos. Ela se caracteriza pela diminuição substancial de massa óssea, tornando os ossos frágeis e mais suscetíveis a fraturas. Disponível em: www.anvisa.gov.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).

Considerando-se o valor de 6  1023 mol−1 para a constante de Avogadro e a massa molar do cálcio igual a 40 g/mol, qual a quantidade mínima diária de átomos de cálcio a ser ingerida para que uma pessoa supra suas necessidades? a)

7,5  1021

22 b) 1,5  10

c)

7,5  1023

25 d) 1,5  10

e)

4.

4,8  1025

Atletas de levantamento de peso passam pó de magnésio (carbonato de magnésio) em suas mãos para evitar que o suor atrapalhe sua performance ou, até mesmo, cause acidentes. Suponha que, em uma academia especializada, o conjunto de atletas utilize 168,8 g de pó de magnésio por dia. A massa mais aproximada de Mg, em kg, associada à compra de pó de magnésio, para 30 dias de uso, é a)

0,05.

b)

0,21.

c)

1,46.

d)

2,92.

e)

4,71.

5

Química 5.

Mol é a quantidade de matéria que contém tantas entidades elementares quantos são os átomos do isótopo

12

C contidos em 12  10−3 kg de 12 C. Uma massa de 44 g de CO2 corresponde a 1,0 mol

de CO2 e ocupa, nas CNTPs, um volume fixo de 22,4 L. Desse modo, assinale a alternativa que apresenta, aproximadamente, o volume ocupado por 188 g de gás carbônico (CO2 ).

6.

a)

90 L

b)

80 L

c)

44 L

d)

96 L

e)

22 L

Em momentos de estresse, as glândulas suprarrenais secretam o hormônio adrenalina, que, a partir da aceleração dos batimentos cardíacos, do aumento da pressão arterial e da contração ou relaxamento de músculos, prepara o organismo para a fuga ou para a defesa.

Dados: M (g  mol−1): H = 1; C = 12; N = 14; O = 16. Fórmula molecular da adrenalina: C9H13NO3 . Qual é o valor da massa molar (em g  mol−1) desse composto? a)

169.

b)

174.

c)

177.

d)

183.

e)

187.

6

Química 7.

Aspartame é um edulcorante artificial (adoçante dietético) que apresenta potencial adoçante 200 vezes maior que o açúcar comum, permitindo seu uso em pequenas quantidades. Muito usado pela indústria alimentícia, principalmente nos refrigerantes diet, tem valor energético que corresponde a 4 calorias/grama. É contraindicado a portadores de fenilcetonúria, uma doença genética rara que provoca o acúmulo da fenilalanina no organismo, causando retardo mental. O IDA (índice diário aceitável) desse adoçante é 40 mg/kg de massa corpórea. Disponível em: http://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com. Acesso em: 27 fev. 2012.

Com base nas informações do texto, a quantidade máxima recomendada de aspartame, em mol, que uma pessoa de 70 kg de massa corporal pode ingerir por dia é mais próxima de Dado: massa molar do aspartame = 294g/mol a) 1,3  10–4. b) 9,5  10–3. c) 4  10–2. d) 2,6. e) 823.

8.

Em janeiro de 2018 foi encontrado em uma mina na África o quinto maior diamante (uma variedade alotrópica do carbono) do mundo, pesando 900 quilates. Considerando que um quilate equivale a uma massa de 200 mg, a quantidade, em mol, de átomos de carbono existente nesse diamante é igual a Dados: C = 12 a) 1,5 x 101 b) 3,0 x 101 c) 4,5 x 101 d) 1,5 x 104 e) 3,0 x 104

9.

Física para poetas O ensino da física sempre foi um grande desafio. Nos últimos anos, muitos esforços foram feitos com o objetivo de ensiná-la desde as séries iniciais do ensino fundamental, no contexto do ensino de ciências. Porém, como disciplina regular, a física aparece no ensino médio, quando se torna “um terror” para muitos estudantes. Várias pesquisas vêm tentando identificar quais são as principais dificuldades do ensino de física e das ciências em geral. Em particular, a queixa que sempre se detecta é que os estudantes não conseguem compreender a linguagem matemática na qual, muitas vezes, os conceitos físicos são expressos. Outro ponto importante é que as questões que envolvem a física são apresentadas fora de uma contextualização do cotidiano das pessoas, o que dificulta seu aprendizado. Por fim, existe uma enorme carência de professores formados em física para ministrar as aulas da disciplina. As pessoas que vão para o ensino superior e que não são da área de ciências exatas praticamente nunca mais têm contato com a física, da mesma maneira que os estudantes de física, engenharia e química poucas vezes voltam a ter contato com a literatura, a história e a sociologia. É triste notar que a especialização na formação dos indivíduos costuma deixá-los distantes de partes importantes da nossa cultura, da qual as ciências físicas e as humanidades fazem parte. Mas vamos pensar em soluções. Há alguns anos, ofereço um curso chamado “Física para poetas”. A ideia não é original – ao contrário, é muito utilizada em diversos países e aqui mesmo no Brasil. Seu objetivo é apresentar a física sem o uso da linguagem matemática e tentar mostrá-la próxima ao cotidiano das pessoas. Procuro destacar a beleza dessa ciência, associando-a, por exemplo, à poesia e à música. 7

Química Alguns dos temas que trabalho em “Física para poetas” são inspirados nos artigos que publico. Por exemplo, “A busca pela compreensão cósmica” é uma das aulas, na qual apresento a evolução dos modelos que temos do universo. Começando pelas visões místicas e mitológicas e chegando até as modernas teorias cosmológicas, falo sobre a busca por responder a questões sobre a origem do universo e, consequentemente, a nossa origem, para compreendermos o nosso lugar no mundo e na história. Na aula “Memórias de um carbono”, faço uma narrativa de um átomo de carbono contando sua história, em primeira pessoa, desde seu nascimento, em uma distante estrela que morreu há bilhões de anos, até o momento em que sai pelo nariz de uma pessoa respirando. Temas como astronomia, biologia, evolução e química surgem ao longo dessa aula, bem como as músicas “Átimo de pó” e “Estrela”, de Gilberto Gil, além da poesia “Psicologia de um vencido”, de Augusto dos Anjos. Em “O tempo em nossas vidas”, apresento esse fascinante conceito que, na verdade, vai muito além da física: está presente em áreas como a filosofia, a biologia e a psicologia. Algumas músicas de Chico Buarque e Caetano Veloso, além de poesias de Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade, ajudaram nessa abordagem. Não faltou também “Tempo Rei”, de Gil. A arte é uma forma importante do conhecimento humano. Se músicas e poesias inspiram as mentes e os corações, podemos mostrar que a ciência, em particular a física, também é algo inspirador e belo, capaz de criar certa poesia e encantar não somente aos físicos, mas a todos os poetas da natureza. Adilson de Oliveira. Disponívle em: cienciahoje.org.br, 08/08/2016.

Em seu ciclo, um átomo de carbono pode ser incorporado a diferentes compostos por meio de processos contínuos de decomposição e formação de novas moléculas. Os átomos de carbono deste caderno de prova, por exemplo, serão degradados ao longo do tempo e, posteriormente, incorporados a outros seres vivos. Considere que, ao se degradarem, os átomos de carbono deste caderno se distribuam igualmente entre os 7,5 bilhões de habitantes do planeta. Sabendo que o caderno possui 90 g de massa, com 45% de carbono em sua composição, o número de átomos que será incorporado em cada habitante é igual a: Dados: C = 12. 14 a) 2,7  10 14 b) 6,0  10 24 c) 2,0  10 24 d) 6,7  10

e) 11,2x1024

10. A densidade do alumínio, a 20 °C, é igual a 2,7 g/mL. Quantos átomos desse metal existem numa amostra que ocupa o volume de 10 mL, a 20 °C? a)

10

b)

1,0 ∙ 103

c)

6,0 ∙ 1023

d)

1,0 ∙ 1026

e)

6,0 ∙ 102

8

Química Gabarito 1.

C

C29H50 O2 = 29  12 + 50  1 + 2  16 = 430 MC29H50O2 = 430 g mol 6  1023 moléculas

430 g 15  10 −3 g x=

15  10

x

−3

23

g  6  10 430 g

moléculas

= 0,209  1020 moléculas

0,105  1020 moléculas

1 comprimido

0,209  1020 moléculas

y

y=

0,209  10

20

moléculas  1 comprimido

0,105  1020 moléculas

= 1,99 comprimido

y = 2 comprimidos Em 30 dias: 60 comprimidos (2  30 comprimidos). 2.

A 6,0  1023 átomos de carbono

1mol

1,2  1012 átomos de carbono

n n=

1mol  1,2  1012 6,0  10

23

= 0,2  10 −11 mol

n = 2,0  10 −12 mol

3.

B A quantidade recomendada é o dobro de 500 mg por dia, ou seja, 1000 mg de cálcio por dia, então:

1000 mg = 1000  10 −3 = 1 g 6  1023 átomos de Ca

40 g de cálcio 1 g de cálcio

nCa

nCa = 0,15  1023 = 1,5  1022 átomos de cálcio 4.

C MgCO3 84 g 168,8 g

Mg 24 g x

x = 48,22 g ou 0,048 kg 0,048  30 dias = 1,45 kg

9

Química 5.

D 1 mol de CO2 : 44 g 188 g

22,4 L x

x = 95,7 L  96 L

6.

D Fórmula molecular da adrenalina: C9H13NO3 . MC9H13NO3 = 9  12 + 13  1 + 1 14 + 3  16 = 183 g  mol−1.

7.

B De acordo com o enunciado o IDA (índice diário aceitável) desse adoçante é 40 mg/kg de massa corpórea: 1 kg (massa corporal)

40 mg (aspartame)

70 kg (massa corporal)

maspartame

maspartame = 2800 mg = 2,8 g 294 g

1 mol (aspartame)

2,8 g

naspartame

naspartame = 9,5  10 −3 mol

8.

A

1 quilate 900 quilate m=

200  10−3 g m

900 quilates  200  10 −3 g 1 quilate

m = 180 g C = 12; MC = 12 g  mol−1 1 mol de átomos de carbono n n=

12 g 180 g

1mol  180 g 12 g

n = 15 mol n = 1,5  101 mol

10

Química 9.

A O caderno possui 90 g de massa, com 45% de carbono em sua composição, então: 90 g 100%

mC

45%

90 g  45% 100% mC = 40,5 g

mC =

C = 12; MC = 12 g  mol−1 12 g 40,5 g n=

6  1023 átomos de carbono n

40,5 g  6  1023 átomos de carbono 12 g

n = 2,025  1024 átomos de carbono Número de habi tan tes = 7,5  109 R=

2,025  1024 átomos de carbono 7,5  109 habi tan tes

= 2,7  1014

10. C

11

Redação Coesão e Coerência Resumo Você deve lembrar que a redação do ENEM é avaliada a partir de uma grade de correção de cinco competências. Entre elas, destacam-se dois critérios extremamente importantes para a clareza de qualquer tipo de texto: a coerência e coesão textual. O objetivo desta aula, então, é conhecer estes mecanismos e entender como aplicá-los de maneira correta na prova vestibular. Vamos lá?

O que é coesão textual? De forma objetiva, a coesão textual contempla a utilização de mecanismos linguísticos que permitem uma sequência lógica entre as partes de um texto. Em outras palavras, é a conexão entre as partes de um texto: as palavras, as orações, as frases e os parágrafos. Esse fator de textualidade pode se manifestar de duas formas: refencial ou sequencial.

Coesão Referencial A coesão referencial é responsável por anunciar ou retomar informações presentes no texto. Essa estratégia é importante para evitar repetições entre as palavras por meio da utilização de recursos anafóricos e catafóricos. A anáfora é um mecanismo que faz referência a um termo ou expressão citado anteriormente no texto, enquanto a catáfora faz referência a um termo que será citado posteriormente. Os recursos utilizáveis são inúmeros; entre os principais, temos os pronomes, os sinônimos, os hipônimos e hiperônimos, os epítetos, as metonímias, os advérbios e os numerais. Observe o exemplo abaixo: “Em sua obra “Vigiar e punir”, Foucault elabora a imagem da vigilância constante, representada por uma prisão denominada Panóptico. Hoje, esse seu conceito não se concretiza no controle da segurança, mas na observação permanente e invasiva das ações e dos gostos dos usuários dos meios virtuais. Essa ressignificação decorre destes fatos: a excessiva exposição do sujeito e os interesses comerciais de grandes empresas.” O pronome possessivo “sua” é um termo catafórico porque antecipa a palavra “Foucault”. Por outro lado, o pronome “seu” é um elemento anafótico porque retoma um termo já citado anteriormente: “Foucault”. Esses recursos servem para garantir a progressão de um texto e evitar a repetição desnecessária de palavras.

Coesão Sequencial Os elementos de coesão sequencial são responsáveis – como o próprio nome sugere – pelo sequenciamento ou andamento do texto. Eles servem para conectar segmentos textuais e, normalmente criam nexos semânticos entre eles. Assim, estabelecem as principais ligações entre as partes da redação, de forma que a coesão textual se manifeste mais notoriamente. Entre os principais recursos, destacam-se as frases de apoio, os termos conectivos (portanto, dessa forma, assim, etc) e os ganchos semânticos. Veja o exemplo abaixo: “Em primeira instância, é preciso avaliar o comportamento humano na busca pela diferenciação. Visto que a massificação e a globalização tendem a homogeneizar os indivíduos, busca-se a exposição como meio de destaque.

1

Redação Com isso, vidas privadas são descortinadas, e pensamentos são materializados em curtidas e compartilhamentos. Essa conduta, de certa forma, reflete a transferência para as mídias digitais daquilo que evita expor interpessoalmente. Nesse contexto, o monitor se converte no diário onde se imprime a essência pessoal e se constrói a autoafirmação.”

Coerência Textual Segundo o linguista Luiz Antônio Marcuschi, se há uma unidade de sentido no todo do texto quando este é coerente, assim a coerência não se encontra na própria forma, mas constrói-se a partir dela, em dada situação comunicativa. Para a produção de sentidos do texto, é preciso que o leitor ative conhecimentos previamente constituídos e armazenados na memória. Sendo assim, podemos dizer que a coesão e a coerência estão ligadas, pois enquanto a coerência é a sequência lógica das ideias de um texto, a coesão é a manifestação formal da coerência de forma que estabelece nexos entre as partes do texto. Observe o poema abaixo, de Oswald de Andrade: Aperitivo A felicidade anda a pé, Na Praça Antônio Prado São 10 horas azuis O café vai alto como a manhã de arranha-céus Cigarros Tietê Automóveis A cidade sem mitos Oswald de Andrade, Poesias reunidas.

Esse poema exemplifica que é possível o texto ser coerente, sem necessariamente se articular de modo coeso. Em outras palavras, existe sentido pleno no que o poeta escreve; entretanto, esse sentido está aparentemente (não realmente) comprometido em função de a coesão não obedecer aos padrões determinados que ajudam na conexão clara e transparente entre os elementos textuais. Além disso, há duas formas de classificação e ordenação da coerência: a interna e a externa.

Coerência Interna Para que um texto seja coerente, é importante que as informações apresentadas – inclusive a argumentação – estejam de acordo com a tese definida no início do texto, seguindo uma linha de raciocínio e nunca fugindo a uma ideia central, ou seja, seu texto precisa fazer sentido internamente. Isso fica claro, principalmente, em redações com temáticas polêmicas. Dessa forma, é necessário construir seu texto com um embasamento argumentativo sem contradição, isto é, desenvolver a escrita com ideias próximas e coerentes. Observação: A contra argumentação, ou seja, trazer um argumento contrário ao anterior para reforçar sua ideia principal, é muito valorizado pela banca corretora, todavia é necessário garantir que isto aprofunde a tese e não distancie um parágrafo de outro.

Coerência externa Fazer sentido dentro do próprio texto não é o bastante. Para que uma redação seja coerente e alcance a pontuação máxima no ENEM, é importante que ela faça sentido, também, com relação ao contexto em que está inserida. Para isso, o aluno precisa sempre estar atento às questões ao seu redor, por meio da leitura, dos estudos e de toda a informação que estiver ao seu alcance. Sendo assim, qualquer informação que for utilizada na redação deve ser legítima, ou seja, verdadeira, pois deve fazer sentido com o conhecimento de mundo do leitor. Portanto, informações inventadas não são bem-vindas na redação de modo que pode prejudicar a coerência externa do texto.

2

Redação Exercícios 1.

Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraçou. Beijou. Saiu. Entrou. Cumprimentou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cumprimentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu. Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Conferiu. Vendeu. Vendeu. Ganhou. Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu. Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Depositou. Depositou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou. Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou. Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. Lesou. Demitiu. Convocou. Saiu. Despiuse. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou. Preocupou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se... MINO. Como se conjuga um empresário. Disponível em: . Acesso em: 18 jan. 2016. Adaptado.

Considerando-se o conceito de coesão e coerência, é correto concluir que o texto analisado: a) se revela coerente essencialmente por meio da pontuação e da manutenção de um único tempo verbal. b) perde a progressão temática na medida em que a ausência de elementos coesivos não garante sua coerência. c) não possui uma relação lógica entre as palavras, que é garantida, unicamente, por meio de elementos de conexão. d) não permite o reconhecimento de pressupostos e subentendidos que possam assegurar seu teor crítico pela falta de coesão. e) apresenta a ordem e a carga semântica dos vocábulos sustentando a coerência do enunciado, ainda que não existam elementos coesivos explícitos.

2.

Qual será o futuro das cidades? As megacidades vão mudar de endereço no próximo milênio. Na periferia da globalização, as metrópoles subdesenvolvidas concentrarão não apenas população, mas também miséria. Crescendo num ritmo veloz, dificilmente conseguirão dar a tantas pessoas habitação, transportes e saneamento básico adequados. Mas não serão as únicas a enfrentar esses problemas. Mesmo metrópoles do topo da hierarquia global, como Nova York, já sofrem com congestionamentos, poluição e violência. Independentemente de tamanho ou localização, as cidades vão enfrentar ao menos um desafio comum: o aumento da tensão urbana provocado pela crescente desigualdade entre seus moradores. Não há mágica tecnológica à vista capaz de resolver as dificuldades. Os urbanistas apontam o planejamento como antídoto para o caos. Os governos precisam apostar em parcerias com a iniciativa privada e a sociedade civil. Será necessário coordenar ações locais e iniciativas conjuntas entre cidades de uma mesma região. Caderno Especial, Folha de São Paulo, p.1, 02/5/1999

A coesão referencial pode ser realizada por meio de formas cujo lexema (radical) forneça instrução de sentido que represente uma interpretação de partes antecedentes do texto.

3

Redação Exemplo: Imagina-se que, no futuro, haverá aumento das tensões urbanas. Essa hipótese tem preocupado os cientistas sociais. Selecione, nas opções abaixo, apenas a expressão que, na coesão referencial, utiliza o mesmo recurso do trecho sublinhado no exemplo acima. a) “as metrópoles" b) “esses problemas" c) “as cidades" d) “seus moradores" e) “os governos”

3.

Enlace No convento da senhorita Sandra Carvalho e cirurgião plástico Nóbrega Pernotta, contraíram carmelitas ontem as próprias testemunhas sendo seus pais os laços matrimoniais. Millôr Fernandes

A graça, no texto de Millôr, decorre da: a) alteração dos sentidos das palavras, já que a forma de organizá-las sugere outro significado, diferente de enlace, proposto no título. b) transgressão do princípio sintático de articulação das palavras, o que acaba por criar associações inusitadas e singulares. c) desorganização total do texto, que faz com que o leitor tente ordenar as palavras para entendê-lo, o que não é possível. d) organização das palavras segundo os padrões sintáticos da língua, o que garante a manutenção do sentido do texto. e) articulação das palavras dentro das convenções da língua, mas com outros matizes de significação, o que altera, por exemplo, o sentido do título.

4

Redação 4.

A namorada Havia um muro alto entre nossas casas. Difícil de mandar recado para ela. Não havia e-mail. O pai era uma onça. A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão E pinchava a pedra no quintal da casa dela. Se a namorada respondesse pela mesma pedra Era uma glória! Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira E então era agonia. No tempo do onça era assim. Manoel de Barros Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.

Difícil de mandar recado para ela. Não havia e-mail. O pai era uma onça. (v. 2-4) O primeiro verso estabelece mesma relação de sentido com cada um dos dois outros versos. Um conectivo que expressa essa relação a) porém b) porque c) embora d) portanto

5.

O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área. No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0. Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).

O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça. b) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo. c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem cronológica de ocorrência. d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo naturalmente esperado. e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio.

5

Redação 6.

Os filhos de Anna eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto. b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase. c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase. d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor. e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.

7.

As coisas mudaram muito em termos do que achamos necessário fazer para manter nossos filhos seguros. Um exemplo: só 10% das crianças americanas vão para a escola sozinhas hoje em dia. Mesmo quando vão de ônibus, são levadas pelos pais até a porta do veículo. Chegou a ponto de colocarem à venda vagas que dão o direito de o pai parar o carro bem em frente à porta na hora de levar e buscar os filhos. Os pais se acham ótimos porque gastam algumas centenas de dólares na segurança das crianças. Mas o que você realmente fez pelo seu filho? Se o seu filho está numa cadeira de rodas, você vai querer estacionar em frente à porta. Essa é a vaga normalmente reservada aos portadores de deficiência. Então, você assegurou ao seu filho saudável a chance de ser tratado como um inválido. Isso é considerado um exemplo de paternidade hoje em dia. (IstoÉ , 22/07/2009)

A palavra “isso”, na última linha do texto, retoma o fato de a) as crianças americanas hoje não irem sozinhas à escola. b) pais americanos tratarem seus filhos saudáveis como inválidos. c) apenas 10% das crianças americanas irem sozinhas para a escola. d) venderem vagas para os pais pararem o carro em frente à porta da escola. e) os pais levarem e buscarem seus filhos até a porta do ônibus que os leva à escola.

6

Redação 8.

Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável. ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.

As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias. b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste. c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização. d) o termo “Também” exprime uma justificativa. e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”.

9.

Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado. RODRIGUES. S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.

Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é: a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.” b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...]”. c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos astros sobre os homens’.” d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper [...]”. e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”

7

Redação 10. Spine poetry, ou poesia de lombada, é a arte – pelo menos no sentido travesso da palavra – de empilhar livros de tal forma que os títulos formem um todo inteligível. Observe o poema de Sérgio Rodrigues:

Sobre o poema produzido por Sérgio Rodrigues, é correto afirmar que a) as palavras foram dispostas de forma aleatória, visando à construção de um texto coerente. b) o texto apresenta coerência, no entanto não possui coesão. c) a coesão é estabelecida através dos nexos oracionais. d) o poema possui coerência e coesão, as quais são obtidas através da semântica das palavras.

11. Onde estou?

Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era: Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! (Obras, 1768) SECCHIN, Antônio Carlos. ANTOLOGIA TEMÁTICA DA POESIA BRASILEIRA – Faculdade de Letras, UFRJ, 1 semestre de 2004.

O lugar a que se refere o autor na primeira estrofe é definido e referenciado pelos elementos sublinhados em: a) sítio e contemplá-lo. (versos 1 e 4) b) prado e natureza. (versos 2 e 3) c) diferente e tímido. (versos 2 e 4 ) d) outra e tímido. (versos 3 e 4) e) natureza e esmoreço. (versos 3 e 4)

8

Redação 12. Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu não fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado não está lá grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo para reclamar: moderna demais, antiquada demais.

Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos que parecem passar despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os estímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é como me botarem no colo ‒ também eu preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal. De modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que iam acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério… mesmo quando parece que estou brincando: essa é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar. LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004.

Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a articulação entre suas partes. Quanto à construção do fragmento, o elemento a) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”. b) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”. c) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”. d) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”. e) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.

9

Redação Gabarito 1. E O texto não apresenta elementos coesivos entre diversos verbos conjugados no pretérito perfeito do Indicativo – o que se torna dispensável, considerando a carga semântica de tais ações. Esse procedimento indica que o comportamento da personagem é rotineiro – o que se confirma pela repetição das sequências inicial e final do texto. 2. B Pode ser substituído “essa imagem” com “esses problemas”, sem desvalorizar o texto antecedente e mantendo o mesmo sentido do tema da oração. Elemento de substituição coesivo para a escrita. 3. B Apesar da desordem, o leitor, por si, pode estabelecer o nexo entre as palavras para captar a coerência do texto: um convite de casamento. 4. B O poeta tem dificuldade de mandar recado para a sua namorada porque, primeiro, não havia e-mail naquela época e, depois, porque o pai tornava difícil a relação entre os apaixonados. Assim, o elemento coesivo é expresso pelo termo “porque”. 5. D A característica indica uma concessão pelo termo mesmo no texto, uma vez que “o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área” contrária, do time opositor, mesmo tendo “mais posse de bola”. 6. E Nessa questão, o conectivo mas possui diferentes funções em suas duas aparições. Na primeira como indicador de oposição, no segundo assume caráter de adição. Dessa forma, contempla a melhor alternativa sendo a E. 7. B O pronome “isso” possui anáfora. Dessa forma, ele retoma a ideia anterior “você assegurou ao seu filho saudável a chance de ser tratado como inválido”. 8. A A expressão “além disso” acrescenta informações (“é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue”) ao que havia sido anteriormente sobre as atitudes recomendáveis para se ter um estilo de vida benéfico à saúde (“manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente”). 9. E A forma verbal “fizesse” tem seu sujeito oculto, fazendo referência ao termo gripe. Caso o fragmento fosse reescrito com o sujeito explícito, deveria haver a frase “Supõe-se que o vocábulo grippe fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.” 10. D As palavras se relacionam a partir de sua semântica, formando um poema coeso e coerente, que trata do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro. 11. A O substantivo “sítio” volta ao texto através do pronome “lo”, de modo anafórico.

10

Redação 12. A A alternativa correta é a letra a, já que o elemento a que o pronome “nisso” faz referência é o mesmo, sendo a referencia uma catáfora, isto é, uma introdução do elemento a ser enunciado posteriormente. A opção B, portanto, também é incorreta, já que o termo “assim” não faz referência a um elemento presente no texto, mas cumpre a função de um adjetivo.

11

Filosofia/Sociologia Diversidade x multiculturalismo Resumo O conceito antropológico de cultura Na área das ciências humanas, um dos temas de estudo mais importantes é o da cultura. Tratados de modelo colateral em disciplinas como a história, a filosofia e a própria sociologia, os fenômenos culturais ganharam uma ciência exclusivamente voltada para a sua investigação em fins do século XIX: a antropologia. Em nosso cotidiano, tendemos a chamar de “cultura” apenas aquele conjunto de atividades humanas consideradas mais nobres pela sociedade, como o teatro, a música clássica, a alta literatura, o cinema de vanguarda, etc. No nosso dia-a-dia, não costumamos considerar cultural o ato de um sujeito comer pipoca ou lavar louça. Apenas certas atividades “superiores” seriam culturais. Na antropologia (e, portanto, também na sociologia, que é sua parente próxima) é diferente. Nessa perspectiva, cultura é todo e qualquer elemento da vida humana que não seja natural, isto é, que não seja fruto de nossa própria constituição física, química e biológica. Enquanto o natural é aquilo que o homem realiza espontaneamente, em virtude do seu próprio ser, como respirar, por exemplo; o cultural, por sua vez, é aquilo que é criado pelo homem em sociedade e que, portanto, ele adquire através do seu convívio com os outros: a habilidade de escrever, por exemplo. Enquanto o natural é algo universal, que vale para todo e qualquer contexto histórico, independentemente das circunstâncias específicas, uma vez que deriva da própria constituição humana (a capacidade de falar, de emitir sons, por exemplo); o cultural, por sua vez, sendo fruto da sociedade, é particular, variando conforme o tempo e o espaço (a língua específica que se fala, por exemplo). Vê-se aqui que, enquanto o sentido cotidiano de cultura é bastante restrito, o sentido antropológico de cultura é bem mais amplo, incluindo sim o comer pipoca e o lavar louça como fenômenos culturais. Por outro lado, é bom lembrar que, por mais que a visão antropológica parta de uma diferenciação entre natureza e cultura, estes dois domínios não são completamente separados, mas, ao contrário, por mais que distintos, estão sempre muito conectados no mundo real. O fato cultural da existência da língua portuguesa, por exemplo, só existe em virtude do fato natural da capacidade humana de falar.

Multiculturalismo Uma vez que se compreende o conceito antropológico de cultura, imediatamente percebe-se que há variadas e inúmeras culturas ao redor do mundo, cada uma com seus respectivos valores, crenças, ideais, etc. Mais: consegue-se perceber também que estas variadas culturas estão em contínuo processo de transformação e que muitas vezes entram em contato entre si, seja de modo pacífico ou conflitivo. Quando duas ou mais culturas distintas entram em contato entre si, fundindo-se e se interpenetrando, estamos diante daquilo que os antropólogos chamam tecnicamente de aculturação. Por sua vez, uma vez ocorrida, a aculturação tem como consequência a concretização da diversidade cultural ou multiculturalismo, que é precisamente a coexistência de várias matrizes culturais, no interior de um mesmo espaço, ao mesmo tempo. O fato de existirem várias culturas no mundo, mas em lugares diferentes ou épocas diferentes, não é multiculturalismo ou diversidade cultural. Esta só se dá no contexto de uma pluralidade coexistente e não distante.

1

Filosofia/Sociologia Um grande exemplo de país multicultural e diverso, fruto claríssimo de um profundo e complexo processo de aculturação é o Brasil. Habitadas originalmente pelos ameríndios, colonizadas a seguir pelos portugueses, que se serviram de milhões de escravos africanos, povoadas sucessivamente enfim por imigrantes das mais diferentes nacionalidades, as terras brasileiras manifestam na cultura a sua própria história. Falamos o português, língua lusa, europeia, e somos predominantemente cristãos, como eram os colonizadores; no entanto, trazemos conosco hábitos arraigados de clara raiz indígena, como o costume dos vários banhos por dia, e nossa culinária também tem muitos elementos que denotam suas origens ameríndias ancestrais; por sua vez, também não são poucos os elementos que herdamos dos escravos vindos de África, sejam a feijoada, o samba, a capoeira ou tantos outros caracteres. De um ponto de vista mais teórico, a grande questão motivada pelo multiculturalismo é o problema da hierarquia cultural, isto é, se há ou não culturas superiores e inferiores, se há ou não fenômenos culturais que podem ser considerados de modo justo mais valorosos do que outros. Quanto ao tema, há duas visões fundamentais possíveis. O etnocentrismo, concepção muito comum entre os primeiros antropólogos, é a posição daqueles que creem que sim, há valores culturais superiores e, portanto, há sociedades mais civilizadas e com mais progresso do que outras. Por sua vez, o relativismo cultural, concepção predominante hoje entre os antropólogos, é aquela que crê que não, não há valores culturais superiores em si mesmos, uma vez que toda avaliação cultural depende do ponto de vista adotado, que, por sua vez, é sempre fruto de uma cultura específica. Nesta visão, o valor das diversas culturas, portanto, é sempre relativo.

2

Filosofia/Sociologia Exercícios 1.

Na segunda metade do século XIX, a capoeira era uma marca da tradição rebelde da população trabalhadora urbana na maior cidade do Império do Brasil, que reunia escravos e livres, brasileiros e imigrantes, jovens e adultos, negros e brancos. O que mais os unia era pertencer aos porões da sociedade, e na última escala do piso social estavam os escravos africanos. SOARES, C. E. L. Capoeira mata um. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.

De acordo com o texto, um fator que contribuiu para a construção da tradição mencionada foi a

2.

a)

elitização de ritos católicos.

b)

desorganização da vida rural.

c)

redução da desigualdade racial.

d)

mercantilização da cultura popular.

e)

diversificação dos grupos participantes.

A comunidade de Mumbuca, em Minas Gerais, tem uma organização coletiva de tal forma expressiva que coopera para o abastecimento de mantimentos da cidade do Jequitinhonha, o que pode ser atestado pela feira aos sábados. Em Campinho da Independência, no Rio de Janeiro, o artesanato local encanta os frequentadores do litoral sul do estado, além do restaurante quilombola que atende aos turistas. ALMEIDA, A. W.B. (Org). Cadernos de debates nova cartografia soctal: Territórios quilombolas e conflitos. Manaus: Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia; UEA Edições, 2010 (adaptado).

No texto, as estratégias territoriais dos grupos de remanescentes de quilombo visam garantir:

3.

a)

Perdão de dívidas fiscais.

b)

Reserva de mercado local.

c)

Inserção econômica regional.

d)

Protecionismo comercial tarifário.

e)

Benefícios assistenciais públicos.

Assinale a(s) alternativa(s) incorreta(s) acerca do que são etnocentrismo e relativismo. a)

Enquanto a Sociologia enfrenta a tarefa de pensar a sociedade, a Antropologia busca registrar e compreender os fenômenos humanos a partir do conhecimento do outro. Esse outro pode ser alguém pertencente a uma cultura distante e distinta da nossa, mas também pode ser alguém pertencente à nossa própria cultura, colocado em perspectiva e observado a partir de um ponto de vista distinto do que nos é habitual, familiar e cotidiano.

b)

O etnocentrismo é a propensão de os seres humanos enxergarem o mundo através de sua própria cultura considerando seu modo de vida como mais natural e mais correto do que os outros.

c)

O conceito de cultura é um dos mais polêmicos nas ciências sociais, mas há consenso em relação à superioridade cultural do Ocidente em relação a culturas não ocidentais.

d)

O relativismo cultural se opõe ao princípio de que valores, costumes ou ideias associados a determinada cultura são universalmente válidos.

e)

A perspectiva que classifica populações indígenas como inferiores é uma expressão do etnocentrismo.

3

Filosofia/Sociologia 4.

5.

O termo “cultura” possui significados distintos de acordo com contextos próprios. Assinale a(s) alternativa(s) incorreta(s) em relação a concepções de cultura correntes nas Ciências Sociais. a)

Embora os seres humanos já nasçam preparados para viver com outros de sua espécie, cada pessoa aprende formas culturais específicas pertencentes à sociedade onde nasceu e viverá.

b)

É no interior de cada cultura que é definido a moralidade, ou seja, o que é certo e errado.

c)

Os únicos tipos legítimos de expressão cultural para a sociologia são a literatura, a poesia, a música, o teatro e a pintura.

d)

Elementos relacionados à percepção do mundo, a ideias e valores são considerados formas da cultura que penetram a consciência humana e passam a constituir a visão de mundo dos indivíduos.

e)

A família humana é a instituição onde a socialização primária das crianças inicia sua constituição como seres culturais.

No primeiro semestre do ano de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte judicial brasileira, proIatou decisão referente ao polêmico caso envolvendo a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, onde habitam aproximadamente dezenove mil índios aIdeados nas tribos Macuxi, Wapixana, Taurepang, Ingarikó e Paramona - em julgamento paradigmático que estabeleceu uma série de conceitos e diretrizes válidas não só para o caso em questão, mas para todas as reservas indígenas demarcadas ou em processo de demarcação no Brasil. SALLES, D. J. P. C. Disponível em: www.ambito-juridico.com.br. Acesso em: 30 jul. 2013 (adaptado).

A demarcação de terras indígenas, conforme o texto, evidencia a

6.

a)

ampliação da população indígena na região.

b)

função do Direito na organização da sociedade.

c)

mobilização da sociedade civil pela causa indígena.

d)

diminuição do preconceito contra os índios no Brasil.

e)

pressão de organismos internacionais em defesa dos índios brasileiros.

“Bárbaro [do grego: bárbaros, pelo latim barbaru] Adj.1. Entre os gregos e os romanos, dizia-se daquele que era estrangeiro. 2. Sem civilização, selvagem, rude, inculto. 3. Cruel, desumano: tirano bárbaro. 4 V. bacana (1). S. M. 5. Aquele que tem essas qualidades. 6. Hist. Indivíduo dos bárbaros (godos, vândalos, hunos, francos, alanos, suevos etc.) povos do N. invasores do Império Romano do Ocidente entre os séculos III e VI de nossa era. Interj. 7. Exprime espanto ou admiração.” FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. Coordenação Marina Baird Ferreira, Margarida dos Anjos. 5.ª ed., Curitiba: Positivo, 2010, p. 282.

A definição do termo bárbaro, presente no dicionário Aurélio, permite pensar em uma categoria bastante importante para as Ciências Sociais, o Etnocentrismo, pois a origem do termo está nas civilizações grega e romana, que definiram como bárbaro toda a pessoa que não compartilhasse da sua cultura. Sobre o Etnocentrismo é incorreto afirmar: a)

O etnocentrismo contempla a crença de que uma sociedade é o centro da humanidade, a partir da qual as outras sociedades são julgadas inferiores.

b)

Segundo a perspectiva etnocêntrica, as diferentes culturas são colocadas no mesmo patamar.

c)

O etnocentrismo é uma forma de pensamento que pode colocar o grupo a que uma pessoa pertence como a única expressão da humanidade.

d)

O etnocentrismo considera que as categorias e normas da sua própria sociedade ou cultura são parâmetros aplicáveis às demais.

e)

Na perspectiva do etnocentrismo, o ponto de referência essencial não é a humanidade como um todo, mas o grupo particular ao qual se pertence.

4

Filosofia/Sociologia 7.

Pude entender o discurso do cacique Aniceto, na assembleia dos bispos, padres e missionários, em que exigia nada mais, nada menos que os índios fossem batizados. Contestava a pastoral da Igreja, de não interferir nos costumes tribais, evitando missas e batizados. Para Aniceto, o batismo aparecia como sinal do branco, que dava reconhecimento de cristão, isto é, de humano, ao índio. MARTINS, J. S. A chegada do estranho. São Paulo: Hucitec, 1993 (adaptado).

O objetivo do posicionamento do cacique xavante em relação ao sistema religioso externo às tribos era

8.

a)

flexibilizar a crença católica e seus rituais como forma de evolução cultural.

b)

acatar a cosmologia cristã e suas divindades como orientação ideológica legítima.

c)

incorporar a religiosidade dominante e seus sacramentos como estratégia de aceitação social.

d)

prevenir retaliações de grupos missionários como defesa de práticas religiosas sincréticas.

e)

reorganizar os comportamentos tribais como instrumento de resistência da comunidade indígena.

Texto I Frantz Fanon publicou pela primeira vez, em 1952, seu estudo sobre colonialismo e racismo, Pele negra, máscaras brancas. Ao dizer que “para o negro, há somente um destino” e que esse destino é branco, Fanon revelou que as aspirações de muitos povos colonizados foram formadas pelo pensamento coIoniaI predominante. BUCKINGHAM, W. et al. 0 livro da filosofia. São Paulo: Globo, 2011 (adaptado).

Texto II Mesmo que não queiramos cobrar desses estabelecimentos (salões de beleza) uma eficácia política nos moldes tradicionais da militância, uma vez que são estabelecimentos comerciais e não entidades do movimento negro, o fato é que, ao se autodenominarem “étnicos” e se apregoarem como divulgadores de uma autoimagem positiva do negro em uma sociedade racista, os salões se colocam no cerne de uma luta política e ideológica. GOMES, N. Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra.Disponível em: www.rizoma.ufsc.br. Acesso em: 13 fev. 2013.

Os textos apresentam uma mudança relevante na constituição identitária frente à discriminação racial. No Brasil, o desdobramento dessa mudança reveIa o(a) a)

valorização de traços culturais.

b)

utilização de resistência violenta.

c)

fortalecimento da organização partidária.

d)

enfraquecimento dos vínculos comunitários.

e)

aceitação de estruturas de submissão social.

5

Filosofia/Sociologia Texto para a próxima questão: ‘Todos precisam ser expostos às diferenças’ Vishakha N. Desai, cientista política e consultora

Eleita uma das cem mulheres mais poderosas do mundo em cargo de liderança, indiana veio ao Rio para congresso da AFS, entidade dos EUA que promove intercâmbios Estou na casa dos 60 anos, mas não quero revelar a idade real. Sou consultora da Universidade de Columbia e pesquisadora na Faculdade de Relações Públicas e Internacionais. Atuo como consultora no Museu Guggenheim, em Nova York, e presido o conselho da American Field Service (AFS). Entrevista a: DANIELA Kalicheskl [email protected] - Conte algo que não sei. Até o ano 2050, 50% do PIB do mundo virão da Índia e da China, como era em 1800. - Por que isso vai acontecer! Nos últimos 250 anos, tivemos uma dominação europeia e americana, e isso vai mudar. Cerca de metade da população estará localizada na China e na Índia, e a curva de crescimento populacional sugere essa mudança, que já aconteceu antes e voltará a ocorrer. O importante é que todos devem ter consciência desse movimento. No mundo ocidental, boa parte das pessoas não entende como as culturas orientais funcionam. Essa falta de entendimento é um grande risco e uma desvantagem. - Isso poderia ser visto como um retrocesso! Depende de quem responde à pergunta. Um líder chinês dirá que os últimos 250 anos não são nada em relação aos milênios em que a China esteve em seu auge. Então, os chineses diriam que isso é uma retomada. Mas é importante frisar que, em um mundo globalizado, nunca se pode voltar a um momento anterior, por isso essa mudança é vista como um movimento em espiral. - Como estar preparado para essas mudanças! Existem dois segredos. O primeiro é estar ciente das tendências do mundo e buscar entendê-las. A compreensão é fundamental para ser um cidadão do mundo. O segundo segredo é entender as diferenças. Se você não souber lidar com isso, será impossível se ver dentro do contexto mundial. - Qual a melhor forma de preparar as pessoas para um mundo multicultural? Ser parte de um sistema de educação que promova a curiosidade sobre o diferente. É preciso aprender a pluralidade e fugir do ponto comum e dominante do conhecimento. Também é preciso entender que existem diversos pontos de vista e que todos devem ser respeitados. Todos precisam ser expostos às diferenças. - Você observa um movimento de intolerância no Brasil! Há um movimento retroativo nesse sentido no mundo, uma onda contra as diferenças, contra a evolução global. Em geral, essas pessoas intolerantes acreditam estar se esforçando para defender ideologias, quando, na verdade, essas ideologias já estão quebradas. Intolerância está associada à insegurança. No Brasil, não é diferente, a intolerância é o medo de perder algo. Países com muita diversidade interna deveriam ter um papel importante para demonstrar como é conviver com as diferenças, não o contrário.

6

Filosofia/Sociologia - O que acha da reforma da educação brasileira, que prevê tomar opcionais matérias relacionadas a esse entendimento, como a sociologia! Penso que isso é um grande problema. As matérias da humanidade são extremamente importantes para nos ajudar a entender o que é ser humano. Quando perdemos essa aprendizagem nas escolas, deixamos de ensinar aos jovens o que é ter uma postura cidadã. É uma grande fraqueza para o país. - Acredita num mundo com igualdade de gênero! Há duas formas de mudar a desigualdade de gêneros. Uma delas é fazer política, criando leis de proteção e de igualdade. A segunda é com atitudes, e essas não mudarão só porque as leis mudaram. É importante entender que as atitudes levam tempo para se modificar. É preciso entrar na briga pela igualdade e não desistir.

9.

Segundo a cientista entrevistada por Daniela Kalicheski, que consequências práticas podem advir de uma ação educativa que incentive a curiosidade sobre o diferente; que se afaste do conhecimento regido por pontos comuns e dominantes na esfera do conhecimento; que tenha o entendimento de que são diversos os pontos de vistas e que tais devem ser respeitados e, ainda, que todos nós precisamos ser expostos às diferenças? a)

Melhoria na preparação dos que se inserem no ambiente multicultural.

b)

O incremento da xenofobia.

c)

O surgimento de um mundo multicultural.

d)

O despertar de movimentos retroativos contrários à evolução global.

e)

Um entrave que impedirá que se ensine aos jovens o que é ter uma postura cidadã.

10. Uma parte da nossa formação científica confunde-se com a atividade de uma polícia de fronteiras, revistando os pensamentos de contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos de carimbada cientificidade. A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da vida nem o topo da evolução. COUTO, M. Interinvenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado).

No trecho, expressa-se uma visão poética da epistemologia científica, caracterizada pela a)

implementação de uma viragem linguística com base no formalismo.

b)

fundamentação de uma abordagem híbrida com base no relativismo.

c)

interpretação da natureza eclética das coisas com base no antiacademicismo.

d)

definição de uma metodologia transversal com base em um panorama cético.

e)

compreensão da realidade com base em uma perspectiva não antropocêntrica.

7

Filosofia/Sociologia Gabarito 1.

E Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia: A capoeira, ao ultrapassar barreiras culturais desde o período escravista de nosso país, consolidou-se como um importante elemento identitário brasileiro. Resposta do ponto de vista da disciplina de História: Como o próprio texto ressalta, diversos grupos confraternizavam-se na prática da capoeira ligados por um simples fator: a marginalização social, ou seja, todos se sentiam excluídos socialmente.

2.

C É comum que comunidades como as de quilombos busquem inserção econômica através de atividades como a culinária e o artenasato, pois essas se apresentam como oportununidades de inserção que não alteram completamente suas dinâmicas culturais e ainda permitem projetar suas culturas, como forma de defesa e manutenção destas.

3.

C O conceito de cultura é, de fato, bastante polêmico, mas o consenso não está em afirmar a cultura do ocidente superior, mas o de considerar que não existem culturas superiores ou inferiores.

4.

C Para as ciências sociais, não existem expressões culturais mais legítimas que outras. Uma vez que todo ser humano adquire cultura ao se socializar, toda expressão cultural é coletiva e válida.

5.

B A coexistência de formas diferentes de vida e o reconhecimento da diferença depende diretamente, não só da regulação legal, como de sistemas legais que admitam a diversidade. Num país extremamente diverso como o Brasil, onde se pode afirmar que nos aproximamos do multiculturalismo, o pleno funcionamento da democracia e do sistema jurídico é crucial para o bom funcionamento da sociedade.

6.

B O etnocentrismo corresponde à atitude de utilizar a sua própria cultura como referência para julgar as demais. Assim, as outras culturas aparecem como sendo inferiores ou piores. As únicas alternativas que não estão de acordo com essa definição são a [02] e a [08], pois tratam do relativismo cultural, ou seja, do inverso do etnocentrismo.

7.

C A demanda por batizar os indígenas aparece, no texto, como uma forma de fazer o índio ser reconhecido como humano. Assim, o cacique Aniceto demonstra utilizar a religiosidade cristã como estratégia para que os índios de sua tribo sejam reconhecidos socialmente.

8.

A Os textos apresentam como questão central a afirmação de culturas e etnias através de lutas políticas e a consequente valorização de traços considerados fora dos padrões de beleza.

8

Filosofia/Sociologia 9.

A A única alternativa que está de acordo com o texto é a [A]. Segundo a entrevistada, a melhor forma de preparar as pessoas para um mundo multicultural é através da educação.

10. E Na visão do autor, não só as ciências humanas são úteis para a descontrução da figura do humano como ser “superior”. A biologia, por exemplo, é útil para compeendermos nosso lugar e integração com a natureza, assim como a física é útil pra compreender o tamanho do universo (e a nossa insignificância em termos astronômicos)

9
eBook - Enem - semana 12

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