Lepra - Microbiologia Geral

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Microbiologia Geral  Hanseníase/lepra    É causada pela Mycobacterium leprae que tem como reservatório o tatu, principalmente no oeste do Pará. Algumas características desse bacilo são: ● Bacilo Álcool-ácido resistentes (BAAR) -> coloração de Ziehl-Nielsen ● Imóveis e não produzem esporos ● Não são cultivados em meios de cultura artificiais ● Temperatura ótima de crescimento 30°C ● Intracelulares obrigatórios ● Tem afinidade por células cutâneas e nervos periféricos ● Possuem baixa patogenicidade, porém alta infectividade (infecta muitas pessoas)

1. Aspectos gerais da doença ● Afecta pele e nervos, porém pode aparecer em outros órgãos ● Prefere tecidos mais frios como pele, nervos superficiais, nariz, faringe, laringe, olhos e testículos ● Características das lesões cutâneas: podem ser no formato de máculas pálidas e anestésicas, de nódulos eritematosos ou infiltração cutânea difusa. ● Causa distúrbios como anestesia, neurite e encurtamento de ossos. ● O aparecimento da doença pode levar de 2 a 7 anos ● Afeta todas as idades e todos os sexos, embora seja mais comum em homens e mais raro em crianças. ● Os riscos maiores que envolvem o acometimento da hanseníase são as condições individuais e socioeconômicas ● Paucibacilares: < 5 lesões, quem tem essa forma não infecta outras pessoas e geralmente a cura é espontânea após a fase indeterminada. ● Multibacilares: > 5 lesões

2. Modo de transmissão A pessoa doente elimina o bacilo para o meio que pode ser ingerido por um indivíduo saudável pelas vias aéreas superiores ou através do contato direto. 3. Classificação de Madri Adota critérios de polaridade, baseado na união da clínica da doença + aspectos bacteriológicos + imunológicos + histológicos. São classificados em: ● Tuberculóide (T) ● Virchoviano (V) ou lepromatoso (L) ● Forma indeterminada (I) ● Forma borderline (B) ou dimorfa (D) 4. Teste mitsuda É semelhante a prova de tuberculina, pois não é um critério diagnóstico, tem apenas valor prognóstico auxiliando a classificação da doença. Hanseníase I: positivo ou negativo Hanseníase T: positivo Hanseníase B: positivo fraco ou negativo. Hanseníase V: negativo 5. Forma Indeterminada: primeira manifestação clínica Apresenta-se com​ manchas​, únicas ou poucas, hipocrômicas com alteração de sensibilidade, é uma forma benigna e localizada, ocorre perda da sensibilidade apenas térmica e não há comprometimento dos troncos nervosos. 6. Forma tuberculóide Está presente em pessoas com alta resistência ao bacilo. De forma semelhante a indeterminada também é benigna e localizada, com poucas ou única lesão. Porém, nesta forma a​ lesão tem limites bem definidos​ que apresentam dormência e ausência de sensibilidade. 7. Forma borderline ou dimorfa Nessa forma já estão presentes várias lesões como manchas em grande área da pele. Existe um acometimento mais extenso dos nervos. 8. Forma virchowiana ou lepromatosa É caracterizada por lesões palmares e plantares, inchaço nas pernas, nódulos na pele, deformidades, atrofia muscular e acometimento de órgãos internos. Aqui o bacilo se multiplica muito e a imunidade é nula.

9. Diagnóstico Laboratorial ● USG e ressonância magnética ● Eletroneuromiografia ● Intradermorreação e histopatologia ● Sorologia, inoculação, imunohistoquímica e PCR ● Baciloscopia (coloração de Ziehl-Neelsen): observação da M. leprae através de amostras de raspados da pele, mucosa nasal ou biópsia da pele do lobo das orelhas. É positivo no multibacilar ou forma lepromatosa, mas o resultado negativo não exclui a possibilidade. Importante: não se deve esperar o resultado da baciloscopia para começar o tratamento, o diagnóstico é clínico!!! a baciloscopia vai confirmar. ● CULTURA NÃO É UMA OPÇÃO!!! Clínico ● Exame físico: avaliação dermatoneurológica (pesquisa de sensibilidade nas lesões e identificação de neurites). Essa pesquisa de sensibilidade é mais importante para PREVENIR a evolução para o quadro mais grave (forma lepromatosa) porque detecta precocemente a diminuição ou a ausência de sensibilidade protetora do paciente. Na parte neurológica da avaliação é feito um “teste” com os principais nervos acometidos pela hanseníase que são na face o​ trigêmeo e o facial​ (causam alterações na face, olhos e nariz); nos braços o ​nervo ulnar, radial e mediano (causam alterações de membro superior); e nas pernas os ​nervos fibular comum e tibial posterior​ (causam alterações no MMII). Além disso, ocorre uma avaliação de força muscular para ver se ocorreu uma perda na força. Auxiliar Teste de lepromina ou mitsuda. 10. Diagnóstico diferencial As principais doenças de​ pele​ que fazem diagnóstico diferencial com hanseníase são a pitiríase versicolor (pano branco), eczemátide, tinha do corpo e vitiligo. O que difere todas elas da hanseníase é o fato de que elas não afetam a sensibilidade. As principais doenças ​neurológicas​ que fazem diagnóstico

diferencial com hanseníase são a síndrome do túnel do carpo, neuralgia parestésica, neuropatia alcoólica, neuropatia diabética lesões por esforço repetitivo. 11. Controle e prevenção Principalmente identificação, filhos de pais contaminados devem ser tratados com quimioprofilaxia, segregação no ambiente doméstico (roupa de cama, talheres, toalhas etc tem que ser somente do doente), controle dos contactantes de 6 a 12 meses. 12. Tratamento É com uma poliquimioterapia, mas o esquema vai depender se a hanseníase é paucibacilar ou multibacilar. Paucibacilar: rifampicina + dapsona. Multibacilar: rifampicina + dapsona + clofazimina
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