Módulo V - Apostila Fulc

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Estudos de Umbanda Conceitos Básicos 1) O Terreiro e suas Firmezas Os Pontos de Força no Terreiro de Umbanda para Firmeza do trabalho espiritual são pontos importantes a serem compreendidos...

2) Tipos de Sessão As casas de Umbanda possuem diversos tipos que sessões de acordo com a necessidade dos encarnados e as orientações das entidades...

3) A Egrégora e o Médium O Médium e seu componente astral, sua coroa que rege o seu trabalho espiritual e direciona sua missão, veremos como se dá essa relação e o papel do médium na corrente mediúnica.

4) A Dinâmica do Desenvolvimento Mediúnico Um momento muito sensível da vida do médium, é o desenvolvimento mediúnico, onde tudo é muito novo e cheio de medos. Toda a atenção deste momento é preponderante para o êxito no preparo deste médium para a vida religiosa.

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Conceitos Básicos

Módulo V: O TEMPLO Anexo I: Influência Moral Sugestão de Leitura: Aconteceu na Casa Espírita

1) O Terreiro e suas Firmezas O espaço físico da casa religiosa deve atender as necessidades do uso material, em geral: Hall de Entrada; Sala de Administração; Banheiros; Cantina/Cozinha; Assistência; Salão (terreiro); Vestiário e podendo ter ou não uma área de cuidado do santo, de acordo com a visão doutrinária assumida e espiritualmente possui os seus equivalentes que delimitam o ambiente sagrado e para a fluência (atração, repulsão, renovação, manutenção) energética do trabalho espiritual, e são realizadas firmezas fixas ou assentamentos, chamados PONTOS DE FORÇA, que encontraremos com obrigatoriedade nas Tendas. São Eles:

O portão possui dois pontos de força principais que são designadas a Exu e Ogum compondo a PORTEIRA/TRONQUEIRA, podendo conter Imagens ou somente elementos que consagram as Energias a serem trabalhadas: A) Do Lado Esquerdo, Pólo Negativo de Vibração, está a Firmeza de Exu, também chamada de Casa de Exu, onde estarão os elementos que firmam a Energia de Defesa da Casa através dos Guardiões já especificados pelo Comando Espiritual. Este local deve ser mantido limpo e fluidicamente renovado antes dos trabalhos espirituais. A Casa de Exu não possui tamanho específico, somente sendo necessário atender às demandas do terreiro; B) Do Lado Direito, Pólo Positivo de Vibração, está a Firmeza de Ogum, que juntamente com a Casa de Exu, forma um portal que indica e filtra espiritualmente a entrada de energia no ambiente sagrado, fazendo parte da segurança da casa espiritual, na função de guardas espirituais da casa e de todos que a compõem e estão dentro do ambiente sagrado.

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Também do Lado Direito está a CASA DAS ALMAS, onde são firmadas as Forças da Linha das Almas na figura dos Pretos Velhos. Esta também não possui tamanho específico, mas pode ter a forma de Cruzeiro mais comumente. Utilizada para a manipulação e manutenção das energias trabalhadas pelas Almas Santas e Benditas nos trabalhos de saúde, demanda e nas obrigações referentes às vibrações que respondem à Linha das Almas. Podendo conter Imagens ou somente elementos que consagram as Energias a serem trabalhadas.

Congá é o PONTO DE FORÇA localizado na frente do terreiro, também chamado de Altar ou Peji, onde são firmadas as Forças da Egrégora da Tenda, que é aspergida para toda a casa e é responsável pela manutenção fluídica dos trabalhos. É o ponto mais essencial de força dentro da Casa Espiritual. Sua estrutura é herdada da nossa influência Católica mas, atualmente, podendo conter Imagens ou somente elementos que consagram as Energias a serem trabalhadas. Alguns elementos podem ser destacados do Congá e possuir altar próprio como uma gruta em outro local do terreiro, um canteiro, por exemplo, mas estes já não são pontos de força obrigatórios, podendo variar de acordo com a casa e deverão corresponder às orientações da espiritualidade.

2) Tipos de Sessão As Reuniões Espirituais do terreiro de Umbanda são denominadas Sessões e/ou Giras (Engira), de acordo com a motivação da reunião, a organização da corrente pode variar e o andamento da reunião também, o que é da alçada da Direção Espiritual da Casa e sofre variação conforme a visão doutrinária adotada. Definimos os tipos de Sessão mais vistos e que, particularmente, mais praticamos na nossa vida religiosa:

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Normalmente, é uma gira fechada, não permitindo presença da assistência. É focada em atender os médiuns em desenvolvimento conjuntamente com as reuniões de conteúdo teórico, auxiliando o processo mediúnico da corrente. O mais indicado é que se tenha regularidade na realização destas sessões e que sejam dedicadas a vibrações específicas devidamente acompanhadas pela Direção. A presença do médium é obrigatória.

Todas as Atividades Espirituais de Umbanda são gratuitas e em prol da Caridade, mas denominamos “Sessão de Caridade” as reuniões que focam o passe magnético e o aconselhamento de entidades. Nela, iniciando com o rito de abertura oficial da casa, os médiuns com entidades confirmadas pela cúpula dirigente, após toda a louvação necessária para as firmezas do trabalho, atendem os que procuram a casa religiosa, sendo auxiliados no atendimento pelos cambonos (cambones).

As Reuniões dedicadas a Homenagear as Vibrações (Linhas, Orixás e Entidades) que fazem parte da Organização Espiritual de Umbanda, são festivas pois o foco é a louvação e confraternização entre a comunidade (Médiuns e Assistência), em que podemos demonstrar a fé e receber as Altas Vibrações do Homenageado. Nestas reuniões, podemos ver ou não o atendimento com passe e aconselhamento.

Este tipo de reunião é um Tratamento em Corrente (com entidades ou não) podendo ter vários objetivos: Saúde, Irradiação, Desobsessão, por exemplo. Sessão mais comum nas casas com influência africanista popular. Os médiuns que participam da corrente devem ser designados especificamente, de acordo com a ambiência energética, dada a natureza delicada do trabalho espiritual. E será aberta, somente, para os assistentes que foram orientados para o tratamento. Geralmente, recorremos a preparos e preceitos para os assistentes em tratamento, afim de potencializar e auxiliar o tratamento.

Reunião em torno de mesa de madeira, aberta a quem desejar, que visa a orientação doutrinária e preces para saúde e para o encaminhamento de desencarnados. Costume oriundo da Umbanda de maior influência espírita, aplicadas nas vertentes atuais.

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A Sessão de Cura não é tão comum, sendo realizada quando solicitada por uma entidade que possua esta missão de trabalho especificamente, focando na cura espiritual e física de quem possui esta indicação seja por entidades ou pelo atendimento fraterno.

As sessões, de um modo geral, possuem uma ritualística formal para todos os tipos. Uma abertura comum segue uma ordem semelhante ao que veremos neste momento:

a) Defumação:

O defumador é uma ferramenta litúrgica para a limpeza do ambiente, utilizando o que os orientais chamariam de aromoterapia, atraindo os fluidos positivos ou dissipando os negativos dependendo das ervas utilizadas e o aroma que estas exalam ao serem queimadas, além da propriedade dissipadora do fogo em que estas queimam. O defumador é composto de: o Turíbulo – recipiente próprio para conter o carvão permitindo a fumaça exalar; o Carvão – material de grande utilidade para a limpeza e segurança espiritual; o Ervas secas – que irão condizer com o objetivo da defumação (limpeza, prosperidade...); o Fogo – poder dissipador para com as energias negativas, além de ser o fator de desprenderá a energia acumulada contida nas ervas. o Fumaça Aromatizada – que vai guiando os fluidos para o tratamento espiritual condizente (para fora em caso de limpeza / para dentro de casa trazendo a prosperidade e fluidos positivos, se for o caso). Para o defumador que fazemos no terreiro antes da sessão são necessárias duas pessoas que estejam preparadas espiritualmente, pois é um trabalho que requer certa segurança, visto que lida com a limpeza espiritual. O médium da frente leva o turíbulo na mão direita preferencialmente e atrás deste segue outro que leva um copo de água na mão esquerda (lado de vibração negativa) e um recipiente com o preparado de defumador na mão direita (lado de vibração positiva). O médium com turíbulo defuma os cômodos internos atrás do altar, o congá e todos os pontos energéticos que estão destacados do altar e os atabaques. Como é um defumador para limpeza deverá ser passado de dentro da casa para fora. Depois cruzando o terreiro para saudar os pontos de firmeza da casa.

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A partir de então defumando os médiuns, iniciando pelo sacerdote e terminando pelo médium mais novo. A seguir, defumando a assistência: cada pessoa individualmente de costas para rua, os assentos, e o restante da casa sempre em direção da rua. Na porta de saída, o médium auxiliar deixa ao mesmo tempo o copo de água e o recipiente de defumador no chão, sem as guias no pescoço o médium com o turíbulo o defumará e depois as guias, terminando assim pelo médium auxiliar cumprimentando o defumador. E este defumará o outro médium. Deixará então o turíbulo ao lado do copo de água e com uma vela acesa na porta de saída / entrada da casa. A água deve ser rapidamente e em pouca quantidade derramada sobre o turíbulo, mentalizando que a água seja controladora do fogo como queremos para nossa vida. O defumador pode ser passado da seguinte forma, fazendo a limpeza horizontal nos 7 chacras principais:

Comece de frente e gire em sentido horário... não volte em sentido contrário, viu?

b) Cruzamento do Terreiro:

“Encruza, terreiro encruza, na fé de Oxalá, encruza! ” Procedimento realizado em 2 partes: Cruzamento com Água e o Cruzamento com Pemba. Ambos realizados pelo dirigente ou pessoa responsável designada para tal com o intuito de manter a segurança espiritual dos pontos específicos do terreiro, onde a água é o alimento desses pontos e a pemba a sua cobertura. Sendo a água ao fim do cruzamento despachada na porta de entrada. No momento do Cruzamento com a Pemba, também são cruzados os médiuns (chacra frontal, glândula pineal, chacra cardíaco, antenas superiores e inferiores).

“Salve a Pemba, também salve a toalha, salve a coroa que é do nosso Pai Oxalá! ”

c)

Saudação aos Guardiões da Porteira:

“Lá na Porteira eu deixei minha sentinela, eu deixei os meus Exus tomando conta da cancela! ” Momento em que todos voltados para a porteira cantam ponto de saudação para a firmeza dos Exus da casa, que são os responsáveis pelo fluxo espiritual e material de toda casa e pela segurança do

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trabalho realizado. A função deste momento não é apenas saldar mas interligar as energias de todos à Egrégora para que o Ponto de Força na Tronqueira seja potencializado e todos os guardiões das pessoas presentes, estejam participando deste processo. Seguindo a seguinte ordem básica: Sr. Tranca Ruas, Exu Guardião, Pomba Gira Guardiã e demais entidades que se apresentem para a função no corpo mediúnico.

d) Prece de Abertura: A Prece é recitada por um médium designado pelo dirigente que já fez previamente sua seleção. Esta deve ser acompanhada pelos médiuns e assistentes com respeito e concentração, pois é um momento importante para a afinidade energética entre os médiuns, os assistentes e a Egrégora espiritual da casa. Elevando o pensamento a Deus, aos Orixás e a toda espiritualidade pedindo o auxílio e a permissão aos trabalhos, momento de humildade em que reconhecemos a necessidade do auxílio do Astral e nos abrimos para receber os fluidos e ensinamentos da espiritualidade, cercando nosso encontro de espíritos bons.

e) Saudação a Oxalá:

“Oxalá, meu Pai, tem pena de nós tem dó, se a volta do mundo é grande, seu poder é bem maior!” Todos agachados com a cabeça no chão sobre o pano de cabeça, em sinal de humildade e subserviência, pedindo a proteção, a benção e a permissão de Oxalá para iniciar o trabalho. Mais um momento em que nos colocamos a serviço da espiritualidade, auxiliando na concorrência de boas vibrações.

f)

Bate-Cabeça:

“Bate Cabeça, filho de Umbanda e pedi pra Zambi lhe ajudar! O ritual de bater cabeça simboliza a humildade e a subserviência do médium aos desígnios da espiritualidade. Neste momento os médiuns batem cabeça para a energia espiritual da casa. Iniciando com o dirigente e seguindo a hierarquia da casa, os médiuns irão ao altar, girando o corpo em sentido horário, reverenciando os quatros cantos de firmeza da casa, coloca-se o pano de cabeça no chão ou no altar, batendo primeiro a testa e depois o lado esquerdo e, então, o direito dependendo dos orixás de cabeça. Pensemos: a energia feminina correlaciona-se com nosso lado esquerdo e a masculina com o direito. Assim, seguindo a ordem dos seus orixás, o médium deitará sua cabeça sobre o pano. Enquanto o dirigente realiza o seu ritual todo o terreiro se mantém abaixado em respeito à coroa do dirigente.

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Após bater a cabeça no peji, o médium baterá a cabeça para o dirigente que é o responsável pelos cuidados com sua vida espiritual e para sua coroa, algumas casas neste momento fazem apenas a troca de bênçãos, o que não modifica em nada hierarquicamente. Então, cumprimentará os itens destacados do congá, começando por firmeza de orixá, se tiver, após: os atabaques, a porteira, os assistentes e os médiuns. A partir deste momento a gira seguirá de acordo com as orientações do dirigente dependendo da sua função.

3) A Egrégora e o Médium Por definição, Médium é o medianeiro na comunicação entre o plano material e o plano espiritual, o porta voz da Espiritualidade. Sendo a mediunidade uma faculdade inerente ao homem como ensinado no Livro dos Médiuns: “Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. (...)Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo XIV).

Ao se relacionar com as esferas espirituais, com comprometimento e sensibilidades variados, este homem que possui a faculdade mediúnica em atividade, visa sua evolução espiritual e se propõe auxiliar a vida e evolução por meio da caridade, oficialmente, nas sessões de umbanda, que é nosso ambiente de estudo. Porém, todos os homens possuem mediunidade e ela não é vinculada a uma religião e sim ao ser humano, que vai expressá-la de diversas formas, como bem sabemos, e sendo intuição uma dessas formas, o médium está com sua faculdade ativa mesmo inconscientemente. Somos médiuns 24 horas por dia, estamos em contato constante com a espiritualidade de forma positiva ou negativa, estamos em evolução e a vigília é imprescindível para a manutenção da boa qualidade de vida espiritual e material do homem. Aqueles que não possuem esta visão, este entendimento, não se atentam aos cuidados que citamos aqui ao longo desta apostila, porém, de acordo com a doutrina vivenciada estarão respaldados. Atrairemos pela Lei de Afinidade, como visto no Módulo II, diversos espíritos ao longo da nossa vida, cuidar para que sejamos sempre assistidos por bons espíritos requer também a nossa Reforma Intima, não limitamos nosso comportamento na Umbanda com Dogmas, mas com bom senso, pois se o bem e mal pode ser considerado relativo, o respeito ao semelhante não o será. Então, se mantendo em evolução pelo Bem Maior, e seguindo as orientações dos nossos mentores, trabalharemos nosso melhoramento. Até lá, atraímos espíritos de oportunidade que podem apenas estar em busca de luz e orientação, mesmo que a gente não perceba, estes serão encaminhados por nossos protetores, mas quando nos sentimos “carregados”

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e este espirito tenta se vincular, é de nossa responsabilidade o cuidado de acordo com a visão doutrinária. Sendo na Umbanda, usualmente, com nossos banhos de ervas, sacudimentos, preces e sessões de descarga.

Vale ressaltar que a missão de trabalho mediúnico dentro da Organização Espiritual de Umbanda se apresentará com clareza em diversos momentos da vida, afinal, um acordo prévio antes desta encarnação assumido por nós para o objetivo da religião. Uns chamarão de cobrança, mas a nossa visão indica que é apenas chegado o momento de honrar o compromisso acordado e as entidades envolvidas, assim como o próprio espirito do homem, se posicionam na intenção de se preparar para o trabalho. Não será difícil ouvirmos relatos de quem se aproximou da religião por momentos de dificuldade, ou à revelia, mas o propósito do estudo é desmistificar e auxiliar o médium (de incorporação ou não) na aceitação da sua missão e no preparo para que seu trabalho seja melhor embasado e se distancie das mistificações. Quando assumimos a missão de Umbanda ainda na espiritualidade, nossa Egrégora será montada, sendo composta de entidades que se proponham a nos auxiliar na caminhada, por diversos motivos, que não nos caberá conhecimento, mas para não ficar vago, vamos afirmar que a nossa relação com as Entidades que nos regem e trabalham conosco é cármica, não fazendo relações momentâneas ou por oportunidade. Com o desenvolvimento mediúnico o médium se prepara para a sua relação com as entidades e com as forças que estas manipularão no contato. Entidades não atrapalham a vida de seus médiuns que se negam a trabalhar, entidades não causam doenças ou desavenças na vida de ninguém, com a aproximação do fluido e com o despertar da mediunidade, realmente, alguns sintomas desconfortáveis são sentidos e sem o devido tratamento, espíritos negativados se aproximarão para usufruir do ectoplasma (eflúvio) deste médium fora do trabalho, e não terá cuidado já que rejeita o desenvolvimento mediúnico. Assim, podemos dizer e assumir que é necessário todo o cuidado possível do médium com responsabilidade e naturalidade.

4) A Dinâmica do Desenvolvimento Mediúnico Uma vez entendido quem é o medianeiro e sua relação com as entidades que o acompanham, assim como o mecanismo de incorporação, vamos procurar entender como se processa o Desenvolvimento Mediúnico, um período mágico e muito delicado da nossa vida espiritual. Sabemos que somos acolhidos e mantemos uma relação cármica com as entidades, mas desenvolver esta relação, desenvolver o dom da comunicação espiritual e não sucumbir no caminho, requer cuidado e dedicação.

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Vimos no Módulo III, que antes das entidades de trabalho se apresentarem, aos poucos outros espíritos de vibração semelhante, da mesma falange, se aproximam do médium para acostumar e ensinar energeticamente a ele a alterar a sua própria vibração, buscando a sintonia, estes são os desenvolvedores. São espíritos que não possuem missão cármica com o médium, ainda estão em um nível inferior na evolução, não sendo indicado forçar o uso do fumo e da bebida, dizer o nome ou dar qualquer atendimento. A função deles é auxiliar o médium no contato com a vibração da falange, até a entidade de missão poder se apresentar. No decorrer do desenvolvimento, sensações e sentimentos confusos de medo e insegurança vão diminuindo, vamos nos acostumando com as vibrações, conhecendo as individualidades das energias e vamos construindo uma relação de confiança e afeto com a espiritualidade. Dependendo da frequência, do entendimento e da dedicação do médium, o tempo desta fase pode ser maior ou menor. Há quem em 6 meses esteja com entidades confirmadas e há quem em 3 anos ainda não esteja na melhor sintonia ainda, não devemos ter ansiedade e nem calculismo neste processo, mas resignação e amor pela vida espiritual, pois muito aprendizado está no árduo caminho que trilharemos na Umbanda. Não é fácil, é um período instável e surpreendente, mas as descobertas e o despertar da nossa alma fazem valer a pena. Outro relato comum, extremamente normal, é a variação das manifestações mais discrepante no desenvolvimento, mas ainda existente em todo momento da vida mediúnica. É importante que se tenha em mente que o aparelho mediúnico precisa de estabilidade para que consiga a melhor sintonia vibratória, mas não temos, atualmente, um mundo que propicie toda a paz que precisamos, então, vamos nos reinventar a cada momento para burlar as nossas próprias dificuldades e permitir que a espiritualidade consiga nos orientar e imantar com suas vibrações até mesmo para nossa superação na missão neste plano. A prática do Desenvolvimento, como boa parte de tudo o que diz respeito à Umbanda, vai variar de acordo com a casa, mas, particularmente, acreditamos que a melhor forma seja gradativa, em sessões fechadas em que podemos dar atenção necessária a este momento e sem a pressão do “precisa incorporar”, “precisa rodar”, “precisar bradar”... O médium em desenvolvimento precisa apenas se permitir e se sentir seguro lidando com o invisível. A Dinâmica do Desenvolvimento, propriamente dita, é o processo espiritual da aproximação do desenvolvedor, gradativo, evolutivo e não-invasivo, até a chegada da entidade fixa, processo que pode ser auxiliado por tratamentos e condutas específicas do médium ao se preparar para passar por esta fase. É importante acompanhar as manifestações que forçam demasiadamente o médium, sacudidelas, médiuns se debatendo, toda a forma de exposição e desgaste do aparelho mediúnico não devem fazer parte da rotina da prática Umbandista. Todo o folclore acerca do mediunato deve ser tolhido, a prática religiosa deve ter uma tônica de responsabilidade e confiança, a relação entre médium e entidade deve ser construída com respeito.

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Sobre as qualidades do médium, temos citações importantes para deixar sempre em mente, afim de manter a vigília acerca da nossa reforma moral e da nossa responsabilidade na vida mediúnica:

“A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão. ” Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. XXVI, item 9.

“O médium espírita deve: Esquivar-se à suposição de que detém responsabilidades ou missões de avultada transcendência (...). Silenciar qualquer prurido de evidência pessoal na produção desse ou daquele fenômeno. (...). Ainda quando provenha de círculos bemintencionados, recusar o tóxico da lisonja. (...). Fugir aos perigos que ameaçam a mediunidade, como sejam a ambição, a ausência de autocrítica, a falta de perseverança no bem e a vaidade com que se julga invulnerável. (...)” André Luiz: Conduta Espírita. Cap. 4. “Ora, a primeira condição para se granjear a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material” Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. XXVI, item 8.

“As qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor do próximo, o desprendimento das coisas materiais. (...).” Allan Kardec: O Livro dos Médiuns. Cap. XX, item 227.

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