Aula 09 - Balanço Patrimonial e Ativo Circulante

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Curso: Contabilidade Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo

Aula 09 Curso: Contabilidade Professor: Feliphe Araújo

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Aula 09 – Balanço Patrimonial. Ativo Circulante.

1.

Balanço Patrimonial .................................................................... 3

1.1 2.

Estrutura do Balanço Patrimonial ...................................................................................... 4 Ativo ............................................................................................ 5

2.1

Ativo Circulante .................................................................................................................. 5

2.1.1

Disponibilidades ......................................................................................................... 6

2.1.2

Direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente .................................. 6

2.1.2.1

Direitos a receber no curto prazo .......................................................................... 7

2.1.2.2

Aplicações em Instrumentos Financeiros............................................................. 10

2.1.2.3

Estoques ............................................................................................................... 28

3.

Resumo da Aula......................................................................... 36

4.

Lista de Exercícios ..................................................................... 41

CESPE ............................................................................................................................................ 41 FCC................................................................................................................................................ 41 FGV ............................................................................................................................................... 43 5.

Gabarito .................................................................................... 45

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1.

Balanço Patrimonial quantitativa e qualitativamente

Balanço Patrimonial

demonstração contábil destinada a evidenciar

numa determinada data

a posição patrimonial e financeira da Entidade

Ele mostra como de fato está o Patrimônio da empresa, refletindo sua posição financeira em um determinado momento, de maneira estática. O balanço patrimonial é um demonstrativo contábil obrigatório tanto para as companhias abertas quanto para as companhias fechadas. O balanço patrimonial está definido no artigo 178 da Lei 6.404/76, transcrito a seguir: Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente.

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O balanço patrimonial apresenta os ativos (bens e direitos), passivos (exigibilidades e obrigações) e o patrimônio líquido. O balanço é o principal demonstrativo contábil e o mais cobrado em concursos.

1.1

Estrutura do Balanço Patrimonial A estrutura do balanço patrimonial é a seguinte: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO

PASSIVO

Ativo Circulante

Passivo Circulante

Ativo Não Circulante

Passivo Não Circulante

Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível

Patrimônio Líquido (PL) Capital Social (-) Ações em Tesouraria Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Reservas de Capital (-) Prejuízos Acumulados

Existem duas classes de contas que se apresentam no balanço patrimonial: o ATIVO e o PASSIVO. Os grupos de contas correspondem a subdivisões das classes de contas: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO (Classe)

Grupos de contas

PASSIVO (Classe)

Ativo Circulante

Passivo Circulante

Ativo Não Circulante

Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido

Grupos de Os grupos de contas são divididos em subgrupos de contas. contas

Grupos de contas

Grupos de contas

Exemplo: Ativo Não Circulante (Grupo) Grupos de contas

Grupos de Prof. Feliphe Araújo contas

Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível

Subgrupos de contas

Subgrupos www.ifaconcursos.com.br de contas

Grupos de contas

Grupos de contas 4 de 45

Grupos de

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Por fim, temos as contas que correspondem aos elementos patrimoniais ou de resultado, e as subcontas que correspondem ao menor detalhamento das contas. Exemplo: Ativo (Classe) Ativo Circulante (Grupo) Disponibilidades (Subgrupo) Bancos – Conta Movimento (Conta) Banco do Brasil Caixa Econômica Federal Banco Itaú

Subcontas

Subcontas

2.

Ativo

Subcontas Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e que se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. Subcontas No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I – ativo circulante; e

Subcontas

II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Subcontas 2.1

Ativo Circulante

O ativo, segundo o CPC 26 (R1), deve ser classificado como circulante Subcontas quando satisfazer qualquer dos seguintes critérios: (a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade; Subcontas (b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; (c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do Subcontas balanço; ou (d) é caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após Subcontas a data do balanço. Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes. Subcontas Segundo o art. 179 da Lei 6.404: Subcontas Prof. Feliphe Araújo

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Subcontas

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as disponibilidades; os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente; e

Contas classificadas no ativo circulante

as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte

2.1.1 Disponibilidades São elementos do ativo que representam dinheiro ou nele possam ser convertidos de forma imediata. As disponibilidades são também chamadas de caixa e equivalentes de caixa. Exemplos: 1. Caixa: valores em espécie de posse da entidade e todo o numerário em trânsito. Numerários em trânsito são valores entre estabelecimentos da entidade ou cheques que ainda não foram depositados. 2. Bancos conta movimento: valores depositados nas contas bancárias da empresa. 3. Aplicações financeiras de liquidez imediata: aplicações com resgate em períodos iguais ou menores que 90 dias.

As disponibilidades devem ser registradas pelo valor original (ou custo histórico) das cédulas, documentos ou títulos que as representem. No caso das Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata, ao valor original deve ser acrescido os juros. Os juros obtidos nas aplicações financeiras devem ser registrados a débito da conta aplicações financeiras e a crédito de receitas. Lançamento contábil: Aplicações Financeiras (ativo) a Receita de juros (resultado)

2.1.2 Direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente Os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente podem ser reais (bens) ou pessoais (direitos).

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Representam os bens da empresa. Reais

Direitos realizáveis

Exemplos: matérias-primas, estoque de mercadorias e material de uso ou consumo; Representam os direitos (créditos) da companhia.

Pessoais

Exemplos: clientes, duplicatas a receber, empréstimos a receber, adiantamento a fornecedores e ICMS a recuperar;

Podemos dividir os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente nos seguintes grupo principais: 1. Direitos a receber no curto prazo; 2. Instrumentos financeiros de curto prazo; 3. Estoques; e 4. Tributos a recuperar.

2.1.2.1

Direitos a receber no curto prazo

São créditos ou direitos que a entidade tem perante a terceiros. São contas representantes de direitos:  Clientes;  Duplicatas a receber;  Notas promissórias a receber;  Adiantamento a fornecedores; e  Adiantamento a funcionários.

Por exemplo, na venda de mercadorias a prazo mediante a emissão de duplicatas no valor de R$ 1.000,00, temos o seguinte lançamento na empresa vendedora D – Duplicatas a receber (Ativo) C – Receita de venda (resultado)

1.000,00

As contas Clientes e Duplicatas a Receber são contabilizadas pelo valor original menos as estimativas de perdas para reduzi-las ao valor provável de realização. De acordo com a Lei 6404/76, Art. 183, inciso VIII:

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Não Circulante

serão ajustados a valor presente;

Circulante

serão ajustados a valor presente quando houver efeito relevante;

Ativo

Uma informação relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários. Assim, os elementos do ativo circulante devem ser ajustados a valor presente quando houver efeito relevante, ou seja, quando puderem influenciar as decisões tomadas pelos usuários. Professor, e o que seria o Ajuste a Valor Presente? Vamos lá!!!

2.1.2.1.1 - Ajuste a Valor Presente Valor presente (present value): é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro, no curso normal das operações da entidade. Tal fluxo de caixa pode estar representado por ingressos ou saídas de recursos. demonstra o valor presente de um fluxo de caixa futuro;

Ajuste a Valor Presente (AVP)

destina-se a excluir os juros ou encargos financeiros embutidos nos valores das compras e das vendas, quando feitas a prazo; registra na contabilidade as operações como de fato aconteceram, em atendimento a primazia da essência sobre a forma; auxilia as entidades a diferenciar o resultado financeiro do resultado realmente apurado com suas atividades empresariais.

Vamos simplificar, dando um exemplo: A empresa Dedicados Ltda., em 31 de dezembro de 20X0, vendeu mercadorias a prazo para a empresa Aprovados S/A, com as seguintes informações: - Preço à vista: R$ 50.000,00. - Preço a prazo de venda: R$ 60.500,00. - Taxa de Juros implícita: 10% ao ano. - Data do pagamento: 31/12/20X2.

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- Desconsidere os impostos incidentes. 1) Realize as operações:

Para finalizar, devemos lembrar que, de acordo com o CPC 12, a quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial "pro rata die", a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam. Portanto, o correto é utilizar o método exponencial (juros compostos), conforme fizemos no exemplo acima.

(CESPE / Contador - INMETRO / 2009) O ajuste a valor presente aplicarse-á a todos os ativos e passivos de curto e longo prazo. Um exemplo dessa aplicação é o registro de juros embutidos que não foram contabilizados corretamente no momento da operação. ( ) Certo ou ( ) Errado.

(FCC/Consultor Técnico-Legislativo - Categoria Contador – CLDF/2018) A Cia. das Viradas realizou, durante o mês de dezembro de 2017, as vendas nas condições apresentadas na tabela a seguir:

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A taxa de juros compostos cobrada nas vendas a prazo é de 0,76% ao mês, que equivale a uma taxa de juros de 20% para o prazo total da venda ocorrida em 01/12/2017. Os efeitos evidenciados na Demonstração do Resultado do ano de 2017 da Cia. das Viradas, decorrentes especificamente das vendas efetuadas durante o mês de dezembro de 2017, foram (A) Receita de Vendas no valor de R$ 2.250.000,00 e Receita Financeira no valor de R$ 8.500,00. (B) Receita de Vendas no valor de R$ 2.250.000,00 e Receita Financeira no valor de R$ 170.000,00. (C) Receita de Vendas no valor de R$ 2.216.000,00 e Receita Financeira no valor de R$ 8.500,00. (D) Receita de Vendas no valor de R$ 2.250.000,00 e Receita Financeira no valor de R$ 6.460,00. (E) Receita de Vendas no valor de R$ 2.420.000,00 e Receita Financeira no valor de R$ 6.460,00.

2.1.2.2

Aplicações em Instrumentos Financeiros

De acordo com o CPC 39, instrumento financeiro é qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro para a entidade e a um passivo financeiro ou instrumento patrimonial para outra entidade. Quanto à classificação, o CPC 48 simplifica a contabilização dos instrumentos financeiros e, desta forma, contém 03 (três) categorias de mensuração do ativo financeiro e 02 (duas) para o passivo financeiro, a saber: Ativo Financeiro

Passivo Financeiro

Custo Amortizado (CA)

X

X

Valor Justo por meio de Resultado (VJR)

X

X

X

Não se aplica

Classificação dos instrumentos financeiros

Valor Justo por meio Abrangentes (VJORA)

de

Outros

Resultados

O nosso estudo será focado no ativo financeiro. Prof. Feliphe Araújo

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A entidade deve classificar ativos financeiros como subsequentemente mensurados ao custo amortizado, ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes ou ao valor justo por meio do resultado com base tanto: (a) no modelo de negócios da entidade para a gestão dos ativos financeiros; quanto (b) nas características de fluxo de caixa contratual do ativo financeiro.

Resumindo, os ativos financeiros são classificados em 3 categorias:

Ativos Financeiros

Mensurados ao Custo Amortizado (CA)

Mensurados ao Valor Justo

Por meio de Resultado (VJR)

Por meio de Outros Resultados Abrangentes (VJORA)

As classificações têm por base tanto o modelo de negócios da entidade para a gestão desses ativos quanto as características de fluxos de caixa contratuais do ativo.

 APRENDENDO CONCEITOS: Instrumento Financeiro

É qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro (caixa, contas a receber, ações) para uma entidade e a um passivo financeiro (obrigação, por exemplo) ou instrumento de capital próprio para outra entidade.

Derivativos

São Instrumentos Financeiros que têm seus preços derivados do preço de mercado de um bem ou de outro Instrumento Financeiro; Ex: Mercado futuro de dólar.

Valor Justo

É o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração (ou avaliação).

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Segundo o CPC 48, valor contábil bruto de ativo financeiro é o custo amortizado de ativo financeiro, antes do ajuste por qualquer provisão para perdas. De acordo com o CPC 39, ativo financeiro é qualquer ativo que seja: (a) caixa; (b) instrumento patrimonial de outra entidade; (c) direito contratual: (i) de receber caixa ou outro ativo financeiro de outra entidade; ou (ii) de troca de ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições potencialmente favoráveis para a entidade;

(d) um contrato que seja ou possa vir a ser liquidado por instrumentos patrimoniais da própria entidade, e que: (i) não é um derivativo no qual a entidade é ou pode ser obrigada a receber um número variável de instrumentos patrimoniais da própria entidade; ou (ii) um derivativo que será ou poderá ser liquidado de outra forma que não pela troca de um montante fixo de caixa ou outro ativo financeiro, por número fixo de instrumentos patrimoniais da própria entidade.

Pessoal, vamos detalhar qual a diferença entre ativo financeiro e ativo não financeiro. Lembrando que essa parte é mais conceitual. Ativo financeiro é caixa, título que representa o direito de receber caixa, outros bens ou direitos de natureza financeira. Assim, não são ativos financeiros bens como máquinas, mercadorias, imóveis e veículos. Agora, vamos entender o que é um derivativo. Derivativo é um contrato no qual se estabelecem pagamentos futuros, cujo montante é calculado com base no valor assumido por uma variável, tal como o preço de um outro ativo (e.g. uma ação ou commodity), a inflação acumulada no período, a taxa de câmbio, a taxa básica de juros ou qualquer outra variável dotada de significado econômico. Derivativos recebem esta denominação porque seu preço de compra e venda deriva do preço de outro ativo. Em outras palavras, derivativo é um instrumento financeiro cujo valor deriva ou depende do preço, do desempenho de mercado de determinado bem ou da taxa de referência. Assim, as aplicações em derivativos se assemelham a uma aposta, porque há, de um lado, quem acredite que o Prof. Feliphe Araújo

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valor de certo bem, índice ou taxa etc., subirá e, do outro, quem ache que esse preço cairá. Esse assunto está ligado muito a mercado financeiro e não cai no nosso concurso. Fui bem resumido na minha explicação, pois este assunto é extenso. Um dos casos de mercados de derivativos é o mercado de opções. Vamos fazer um exemplo com a opção de compra. Neste caso, as partes interessadas, vendedor e comprador, especulam a cotação futura de uma determinada ação, por exemplo, com base na cotação atual. Exemplo: Em 01/01/2016, a entidade X adquire a opção de compra de 50 ações da Petrobrás a R$ 100,00 cada (total de R$ 5.000,00). A data de vencimento é 31/01/2016, e o prêmio pago à entidade Y (lançador da opção) pela entidade X é de R$ 50,00. O valor unitário da ação da Petrobrás, em 01/01/2016, é igual a R$ 90,00. Assim, em 31/01/2016, a entidade X pode comprar ou não as ações, pois ela adquiriu o direito quando pagou o prêmio. O valor do prêmio já está garantido para a entidade Y, independente se as ações serem adquiridas ou não. Caso 1: Se, em 31/01/2016, o valor unitário da ação da Petrobrás fosse, por exemplo, de R$ 120,00. Neste caso, a entidade X exerceria a opção de compra, pois o valor que ela pagaria para exercer a opção seria de R$ 100,00 (diferença favorável: 120,00 – 100,00 = R$ 20,00 por ação). Caso 2: Se, em 31/01/2016, o valor unitário da ação da Petrobrás fosse, por exemplo, de R$ 90,00. Neste caso, a entidade X não exerceria a opção de compra, pois o valor que ela pagaria para exercer a opção seria maior do que efetivamente a ação está valendo. Neste caso, a despesa da entidade X seria somente o valor do prêmio pago de R$ 50,00. O ativo não derivativo é um instrumento financeiro cujo valor não deriva ou não depende do preço, do desempenho de mercado de determinado bem ou da taxa de referência. Por exemplo, no momento da compra de um título, já se sabe o valor exato da compra. Logo, o ativo financeiro não derivativo representa direitos financeiros a receber, como contas a receber de clientes e títulos adquiridos de instituições financeiras, em que o montante não é calculado com base no valor assumido por uma variável, mas sim no valor de aquisição ou valor a receber.

A partir de agora, vamos estudar instrumentos financeiros com foco em aplicações financeiras (investimentos temporários) da empresa visando obter rendimentos e lucros. Porém, o assunto instrumentos financeiros é muito mais amplo e complexo e engloba não somente o setor privado, mas também o setor público, pois trata de ativos e passivos financeiros de forma geral. Esclarecemos que,

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como o nosso foco é concurso, vamos abordar aquilo que pode ser cobrado em provas.

Mensuração Inicial Exceto no caso de contas a receber, a entidade deve mensurar o ativo financeiro pelo seu valor justo. A melhor evidência do valor justo do instrumento financeiro no reconhecimento inicial é normalmente o preço de transação (ou custo de aquisição). Por isso, os ativos financeiros são mensurados inicialmente pelo preço de transação ou custo de aquisição, exceto se houver na operação algum componente significativo de financiamento.

Mensuração subsequente de ativo financeiro Após o reconhecimento inicial, a entidade deve mensurar o ativo financeiro conforme abaixo: (a) ao custo amortizado; (b) ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes; ou (c) ao valor justo por meio do resultado.

A entidade deve aplicar os requisitos de redução ao valor recuperável na avaliação de ativos financeiros.

Instrumentos Financeiros mensurados ao Custo Amortizado Um ativo financeiro é classificado como mensurado ao custo amortizado caso seja mantido em um modelo de negócio cujo objetivo seja obter fluxos de caixa contratuais e seus termos contratuais deem origem a fluxos de caixa que sejam pagamentos somente de Principal e Juros (o critério de pagamentos “somente P&J”). Ou seja, no critério de pagamentos “somente P&J”, não se espera obter rendimentos pela valorização do ativo, mas sim para receber pela aplicação financeira o valor do principal investindo mais os juros ganhos. A sigla P&J significa Principal e Juros. Os instrumentos financeiros mensurados ao custo amortizado são registrados inicialmente pelo valor original (custo de aquisição ou preço de transação) acrescido dos encargos ou rendimentos financeiros (juros), resultando no valor do título “pelo custo amortizado” ou "pela curva do papel".

CUSTO AMORTIZADO Prof. Feliphe CURVA DOAraújo PAPEL

CURVA DO PAPEL

CUSTO DE AQUISIÇÃO DO INSTRUMENTO FINANCEIRO

RENDIMENTO PELA TAXA EFETIVA

CUSTO DE AQUISIÇÃO DO www.ifaconcursos.com.br INSTRUMENTO FINANCEIRO

RENDIMENTO PELA TAXA EFETIVA

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Com relação aos títulos mensurados ao custo amortizado, a receita de juros, as perdas de crédito esperadas e os ganhos ou perdas cambiais (aplicação fora do país) são reconhecidos no resultado. No momento do desreconhecimento, qualquer ganho ou perda é reconhecido no resultado. Desreconhecimento – A retirada de ativo financeiro ou passivo financeiro, anteriormente reconhecido, do balanço patrimonial da entidade. Definição segundo o CPC 48. Em outras palavras, desreconhecimento significa remoção (baixa) de um ativo do balanço seja pela venda, pela transferência dos direitos para outra entidade ou pelo término do contrato. Exemplo: A empresa Aprovados Ltda. adquiriu, em janeiro de 2016, títulos do Governo, ao valor total de R$ 10.000,00, que rendem juros de 10% a.a., com vencimento em dezembro de 2017. Sabendo que o valor justo dos títulos, em dezembro de 2016, era de R$ 11.500,00 e que a empresa tem a intenção de manter esses títulos até o vencimento, realize os registros contábeis de 2016: 1) Registro da compra em janeiro de 2016: D – Títulos do Governo “Custo Amortizado” (AC) C – Caixa (AC) ......................................................... 10.000,00 Títulos do Governo (1) 10.000

Caixa SI

10.000 (1)

Explicação do lançamento: Quando uma empresa adquire uma aplicação financeira ocorre um aumento da conta Títulos do Governo a receber (direito da empresa) e uma diminuição da conta caixa (pela saída de bens numerários). Ativo  Natureza Devedora  Entrada de Direito  Debita Caixa  Natureza Devedora  Saída de bens numerários (caixa)  Credita

2) Registro da taxa efetiva de juros de 10% a.a. em dezembro de 2016: 2.1) Juros ativos (Receita) = 10.000,00 x 10% = 1.000,00. Títulos do Governo (1) 10.000 (2)

Juros Ativos 1.000 (2)

1.000 11.000

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Em dezembro de 2016, o valor dos títulos pelo custo amortizado será de: Títulos (Custo Amortizado) = Custo de aquisição + Juros Ativos. Títulos (Custo Amortizado) = 10.000 + 1.000 = 11.000,00. Títulos mensurados pelo “Custo Amortizado” Custo Amortizado

Valor Justo

11.000,00

11.500,00

Não tem ajuste

Neste caso, não há ajuste a valor justo. O título fica registrado “pela curva do papel”, ou “pelo custo amortizado”, ou seja, pelo custo de aquisição mais os rendimentos apropriados por competência.

Instrumentos Financeiros mensurados ao Valor Justo por meio de Outros Resultados Abrangentes (VJORA) Um ativo financeiro é classificado como VJORA caso ele satisfaça ao critério “somente P&J” e seja mantido em um modelo de negócios cujo objetivo seja atingido tanto pela obtenção de fluxos de caixa contratuais quanto pela venda do ativo financeiro. Com relação aos títulos mensurados ao VJORA, a receita de juros, as perdas de crédito esperadas e os ganhos ou perdas cambiais (aplicação fora do país) são reconhecidos no resultado. Outros ganhos e perdas da mensuração a valor justo são reconhecidos em Outros Resultados Abrangentes (ORA). No momento do desreconhecimento (baixa ou venda do ativo), os ganhos e perdas acumulados, anteriormente reconhecidos nos ORA, são reclassificados do patrimônio líquido para o resultado. Características dos instrumentos financeiros mensurados ao VJORA:  Constituído pelos ativos financeiros não derivativos que serão mantidos para recebimento dos fluxos de caixa contratuais ou negociados no futuro (data não definida para alienação), a serem registrados pelo custo amortizado;  As contrapartidas do ajuste pela curva (encargos e rendimentos financeiros) vão ao resultado. Ou seja, os rendimentos financeiros pela taxa efetiva de juros são contabilizados no resultado;  Avaliados ao seu valor justo;  Os ajustes a valor justo, referente a diferença para mais ou para menos, entre o valor pela curva de papel (custo de aquisição + juros) e o valor justo, são registrados na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial (AAP), do PL, até que os ativos e passivos sejam reclassificados ou efetivamente negociados, o que ocorrer primeiro.

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Nos instrumentos financeiros mensurados ao VJORA, devemos considerar o valor justo, ainda que o valor do custo amortizado seja maior ou menor. Assim, depois de reconhecer os juros referente aos rendimentos, iremos ajustar o valor do custo amortizado (custo de aquisição + juros) ao valor justo mediante um ajuste. No caso dos títulos mensurados ao VJORA, os ajustes a valor justo devem ser feitos em uma conta do Patrimônio Líquido (Ajuste de Avaliação Patrimonial). Assim, a diferença entre o valor justo e o valor pela curva do papel (custo de aquisição + juros), no investimento mensurado ao VJORA, não altera o resultado do exercício, porque é registrado em uma conta patrimonial (a conta Ajuste de Avaliação Patrimonial do Patrimônio Líquido). Quando o valor da diferença é negativo, debitamos a conta Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL). Quando o valor da diferença é positivo, creditamos a conta Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL). A conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial é uma conta do PL que pode ter saldo credor ou saldo devedor (neste caso, é uma conta retificadora do PL). A conta Ajuste de Avaliação Patrimonial depende das variações de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo. A conta Ajuste de Avaliação Patrimonial faz parte dos Outros Resultados Abrangentes.

Instrumentos Financeiros mensurados ao Valor Justo por meio de Resultado (VJR) Todos os outros ativos financeiros são classificados ao VJR. Ou seja, aqui temos todos os ativos financeiros que não são classificados ao custo amortizado ou ao VJORA. Com relação a ativos em categoria de mensuração subsequente ao VJR, todos os ganhos e perdas são reconhecidos no resultado. Características dos instrumentos financeiros mensurados ao VJR:  Os rendimentos são contabilizados no resultado;  Avaliados ao seu valor justo (normalmente valor de mercado);  Os ajustes ao valor justo são contabilizados diretamente no resultado.  Os outros ganhos e perdas também são contabilizados no resultado.

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No caso dos títulos mensurados ao VJR, os ajustes a valor justo devem ser feitos em uma conta do resultado (receita ou despesa). Resumindo a classificação:

Sim

SIM O objetivo do negócio é manter para receber fluxo de caixa contratuais? Sim O objetivo do Custo Amortizado negócio é manter para receber fluxo de caixa contratuais? Custo Amortizado

Os fluxos de caixa contratuais dos ativos são somente P&J?

O objetivo do Os fluxos de caixa contratuais negócio é manter Não Não dos ativos são somente P&J? para receber fluxo de caixa contratuais + venda?

Os fluxos de caixa contratuais dos ativosSim são somente P&J? Valor Justo por meio de Outros Resultados O objetivo do Abrangentes (VJORA) é manter fluxosnegócio de caixa contratuais

Não

Valor Justo por meio do Resultado (VJR)

Valor Justo por meio do Resultado (VJR)

Os para receber fluxo de P&J? dos ativos são somente

caixa contratuais + Valor Justo por O objetivo do venda? meio do Resultado Valor Justo por meio de negócio é manter Semelhanças e diferenças entre os instrumentos (VJR) financeiros Custo Amortizado Outros Resultados para receber fluxo de Os fluxos de caixa contratuais mensurados ao VJORA e VJR: Abrangentes (VJORA) caixa contratuais?

dos ativos são somente P&J?

Instrumentos Custo Amortizado

Justo por financeiros O objetivo do InstrumentosValor financeiros mensurados pelo VJR mensurados pelo VJORA meio do Resultado Valor Justo por meio de negócio é manter O objetivo do (VJR) Outros Resultados Os fluxos de caixa contratuais para receber fluxo de negócio é manter Abrangentes (VJORA) caixa contratuais + • Todos os fluxo ativosdefinanceiros que não • Um P&J? ativo financeiro é classificado para receber dos ativos são somente Custo Amortizado

são classificados ao custo venda? como VJORA caso ele satisfaça ao caixa contratuais? amortizado ou ao VJORA. critério “somente P&J” e seja Valor Justo por mantido em um modelo de negócios • Os rendimentos são contabilizados cujo objetivo seja atingido tanto pela meio do Resultado Valor Justo por meio de no resultado; Os fluxos de caixa contratuais obtenção de fluxos de caixa Custo Amortizado (VJR) • Avaliados ao seu valor Outros justo Resultados O objetivo do contratuais quanto pela venda do dos ativos são somente P&J? (normalmente valor de mercado); Abrangentes (VJORA) negócio é manter ativo financeiro. • Osreceber ajustes O objetivo do para fluxoao de valor justo são • As contrapartidas do ajuste pela contabilizados diretamente negócio no é manter caixa contratuais? curva (encargos Valor e rendimentos Custo Amortizado resultado. Justo por para receber fluxo de financeiros) vão ao resultado; meio do Resultado Valor Justo por meio de Os fluxos de caixa contratuais caixa contratuais + • Avaliados ao seu valor justo; (VJR) Outros Resultados venda? dos ativos são somente • Os P&J? ajustes ao valor justo ficam Abrangentes (VJORA) O objetivo do na conta de patrimônio líquido, Custo Amortizado Ajuste de Avaliação Patrimonial, negócio é manter até que os ativos e passivos sejam para receber fluxo de Valorefetivamente Justo por reclassificados ou caixa contratuais? do Resultado Valor Justo por meio de negociados, o quemeio ocorrer primeiro. (VJR) O objetivo do Outros Resultados negócio é manter Abrangentes (VJORA) para receber fluxo de O objetivo do caixa contratuais + Portanto, os instrumentos financeiros mensurados pelo Valor Justo negócio é manter Valor Justo por venda? para meio receberde fluxo de por Resultado e Valor Justo por meio de Outros Resultados meio do Resultado Valor Justo por meio de caixa contratuais? Abrangentes estão sujeitos a Outros duas atualizações: (VJR) Resultados Abrangentes (VJORA) Prof. Feliphe Araújo 18 de 45 O objetivo do negócio é manter para receber fluxo de

www.ifaconcursos.com.br O objetivo do negócio manter Valor Justo épor meio de

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1ª Atualização: Igual para os dois instrumentos financeiros. Os rendimentos financeiros pela taxa efetiva de juros são contabilizados no resultado. 2ª Atualização: Diferente para os dois instrumentos financeiros. Os ajustes a valor justo, referente a diferença para mais ou para menos, entre o valor pela curva de papel (custo de aquisição + juros) e o valor justo, são registrados:  Nos investimentos mensurados pelo VJR, na conta de resultado do exercício;  Nos investimentos mensurados pelo VJORA, na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial (AAP), do PL.

Exemplo: A empresa Aprovados Ltda. adquiriu, em janeiro de 2016, dois títulos do Governo, que rendem juros de 10% a.a., com vencimento em dezembro de 2018, com as seguintes características: Título

Classificação

Valor (R$)

1

Valor Justo por meio de Resultado

10.000,00

2

Valor Justo por meio de Outros Resultados Abrangentes

10.000,00

Sabendo que o valor justo dos títulos, em dezembro de 2016, era de R$ 11.500,00, realize os registros contábeis de 2016. 1) Registro da compra em janeiro de 2016: D – Título “VJR” ......................................... 10.000,00 D – Título “VJORA” ..................................... 10.000,00 C – Caixa .................................................. 20.000,00

Título “VJR” (1) 10.000

Título “VJORA” (1) 10.000

Caixa SI

20.000 (1)

Vamos agora fazer os registros separadamente para cada investimento: TÍTULO 1: VALOR JUSTO POR MEIO DE RESULTADO 2) Registro da taxa efetiva de juros de 10% a.a. em dezembro de 2016: 2.1) Juros ativos (Receita) = 10.000,00 X 10% = 1.000,00. Título “VJR”

Juros Ativos

(1) 10.000 (2)

1.000 (2)

1.000 11.000

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Explicação do lançamento: Nesse lançamento, a empresa reconhece a receita de juros por causa do regime de competência, bem como porque não houve o efetivo recebimento dos recursos (dinheiro). Quando uma empresa ganha os juros ocorre um aumento da conta do título a receber (direito da empresa) e um aumento de receita (juros ativos). Ativo  Natureza Devedora  Entrada de Direito  Debita Receita de juros  Natureza Credora  Entrada de receita (juros)  Credita

3) Avaliação a Valor Justo: Com este registro, o título fica contabilizado pelo valor de 11.000. Mas, como o valor justo é de 11.500, precisamos reconhecer uma receita financeira de 500, resultado da diferença entre o valor justo e o valor pela curva do papel (custo de aquisição + juros): Título “VJR” 11.000 (3)

Receita de ajuste a valor justo 500 (3)

500 11.500

TÍTULO 2: VALOR JUSTO POR MEIO DE OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES 4) Registro da taxa efetiva de juros de 10% a.a. em dezembro de 2016: 4.1) Juros ativos (Receita) = 10.000,00 x 10% = 1.000,00. Título “VJORA”

Juros Ativos

(1) 10.000 (4)

1.000 (4)

1.000 11.000

5) Avaliação a Valor Justo: Com este registro, o título fica contabilizado pelo valor de 11.000. Mas, como o valor justo é de 11.500, os ajustes a valor justo, resultado da diferença entre o valor justo e o valor pela curva do papel (custo de aquisição + juros) no valor de 500 (11.500 - 11.000), devem ser registrados em uma conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial do PL: Título “VJORA” 11.000 (5)

Ajuste de Avaliação Patrimonial 500 (5)

500 11.500

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Professor, e porque debitamos a conta Título “VJORA”? Título “VJORA” é um direito que a empresa tem perante a terceiros. Sendo um direito, pertence ao ativo. As contas do ativo aumentam com o débito e diminuem com o crédito. O título passou de 11.000 para 11.500, logo aumentou o seu valor. Assim, devemos debitar a conta Título “VJORA” em contrapartida com um crédito na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial do PL.

Pessoal, perfeito até aqui? Então, vamos continuar. Devemos imaginar também que o valor justo pode ser menor que o valor do título. Assim, para esse mesmo exemplo acima, vamos supor que o valor justo, em dezembro de 2016, seja de 10.800,00. Os lançamentos para registro da compra e da taxa de juros permanecem os mesmos. Porém, temos que atualizar o valor do título ao valor justo. TÍTULO 1: VALOR JUSTO POR MEIO DE RESULTADO 6) Avaliação a Valor Justo: Com o registro da taxa de juros, o título fica contabilizado pelo valor de 11.000. Mas, como o valor justo é de 10.800, precisamos reconhecer uma despesa financeira de 200, resultado da diferença entre o valor justo e o valor pela curva do papel (custo de aquisição + juros):

D – Despesa de ajuste a valor justo (resultado) C – Título "VJR" ................................ 200,00

TÍTULO 2: TÍTULO 2: VALOR JUSTO POR MEIO DE OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES 7) Avaliação a Valor Justo: Com o registro da taxa de juros, o título fica contabilizado pelo valor de 11.000. Mas, como o valor justo é de 10.800, os ajustes a valor justo, resultado da diferença entre o valor justo e o valor pela curva do papel (custo de aquisição + juros) no valor de 200 (10.800 - 11.000), devem ser debitados em uma conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial: D – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL) C – Título "VJORA" .............................. 200,00

Quando o valor justo do título é igual ao valor da curva de papel (custos + encargos), nenhum registro será realizado. Ou seja, permanece o valor já registrado pela curva de papel, porque os dois montantes são iguais. Resumindo, os instrumentos financeiros avaliados pelo “Custo Amortizado” não são avaliados a valor justo. Porém, devem ser reconhecidos os rendimentos ganhos (juros) durante o período da aplicação financeira. Prof. Feliphe Araújo

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Ao contrário, os investimentos temporários mensurados pelo “VJR” e os “VJORA” são avaliados pelo valor justo. Segue um quadro que simplifica os cálculos: Instrumentos Financeiros – Ativos Financeiros

Reconhecimento dos rendimentos

Critérios de Avaliação

Mensuração ao valor justo

Custo Amortizado

Resultado

Custo Amortizado¹

Não tem ajuste

Valor Justo por meio de Resultado (VJR)

Resultado

Valor Justo

Ajuste no Resultado do Exercício

Valor Justo por meio de Outros Resultados Abrangentes (VJORA)

Resultado

Valor Justo

Ajuste na conta Ajuste de Avaliação Patrimonial

1 – Custo de aquisição mais os rendimentos.

Quadro mais importante, pois com ele você responde quase todas as questões deste assunto: Instrumentos Financeiros

Valor registrado no Balanço Patrimonial

Valor reconhecido no Resultado do Exercício

Custo Amortizado

Custo de aquisição + rendimentos

Rendimentos pela taxa de juros

Valor Justo por meio de Resultado (VJR)

Valor Justo

Valor Justo (–) Custo de aquisição¹

Valor Justo por meio de Outros Resultados Abrangentes (VJORA)

Valor Justo

Rendimentos²

1 – Como os rendimentos e os ajustes a valor justo são contabilizados no resultado, podemos calcular diretamente o impacto no resultado por meio da diferença valor justo do título pelo custo de aquisição. 2 – Os ajustes a valor justo dos títulos VJORA são registrados em conta de PL e não de resultado. Por isso, em relação a este título, só vai para o resultado o valor dos rendimentos pela taxa de juros.

A entidade deve reconhecer provisão para perdas de crédito esperadas em ativo financeiro mensurado em recebível de arrendamento, em ativo contratual ou em compromisso de empréstimo, e em contrato de garantia financeira aos quais devem ser aplicados os requisitos de redução ao valor recuperável. No reconhecimento e mensuração de provisão para perdas de ativos a valor justo será aplicado os requisitos de redução ao valor recuperável. O IFRS 9 deve ser aplicado a partir de 1º de janeiro de 2018, de forma retrospectiva. A aplicação retrospectiva significa que novos requisitos são Prof. Feliphe Araújo

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aplicados às transações, outros eventos e condições como se aqueles requisitos tivessem sempre sido aplicados.

(FCC/Auditor Fiscal – SEFAZ-GO/2018) A Cia. Recursos Disponíveis realizou três aplicações financeiras em 01/12/2017, cujas características são apresentadas na tabela a seguir:

Com base nas informações acima, é correto afirmar que (A) o valor apresentado no Balanço Patrimonial de 31/12/2017 para as três aplicações financeiras em conjunto foi R$ 1.222.000,00. (B) o impacto reconhecido na Demonstração do Resultado de dezembro de 2017 para as três aplicações financeiras em conjunto foi R$ 21.000,00 positivo. (C) o valor apresentado no Balanço Patrimonial de 31/12/2017 para as três aplicações financeiras em conjunto foi R$ 1.221.000,00. (D) o impacto reconhecido na Demonstração do Resultado de dezembro de 2017 para as três aplicações financeiras em conjunto foi R$ 19.000,00 positivo. (E) o valor apresentado no Balanço Patrimonial de 31/12/2017 para as três aplicações financeiras em conjunto foi R$ 1.219.000,00.

Instrumentos Financeiros segundo a Lei nº 6.404/76 De acordo com a Lei das S/A, art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: I – As aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo:

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a) Pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para a venda; e b) Pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito.

De acordo com o CPC 38 que foi revogado a partir de 01/01/2018, os grupos de instrumentos financeiros eram os seguintes:  Empréstimos e Recebíveis;  Mantidos até o Vencimento;  Destinados à Negociação;  Disponível para Venda.

Esta classificação está de acordo com o que vigora na Lei nº 6.404/76, conforme artigo 183. A classificação acima diverge um pouco em relação ao disposto no CPC 48 que entrou em vigor no dia 01/01/2018, principalmente em relação às nomenclaturas. Assim, peço que fiquem ligados nas duas nomenclaturas. Pode ser que a Lei nº 6.404/76 seja alterada para se adaptar à nova redação dada pelo CPC 48. Fazendo o comparativo, temos o seguinte: Classificação atual (CPC 48)

Classificação antiga (Lei nº 6.404/76

Custo Amortizado

Mantidos até o vencimento

Valor justo por meio do resultado

Destinados à negociação imediata

Valor justo por meio de outros resultados abrangentes

Disponíveis para venda futura

Investimentos mantidos até o vencimento São ativos financeiros não derivativos, como os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e as debêntures, com pagamentos fixos ou determináveis com vencimentos definidos e para os quais a entidade tem intenção positiva e capacidade de manter até o vencimento.  APRENDENDO CONCEITOS:

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CDB

é um título de captação de recursos emitido pelos bancos, que funciona como um empréstimo que você faz à instituição financeira, recebendo uma remuneração em troca. Ao final da aplicação, o valor investido é acrescido de juros.

Debênture

é um título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia faz junto a terceiros (Pessoas Físicas ou Jurídicas) e que assegura a seus detentores direito contra a emissora, nas condições constantes da escritura de emissão.

Os investimentos mantidos até o vencimento são registrados inicialmente pelo valor original (custo de aquisição ou valor de transação) acrescido dos encargos ou rendimentos financeiros, resultando no valor do título "pela curva do papel" ou “pelo custo amortizado”.

CUSTO AMORTIZADO

CUSTO DE AQUISIÇÃO DO INSTRUMENTO FINANCEIRO

RENDIMENTO PELA TAXA EFETIVA

CURVA DO PAPEL

RENDIMENTO PELA TAXApela "curva RENDIMENTO PELAe o Caso haja diferença entre o valor do título do papel" EFETIVA TAXA EFETIVA seu valor justo (valor de mercado), nenhum ajuste será feito, independente CURVA PAPEL se para DO mais ou para menos. Assim, o título mantido até o vencimento RENDIMENTO PELA TAXA PELA de permanece avaliado "pelo custo amortizado", ou seja, peloRENDIMENTO valor do custo EFETIVA TAXA EFETIVA aquisição acrescido CURVA DO PAPEL dos rendimentos financeiros.

Essa classificação corresponde no CPC 48 aos instrumentos financeiros RENDIMENTO PELA TAXA RENDIMENTO PELA mensurados ao Custo Amortizado.EFETIVA TAXA EFETIVA CURVA DO PAPEL RENDIMENTO PELA TAXA RENDIMENTO PELA Investimentos à Negociação e Disponíveis para Venda CURVA DO PAPEL Destinados EFETIVA

TAXA EFETIVA

Estes investimentos também são chamados, respectivamente, de destinados negociação imediata e disponíveis para venda futura, para melhor CURVA DOàPAPEL RENDIMENTO PELA TAXA RENDIMENTO PELA diferenciá-los. EFETIVA TAXA EFETIVA

Aplicações destinadas à negociação: composta pelos ativos e CURVA DO PAPEL passivos financeiros destinados a serem negociados e já colocados nessa RENDIMENTO PELA TAXA RENDIMENTO PELA condição de negociação. EFETIVA TAXA EFETIVA CURVA DO PAPEL Aplicações disponíveis para venda: constituído pelos ativos TAXA financeiros não derivativos RENDIMENTO que serão PELA negociados no futuro, a PELA serem RENDIMENTO EFETIVA TAXA EFETIVA registrados custo amortizado. CURVA DOpelo PAPEL RENDIMENTO PELA TAXA

RENDIMENTO PELA

RENDIMENTO PELA TAXA EFETIVA

RENDIMENTO PELA TAXA EFETIVA

CURVA DO PAPEL Nos instrumentos financeiros destinados EFETIVA à negociação eTAXA disponível EFETIVA para venda, devemos considerar o valor justo, ainda que o valor da curva de papel seja maior menor. Assim, depois de reconhecer os juros referente aos CURVA DO ou PAPEL Prof. Feliphe Araújo

CURVA DO PAPEL

www.ifaconcursos.com.br RENDIMENTO PELA TAXA EFETIVA

CURVA DO PAPEL

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RENDIMENTO PELA TAXA EFETIVA

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rendimentos, iremos ajustar o valor da curva de papel (custo de aquisição + juros) ao valor justo mediante um ajuste. No caso dos títulos destinados à negociação imediata, os ajustes a valor justo devem ser feitos em uma conta do resultado (receita ou despesa). No caso dos títulos disponíveis para venda futura, os ajustes a valor justo devem ser feitos em uma conta do Patrimônio Líquido (Ajuste de Avaliação Patrimonial). Assim, a diferença entre o valor justo e o valor pela curva do papel (custo de aquisição + juros), no investimento disponíveis para venda futura, não altera o resultado do exercício, porque é registrado em uma conta patrimonial (a conta Ajuste de Avaliação Patrimonial do Patrimônio Líquido). Quando o valor da diferença é negativo, debitamos a conta Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL). Quando o valor da diferença é positivo, creditamos a conta Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL). A conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial é uma conta do PL que pode ter saldo credor ou saldo devedor (neste caso, é uma conta retificadora do PL). A conta Ajuste de Avaliação Patrimonial depende das variações de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo. Portanto, os instrumentos financeiros destinados à negociação imediata e os disponíveis para venda futura estão sujeitos a duas atualizações: 1ª Atualização: Igual para os dois instrumentos financeiros. Os rendimentos financeiros pela taxa efetiva de juros são contabilizados no resultado. 2ª Atualização: Diferente para os dois instrumentos financeiros. Os ajustes a valor justo, referente a diferença para mais ou para menos, entre o valor pela curva de papel (custo de aquisição + juros) e o valor justo, são registrados:  Nos investimentos destinados à negociação imediata, na conta de resultado do exercício;  Nos investimentos disponíveis para venda futura, na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial (AAP), do PL.

Quando o valor justo do título é igual ao valor da curva de papel (custos + encargos), nenhum registro será realizado. Ou seja, permanece o valor já registrado pela curva de papel, porque os dois montantes são iguais. Resumindo, os instrumentos financeiros “mantidos até o vencimento” não são avaliados a valor justo. Porém, devem ser reconhecidos os rendimentos ganhos (juros) durante o período da aplicação financeira. Ao contrário, os investimentos destinados à negociação imediata e os disponíveis para venda futura são avaliados pelo valor justo. Prof. Feliphe Araújo

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Segue um quadro que simplifica todo esse procedimento: Instrumentos Financeiros

Reconhecimento dos rendimentos

Critérios de Avaliação

Mensuração ao valor justo

Mantidos até o Vencimento

Resultado

Custo de Aquisição¹

Não tem ajuste

Destinados à Negociação

Resultado

Valor Justo

Ajuste no Resultado do Exercício

Disponível para Venda

Resultado

Valor Justo

Ajuste na conta Ajuste de Avaliação Patrimonial

1 - Custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito.

Como o ajuste a valor justo dos instrumentos destinados à negociação é feito em conta de resultado, os cálculos realizados em relação aos juros e ajuste a valor justo das aplicações destinadas à negociação são os mesmos para cálculo dos instrumentos financeiros mensurados ao Valor Justo por meio de Resultado. Como o ajuste a valor justo dos instrumentos disponíveis para venda é feito em conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial (Pertence aos Outros Resultados Abrangentes), os cálculos realizados em relação aos juros e ajuste a valor justo das aplicações disponíveis para venda são os mesmos para cálculo dos instrumentos financeiros mensurados ao Valor Justo por meio de Outros Resultados Abrangentes.

Relembrando: Classificação atual (CPC 48)

Classificação antiga (Lei nº 6.404/76

Custo Amortizado

Mantidos até o vencimento

Valor justo por meio do resultado

Destinados à negociação imediata

Valor justo por meio de outros resultados abrangentes

Disponíveis para venda futura

Para realizar os cálculos pela Lei nº 6.404/76, basta fazer a correlação acima com o exemplo que fizemos para os instrumentos financeiros do CPC 48.

Vamos praticar!!!! Prof. Feliphe Araújo

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(FCC/Analista – Contabilidade – CNMP/2015) Durante o ano de 2014 a Cia. 1001 Noites realizou as seguintes aplicações financeiras: Data da aplicação

Valor aplicado (R$)

Taxa de juros

Data de vencimento

Classificação pela empresa

31/07/2014

30.000,00

1,5 % a.m.

31/07/2016

Disponíveis para venda futura

31/10/2014

50.000,00

1,0 % a.m.

31/10/2015

Destinados para venda imediata

01/12/2014

40.000,00

2,0 % a.m.

01/12/2017

Mantidos até o vencimento

Em 31/12/2014, a empresa não havia resgatado nenhuma das aplicações financeiras e eram conhecidas as seguintes informações sobre estas aplicações: Classificação pela empresa

Valor Justo (R$)

Disponíveis para venda futura

31.500,00

Destinados para venda imediata

52.000,00

Mantidos até o vencimento

42.000,00

A Cia. 1001 Noites evidenciou, no Balanço Patrimonial de 31/12/2014, o seguinte valor total para as aplicações financeiras, em reais, desconsiderandose os centavos, (A) 125.500,00. (B) 124.123,00. (C) 125.323,00. (D) 124.300,00. (E) 120.000,00.

2.1.2.3

Estoques

Estoques são contas que representam mercadorias ou produtos que a entidade possui para revenda, industrialização ou uso. No entanto, para fins de classificação de acordo com previsto no art. 179 da Lei das S.A., estoques são considerados como direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente. De acordo com o Pronunciamento CPC 16 (R1) – Estoques: Prof. Feliphe Araújo

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Mantidos para venda no curso normal dos negócios (estoques de mercadorias e produtos);

Estoques são ativos

Em processo de produção para venda (estoques de produtos em fabricação); ou Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços (estoques de matérias-primas e de bens mantidos em almoxarifado).

As mercadorias adquiridas de terceiros para revenda por uma empresa comercial, por não estarem envolvidas em atividade de transformação de insumos em outros produtos em geral, são registradas à conta de Estoques de Mercadorias. Quanto ao custo de aquisição do estoque, o pronunciamento CPC 16 (R1) determina que: O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. Esquematizando o custo de aquisição dos estoques: Custo de aquisição dos Estoques Descontos comerciais

Preço de compra

Impostos de Importação

Outros tributos

Abatimentos

Custo de transporte (frete)

Seguro, manuseio

Outros custos atribuíveis a aquisição

Exceto os tributos recuperáveis

 Os tributos recuperáveis são:

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a) Matéria-prima: IPI, ICMS, PIS e COFINS (os dois últimos na modalidade não cumulativa). b) Mercadorias para revenda: ICMS, PIS e COFINS (os dois últimos na modalidade não cumulativa).

valor anormal de desperdício de materiais, mão-deobra ou outros insumos de produção

Exemplos de itens não incluídos no custo dos estoques e reconhecidos como despesa do período em que são incorridos:

gastos com armazenamento, a menos que sejam necessários ao processo produtivo entre uma e outra fase de produção

despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local e condição atuais

despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos clientes

Descontos comerciais ou incondicionais: são aqueles negociados no momento da compra, sem nenhuma condição. Exemplo: Uma mercadoria que custa R$ 200,00 a unidade, mas, na negociação, acaba saindo por R$ 180,00. O vendedor concede um desconto de R$ 20,00 para realizar a venda. Esse desconto deve ser deduzido do custo de aquisição do produto, pois é um desconto comercial. Desconto financeiro ou condicional: São aqueles concedidos sob condição. Por exemplo, numa determinada venda, com vencimento em 30 dias, o vendedor pode oferecer um desconto de 10% para pagamento em 10 dias. Esse desconto não deve ser deduzido do custo de aquisição do produto e é contabilizado como Receita Financeira para o comprador. Abatimento: Ocorre num momento posterior à compra. Por exemplo, uma loja fecha um pedido de cadeiras por R$ 50,00 a unidade e, quando recebe as mercadorias, constata que estão com defeito. Nesse caso, o vendedor pode conceder um abatimento para que a mercadoria não seja devolvida. O abatimento deve ser deduzido do custo de aquisição do produto. O frete e a armazenagem integram o custo das compras de estoque. Porém, em determinadas operações, o frete e a armazenagem podem ser despesas. Segue esquematização para diferenciar quando contabilizamos o frete e a armazenagem como custo ou despesa: Frete sobre compras (matéria-prima, mercadorias) Frete sobre vendas Prof. Feliphe Araújo

CUSTO DESPESA

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Armazenagem de matéria-prima Armazenagem de mercadorias ou produtos acabados

Desconto comercial (incondicional) • São aqueles negociados no momento da compra, sem nenhuma condição; • Esse desconto deve ser deduzido do custo de aquisição do produto.

Desconto Financeiro (condicional) • São aqueles concedidos sob condição. • Esse desconto não deve ser deduzido do custo de aquisição do produto e é contabilizado como Receita Financeira para o comprador.

CUSTO DESPESA

Abatimento • Ocorre num momento posterior à compra. • O abatimento deve ser deduzido do custo de aquisição do produto.

Os estoques objeto do Pronunciamento CPC 16 (R1) devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. Com isso, os estoques não permanecem escriturados por quantias superiores à sua respectiva realização pela venda ou uso.

dos custos estimados para sua conclusão e Valor realizável líquido é o

preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido

dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda.

Valor realizável líquido = PV estimado - despesas estimadas de venda.

Vejamos como os critérios de avaliação dos estoques estão previstos no artigo 183 da Lei das S/A: Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: (.......) II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou

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produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; (.......) § 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (.......) b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro;

Perdas estimadas em Estoques O inciso II, artigo 183, da Lei das S.A., fala em constituição de provisão para ajuste ao valor de mercado do ativo. No entanto, considerando as recentes normatizações por parte do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, ajustes de valores de ativos não se enquadram no conceito estabelecido de provisão. Assim, utilizaremos a denominação Perdas Estimadas ou, ainda, Ajustes ao Valor Provável, para representar tais situações. Contudo, em prova, pode ser que vocês ainda encontrem o termo provisão para denominar estes ajustes. As mercadorias são avaliadas pelo custo ou valor de mercado, dos dois o menor. Assim, devemos verificar se o custo de aquisição dos estoques está desvalorizado em relação ao seu valor de mercado (valor esperado de vendas). Caso se verifique que o valor do custo de aquisição dos estoques está desvalorizado, devemos lançar uma despesa com perda estimada em contrapartida com um crédito na conta Perdas estimadas com estoques ou Ajuste ao Valor Provável de Realização (conta redutora de Estoques). Exemplo: a Empresa Aprovados Ltda. tem em seu estoque 100 unidades de um móvel para escritório adquirido por R$ 100,00 cada. Porém, devido à crise no mercado de móveis, o valor de venda líquido de cada móvel é de R$ 80,00. Vamos verificar e efetuar o lançamento do valor das perdas.

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(Cesgranrio/Técnico do BACEN/2010) A empresa comercial GLOBAL S/A apresentou a seguinte posição de estoques de mercadorias destinadas à venda, em 31/12/2008: Tipo de Mercadoria

Valor de aquisição

Valor de mercado

P

12.500,00

12.300,00

Q

18.900,00

18.100,00

R

35.250,00

36.850,00

S

17.430,00

17.455,00

Considerando exclusivamente os dados acima, o registro de ajuste nos estoques que a empresa deve realizar em 31/12/2008, em reais, será (A)

D: Despesas com perdas estimadas para ajuste ao valor de mercado C: Perdas estimadas para ajuste ao valor de mercado ......... 825,00

(B)

D: Despesas com perdas estimadas para ajuste ao valor de mercado C: Estoque de mercadorias ............................................... 1.000,00

(C)

D: Despesas com perdas estimadas para ajuste ao valor de mercado C: Perdas estimadas para ajuste ao valor de mercado ........ 1.000,00

(D)

D: Perdas estimadas para ajuste ao valor de mercado C: Estoque de mercadorias ................................................ 825,00

(E)

D: Perdas estimadas para ajuste ao valor de mercado C: Receita com ajuste de estoque ao valor de mercado ....... 1.825,00

Estoque de produtos acabados e em elaboração Neste tópico, vamos ser bem objetivo, repassando apenas alguns conceitos: a) Os custos dos produtos fabricados incluem a alocação sistemática de todos os custos, diretos e indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. b) A alocação de custos fixos indiretos de fabricação às unidades produzidas deve ser baseada na capacidade normal de produção.

Para fins de reconhecimento, temos que:  As perdas normais de produção são apropriadas aos custos;  As perdas excepcionais são apropriadas como despesa, no resultado do exercício; Prof. Feliphe Araújo

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Estoque das matérias-primas Esquematização dos custos de aquisição das matérias primas: Custo de aquisição das Matérias Primas Descontos comerciais

Preço de compra

Impostos de Importação

Outros tributos

Abatimentos

Custo de transporte (frete)

Seguro, manuseio

Outros custos atribuíveis a aquisição

Exceto os tributos recuperáveis

Os tributos recuperáveis (PIS e COFINS, desde que incluídos no regime não cumulativo, IPI e ICMS) não integram o custo de aquisição do estoque de matérias primas. Descontos comerciais e abatimentos também não integram o custo. Segundo a Lei 6.404/76, art. 183, II, as matérias primas serão avaliadas pelo custo de aquisição deduzido de provisão para ajustá-la ao valor de mercado (ou valor justo), quando este for inferior. O § 1º do art. 183 da Lei 6.404/76, considera valor justo das matérias primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado. Em regra, os estoques de matérias primas não se destinam a venda. São usadas na fabricação de produtos acabados. Por isso que o valor justo é o preço de reposição. Este é o preço de venda das matérias primas pelo fornecedor. (Professor Feliphe Araújo/Inédita) O preço de mercado de bens do almoxarifado e de matérias-primas é o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado. ( ) certo ou ( ) errado.

Estoque de produtos agrícolas e extrativos Segundo o art. 183, § 4°, da Lei das S/A: Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil. São mercadorias fungíveis aquelas que podem ser substituídas por outras da mesma espécie, qualidade e quantidade. Exemplo: trigo, soja, café, petróleo, etc. Prof. Feliphe Araújo

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As mercadorias fungíveis são as commodities. Estas possuem cotação na bolsa de mercadoria. Em regra, ficam registradas na contabilidade pela cotação da bolsa. Repare que isso tira a necessidade de negociação. Esta é a diferença entre as mercadorias fungíveis e as outras mercadorias. Se uma empresa possui um estoque de, por exemplo, 10 toneladas de soja, ela conseguirá vender esse estoque pela cotação atual da soja na bolsa de mercadorias. Por exemplo, uma determinada empresa pode usar aço, borracha, tinta e outras matérias primas que custaram R$ 20.000,00 e construir um carro que será vendido por 35.000,00. Depois de construído, o carro continua avaliado na contabilidade ao preço de custo de R$ 20.000,00. E porque não podemos avaliar o carro em estoque pelo seu preço de venda, no caso, de 35.000? Afinal, a empresa já finalizou o esforço de fabricação do produto. Pessoal, cuidado, pois falta uma parte essencial, que é a validação do mercado. Se a empresa conseguir vender o carro por R$ 35.000,00 irá reconhecer uma receita de venda e um lucro, pois o mercado aceitou esse preço. Contudo, se ninguém quiser comprar o carro por R$ 35.000,00, é necessário negociar e eventualmente diminuir o preço. Logo, por prudência, o carro, apesar de já construído, fica registrado pelo custo, até que o mercado aceite o preço estabelecido pela empresa. Com as commodities, não há necessidade de negociação. O preço já está estabelecido pela cotação em bolsa.

(Professor Feliphe Araújo/Inédita) Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil. ( ) certo ou ( ) errado.

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3.

Resumo da Aula

1 – Balanço Patrimonial

quantitativa e qualitativamente

Balanço Patrimonial

demonstração contábil destinada a evidenciar

numa determinada data

a posição patrimonial e financeira da Entidade

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I – ativo circulante; e II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO

PASSIVO

Ativo Circulante

Passivo Circulante

Ativo Não Circulante

Passivo Não Circulante

Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível

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Patrimônio Líquido (PL) Capital Social (-) Ações em Tesouraria Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Reservas de Capital (-) Prejuízos Acumulados

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Representam os bens da empresa. Reais

Exemplos: matérias-primas, estoque de mercadorias e material de uso ou consumo;

Direitos realizáveis

Representam os direitos (créditos) da companhia. Pessoais

Exemplos: clientes, duplicatas a receber, empréstimos a receber, adiantamento a fornecedores e ICMS a recuperar;

demonstra o valor presente de um fluxo de caixa futuro;

Ajuste a Valor Presente (AVP)

destina-se a excluir os juros ou encargos financeiros embutidos nos valores das compras e das vendas, quando feitas a prazo; registra na contabilidade as operações como de fato aconteceram, em atendimento a primazia da essência sobre a forma; auxilia as entidades a diferenciar o resultado financeiro do resultado realmente apurado com suas atividades empresariais.

2 – Classificação dos Instrumentos Financeiros segundo o CPC 48

Sim

SIM O objetivo do negócio é manter para receber fluxo de caixa contratuais? Sim

Os fluxos de caixa contratuais dos ativos são somente P&J?

Não

O objetivo do negócio é manter para receber fluxo de caixa contratuais + venda?

Não

Não

Valor Justo por meio do Resultado (VJR)

Sim Custo Amortizado Valor Justo por meio de Outros Resultados Abrangentes (VJORA)

Segue um quadro que simplifica os cálculos dos ativos financeiros:

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Instrumentos Financeiros – Ativos Financeiros

Reconhecimento dos rendimentos

Critérios de Avaliação

Mensuração ao valor justo

Custo Amortizado

Resultado

Custo Amortizado

Não tem ajuste

Valor Justo por meio de Resultado

Resultado

Valor Justo

Ajuste no Resultado do Exercício

Valor Justo por meio de Outros Resultados Abrangentes

Resultado

Valor Justo

Ajuste na conta Ajuste de Avaliação Patrimonial

3 – Classificação dos Instrumentos Financeiros segundo a Lei nº 6.404/76 Quadro mais importante, pois com ele você responde quase todas as questões de Instrumentos Financeiros: Instrumentos Financeiros

Valor registrado no Balanço Patrimonial

Valor reconhecido no Resultado do Exercício

Mantidos até o Vencimento

Custo de aquisição + rendimentos

Rendimentos pela taxa de juros

Destinados à Negociação¹

Valor Justo

Valor Justo (–) Custo de aquisição

Disponível para Venda

Valor Justo

Rendimentos²

1 – Os títulos destinados para venda imediata são equivalentes aos títulos destinados à negociação imediata. 2 – Os ajustes a valor justo dos títulos disponíveis para venda futura são registrados em conta de PL e não de resultado. Por isso, em relação a este título, só vai para o resultado o valor dos rendimentos pela taxa de juros.

4 – CPC 16 - Estoques De acordo com o Pronunciamento CPC 16 (R1) – Estoques: Mantidos para venda no curso normal dos negócios (estoques de mercadorias e produtos);

Estoques são ativos

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Em processo de produção para venda (estoques de produtos em fabricação); ou Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços (estoques de matérias-primas e de bens mantidos em almoxarifado).

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Custo de aquisição dos Estoques Descontos comerciais

Preço de compra

Impostos de Importação

Outros tributos

Abatimentos

Custo de transporte (frete)

Seguro, manuseio

Outros custos atribuíveis a aquisição

Exceto os tributos recuperáveis

Tributos a recuperar

representam o direito que a entidade tem de exigir do governo a devolução de tributos, seja em razão de retenções na fonte ou de antecipações realizadas pela entidade

também podem ser compensados com outros tributos devidos pela entidade

Frete sobre compras (matéria-prima, mercadorias) Frete sobre vendas

DESPESA

Armazenagem de matéria-prima Armazenagem de mercadorias ou produtos acabados

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CUSTO

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CUSTO DESPESA

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Critérios de avaliação dos estoques e aplicações financeiras: Lei 6.404/76: Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: I – As aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: a) Pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para a venda; e b) Pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito. II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; (.......) § 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (.......) b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro; (......) § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil.

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4.

Lista de Exercícios

CESPE 01. (CESPE/Perito Criminal – Ciências Contábeis – PC – PE/2016) Os itens que podem ser reconhecidos como custo dos estoques incluem a) lote de matérias-primas danificado por queda durante seu deslocamento até a área produtiva. b) salários e encargos do almoxarife responsável pelo estoque de produtos em processamento. c) custos de telefonia e salários e encargos do departamento de compra de matérias-primas industrializáveis. d) fretes e seguros relativos aos produtos acabados comercializados. e) encargos financeiros cobrados em aquisição de matérias-primas a prazo.

02. (CESPE/Contador - FUB/2015) O balanço patrimonial é a demonstração contábil estática que apresenta, em termos qualitativos, a posição financeira e patrimonial da entidade em data determinada. ( ) Certo ou ( ) Errado.

FCC 03. (FCC/Analista de gestão – Contabilidade – SABESP/2018) as características das aplicações financeiras realizadas por uma empresa no dia 01/12/2016 são apresentadas na tabela a seguir:

O valor total apresentado no Balanço Patrimonial da empresa, em 31/12/2016, e o efeito total na Demonstração do Resultado de 2016, para as três aplicações em conjunto foram, respectivamente, em reais, (A) 2.438.000,00 e 35.000,00. (B) 2.437.000,00 e 37.000,00. (C) 2.442.000,00 e 42.000,00. (D) 2.438.000,00 e 38.000,00. (E) 2.438.000,00 e 40.000,00. Prof. Feliphe Araújo

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04. (FCC/Analista de Gestão – Contabilidade – SABESP/2018) No dia 31/12/2016 uma empresa realizou as seguintes vendas de mercadorias: − Vendas à vista no valor de R$ 10.000.000,00 − Vendas a prazo no valor nominal de R$ 11.000.000,00 que será recebido integralmente em 31/12/2017. − Na data da venda a empresa praticava a taxa de juros de 10% ao ano nas suas vendas a prazo. Em relação às vendas efetuadas em 31/12/2016, é correto afirmar que a empresa deveria reconhecer: (A) Receita de Vendas no valor de R$ 20.000.000,00 e Receita Financeira no valor de R$ 1.000.000,00 no resultado do ano de 2016. (B) Receita de Vendas no valor de R$ 20.000.000,00 no resultado do ano de 2016 e Receita Financeira no valor de R$ 1.000.000,00 no resultado do ano de 2017. (C) Receita de Vendas no valor de R$ 10.000.000,00 no resultado do ano de 2016 e Receita de Vendas no valor de R$ 11.000.000,00 no resultado do ano de 2017. (D) Receita de Vendas no valor de R$ 21.000.000,00 no resultado do ano de 2016, apenas. (E) Receita de Vendas no valor de R$ 10.500.000,00 no resultado do ano de 2016 e Receita de Vendas no valor de R$ 10.500.000,00 no resultado do ano de 2017.

05. (FCC/Consultor Técnico-Legislativo - Categoria Contador – CLDF/2018) A empresa Dinheiro & Cia. realizou 3 aplicações financeiras em 01/12/2017 e as características de cada uma delas são apresentadas na tabela a seguir:

O valor total apresentado no Balanço Patrimonial da empresa, em 31/12/2017, e o efeito total apresentado na Demonstração do Resultado de 2017, para as três aplicações em conjunto foram, respectivamente, em reais, (A) 1.214.000,00 e 16.000,00 (B) 1.216.000,00 e 16.000,00 Prof. Feliphe Araújo

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(C) 1.214.000,00 e 14.000,00 (D) 1.217.500,00 e 17.500,00 (E) 1.216.000,00 e 18.000,00

06. (FCC/Analista – Contabilidade – TRT 18ª Região/2013) A Cia. Vende Água adquiriu mercadorias para serem revendidas, à vista, por R$ 80.000,00. Neste valor estavam inclusos os tributos recuperáveis de R$ 13.000,00 e os tributos não recuperáveis de R$ 8.000,00. Adicionalmente, a Cia. Vende Água pagou seguro no valor de R$ 6.000,00 referente à aquisição dessas mercadorias. Com base nestas informações, o valor reconhecido no estoque de mercadorias referente a esta compra foi a) R$ 59.000,00. b) R$ 80.000,00. c) R$ 67.000,00. d) R$ 73.000,00. e) R$ 65.000,00.

FGV 07. (FGV/Auditor - MPE-AL/2018) Uma entidade apresentava, em 01/01/2018, uma conta no banco ABC com saldo de R$ 20.000. No mês de janeiro, dois boletos, com os valores de R$ 12.000 e de R$ 18.000, que estavam em débito automático, venceram e foram pagos pelo banco. Assinale a opção que indica a evidenciação da conta no banco ABC, em 31/01/2018. (A) No ativo circulante, R$ 20.000. (B) Em conta redutora do ativo circulante, R$ 10.000. (C) Em conta redutora do ativo realizável a longo prazo, R$ 10.000 (D) Em conta do passivo circulante, R$ 10.000. (E) Em conta do passivo não circulante, R$ 10.000.

08. (FGV/Técnico em Contabilidade - ALE-RO/2018) Algumas contas classificadas como “Contas a receber” devem ter seu montante ajustado a valor presente. Assinale a opção que indica o(s) critério(s) para ajuste a valor presente. (A) O ativo deve ser de curto prazo. (B) O ativo deve ser de longo prazo.

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(C) O ativo deve causar efeito relevante. (D) O ativo deve ser de longo prazo com efeito relevante ou de curto prazo. (E) O ativo deve ser de curto prazo com efeito relevante ou de longo prazo.

09. (FGV/TNS II – Ciências Contábeis – Pref. Salvador - BA/2017) A Cia. Pen revende canetas. Em 31/12/2016, a empresa possuía em seu estoque 20 unidades de canetas azuis, que foram compradas por R$ 10,00 e 30 unidades de canetas vermelhas, que foram compradas por R$ 16,00. Nessa data, as canetas azuis e vermelhas são vendidas por R$ 14 cada. O valor do estoque total da Cia. Pen, em 31/12/2016, deve ser de (A) R$ 500. (B) R$ 620. (C) R$ 680. (D) R$ 700. (E) R$ 760.

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5.

Gabarito

1

B

4

B

7

D

2

C

5

E

8

E

3

E

6

D

9

B

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Aula 09 - Balanço Patrimonial e Ativo Circulante

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