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MASTALGIAS Inavan Dantas – Turma XIV – Medicina UERN Aula Prof. Epaminondas
CASO CLÍNICO 01
MFR, sexo feminino, 40 anos QP – Dor mamária bilateral HDA – Dor mamária bilateral, há 1 ano, que piora no período pré-menstrual e após esforço físico APF – Telarca 9 anos, menarca 12 anos, GIIPIIA0 DUM – 15/09/19 Amamentou durante 6 meses cada filho Faz atividade física (3x semana), nega tabagismo e etilismo AF – Mãe deve câncer aos 45 anos Exame físico – Mamas simétricas, ausência de abaulamento e/ou depressão, linfonodos impalpáveis. A palpação mamária densa, ausência de modularidades. O nódulo pode ser sólido ou cisto. Nódulo é a imagem formada da massa no exame de imagem Mamografia – incidências o craniocaudal – ver medial e lateral o Mediolateral obliquo – ver central, axilar Linfonodo reacional centro hipodenso e bordas mais hiperdensas Linfonodo comprometido Todo hiperdenso Na mamografia mamas sem achados –
AVALIAÇÃO Anamnese Intensidade Duração Comprometimento das atividades diárias Relação com ciclo menstrual Uso de medicação História de trauma Cirurgia previa Exame físico Presença de lesão Nodularidades Derrame papilar Dor a palpação da musculatura retromamária Mamografia e USG mamária Excluir processos neoplásicos associado aos sintomas DOR MAMÁRIA
Dor cíclica – do que ocorre no período pré-menstrual, bilateral, QSE e pode ter irradiação para o braço, espessamento mamária constituído AFBM. Duração de 14 dias. Dor acíclica – decorrente de afecções mamárias especificas/processos inflamatórios e mastite, traumas e cicatrizes) mais frequentes pós-menopausa Dor extramamária ou dor referida – mialgia e lesões musculares, neurites, dores ósseas e articulares (Síndrome Tietze), dermatite e flebite (Síndrome de Mondor)
Etiopatogenia das dores mamárias cíclicas Hormonal o Início na menarca o Relação estreita com ciclo menstrual Stress emocional o Aumento da liberação central opioide (serotonina) o Redução de dopamina, levando ao aumento da prolactina Perfil Lipídico o Elevação dos AG saturados o Elevação dos AG essenciais (gamalinoleico), resultando hipersensibilidades ao estrógeno e progesterona TRATAMENTO DA MASTALGIA
A conduta inicial em todos os casos é excluir neoplasia, orientação verbal, tranquilizar e medicar o mínimo. Nos casos refratários de mastalgia cíclica ou acíclica, sintomas severos, duração superior a 6 meses, indica-se: Ácido gamalinoleíco – óleo prímula o Efeitos semelhantes no placebo o Ácido gamalinoleico 120-160mg/dia, óleo de prímula 3g/dia Tamoxifeno o Doenças benignas é controverso. Efeito colaterais: alterações menstruais e ondas de calor. Dose 10mg/dia por 3-6 meses Danazol o Antigonadotropina que age como um androgênio análogo o Efeito colateral: irregularidade menstrual, ganho de peso, hirsutismo, acnes, mudança na voz. Dose: 100-200mg/dia
DOENÇA DE MONDOR
Caracteriza por dor local associado a um cordão subcutâneo palpável e macio ou depressão linear Causas – trama local, intervenção cirúrgica, processo inflamatórios, carcinoma Fisiopatologia – tromboflebite das veias superficiais da parede torácica sendo as mais acometidas a veia torácica lateral, toracoepigástrica e epigástrica superior Quadro Clínico Formação de um cordão filoso na lateral do tórax que acompanha do trajeto da veia acometida, dor local e hiperemia leve Conduta expectante, ou associar a drogas antiinflamatórias não esteroides. Observar resolução do processo num período de 2 semanas.
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SINDROME DE TIETZE
Dor na junção costocondral associado a edema não supurativo que geralmente acomete a segunda e terceira junções costocondral Causa desconhecida 80% dos casos a lesão é única e pode ter remissão espontânea Diagnóstico é clínico Tratamento anti-inflamatório, gelo e calor local CASO CLÍNICO 02
AMJ, feminino, 28 anos QP – Nódulo MD há 1 semana HDA – refere que há uma semana palpou um nódulo na mama direita, endurecido, que ogo após sentiu muitas dores no local, não associado ao período menstrual Telarca 9 anos, menarca 11 anos, G0A0, nega uso de ACO e câncer de mama na família. Exame físico – mamas de tamanho grande, assimétrica, mamilos planos. Discreto abaulamento a inspeção estática e dinâmica. Palpação nódulo regular, móvel, consistência endurecida, dolorosa ao toque, localizado no QSE mama direita, medindo aproximadamente 3 cm. Palpação de nódulos axilares bilaterais. Excreção: negativo bilateral. Mamilos planos – é importante na questão da amamentação. Palpação de nódulo cístico é mais macia, a não ser que esteja bem encapsulado Conduta – Pedir USG – nódulo hipoecoico, contorno definido, discreta sombra nas laterais, BIRADS II Acompanhamento anual Quando indicar PAAG (punção por agulha grossa)? Paciente mais idosa... Lembrar de evitar fazer o exame de mama no período prémenstrual e menstrual
Geralmente única, assintomática que mede em torno de 13 cm. Bilateralidade em 10-15%. Firme elástica, móvel, apresentando bordos liso e regulares. Possui receptores de estrogênio e progesterona. Sofrem variação durante o ciclo menstrual, gravidez, lactação e involução na menopausa.
Diagnóstico O diagnóstico diferencia deve ser feito com cisto denso, tumor filoide e certos tipos de câncer com características circunscrita como – medular, coloide, papilífero e intracístico Pacientes jovens a USG é o método de escolha. 80-90% de precisão no diagnóstico é realizado com exame físico acompanhado de USG e PAAF Anatomia patológica Macroscopicamente, se apresenta como nódulo ovalado, bem delimitado, que variam de 2-3cm, de consistência duro-elástico, porém sem cápsula Microscopicamente, observa-se hiperplasia de células epiteliais em meio à proliferação de tecido conjuntivo Tipos de Fibroademona Fibroadenoma gigante: são maiores que 5 cm e são encontrado geralmente em pacientes gestante ou em aleitamento Fibroadenoma juvenil: adolescente, apresentavam crescimento rápido Diagnostico diferencial deve incluir tumores filoides e os fibrossarcomas da mama Tratamento Ainda não existe tratamento medicamentoso Tratamento cirúrgico através de enucleação em pacientes acima de 35 anos Observação clinica até 35 anos, desde que seja tumores pequenos, com configuração clínica, USG, citologia e/ou histologia de benignidade. Quais as indicações cirúrgicas? Evolução. Se palpável, e que cresceu de 30-40% do tamanho dele; questão psicológica; TUMOR PHYLLODES OU FILODES
FIBROADENOMA
Tumor benigno mais comum em mulheres jovens entre 20 e 50 anos Etiologia desconhecida, porém, o estrogênio tem papel importante no seu crescimento Tumor misto, componente epitelial e conjuntivo
Representa 0,3-0,5% dos tumores de mama no sexo feminino, normalmente na faixa etária entre 35-55 anos
Classificação Benignos, borderlines ou maligno, baseados nas características do estroma (atipias celulares, atividade mitótica e crescimento de estroma) e margens tumorais Tumor filodes benigno apresenta margens bem definidas, mínima atipias e rara mitose, enquanto maligno apresenta margens infiltradas, acentuada hipercelularidade no estroma, significativa atipia citológica e alto índice mitótico (mais de 10 por campo de grande aumento)
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Clinica Apresenta como um nódulo, quase sempre volumoso, podendo chegar a 40cm, multinodular, de consistência fibroelástica e, na grande maioria das vezes, indolor Crescimento rápido e progressivo, podendo assumir consistência heterogenia com áreas de fibrose, hemorrágica e cavidades císticas de conteúdo liquido e gelatinoso Seu crescimento muitas vezes provoca estiramento cutâneo, favorecendo a visualização de retículos venosos ectasiados, lesão cutânea que vai desde hiperemia leve até ulceração Metástase axilar Representa menos de 5% do tipo maligno Metástase sistêmica Aproximadamente 25% dos malignos metastizam, sendo pulmões, ossos, fígado e linfonodos os sítios mais acometidos Tratamento é cirúrgico. Não responde a RT e hormonioterapia. Resposta a QT é muito limitada.
Se não responder, fazer PAAG, para histopatologia ou fazer biopsia incisional
No USG Hipoecoico, contorno multinodular, áreas hiperecoidas no centro e com reforço posterior Descarta a possibilidade de carcinoma Fazer a drenagem DOENÇA INFLAMATÓRIA DA MAMA Ocorre principalmente de 1-3 meses após o parto, fora do período puérpera, bem como após a menopausa Classificação Mastite aguda lactacional (puerperal) o Mastite epidêmica o Mastite não epidêmica Infecciosa não lactacionais Mastite periductal e ectasia ductal Abcesso subareolar recidivante crônico e fístula mamária Mastite granulomatosa
Diagnóstico USG são semelhantes nos fibroadenomas Mamograficamente aparecem com margens lisas, polilobulares, podendo haver margens irregulares, sugerindo invasão local PAAG
MASTITE AGUDA LACTACIONAL
Tratamento Sempre cirúrgico e consiste de ampla ressecção com margens de tecido macroscópico normal adjacente, de cerca de 1 a 2 cm para evitar recidivas Em casos de recidiva, se pode tratar com nova ressecção local O esvaziamento axilar não é indicado nem nos malignos já que são tumores de disseminação hematogênica Radioterapia e hormônioterapia não tem indicação Quimioterapia poderia ter indicação nos tipos Borderline e maligno, usando ifosfamida isolada ou associada a adriblastina, baseada nas diretrizes de sarcoma e não ter câncer de mama.
Mastite não epidêmica Após a 2 semana de lactação, pode ter um segundo pico no desmame Agente – Staphylococcus aureus penicilinase resistente, em menor frequência Staphylococcus epidermidis e o Streptococcus do Grupo B A forma grave pode evoluir para ulceração e necrose, associado à gram negativas aeróbicas (E.coli, Pseudomonas e Serratia) Vias de disseminação: transpapilar Associado a malformação papilar como papila plana, umbilicada e/ou invertida
CASO CLINICO 03
MDP, 30 anos QP – Inflamação na ME há 15 dias DHA – amamentando há 10 meses, apresentou dor, vermelhidão e febre há 7 dias. Parou de amamentar há 3 dias, poder não melhorou APF – telarca 9 anos, menarca 11 anos, G1P1A0 AF nega câncer familiar EF inspeção estática – assimétrica a E, abaulamento, hiperemia, edema e calor local. Presença de linfonodos palpáveis na região axilar homolateral, móvel e doloroso. Palpação periareolar endurecido, extensa modularidade, pouca mobilidade e doloroso a palpação Hipóteses diagnósticas? Mastite ou carcinoma inflamatório? Pedir USG – se abcesso, pensar em mastite Se não tem abcesso, faz o teste terapêutico
Mastite epidêmica Agente: Staphylococcus aureus penicilinase resistente Transmitido entre os neonatos no berçário, banco de leite, disseminação transpapilar por contaminação da orofaringe
Tratamento Continuidade da amamentação, ordenha mecânica ou manual, uso de sutil analgésicos e antitérmicos 1ª escolha: cefalexima 500 mg VO 6/6h ou cefadroxil 500mg VO 12/12h por 7-10 dias 2ª escolha: eritromicina 500 mg EV 6/6h 10 dias Casos graves: oxacilina 500 mg EV 5/6h ou cefoxitina 1g EV 8/8h OBS: Caso não ocorra melhora rapidamente com antibioticoterapia, avaliação com USG para descartar a presença de abcesso ou neoplasia. MASTITES GRANULOMATOSAS Tuberculose Mama pode ser o sítio primário Clínica: um ou mais nódulos de evolução lenta e indolor. Abcesso agudo e recorrente com necrose caseosa e múltiplos trajetos fistulosos para a pele
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DERRAME PAPILAR
Diagnóstico: Bacilo de Koch Tratamento: uso de tuberculostáticos
Mastite Granulomatosa Apresentação: massa firme ou com múltiplos e recorrentes abcessos Etiologia: resposta granulomatosa a danos do epitélio ductal (infecciosa, química ou imunológica) Diagnóstico: cori ou biopsia excisional Tratamento: Baixas doses e curto período de corticoterapia Baixa dose semanal de metotrexate (recidiva pós cirurgia) Ressecção cirúrgica
Anamnese Uso de fármacos, idade, história familiar, câncer de mama, sexo gestação OBS.: derrame papilar em homem está mais associado a carcinoma em relação a mulher
Obs.: manobra de Eklund - mamografia em pacientes com próteses mamárias
Exame físico Exame completo das mamas e axilas Pressão firme sobre a aréola (ponto de gatilho)
OUTRAS MASTITES Mastites luética Forma primária – cancro duro localiza-se geralmente no complexo areolo-mamilar visto que a inoculação do treponema decorre do contato da boca do lactente acometido da sífilis congênita Forma secundária – lesão cutânea maculosa, evolui para forma papiloma e papuloescamosa Forma terciária: goma sifilítica, ou seja, nódulo endurecido de crescimento lento que amolece e sofre ulceração ou fistulização
Métodos de Imagem Mamografia: descartar nódulos, microcalcificações Ecografia Ductograma – paciente jovens cuja a localização da lesão permite cirurgia conservadora Diagrama – Principais causas - pulou Papiloma Intraductal: o Causa mais comum de secreção sanguinolenta e serosanguinolenta 505 dos casos Ectasias ductais e mastites periductal: o Ectasias: dilatações dos ductos e estagnação da secreção. Idade 5-8 décadas o Mastite: episódios repetidos de inflamação periareolar, com ou sem massa associada, abcesso ou fístulas. Idade 2 a 5 décadas. Carcinoma: o Carcinoma invasivo causa derrame papilar quando associado com nódulo
Tratamento 2,4 milhões de U de penicilina G benzatina IM. Repetir em uma semana. CASO CLÍNICO 04
7-10% das queixas no consultório Saída de secreção pela papila fora do ciclo gravidicopuerperal ou lactação Classificação Fisiológicos, iatrogênicas e patológicos Aspectos do Derrame Espontâneo - provocado, multiductal – uniductal, bilateral – unilateral, multicolorida – aquosa/sanguínea/profusa e persistente
QP: descarga papilar serosanguinolenta HDA: Paciente de 65 anos apresenta fluxo espontâneo de coloração sero-sanguinolenta, uniductal e unilateral, na mama esquerda há 3 meses Menarca 15 anos, menopausa 50 anos G12P12A0 Faz uso diário de HCTZ, AAS Tabagista há 40 anos, 1 carteira por dia Sedentária Prima com câncer de mama aos 45 anos Exame físico: Inspeção estática e dinâmica: simétricas, ausência de abaulamento, retração, ferimento Palpação – ausência de linfonodos palpáveis supra e infra clavicular bilateral, ausência de nódulos mamários palpáveis bilateral Excreção: descarga papilar esquerda, unilateral e uniductal Exames complementares: mamografia e USG
Tratamento 1. Fisiológico: tranquilização, não necessita de tratamento 2. Galactorreia 3. Medicamentosa 4. Microadenoma hipófise (1cm) – intervenção cirúrgica 6. Derrame Patológico-cirúrgico: ressecção parcial ou única dos ductos, ressecção total do sistema ductal
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