Aula 5. Reparo e cicatrização

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Reparo e cicatrização Professor: Dr. Marcelo Araujo

Mecanismos de reparo tecidual

Reações

O reparo, muitas vezes chamado de cura, refere-se à restauração da arquitetura e função do tecido após a lesão. Regeneração

Cicatrização

Mecanismos de reparo tecidual REGENERAÇÃO

CICATRIZAÇÃO

• Proliferação de células e/ou tecidos para substituir estruturas perdidas

• Substituição por um tecido conjuntivo vascularizado, na tentativa de remendar e não efetivamente recuperar sua função.

• Casos de pouca lesão.

• Ocorre em casos de lesões maiores.

Mecanismos de reparo tecidual Regeneração e formação de cicatriz. Após uma lesão leve, que causa dano no epitélio, mas não no tecido subjacente, o reparo ocorre pela regeneração Após lesões mais graves com dano ao tecido conjuntivo, o reparo se dá pela formação de cicatriz.

Mecanismos de reparo tecidual

O termo fibrose é mais frequentemente usado para descrever a extensa deposição de colágeno que ocorre nos pulmões, fígado, rins e outros órgãos, resultante da inflamação crônica, ou no miocárdio após extensa necrose isquêmica (infarto).

Controle da proliferação celular Vários tipos celulares proliferam durante o reparo do tecido

Células restantes do tecido lesado ( restaurar a estrutura normal)

Fatores de crescimento

Células endoteliais (angiogênese para fornecer nutrientes) Fibroblastos (preencher os defeitos que não podem ser regenerados)

Capacidade Regenerativa dos tecidos A forma de reparo dos tecidos é determinada pela sua capacidade de proliferação e é são divididos em três grupos.

• Tecidos lábeis ou instáveis: células que continuamente. A regeneração ocorre facilmente. - Epitélios, tecido hematopoiéticos, medula óssea

se

renovam

• Tecidos estáveis: tecidos quiescentes, possuem baixa atividade replicativa; – Tecido hepático, fibroblastos, músculo liso • Tecidos permanentes: tecidos que não se dividem. – Neurônios, músculo estriado

Reparo tecidual Regeneração • Tecidos lábeis • e estáveis



Lesão tecidual

Cicatrização • Tecidos permanentes



Lesão tecidual

Reparo tecidual Regeneração

Cicatrização

Alterações pouco significativas na função tecidual

Prejuízo na função do órgão/tecido

Tecido de granulação e miofibroblastos em menor proporção.

Tecido de granulação e miofibroblastos mais evidentes.

Reparo tecidual A proliferação celular

é controlada Fatores de crescimento

Matriz Extracelular - MEC

As fontes mais importantes são: • Macrófagos ativados • Linfócitos • Células epiteliais e estromais

• Regula a proliferação e diferenciação celular • Morfogênese, cura de feridas, fibrose crônica, invasão e metástase

Reparo tecidual Fatores que influenciam o reparo tecidual Infecção (prolonga a inflamação e aumenta a lesão local) Nutrição (vit C) Fatores mecânicos Perfusão deficiente aterosclerose diabetes ou obstrução de drenagem venosa Corpos estranhos aço, vidro, osso Tipo e extensão da lesão Localização da lesão Aberrações do crescimento celular (QUELOIDE)

Funções da Matriz Extracelular Preenchimento entre as células Suporte mecânico Controle da proliferação celular Arcabouço para renovação tecidual Estabelecimento de microambientes teciduais

Cicatrização O tecido lesado é substituído por um tecido conjuntivo vascularizado, sendo semelhante quer a lesão tenha sido traumática ou causada por morte celular.

Reação inflamatória

Proliferação fibroblástica e endotelial

↓ Volume da cicatriz ou desaparecimento

Tecido conjuntivo cicatricial

Remodelação

Etapas da cicatrização 1. Angiogênese 2. Tecido de granulação (fibroblastos, vasos, leucócitos) 3. Maturação e reorganização do tecido fibroso 4. Cicatriz

Cicatrização

Angiogênese

A angiogênese é a formação de novos vasos sanguíneos, que fornece os nutrientes e o oxigênio necessários ao processo de reparo. Desenvolvimento de novos vasos sanguíneos

A partir de vasos sanguíneos existentes

É fundamental no reparo em locais de lesão No desenvolvimento de circulações colaterais nos locais de isquemia Por permitir que tumores aumentem em tamanho além do normal

Angiogênese O vaso recém-formado se reúne a outros vasos para formar o novo leito vascular.

Vários fatores de crescimento contribuem para a angiogênese: • Fator de crescimento vascular endotelial VEGF • Fator de crescimento fibroblástico básico (FGF-2)

Cicatrização

Classificação

(1) Cicatrização primária ou por primeira intenção: ferida cujas bordas foram aproximadas por sutura e que não tenha sido infectada;

(2) Cicatrização secundária ou por segunda intenção: ferida mais ampla, com bordas afastadas ou que tenha sido infectada.

Cura por Primeira Intenção Quando a lesão envolve apenas a camada epitelial O principal mecanismo de reparo é a regeneração epitelial

Também chamada união primária ou cura por 1ª intenção

O reparo consiste em três processos conectados

Inflamação

Proliferação (células epiteliais e outras)

Maturação

Remodelação

Cura por Primeira Intenção 1- Reação inflamatória Primeira intenção

24 horas

Coágulo sanguíneo na superfície da ferida Neutrófilos na borda da incisão

Segunda intenção

24 horas

Coágulo maior, rico em fibrina e fibronectina Inflamação mais intensa

Cura por Primeira Intenção 2- Fase proliferativa: Primeira intenção

Formação do tecido de granulação

Segunda intenção

3a7 dias

3a7 dias

Neutrófilos -> Macrófagos Invasão do tec. de granulação Proliferação de c. endoteliais

Maior volume de T. granulação Maior massa de T. cicatricial

Cura por Primeira Intenção 3. Fase de maturação: Primeira intenção

3a7 Semanas

Deposição da MEC, remodelação do tecido e contração da ferida.

Segunda intenção

Semanas

dias

Contínua proliferação de fibroblastos Acúmulo de colágeno

Contração da ferida devido a presença de miofibroblastos.

Cicatrização Migração dos leucócitos Os leucócitos fagocitam o coágulo, iniciando-se a produção do tecido conjuntivo cicatricial e a regeneração do epitélio. Número de leucócitos em função do tempo em diferentes fases da cicatrização. PMN=polimorfonuclear neutrófilo; MΦ = macrófago.

Cicatrização

Remodelação

A remodelação do tecido cicatricial é a sequência de aparecimento e remoção de proteínas da MEC durante a cicatrização.

Concentração de diferentes proteínas da MEC e resistência da cicatriz, em função do tempo, em diferentes fases da cicatrização.

Cura por Segunda Intenção Quando a ferida é extensa e tem margens afastadas - coágulos Se ocorre infecção, surge reação inflamatória exuberante Como as bordas da ferida são distantes, a regeneração da epiderme é mais lenta As células da epiderme proliferam nas margens, onde ocorre certo grau de hiperplasia devido à grande quantidade de fatores de crescimento liberados a partir de células exsudadas.

Cura por Segunda Intenção • Características

• Grandes feridas (perda celular e tecidual extensa) • Abscessos, ulcerações e necrose isquemica (infarto) • A reação inflamatória é mais intensa • Formação abundante tecido de granulação (capilares) • Formação de uma grande cicatriz • Contração da ferida por MIOFIBROBLASTOS

Fatores que influenciam no reparo tecidual Locais •Infecção •Características da lesão •Estresse mecânico

Sistêmicos •Hipotireoidismo •Desnutrição •Diabetes mellitus •Tabagismo •Desnutrição •Idade

Fatores que influenciam no reparo tecidual 1- Fatores locais

- Isquemia local: Lesões vasculares

↓Nutrientes Para MEC Compressão de vasos

↓Síntese de colágeno

↑Catabólitos

Fatores que influenciam no reparo tecidual 1- Fatores locais

- Lesões vasculares: Aterosclerose

Perturbações hemodinâmicas

Retarda ou impede a cicatrização

↓fornecimento de O2 e nutrientes

Cicatrização é dificultada

Fatores que influenciam no reparo tecidual 1- Fatores locais

- Infecção e corpos estranhos

Estresse mecânico

resposta inflamatória acentuada

↑liberação de metaloproteas es

Desequilibra a relação síntese e lise de componente s da MEC

Fatores que influenciam no reparo tecidual (2) Fatores sistêmicos

- Hipotireoidismo Alteração na síntese de componentes da matriz (poliglicanos)

Retarda a cicatrização

(2) Fatores sistêmicos

- Desnutrição, ↓[Proteína, Vitamina C ou Zinco]

↓Síntese de colágeno

↓Cicatrização

Fatores que influenciam no reparo tecidual (2) Fatores sistêmicos

- Diabetes melito Induzem citocinas pró-inflamatórias e proteases

↑da glicosilação

Ativação dos receptores de glicoproteínas

Ampliação da lesão inflamatória ↓expressão de moléculas antiinflamatórias e antiproteases naturais

Fatores que influenciam no reparo tecidual (2) Fatores sistêmicos

- Tabagismo Nicotina Vasoconstricção Monóxido de carbono

↓Cicatrização

Fatores que influenciam no reparo tecidual (2) Fatores sistêmicos

- Resposta inflamatória sistêmica Traumatismos Infecções

Queimaduras

Baixa Perfusão do tecido cicatricial

↓ Cicatrização

↓metabólitos antiinflamatórios no local

Cicatrização hipertrófica - Queloide Trata-se de situações em que os mecanismos de produção estão exacerbados e/ou os mecanismos de degradação da MEC estão reduzidos.

Cicatrização hipertrófica - Queloide São duas condições em que há formação excessiva de tecido conjuntivo denso em cicatriz cutânea, podendo adquirir volume considerável: Cicatrização hipertrófica • É um desordenamento das fibras de colágeno

Queloide • É uma produção exagerada de fibras de colágeno Obs. Pode ser reversível ou irreversível;

Referências bibliográficas
Aula 5. Reparo e cicatrização

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