DIÁRIO DE BORDO - AULA 1

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Curso Diário de Bordo e os exercícios de aprender a olhar, escutar, interpretar e narrar

Para mim é um grande prazer poder compartilhar com você este pequeno trecho de nosso percurso de formação de educadoras, educadores, gestoras e gestores da educação infantil.

Esperamos que você possa esclarecer suas dúvidas, aprofundar conhecimentos, fazer descobertas e construir conosco um percurso formativo que faça muito sentido para a sua profissão.

Esse é o nosso ideal, trabalhamos incansavelmente para isso! Prof.ª Renata Glória

CONSTRUINDO DIÁRIOS DE BORDO CONTEÚDO DO CURSO O curso tem como proposta promover uma imersão pedagógica no significado, na elaboração e na utilização de diários de bordo na composição do planejamento da ação docente na educação infantil, a partir do estudo dos elementos e das dimensões que o compõe.

A sugestão é possibilitar o estudo teórico, a reflexão sobre a prática e a revisitação das ações que envolvem as práticas docentes das participantes, provocando-as e instrumentalizando-as a respeito da articulação entre os

instrumentos de planejamento pedagógico.

DESENVOLVIMENTO DO CURSO

DESENVOLVIMENTO DO CURSO ● AULA I : o que é o diário de bordo;

● AULA II E III : diário de bordo, as cartas de intenções e as dimensões do planejamento, a sua estruturação e a elaboração do diário de bordo;

● AULA IV: a estruturação da linguagem para a escrita; ● AULA V E VI: os sujeitos da ação: a professora, as crianças, e as famílias e os seus lugares no diário de bordo;

● AULA VII E VIII: a ação reflexiva e o diário de bordo como lugar de replanejamento contínuo.

AULA I - O QUE É O DIÁRIO DE BORDO E OS SEUS SIGNIFICADOS?

ENTRE O SEMANÁRIO E O DIÁRIO DE BORDO A diferença entre o tradicional semanário e o diário de bordo está nos detalhes que são subjetivos mas muito significativos para a Pedagogia da Infância. Como fazer a transição?

ENTRE O SEMANÁRIO E O DIÁRIO DE BORDO A transição do semanário não é apenas uma transição de formato ou nome. É a transição de um modo de pensar e de fazer a educação dos bebês e crianças.

PEDAGOGIAS TRANSMISSIVAS Semanário

Taylor

Ford/Weber

Homogeneidade - A gestão científica da educação” -

PEDAGOGIAS PARTICIPATIVAS Diário de bordo

John Dewey

Paulo Freire

Heterogeneidade - Aprender a viver, participação, interação e libertação

A GESTÃO CIENTÍFICA DA EDUCAÇÃO Configuração da “linha de montagem educacional

A uniformização de conteúdos foi conseguida quebrando o conhecimento em distintas unidades tópicas horizontal do currículo, dividindo cada unidade em graus de ensino. Taylor e Ford (século XIX e XX) – Os mais influentes proponentes da gestão científica da indústria e da economia.

A teoria da gestão de Taylor – transformar a produção artesanal em produção em “massa”,

melhorando a eficiência

e uniformizando as

melhores práticas. Não era necessário que os agente de execução fossem “inteligentes” para poder executar bem as suas tarefas.

Contribuição de Ford– desenvolvimento de um mecanismo importante para a uniformização da

produção em massa por meio da prática de dividir tarefas complexas em uma série de passos simples, transformando os trabalhadores executores dessas tarefas simplificadas em uma linha de montagem.

Contribuição Weber – O Estado desenvolveu um modelo burocrático para o desempenho da sua

missão educativa. [...] O Estado concedeu uma forma única de assegurar a universalidade da educação e, assim, de definir uma pedagogia ótima baseada em um currículo escolar único.

Francesco Tonucci

Nos últimos anos têm havido uma progressiva integração da educação infantil neste modelo burocrático.

Abordagem participativa à educação Dewey e Freire são apresentados como pedagogos que criaram alternativas relevantes e influentes às pedagogias

transmissivas e à compartimentação da educação escolar. Foram escolhidos porque apresentam alternativas participativas e

holísticas cada vez mais importantes nas escolas de hoje.

Para Dewey , as escolas não são apenas lugares para adquirir conhecimento de conteúdo, mas também lugares para aprender a viver. As escolas não são preparação para a vida: elas são a vida em si. [...] todos os estudantes devem ter a oportunidade de participar na sua própria aprendizagem [...] uma vez que é impossível preparar a criança para qualquer conjunto

Freire vê a pedagogia transmissiva como uma prática social opressiva.

Educação infantil: um sistema dual a um programa convencional

Cuidado

Educação

O processo inicial de industrialização trouxe consigo uma forma de trabalho barata e sem qualificação; em algumas comunidades, isso fez com que pai e mãe estivessem ambos empregados. A necessidade de cuidados adequados para as crianças da classe trabalhadora deu origem as creches. Cuidado

Por outro lado, filósofos e pedagogos do século XIX e início do século XX como Pestalozzi, Froebel, Montessori, Dewey, Stenier e outros – foram além desta preocupação com os cuidados, enfatizando a importância que os anos formativos têm para o projeto educativo de cada pessoa e para a sociedade. Defenderam e promoveram Educação jardins da infância progressivos.

Esses jardins da infância promoveram abordagem holísticas e uma educação para a democracia e responsabilidade social como alternativa a um conhecimento estático por memorização. Enfatizaram o jogo livre e os materiais “amigáveis”, a aprendizagem por meio do fazer, os projetos cooperativos de aprendizagens; a resolução de problemas e o pensamento crítico. Trabalho de grupo e o desenvolvimento de competências sociais. Um currículo integrado e uma avaliação feita a partir dos projetos e realizações das crianças.

Constrói-se assim um sistema educacional para a infância ao redor da ideia de competência das criança e da liberdade pedagógica.

A inclusão da educação infantil no programa convencional como preparação para o ensino fundamental Do jardim da infância ao pré-escolar

Contaminação da educação infantil pelas características do ensino fundamental.

Preservação da liberdade educacional na educação infantil

Tonucci

Esta imersão progressiva da educação infantil no clima burocrático do ensino fundamental – a “escolarização” dos anos da infância – torna ainda mais importante o desenvolvimento de pedagogias participativas como uma abordagem aos direitos das crianças, em que as crianças e os profissionais

são vistos como constantemente

desenvolvendo as suas identidades aprendentes e tendo direito a suporte profissional.

UM DOS TIPOS DE ESCRITA

Registros descritivos/reflexivos: o parecer da (o) professora (o) Descrever o percurso de aprendizagem e de desenvolvimento de bebês e crianças na Educação Infantil, envolve não somente o conteúdo, mas o sentido do que se descreve. Portanto, é preciso que a professora ou o professor se encoraje para superar a tradicional substituição do percurso

essencial, por anotações que tratam apenas do comportamento individual ou apontamentos sobre possíveis aprendizagens descontextualizadas.

O DIÁRIO DE BORDO O diário de bordo como parte da Documentação Pedagógica precisa conter:

I – O planejamento compartilhado com os bebês e crianças como Rizoma; II – A interação indireta ou direta da professora (o) com elas e eles;

III – A ação dos bebês e crianças; IV – A escrita reflexiva utilizando o EU, o ELAS, ELES e o NÓS;

V - O replanejamento da ação de modo compartilhado com as crianças.

DESCREVER PARA ALÉM DAQUILO QUE OS OLHOS PUDERAM VER ! OS REGISTROS DESCRITIVOS: Descrever neste sentido, significa explicitar a busca pela compreensão, um diálogo interpretativo para que compreender. O conteúdo que deve conter neste registro, é o percurso do tempo vivido, da vida que pulsou na escola de Educação Infantil naquele período. E que sejam capazes de demonstrar a vida, a cotianidade e não apenas apontamentos escolarizados buscando a escrita autoral e poética da professora ou do professor.

DESCREVER COMO UM “ACHADOURO DE INFÂNCIAS” Barros, Manoel de, 1916-2014. Meu quintal é maior que o mundo.

Ciclo pedagógico Busca de sentido Registrar para compreender

Observação e escuta e registro e interpretação

Planejamento inicial – contextos

Cartas de intenções Criar as condições Tempos, espaços, objetos e interações.

Propor, compartilhar, ampliar as possibilidades Ação dos bebês e crianças

(re) planejamento

Busca de sentido Registrar para compreender

Protagonismo Liberdade, escolha, participação e produção das culturas infantis.

Observação e escuta e registro e interpretação

Questões práticas  Frequência do registro diária – para elaboração do diário de bordo, é preciso que os registros sejam realizados diariamente.  Registros auxiliares –os registros auxiliares podem ser pequenas cadernetas, gravadores, máquinas fotográficas, etc.  Formato autoral – construído e reconstruído até que se encontre um formato mais adequado ao estilo de quem o utiliza. Esta decisão pode ser coletiva ou individual;

PRINCÍPIOS DO DIÁRIO DE BORDO I - A diversidade de compreensões que cada um de nós terá diante do mesmo contexto;

I - A utilização do diário de bordo como conhecimento de si e das crianças Tudo

isso

deve

ser

registrado

através

de

uma

linguagem escrita que aborde de forma integrada o EU (a

professora), o ela(e) – bebês e crianças (individual ou coletivamente de acordo com a ação) e o nós a turma toda.

PARA INSPIRAR … Nós estamos juntos nos conhecendo e descobrindo o mundo. Todo esse processo de busca e descobertas nos desvela o processo educativo, “a educação como um ato de conhecimento”, que nunca se esgota, que é permanente e vital. - Madalena Freire (1983)

AULA II E III

Diário de bordo, as cartas de intenções e os elementos e dimensões do planejamento, sua estruturação e a elaboração do diário de bordo.
DIÁRIO DE BORDO - AULA 1

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