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Língua Portuguesa Produção de Texto
6 HILL STREET STUDIOS/M/EASYPIX BRASIL
unidade 5 Texto expositivo unidade 6 A argumentação em diferentes gêneros textuais
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REPRODUÇÃO
Texto expositivo e argumentação Os textos podem entreter, divertir, apresentar um assunto, divulgar dados, ensinar ou informar. Você vai conhecer agora gêneros textuais que visam à exposição de um assunto e também aqueles que vão além da informação, pois têm como objetivo expressar opiniões a respeito do mundo que nos cerca.
JIM PARKIN/SHUTTERSTOCK
Professor: As páginas de abertura promovem a verificação e a exploração dos conhecimentos prévios dos alunos. São um convite à discussão e à leitura de imagens. As questões elencadas permitem avaliar o grau de conhecimento da classe e podem orientar a condução mais adequada dos assuntos que serão abordados. Deixe que os alunos respondam às perguntas livremente.
Observe as imagens. Em seguida, responda oralmente. 1 Quais elementos do anúncio chamam sua atenção? 2 Há texto no anúncio? Qual? 3 O que mostra a imagem à esquerda? 4 De que material são feitos os objetos mostrados nessa imagem? Professor: O encaminhamento de todas as respostas e discussões desta abertura está no Plano de Aulas.
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A cada minuto desaparecem 15 km2 de floresta tropical.
Reúna-se com alguns colegas, conversem sobre o exercício anterior e respondam às seguintes questões no caderno. 1 Qual é a relação entre a imagem e o texto do anúncio? 2 É possível compreender a intenção de quem criou o anúncio ao representar o homem saltando em direção à área devastada? 3 Que relação poderia ser estabelecida entre a imagem à esquerda e o anúncio? 4 Se você tivesse de fazer uma exposição de motivos para sustentar as ideias contidas nas imagens, quais seriam seus argumentos?
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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UNIDADE
5 Texto expositivo Leitura de imagem
Leia esta imagem.
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Estudo da imagem 1 Que elementos compõem a imagem apresentada na página ao lado? Estantes de livros, mesas para seis pessoas, cadeiras e estudantes, que leem e fazem anotações. Sobre as mesas vazias e bancadas, há livros dispostos em suportes.
2 Descreva o ambiente retratado na foto, considerando os seguintes aspectos: a) Luminosidade O ambiente é claro e bem iluminado.
b) Cores predominantes Bege e marrom são as cores predominantes no mobiliário, mas os livros nas estantes e as roupas dos estudantes dão cor ao ambiente.
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c) Aspecto das estantes As estantes são de madeira e, assim como os livros dispostos nelas, contêm etiquetas de catálogo.
d) Atividade das pessoas As pessoas estão sentadas em grupos ou em duplas. Todas elas seguram canetas e escrevem. Elas devem estar fazendo trabalhos em grupos para a escola ou faculdade ou estudando para alguma prova.
3 Suponha que essa foto acompanhe o artigo de uma revista mensal sobre educação. Em sua opinião, que alternativa(s) poderia(m) apresentar uma possível legenda para ela? ( X ) Uma biblioteca abriga não só coleções de livros, mas conhecimento. ( ) O detetive procurou uma pista na biblioteca da universidade. ( X ) A biblioteca do instituto abriga mais de cem mil volumes.
Professor: Os alunos devem perceber que a primeira e a terceira alternativas são mais adequadas a um artigo de revista informativa. A segunda é a menos adequada, considerando a natureza da publicação.
4 Um artigo de revista sobre educação ilustrado com uma foto como essa, explicada por uma legenda semelhante à(s) indicada(s) na atividade 3, poderia tratar de quais assuntos? Resposta pessoal. Professor: O exercício tem o objetivo de levar os alunos a relacionar a imagem à sua possível legenda. Relacionando-as, pode-se imaginar que o artigo trata, por exemplo, da importância dos livros como fonte de consulta ou preservação do conhecimento, da relevância da leitura para adquirir conhecimento etc. A presença de estudantes mostra que a biblioteca é um local em que se pode pesquisar, estudar e compartilhar conhecimento.
5 Qual seria a intenção desse tipo de artigo? Assinale as alternativas que lhe parecem adequadas. ( ) Contar uma história. ( X ) Defender opiniões. ( X ) Expor informações.
Professor: Considerando o gênero do texto, a primeira alternativa não é adequada.
6 Imagine que essa foto vai ilustrar uma reportagem a respeito de um dos temas que você propôs na atividade 4. Redija uma legenda para ela. Resposta pessoal.
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Leitura de texto Leia estes textos. O texto 1 foi extraído de um livro de crônicas e é de autoria do escritor baiano João Ubaldo Ribeiro (1941-2014). O texto 2 foi retirado de uma enciclopédia. Texto 1
Professor: As acepções dos termos do glossário foram, sempre que possível, pesquisadas no Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Para fins didáticos, foram feitas as adaptações necessárias.
Demovido. Afastado de uma ideia. Palmatória. Pequena peça circular de madeira usada como instrumento de castigo para bater na palma da mão. Pedagogo. Aquele que emprega a Pedagogia, que ensina. Vão. Enganador, enganoso, inútil.
Não sei bem dizer como aprendi a ler. A circulação entre os livros era livre (tinha que ser, pensando bem, porque eles estavam pela casa toda, inclusive na cozinha e no banheiro), de maneira que eu convivia com eles todas as horas do dia, a ponto de passar tempos enormes com um deles aberto no colo, fingindo que estava lendo e, na verdade, se não me trai a vã memória, de certa forma lendo, porque, quando havia figuras, eu inventava as histórias que elas ilustravam e, ao olhar para as letras, tinha a sensação de que entendia nelas o que inventara. Segundo a crônica familiar, meu pai interpretava aquilo como uma grande sede de saber cruelmente insatisfeita e queria que eu aprendesse a ler já aos quatro anos, sendo demovido a muito custo por uma pedagoga amiga nossa. Mas, depois que completei seis anos, ele não aguentou, fez um discurso dizendo que eu já conhecia todas as letras e agora era só uma questão de juntá-las e, além de tudo, ele não suportava mais ter um filho analfabeto. Em seguida, mandou que eu vestisse uma roupa de sair, foi comigo a uma livraria, comprou uma cartilha, uma tabuada e um caderno e me levou à casa de D. Gilete. – D. Gilete – disse ele, apresentando-me a senhora de cabelos presos na nuca, óculos redondos e ar severo –, este rapaz já está um homem e ainda não sabe ler. Aplique as regras. “Aplicar as regras”, soube eu, muito depois com um susto retardado, significava, entre outras coisas, usar a palmatória para vencer qualquer manifestação de falta de empenho ou burrice por parte do aluno. Felizmente D. Gilete nunca precisou me aplicar as regras, mesmo porque eu de fato já conhecia a maior parte das letras e juntá-las me pareceu facílimo, de maneira que, quando voltei para casa nesse mesmo dia, já estava começando a poder ler. Fui a uma das estantes do corredor para selecionar um daqueles livrões com retratos de homens carrancudos e cenas de batalhas, mas meu pai apareceu subitamente à porta do gabinete, carregando uma pilha de mais de vinte livros infantis.
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Memória de livros
– Esses daí agora não – disse ele. – Primeiro estes, para treinar. Estas livrarias daqui são uma porcaria, só achei estes. Mas já encomendei mais, esses daí devem durar uns dias. Duraram bem pouco, sim, porque de repente o mundo mudou e aquelas paredes cobertas de livros começaram a se tornar vivas, frequentadas por um número estonteante de maravilhas, escritas de todos os jeitos e capazes de me transportar a todos os cantos do mundo e a todos os tipos de vida possíveis. RIBEIRO, João Ubaldo. Memória de livros. Em: Um brasileiro em Berlim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. p. 137.
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Texto 2
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Gutenberg era membro da aristocrática família Gensfleisch. Usava o nome de sua mãe. Deve ter aprendido os fundamentos de metalurgia com um tio, artesão-mestre moedeiro. Por essa época, Mainz era o centro de atividades de muitos ourives e joalheiros. Na qualidade de aristocrata, Gutenberg não tinha de passar pelas etapas de um aprendizado regular. Devido ao envolvimento de sua família em disputas políticas locais, Gutenberg passou alguns anos no exílio, em Estrasburgo. Levou a efeito experiências nessa cidade, com o fim de desenvolver sua revolucionária ideia dos tipos móveis. Estes podiam ser arranjados em linhas alternadas de composição. (...). Um certo número de páginas com milhares de tipos podia ser facilmente armado e levado à impressão. Depois da impressão, os tipos podiam ser separados e, assim, usados continuamente, para comporem outras páginas. Gutenberg adaptou a tinta para sua máquina impressora a partir de materiais conhecidos dos antigos pintores flamengos.
Aristocrata. Nobre, fidalgo.
© BIBLIOTECA NACIONAL DE MADRI, ESPANHA
GUTENBERG (Johannes Gensfleisch), inventor alemão dos caracteres tipográficos móveis (Mogúncia, entre 1394 e 1399 – id., 1468), o que tornou possível, pela primeira vez, a impressão por meio de tipos metálicos. Essa invenção assegurava um suprimento adequado de letras uniformemente fundidas em corpos metálicos iguais. Gutenberg e seus auxiliares valeram-se de sua invenção para editar livros esplêndidos em Mainz, Alemanha, nos meados do século XV.
Artesão-mestre. Indivíduo detentor de conhecimentos técnicos que oferecia a seus aprendizes, em troca de mão de obra barata, fidelidade e dedicação. Exílio. Saída ou expulsão da pátria. Flamengo. Natural ou habitante de Flandres, região localizada parte na França, parte na Holanda e na Bélgica. Moedeiro. Quem fabrica moedas. Ourives. Pessoa que fabrica, conserta e/ou vende artigos trabalhados em ouro, prata etc. Tipo. Bloco que apresenta em uma de suas faces, em relevo, um sinal de escrita para ser reproduzido por impressão. Tipográfico. Relativo à arte ou à técnica de compor e imprimir com o uso de tipos.
Muito antes da época de Gutenberg, os chineses e os coreanos imprimiram textos e ilustrações entalhados em blocos de madeira. Chegaram mesmo a inventar tipos móveis de porcelana e de metal. Mas sua língua era tão complicada e exigia uma quantidade tão grande de tipos diferentes, que não puderam fazer uso prático do método. A ideia se perdeu, até que Gutenberg aplicou-a com sucesso ao alfabeto. Outros inventores se dedicavam à solução do problema. Um holandês, pelo menos, impressor por profissão, achava-se no caminho certo da descoberta da tipografia. Mas foram Gutenberg e seus auxiliares, Johannes Fust e Peter Schöffer, que a aperfeiçoaram. Sua maravilhosa Bíblia de 42 linhas, conhecida como a Bíblia Mazarino ou a Bíblia de Gutenberg, mostra como esses pioneiros impressores haviam dominado os menores detalhes técnicos do ofício tipográfico. Gutenberg. Em: Enciclopédia e dicionário Koogan Houaiss digital. Curitiba: Positivo Informática/Delta, 2004.
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Estudo dos textos
Professor: Para questões adicionais sobre o gênero textual, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.
Compreensão dos textos 1 Qual é o ponto em comum entre os dois textos? Ambos se referem ao universo dos livros.
2 O título do primeiro texto, “Memória de livros”, além de anunciar o assunto que será tratado, provoca a curiosidade do leitor. Explique por quê.
3 Pela leitura dessa crônica, o que é possível afirmar sobre o narrador? Assinale as alternativas adequadas. ( ) É um narrador em terceira pessoa. ( X ) É um homem adulto. ( X ) É um narrador em primeira pessoa. ( ) É uma mulher adulta. ( ) É uma criança. 4 De acordo com o texto 1, é possível concluir que o narrador teve um aprendizado fácil e prazeroso? Justifique com um trecho do texto. Sim. Respostas possíveis: “eu convivia com eles todas as horas do dia, a ponto de passar tempos enormes com um deles aberto no colo, fingindo que estava lendo”; “Felizmente D. Gilete nunca precisou me aplicar as regras, mesmo porque eu de fato já conhecia a maior parte das letras e juntá-las me pareceu facílimo”. Professor: Mostre aos alunos que, no texto 1, algo pessoal está sendo contado, referindo-se às memórias do narrador sobre como ele aprendeu a ler.
5 Qual é a relação do narrador da crônica com os livros? Escreva dois motivos que justifiquem sua resposta. O narrador adora livros desde a infância. Desde os 4 anos, já demonstrava grande interesse pelos livros e,
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O leitor fica curioso em descobrir que memória é essa, o que só é possível saber lendo o texto.
ao final do texto, ele afirma que, com os livros, o mundo mudou, e eles o fizeram conhecer lugares diferentes e vidas possíveis.
6 Observe a fonte de onde foi retirado o verbete sobre Gutenberg. Qual é o interesse do leitor que consulta esse tipo de publicação? O principal objetivo desse leitor é pesquisar, informar-se.
7 O verbete enfatiza a vida de Gutenberg ou o que ele fez? Justifique. O verbete enfatiza o que Gutenberg fez. A história de sua vida está restrita ao segundo parágrafo e à primeira parte do terceiro. Os outros parágrafos do verbete tratam de suas invenções.
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8 O que Gutenberg inventou? Qual foi o significado dessa invenção para a humanidade? Gutenberg inventou os caracteres tipográficos móveis (imprensa/impressora). Essa invenção permitiu que o conhecimento fosse registrado em livros. Professor: Comente com os alunos que a imprensa é um dos marcos da Idade Moderna. Ela contribuiu para o acesso das pessoas ao conhecimento registrado em livros e também para a sua difusão.
9 Por que a impressora de Gutenberg foi bem-sucedida, em comparação à dos chineses e à dos coreanos? Porque o sistema alfabético da língua alemã se limitaria a um número reduzido de caracteres. Em virtude da escrita em suas línguas ser mais complexa, exigindo uma grande quantidade de tipos diferentes, o método não era prático para chineses e coreanos.
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Análise dos textos expositivos 1 O texto 1 é uma crônica. Quais são as características desse gênero presentes no texto? É uma narrativa curta, com linguagem informal, e apresenta um fato do cotidiano, com poucos personagens, em um espaço delimitado.
Todo texto tem uma intenção: expressar uma opinião, informar algo, apresentar um assunto, contar uma história. Essa intenção é chamada intenção comunicativa. 2 Identifique a principal intenção comunicativa do texto 1. Contar uma história.
3 Indique os seguintes elementos do texto 1: a) Personagens O narrador, o pai dele e a professora, D. Gilete.
b) Tempo A época da infância do narrador. O tempo de duração é impreciso.
c) Narrador É o próprio personagem, que se lembra de sua infância, contando-a em primeira pessoa.
d) Espaço A casa do narrador e a da professora.
Os elementos identificados no texto “Memória de livros” são próprios de uma narrativa ficcional, isto é, um texto cuja principal intenção é contar acontecimentos fictícios. As narrativas ficcionais podem ser classificadas em diferentes gêneros: crônica, conto, romance etc. Podem ser escritas em primeira ou terceira pessoa, com uma linguagem que explore as emoções do leitor e seja adequada à época em que se passam as ações, à situação e à faixa etária dos personagens, por exemplo.
Professor: Embora nesta crônica predomine a narrativa, faça com que os alunos percebam que o texto provoca reflexão, partindo de um fato particular do cotidiano.
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4 Identifique a principal intenção comunicativa do texto 2. Informar algo, explicar um assunto.
5 Por que foi empregada a linguagem formal nesse texto? Porque se trata de uma linguagem apropriada a um texto de enciclopédia, que expõe dados de forma objetiva, propiciando uma só interpretação.
6 O texto busca despertar a emoção do leitor? Justifique. Não. O texto procura ser impessoal, não despertar emoções no leitor, mas informá-lo de algo.
7 Que trecho pode ser considerado a introdução do verbete? O primeiro parágrafo.
8 Transcreva a frase do verbete na qual se conclui quem foi a primeira pessoa que utilizou com êxito os tipos móveis.
9 Ao escrever verbetes enciclopédicos, que têm como principal objetivo informar o leitor, os redatores preocupam-se em pesquisar diferentes fontes confiáveis para apresentar fatos comprovados e dados exatos. a) O verbete sobre Gutenberg apresenta todos os dados com exatidão? Justifique com trechos do texto. Não. Alguns dados a respeito da vida de Gutenberg são imprecisos, como a data do nascimento (entre 1394 e 1399), sua formação (“Deve ter aprendido os fundamentos de metalurgia com um tio”) e período de exílio (“passou alguns anos no exílio”).
b) Em sua opinião, por que isso ocorreu?
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“A ideia se perdeu, até que Gutenberg aplicou-a com sucesso ao alfabeto.”
Resposta pessoal. Professor: Muitos dados a respeito de pessoas que viveram séculos atrás, como Gutenberg, são imprecisos por falta de documentos históricos.
O verbete enciclopédico sobre Gutenberg é um texto expositivo que tem como principal intenção apresentar um assunto e divulgar dados que podem ser verificados e comprovados. Encontram-se verbetes em dicionários, glossários e enciclopédias. O verbete é um texto impessoal, escrito em linguagem formal e em terceira pessoa. Nos dicionários, os verbetes apresentam todos os significados de uma palavra e exemplos de seu uso, em vários contextos. Nos glossários, em geral, os verbetes são mais resumidos, apresentando os significados específicos de uma palavra em determinado texto, de acordo com o contexto em que ela é usada. Nas enciclopédias, os verbetes podem conter informações importantes sobre algo ou alguém.
TED
Siga as orientações do professor para realizar a atividade “Você gosta de samba?”, que também trata de verbete enciclopédico. Professor: Lembre-se de que essa atividade exige conexão com a internet.
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Atividades de linguagem 1 Consulte no dicionário o verbete crônica e assinale as alternativas que apresentam o mesmo sentido do termo destacado neste trecho. Segundo a crônica familiar, meu pai interpretava aquilo como uma grande sede de saber cruelmente insatisfeita (...). ( ) Prosa ficcional, relato com personagens e circunstâncias, evoluindo com o tempo. ( ) Espécie de biografia falada. ( X ) História ou boatos sobre alguém ou algo. ( ) Representação genealógica de uma família considerada nobre. ( X ) Descrição dos principais acontecimentos de uma situação.
2 Indique a alternativa que apresenta o sentido mais próximo ao da expressão destacada a seguir. (...) e queria que eu aprendesse a ler já aos quatro anos, sendo demovido a muito custo por uma pedagoga amiga nossa. ( ) Sendo convencido a renunciar. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
( X ) Sendo levado a desistir. ( ) Sendo levado a mudar.
3 Com a ajuda de um dicionário, reescreva as frases seguintes, extraídas do verbete sobre Gutenberg, substituindo as expressões destacadas por outras equivalentes. Faça as mudanças necessárias, mas sem alterar o sentido das frases. Algumas respostas possíveis: a) A invenção assegurava um suprimento adequado de letras uniformemente fundidas em corpos metálicos iguais. A invenção garantia uma provisão adequada de letras identicamente fundidas em corpos metálicos iguais.
b) Gutenberg passou alguns anos no exílio, em Estrasburgo. Gutenberg passou alguns anos degredado, em Estrasburgo.
c) Gutenberg e seus auxiliares valeram-se de sua invenção para editar livros esplêndidos em Mainz, Alemanha, nos meados do século XV. Gutenberg e seus auxiliares serviram-se de sua invenção para publicar livros maravilhosos em Mainz, Alemanha, na metade do século XV.
4 Releia a conclusão do texto sobre Gutenberg. Sua maravilhosa Bíblia de 42 linhas, conhecida como a Bíblia Mazarino ou a Bíblia de Gutenberg, mostra como esses pioneiros impressores haviam dominado os menores detalhes técnicos do ofício tipográfico. É possível perceber um julgamento de quem a escreveu? Justifique. Sim, o autor usa a palavra maravilhosa, adjetivo que demonstra um julgamento, uma opinião sobre a Bíblia de Gutenberg.
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Produção de texto Leitura e análise de características de verbete enciclopédico 1 Leia este verbete de enciclopédia.
O tamanduá-bandeira é da Ordem dos Edentata, que quer dizer sem dentes. Ele nem precisa mesmo de dentes, porque só come insetos pequenos, que engole sem mastigar. Para conseguir sua comida, o tamanduá usa as fortes unhas que tem para abrir um cupinzeiro, onde enfia a língua de dois palmos de comprimento, fininha e coberta de uma saliva grudenta. Os cupins grudam na língua e o tamanduá a recolhe, para engolir o almoço. O tamanduá enxerga mal, escuta mal, mas tem um olfato muito bom, 40 vezes melhor que o nosso. E o nariz dele é tão importante que, para protegê-lo, o tamanduá esconde a ponta do focinho embaixo da grande cauda, quando vai dormir. Embora ficando raro porque o cerrado onde vive está sendo transformado em plantações de soja, o tamanduá-bandeira deve sobreviver em cativeiro, pois se reproduz bem nos zoológicos. Mesmo quando a fêmea não sabe bem como tratar do filho e o abandona, ele é criado na mamadeira, mas nesse caso os tratadores dão um bicho de pelúcia para o filhote, no qual ele fica agarrado, usando-o como substituto da mãe ausente. QUEIROZ, Luiz Roberto de Souza. 100 animais brasileiros publicados no Estadão. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 1997. p. 43.
a) Qual é o assunto do verbete?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nome popular: Tamanduá-bandeira, iurumi Nome científico: Myrmecophaga tridactyla Quanto vive: 1 5 anos, e o “vovô” dos tamanduás viveu 19, num zoológico de Ohio, Estados Unidos Quanto pesa: 30 quilos Onde vive: Cerrados da América Central à Argentina O que come: Cupim, formigas, ovos, larvas de insetos Filhotes: Um, que nasce após gestação de 190 dias
REPRODUÇÃO
Tamanduá-bandeira
O tamanduá-bandeira.
b) As informações do verbete estão organizadas em três parágrafos após a ficha técnica inicial. Identifique as principais informações expostas em cada um deles.
Primeiro parágrafo Hábitos alimentares do animal.
Segundo parágrafo Destaca o principal sentido do tamanduá: o olfato.
Terceiro parágrafo Locais onde vive (habitat), reprodução e relação da fêmea com o filhote.
c) Esse verbete traz uma ficha técnica sobre o animal. Que informações da ficha técnica também constam no verbete? As informações em comum entre a ficha técnica e o verbete são: alimentação (cupim e outros insetos pequenos), e habitat (cerrados).
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2 Agora, leia este outro verbete.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nome popular: Onça-pintada, jaguaretê, canguçu Nome científico: Phantera onca Onde vive: Do México à Argentina Quanto pesa: Até 114 quilos Quanto mede: 1,80 metro, mais 75 cm de cauda O que come: P orco-do-mato, veado, macaco, jacaré Filhotes: D e dois a quatro, 95 dias de gestação
REPRODUÇÃO
Onça-pintada
Apesar das histórias que se contam no interior, nunca houve um caso comprovado cientificamente de a onça atacar o homem, a não ser, é claro, quando está sendo caçada e acuada. No estômago das onças mortas só são encontrados bichos pequenos, capivaras, porcos-do-mato e aves. No Pantanal, entretanto, a onça-pintada ataca os bezerros e causa prejuízos. Às vezes, numa ninhada de onças-pintadas, nasce uma preta, mas bem de perto é possível ver que ela também tem pintas, de um preto mais escuro. Essas onças são chamadas de melânicas. No passado, existiam onças-pintadas até no Texas, que fica nos Estados Unidos, mas a destruição das florestas acabou com elas. O México também perdeu 67% de suas onças e o Brasil vai pelo mesmo caminho. É por isso que os zoos estão criando esse animal em cativeiro, montando um livro de linhagem para evitar a consanguinidade e esperando para um dia fazer o repovoamento de onças. O problema é que, embora muitos fazendeiros gostem de receber veadinhos, marrecos e até capivaras para repovoar suas reservas de mata, ninguém quer saber da onça, e ela parece condenada a viver em cativeiro. QUEIROZ, Luiz Roberto de Souza. 100 animais brasileiros publicados no Estadão. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 1997. p. 35.
a) Como esse verbete está organizado? O verbete está separado em parágrafos e é acompanhado de uma ficha técnica ou científica do animal.
b) Numere as informações a seguir, na ordem em que elas foram apresentadas no verbete. ( 3 ) Locais onde vive (habitat). ( 4 ) Ações para evitar a extinção. ( 2 ) Características físicas do animal. ( 1 ) Alimentação. c) Marque a alternativa que não explica adequadamente os recursos linguísticos usados na construção do verbete. ( ) Foram usados numerais para fornecer informações numéricas precisas. ( ) A conjunção entretanto revela uma exceção na alimentação da onça-pintada. ( ) A expressão “o Brasil vai pelo mesmo caminho” indica que a onça-pintada corre risco de extinção no Brasil. ( X ) A expressão “o Brasil vai pelo mesmo caminho” revela linguagem rigorosamente formal.
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Produção de verbete enciclopédico
Advindo. Surgido, ocorrido. Preceito. Norma, regra. Variabilidade morfológica. Capacidade de um ser vivo de submeter-se a variações ou mudanças relativas à sua forma.
Aquecimento 1 Leia o texto a seguir.
Extinção de espécies Entender o conceito de extinção de espécies é uma tarefa relativamente simples: extinção é o desaparecimento de todos os indivíduos de uma determinada espécie. Difícil é entender o porquê do desaparecimento de todos esses indivíduos. Podemos classificar o modo como a extinção acontece de duas maneiras: aquela advinda da própria natureza, causada por eventos naturais de grandes proporções (vulcanismo, queda de meteoros etc.) ou devida aos preceitos da seleção natural (a variabilidade genética leva a uma variabilidade morfológica, e essa variabilidade morfológica confere vantagens adaptativas diferentes entre os indivíduos: os mais bem adaptados ao seu habitat sobrevivem e se reproduzem, enquanto os não tão bem adaptados tendem a morrer e consequentemente não se reproduzir, não passando à próxima geração seu genoma); uma segunda maneira seria artificial, especialmente relacionada à maneira como o homem lida diariamente com a natureza, seja através da caça predatória de animais específicos, seja através da destruição de ambientes e consequentemente do habitat de diversas espécies. (...) LANGANKE, Roberto. Extinção de espécies. Disponível em: . Acesso em: nov. 2014.
Com base na leitura do texto, assinale a alternativa incorreta. ( ) É um texto expositivo que apresenta informações de forma clara, objetiva. ( X ) É um texto opinativo, que expressa o posicionamento do autor a respeito de um problema do meio ambiente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Professor: Combine antecipadamente com os alunos se a exposição ficará dentro da própria classe ou em uma área comum da escola. Outra opção é realizar uma exposição on-line com a publicação dos verbetes em um blogue.
O tamanduá-bandeira e a onça-pintada são animais típicos do cerrado brasileiro e estão ameaçados de extinção. Pesquise outros animais em perigo de extinção no Brasil. Acompanhe as orientações a seguir para escrever um verbete enciclopédico sobre um animal brasileiro em risco de extinção. O verbete deve vir acompanhado de uma ficha técnica e uma imagem do animal. Os verbetes elaborados pela classe deverão compor uma exposição sobre animais brasileiros ameaçados de extinção.
( ) O texto classifica a extinção das espécies de acordo com o modo como ocorre. ( ) A linguagem é formal e impessoal.
2 Marque a alternativa que não indica corretamente o modo como ocorre a extinção das espécies. ( ) Eventos naturais de grandes proporções (vulcanismo, queda de meteoros etc.). ( X ) Caça predatória dos animais. ( X ) Preservação do habitat das espécies. ( ) Seleção natural das espécies, em que os menos adaptados ao habitat tendem a morrer.
Planejamento 1. Escolha o animal ameaçado de extinção que será explorado em seu texto. 2. Selecione fontes confiáveis para a sua pesquisa. 3. Pesquise as informações que você vai usar no seu texto. 4. Anote os dados que considerar mais relevantes para o público-alvo.
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Escrita 1. A linguagem empregada no texto deve ser impessoal e formal. 2. Escreva o texto em terceira pessoa. 3. Organize em parágrafos os dados pesquisados, separando e sequenciando as informações de acordo com a finalidade comunicativa e a seleção das informações que considerou relevantes. 4. Destaque no início do texto o nome do animal que será tema da produção. 5. No primeiro parágrafo, escreva uma introdução, apresentando o nome popular e o nome científico do animal, seu habitat, forma física, alimentação e reprodução. 6. Nos parágrafos seguintes, apresente os motivos de o animal correr risco de extinção e o que tem sido feito para preservá-lo. Avaliação 1. Leia o verbete e avalie-o observando os seguintes aspectos. • As orientações para produzir o verbete enciclopédico foram seguidas? • A linguagem está adequada às finalidades do gênero e ao público a que se destina? O texto foi escrito com clareza? O leitor vai entendê-lo? • O texto apresenta informações relevantes? • Os parágrafos apresentam as informações em uma sequência adequada? A organização vai facilitar a leitura? • Foram respeitadas as normas gramaticais básicas: pontuação, ortografia, concordância? • Foram utilizadas letras maiúsculas no início de nomes próprios, frases e parágrafos?
2. Mostre o verbete a um colega da classe e peça a ele que dê sugestões para melhorar o texto. Faça o mesmo para o verbete que ele produziu. Reescrita Passe o texto a limpo, corrigindo-o de acordo com a revisão que você fez e com as observações do professor. Se achar necessário, faça também as alterações sugeridas pelo colega. Organização da exposição Com os colegas da classe, organizem a exposição, seguindo as etapas abaixo.
1. Combinem com o professor o local onde será montada a exposição. 2. Montem a exposição da seguinte maneira: • Digitem os verbetes em fonte escolhida pela classe, justificando a digitação. Escolham imagens para acompanhar os verbetes. Imprimam o trabalho em folhas de tamanho A4. • Organizem os animais de acordo com as diferentes regiões do Brasil. • Fixem os verbetes em painéis ou murais no local combinado. • Coloquem um título para a exposição e subtítulos para as diferentes regiões do país representadas nos trabalhos. • Apresentem as fontes pesquisadas e, se a exposição for visitada por toda a escola, informem a turma que a organizou.
3. Leia os verbetes dos colegas. • Qual você achou mais interessante?
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UNIDADE
argumentação em 6 Adiferentes gêneros textuais Leitura de imagem Leia esta imagem. CALVIN E HAROLDO
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2010 WATTERSON/DIST. BY ATLANTIC SYNDICATION/UNIVERSAL UCLICK
BILL WATTERSON
Estudo da imagem Calvin é um dos personagens preferidos dos leitores de histórias em quadrinhos no mundo todo. Criativo, questionador e cheio de personalidade, o garotinho de 6 anos vive diversas aventuras e fantasias com seu melhor amigo, o tigre de pelúcia Haroldo (Hobbes, no original em inglês). 1 Nas cenas apresentadas na história em quadrinhos, o que Calvin e Haroldo estão fazendo? Onde eles estão? Estão passeando no bosque.
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2 Assinale a principal intenção dessa história em quadrinhos. ( ) Contar a história de um passeio no parque. ( X ) Mostrar a opinião de Calvin sobre uma ideia. ( ) Mostrar a amizade entre Calvin e Haroldo. 3 Calvin afirma no terceiro e no quarto quadrinho: Eu não acredito mais na ética. Por mim, acho que os fins justificam os meios.
Ética. Conjunto de valores e ações considerados justos e humanos.
Identifique em outros quadrinhos duas falas que reforçam a ideia contida nessas falas de Calvin. Respostas possíveis: “Aproveite o que puder enquanto levar vantagens”; “O poder é que dita as regras!” (no quinto quadrinho); “eu vou fazer tudo o que eu achar necessário e deixar que os outros fiquem se
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perguntando o que é ‘certo’ e o que não é” (no sexto quadrinho).
4 Por que Haroldo dá um empurrão em Calvin? Para provar que o ponto de vista de Calvin pode prejudicar ele mesmo, se todas as pessoas que conviverem com o menino pensarem e agirem dessa forma.
5 Haroldo concorda com a ideia defendida por Calvin? Por quê? Para responder, leia as falas do tigre nos dois últimos quadrinhos e observe a expressão dele. Não, pois Haroldo foi irônico para mostrar a Calvin que sua ideia era um equívoco.
6 Observe nos desenhos as expressões e os gestos de Calvin. Em quais quadrinhos eles parecem reforçar os argumentos que o menino defende? No quinto e no sexto quadrinhos. No quinto, Calvin está com a testa franzida e bate na mão com a outra mão fechada; no sexto, ele continua com a testa franzida.
7 Para defender seu ponto de vista, qual dos argumentos abaixo Calvin não apresentou? ( ) Os fins justificam os meios. ( ) As normas são ditadas pelos poderosos. ( ) Os protagonistas dos livros de História são os vencedores. ( X ) Os poderosos têm sempre razão. 8 Releia esta fala de Calvin. Eu não acredito mais na ética. Pela informação, é possível dizer que Calvin: ( ) nunca acreditou na ética. ( X ) já acreditou na ética.
Professor: Os alunos devem deduzir, pelo uso do advérbio mais, que Calvin já acreditou na ética.
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Leitura de texto O texto abaixo é um trecho de Viagem ao centro da Terra, romance de ficção científica do escritor francês Júlio Verne (1828-1905). Ele narra o momento em que a expedição (formada pelo professor Lidenbrock, por seu sobrinho Axel e pelo guia Hans) está na cratera de um vulcão extinto, tentando chegar ao centro da Terra.
Capítulo XLII (...)
Inanição. Estado de extrema fraqueza por falta de alimentação. Moderado. Cauteloso, sensato, prudente. Voracidade. Grande apetite.
– Se não nos afogarmos nem nos quebrarmos, se não morrermos de fome, ainda nos restará a chance de sermos queimados vivos – disse eu. O professor deu de ombros e voltou às suas reflexões. Uma hora se passou, e, exceto por um leve aumento da temperatura, nenhum incidente alterou a situação. Por fim, meu tio rompeu o silêncio: – Vejamos, é preciso tomar uma decisão. – Tomar uma decisão? – repliquei. (...) – Se houver uma chance de salvação, se for necessário um momento de ação, onde encontraremos a força para agir, se nos deixarmos enfraquecer de inanição? – Ora, tio, depois de comer este pedaço de carne, o que nos resta? – Nada, Axel, nada. Mas você se alimentará melhor se comê-lo apenas com os olhos? Você raciocina como uma pessoa sem vontade, como um ser sem energia! – Então o senhor não se desespera? – gritei, irritado. – Não! – replicou, firme, o professor. – Como! O senhor ainda acredita em alguma chance de salvação? – Claro que sim! Enquanto o coração bate, enquanto o corpo pulsa, não admito que um ser dotado de vontade abra espaço dentro de si para o desespero.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Arrebatamento. Entusiasmo, exaltação.
Incrível! O homem que pronunciava essas palavras naquelas circunstâncias era realmente de uma firmeza bem rara. – Afinal – disse eu –, o que o senhor pretende fazer? – Comer o que resta de comida até a última migalha e recompor nossas forças. Pode ser que seja nossa última refeição, mas pelo menos, em vez de estarmos esgotados, seremos homens de novo. – Muito bem! Devoremos! – exclamei. Meu tio pegou o pedaço de carne e os poucos biscoitos que escaparam do naufrágio, repartiu em três partes iguais e distribuiu. Isso dava cerca de meio quilo de alimento para cada um. O professor comeu com voracidade, numa espécie de arrebatamento febril; eu, sem prazer, apesar da fome, e quase a contragosto; Hans, tranquilo, moderado, mastigando em silêncio cada pedacinho, saboreando com a calma de alguém que não se deixava atingir pelas preocupações com o futuro. (...) VERNE, Júlio. Viagem ao centro da Terra. São Paulo: Ática, 1993. p. 214-215. (Adaptado.)
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Estudo do texto
Professor: Para questões adicionais sobre o gênero textual, consulte o Banco de Questões na Plataforma UNO.
Compreensão do texto 1 O texto ao lado faz parte da aventura vivida por um cientista, o professor e geólogo Lidenbrock, por seu sobrinho Axel, narrador e personagem da história, e pelo guia Hans. a) Quem parece ser o líder do grupo? O professor Lidenbrock.
b) Que elementos do texto dão pistas de quem é o líder do grupo? As falas do personagem. O professor parece ser firme, decidido e ter argumentos que convencem todos a proceder como ele sugere.
2 No primeiro parágrafo, o narrador-personagem Axel refere-se a complicações que ele e os outros personagens podem vir a enfrentar. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) O que pode acontecer com eles? Explique. Eles podem se afogar, se quebrar, morrer de fome ou ser queimados vivos. Estão com pouca comida na cratera de um vulcão, onde podem cair e quebrar alguma parte do corpo ou queimar-se. Provavelmente estão cercados por água.
b) Quais são as expectativas de Axel quanto às chances de salvação que ele tem? E quais são as expectativas do professor Lidenbrock? Axel mostra-se bastante pessimista quanto ao que pode acontecer e não vê nenhuma chance de salvação. Já o professor Lidenbrock acredita que enquanto há vida há esperança, desde que o grupo não se entregue ao desespero.
3 Que decisão os integrantes da expedição precisavam tomar? Comer o que restava de alimento.
4 Por que você acha que Axel realizou o que eles decidiram “sem prazer (...) quase a contragosto”? Resposta pessoal.
5 Seguindo as pistas textuais, é possível saber que os personagens passaram por uma grande complicação antes de chegar ali. a) Que complicação foi essa? Um naufrágio.
b) Qual é a relação desse incidente com a falta de alimentos? A água pode ter deteriorado os alimentos ou eles podem ter caído na água.
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Análise da argumentação 1 Localize no texto uma opinião apresentada pelo professor Lidenbrock para defender sua posição sobre comer o que restava da comida. “Pode ser que seja nossa última refeição, mas, pelo menos, em vez de estarmos esgotados, seremos homens de novo.”
O trecho de Viagem ao centro da Terra apresenta argumentos, ou seja, razões que sustentam uma opinião e têm a intenção de convencer alguém de determinada posição ou ideia. A argumentação também pode fazer parte de um texto narrativo, como esse de Júlio Verne. 2 Complete o esquema com a opinião e o principal argumento apresentado no texto. Opinião defendida pelo professor Lidenbrock É preciso comer o que resta dos alimentos.
Principal argumento É preciso recompor as forças para lutar pela salvação; é preciso demonstrar energia para lutar pela sobrevivência.
3 Converse com os colegas sobre a posição de Axel, os argumentos dele e a resposta do tio. Em seguida, complete o esquema. Professor: Organize os alunos em grupos para a discussão. Se necessário, leve-os a inferir que Axel acha que não devem comer tudo o que lhes resta porque ficarão sem alimentos; além disso, ele não acredita na salvação.
Opinião de Axel Não devem comer.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Professor: O objetivo destas atividades é fazer com que os alunos percebam as especificidades da argumentação em um texto narrativo. No trecho de Viagem ao centro da Terra, as opiniões são baseadas na “paixão”, nas emoções dos personagens. Por isso, não apresentam uma argumentação sólida, baseada em dados científicos, por exemplo, que comprovem os argumentos usados e que tenham como principal intenção convencer o leitor.
Argumentos de Axel Ficarão sem alimento. Não há chance de salvação.
Resposta do tio “Você raciocina como uma pessoa sem vontade, como um ser sem energia!”
Um argumento que rebate outro é chamado contra-argumento.
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Atividades de linguagem 1 Escreva o significado da expressão destacada nesta frase. O professor deu de ombros e voltou às suas reflexões. Não se importou, desconsiderou, ficou indiferente.
2 Complete cada frase com uma das expressões do quadro. ombro a ombro
no ombro
por cima do ombro por cima do ombro
a) Tratou-me com desprezo, olhando-me b) Os dois competiam
ombro a ombro
c) Angustiada, só queria chorar
.
, em plena igualdade de condições.
no ombro
de alguém.
3 Encontre no texto de Júlio Verne a palavra ou expressão que corresponde a cada definição.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Acontecimento imprevisível: b) Qualidade do que é persistente: c) Contra a vontade:
incidente firmeza
. .
a contragosto
.
4 Leia esta frase. Mas você se alimentará melhor se comê-lo apenas com os olhos? a) O que significa “comer com os olhos”? Olhar a comida com vontade, com avidez.
b) Considere o contexto em que a frase está inserida e reescreva-a sem usar a forma interrogativa nem alterar seu sentido. Resposta possível: Você não se alimentará melhor se comê-lo apenas com os olhos.
5 Leia este trecho. – Se não nos afogarmos nem nos quebrarmos, se não morrermos de fome, ainda nos restará a chance de sermos queimados vivos – disse eu. a) O que indicam as palavras destacadas? Indicam condição.
b) Reescreva a frase iniciando-a com a palavra caso. Faça as alterações necessárias para que a frase fique correta. – Caso não nos afoguemos nem nos quebremos, caso não morramos de fome, ainda nos restará a chance de sermos queimados vivos – disse eu. Professor: Discuta com os alunos os diferentes sentidos da expressão de acordo com o contexto. Lembre-os de que a conjunção se equivale a caso. Portanto, a construção se caso é redundante e deve ser evitada na norma padrão. Observe com eles a mudança nos verbos.
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Produção de texto Leitura de artigo de opinião
PASCAL GOETGHELUCK/SCIENCE PHOTO LIBRARY/LATINSTOCK
Biotério. Viveiro de animais para utilização em experimentos científicos.
Animais de laboratório A utilização de animais em laboratórios, tanto para fins médicos quanto para fins comerciais, é uma questão muito polêmica. Animais de várias espécies, sendo os camundongos mais intensamente utilizados, são empregados em experiências científicas e testes a fim de comprovar a eficiência de produtos como vacinas, cosméticos, medicamentos etc. O uso de animais com objetivos científicos é uma prática comum que vem sendo empregada desde a Antiguidade, mas, para que essa prática seja aceitável do ponto de vista ético e exponha resultados eficazes, é dever do especialista a consciência de que o animal que está sendo utilizado como cobaia é um ser vivo e como tal possui instinto, além de ser sensível à dor. A questão sobre os direitos dos animais e sua utilização em experimentos científicos vem sendo discutida desde muitos anos, mas, em 1860, um fato ocorrido foi decisivo para o estabelecimento de limites no uso de animais como cobaias em experimentos de laboratório. O fisiologista francês Claude Bernard dizia que o uso de animais vivos era indispensável para experimentações e, por isso, ele mantinha um laboratório e um biotério nos porões de sua própria casa. Cansadas de ouvir os gritos de animais que diariamente eram torturados, a esposa e a filha de Claude o abandonaram e fundaram a primeira sociedade francesa em defesa dos animais. A partir dessa associação, diversas outras sociedades protetoras dos animais também foram fundadas, assim como leis específicas para esse tipo de uso dos animais. A avaliação dos projetos de pesquisa em animais deve ter o mesmo rigor que a realizada em seres humanos, sendo que os animais utilizados nesses projetos científicos devem receber toda a atenção e cuidado. Em 1959, o zoologista William M. S. Russell e o microbiologista Rex L. Burch publicaram um livro em que estabeleceram os três Rs das pesquisas em animais: replace (substituir), reduce (reduzir) e refine (refinar). Para eles, a substituição de animais em experimentos científicos já avançou muito, podendo-se utilizar no lugar de animais, culturas de células, simuladores e modelos matemáticos. Ainda segundo Russell e Burch, os experimentos devem ser mais bem planejados e as instalações adequadas, com pesquisadores capacitados para fazerem pesquisas em animais. Como dissemos no início do presente artigo, esse é um assunto muito polêmico, que será alvo de vários questionamentos e discussões, tanto por parte dos protetores dos animais quanto por parte de pesquisadores e cientistas. Mas, como sugeriu o filósofo Jeremy Bentham no ano de 1789, a questão não está ligada apenas ao fato de esses animais poderem raciocinar ou pensar, e sim: podem eles sofrer?
Ratos utilizados para pesquisas em laboratório em Nancy, França.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Leia este trecho de um artigo de opinião da bióloga Paula Louredo, publicado em um site de educação.
LOUREDO, Paula. Animais de laboratório. Disponível em: . Acesso em: nov. 2014. (Adaptado.)
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Características do artigo de opinião 1 Que estratégia a autora do artigo de opinião usa para iniciar a discussão? A autora apresenta a questão polêmica com clareza: “A utilização de animais em laboratórios, tanto para fins médicos quanto para fins comerciais, é uma questão muito polêmica”.
2 Que opinião a autora apresenta no segundo parágrafo? “(...) é dever do especialista a consciência de que o animal que está sendo utilizado como cobaia é um ser vivo e como tal possui instinto, além de ser sensível à dor”.
3 Você concorda com a opinião da autora? Por quê? Resposta pessoal.
4 Para provocar reflexão e construir seus argumentos, a autora se vale da retrospectiva histórica, mostrando como é antiga a utilização de animais em laboratório.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Que fato histórico importante é narrado pela autora? Ela conta a história do fisiologista francês Claude Bernard, que mantinha um biotério em sua própria casa. Sua filha e esposa não concordavam com o fato e fundaram uma sociedade em defesa dos
Professor: Peça aos alunos que pesquisem o que é um biotério e se existem biotérios ainda hoje. Sugira que visitem o site da Universidade de São Paulo: .
animais.
b) O que ela quis demonstrar com esse fato histórico? A autora mostra que, a partir desse fato, passou-se a discutir critérios éticos para o uso dos animais em pesquisas científicas.
5 Segundo a autora, deve haver diferença de tratamento entre animais e seres humanos que participam de projetos de pesquisa? Não. O rigor e o cuidado devem ser o mesmo para com seres humanos e animais.
6 No quarto parágrafo, a autora apresenta novos critérios que devem ser seguidos para o uso ético dos animais em pesquisas científicas. Quais são? Ela sugere que sejam aplicados os três Rs das pesquisas em animais: replace (substituir), reduce (reduzir) e refine (refinar).
7 Responda às questões de acordo com os critérios propostos pela autora. a) Como pode ser feita a “substituição” de animais? No lugar de animais, podem-se utilizar culturas de células, simuladores e modelos matemáticos.
b) O que deve ser feito para “refinar” a pesquisa em animais? De acordo com o artigo, a ideia de refinamento está relacionada ao planejamento adequado dos experimentos, instalações apropriadas e pesquisadores capacitados para fazer as pesquisas em animais.
c) Qual seria a consequência da substituição e do refinamento das pesquisas em animais? A redução do uso de animais em pesquisas.
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8 Releia o parágrafo de conclusão do artigo. Como dissemos no início do presente artigo, esse é um assunto muito polêmico, que será alvo de vários questionamentos e discussões, tanto por parte dos protetores dos animais quanto por parte de pesquisadores e cientistas. Mas, como sugeriu o filósofo Jeremy Bentham no ano de 1789, a questão não está ligada apenas ao fato de esses animais poderem raciocinar ou pensar, e sim: podem eles sofrer? a) Qual é o posicionamento da autora quanto ao uso de animais em pesquisas? A autora reafirma que a questão é complexa, mas se posiciona contra o sofrimento dos animais nos experimentos científicos.
b) Que recurso argumentativo utilizado no trecho acima dá credibilidade ao artigo, ou seja, torna-o confiável? Com o intuito de conferir maior credibilidade à sua posição, a autora usa o recurso do argumento de
9 Complete os seguintes esquemas referentes à organização do texto. Opinião da autora Deve-se minimizar o sofrimento do animal utilizado como cobaia, visto que é um ser vivo e, como tal, possui instinto e é sensível à dor.
Argumento 1
Argumento 2
Argumento 3
Animais de várias espécies, sendo os camundongos mais intensamente utilizados, são empregados em experiências científicas e testes a fim de comprovar a eficiência de produtos como vacinas, cosméticos, medicamentos etc.
É uma prática comum que vem sendo empregada desde a Antiguidade, mas, para que essa prática seja aceitável do ponto de vista ético e exponha resultados eficazes, é dever do especialista a consciência de que o animal que está sendo utilizado como cobaia é um ser vivo e, como tal, possui instinto, além de ser sensível à dor.
É preciso discutir os direitos dos animais, assim como leis específicas para esse tipo de pesquisa.
Argumento 4 A avaliação de projetos de pesquisa em animais deve ter o mesmo rigor que a realizada em seres humanos, e os animais utilizados nesses projetos científicos devem receber toda a atenção e cuidado.
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autoridade (no caso, citando o filósofo Jeremy Bentham).
Os três Rs das pesquisas em animais Replace (substituir), reduce (reduzir) e refine (refinar).
Argumentos de Russell e Burch, criadores dos 3 Rs
Argumento do filósofo Jeremy Bentham
Os experimentos devem ser mais bem planejados e as instalações adequadas, com pesquisadores capacitados para fazerem pesquisas em animais.
A questão não está ligada apenas ao fato de que esses animais podem raciocinar ou pensar, e sim ao fato de que eles podem sofrer.
Contra-argumento É importante o uso de animais em experiências científicas e testes a fim de comprovar a eficiência de produtos como vacinas, cosméticos, medicamentos etc.
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10 O mecanismo mais utilizado para refutar um argumento é mostrar sua falta de validade ou de consistência. Reflita sobre o artigo de Paula Louredo e responda: em sua opinião, os argumentos mais consistentes no artigo são os da indústria de medicamentos e cosméticos ou os da autora? Por quê? Resposta pessoal. Professor: Os alunos devem perceber que os argumentos da autora estão fundamentados em dados históricos e de pesquisadores que sugerem os 3 Rs para a redução do uso de animais em pesquisas e defendem condições adequadas para que estes não sofram.
11 Identifique a alternativa que não explica corretamente as palavras e expressões usadas no texto para relacionar as ideias. Depois, faça a correção. a) (...) mas, para que essa prática seja aceitável do ponto de vista ético e exponha resultados eficazes, é dever do especialista a consciência de que o animal que está sendo utilizado como cobaia é um ser vivo e como tal possui instinto, além de ser sensível à dor. A palavra mas introduz o aspecto ético do uso de animais em laboratório.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b)
(...) a fim de comprovar a eficiência de produtos como vacinas, cosméticos, medicamentos etc. A expressão a fim de introduz a finalidade do uso de animais em testes e experiências científicas.
c)
(...) por isso, ele mantinha um laboratório e um biotério nos porões de sua própria casa. A expressão por isso introduz uma crítica ao fisiologista francês Claude Bernard.
d)
Ainda segundo Russell e Burch, os experimentos devem ser mais bem planejados e as instalações adequadas (...) A expressão segundo introduz a opinião do zoologista Russell e do microbiologista Burch. A alternativa c está errada. A expressão por isso introduz uma justificativa para manter animais vivos nos porões de casa.
O texto “Animais de laboratório” é um artigo de opinião. Os artigos de opinião são publicados em jornais, revistas, sites, blogues etc. e costumam ser assinados (isto é, apresentam o nome de quem os escreveu), para que o leitor saiba que a opinião defendida é daquele autor. A intenção desses textos é defender uma opinião sobre alguma questão de relevância social que produz diferentes pontos de vista, isto é, uma questão cuja discussão é importante para a sociedade. Para tanto, esses textos usam argumentos. Mesmo que um artigo de opinião não chegue a convencer o leitor, ele o faz refletir, repensar seus pontos de vista sobre o assunto.
Professor: Destaque o fato de que, embora o artigo não expresse necessariamente a opinião do canal de publicação (jornal, revista, site, blogue etc.), é o próprio canal que seleciona o que quer publicar. Uma opinião muito diferente da linha do jornal ou da revista provavelmente não seria selecionada.
Produção de artigo de opinião Acompanhe as orientações a seguir para produzir um artigo de opinião, supondo que ele será publicado no jornal do bairro ou da cidade. O tema será: “O uso de animais em espetáculos de entretenimento, como circos ou rodeios”.
Aquecimento 1. Discuta a questão com os colegas, com as pessoas com quem você mora e com os professores.
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2. Registre no caderno os argumentos favoráveis e contrários que achar interessantes, bem como o nome do autor de cada argumento. 3. Pesquise fatos ou dados sobre o tema, sem se esquecer de citar as fontes. Professor: Peça aos alunos que definam um ponto de vista e levantem argumentos conforme a posição deles, e também argumentos contrários para que possam elaborar uma contra-argumentação.
Planejamento 1. No caderno, faça uma lista com os argumentos favoráveis e outra com os argumentos contrários. 2. Escolha o ponto de vista que pretende defender. • Como você justificaria sua opinião sobre o assunto? Acrescente seus argumentos à lista. • Se quiser, faça um esquema para planejar seu texto. Você pode montar um esquema semelhante aos que completou anteriormente.
Escrita Com base nas informações organizadas no planejamento, escreva seu artigo de opinião.
1. Lembre-se de que é um artigo para ser publicado em um jornal. A linguagem, portanto, não precisa ser formal, mas deve respeitar as normas gramaticais.
3. Apresente a conclusão, reforçando a posição defendida. 4. Utilize palavras e expressões adequadas para introduzir os argumentos, expor as ideias e apresentar a conclusão, como: segundo, de acordo com, por isso, portanto etc. 5. Organize o texto em parágrafos, separando e sequenciando as informações de acordo com a finalidade comunicativa e a seleção de informações que considerar relevantes. Avaliação 1. Avalie seu texto observando os seguintes aspectos: • A opinião em relação ao assunto está claramente definida? Ela se baseia em argumentos convincentes? • O texto criado motiva o leitor a refletir e a opinar sobre o assunto? • A linguagem está adequada às finalidades do gênero e ao público a que se destina? • Os parágrafos apresentam os argumentos em uma sequência adequada? Essa organização vai facilitar a leitura?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Defenda seu ponto de vista com argumentos convincentes e coerentes com o seu posicionamento em relação ao assunto. Dê base a seus argumentos pesquisando fatos ou dados sobre o tema, sem se esquecer de citar as fontes.
2. Mostre o texto que você escreveu a um colega da classe e peça a ele sugestões que ajudem a melhorá-lo. Faça o mesmo com o texto escrito por ele. Reescrita Passe o texto a limpo, corrigindo-o de acordo com a revisão que você fez e com as observações do professor. Se achar necessário, faça também as alterações sugeridas pelo colega.
Apresentação 1. Reúna-se com os colegas e com o professor e promovam uma votação para indicar os três melhores artigos da classe. Professor: Se você ou sua
escola têm um blogue, sugira a publicação dos cinco melhores artigos.
2. Em grupos, pesquisem se há um jornal de bairro próximo ao local da escola. Entrem em contato com a redação do jornal para verificar a possibilidade de publicação de um dos artigos selecionados pela classe. 3. Caso a classe não consiga encontrar um jornal para publicar os textos, eles podem ser anexados no mural da escola ou no mural da própria classe, para que todos possam ter acesso a eles.
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Hora de debate Vocês vão realizar um debate de opinião. O tema será: “É possível usar os recursos naturais e ao mesmo tempo preservar a natureza?”.
Aquecimento
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CORTESIA S.O.S. MATA ATLÂNTICA
Observe a reprodução deste outdoor.
1 Agora, troque ideias com os colegas sobre as questões a seguir e escreva suas conclusões. a) Qual é a organização responsável por esse anúncio publicitário? Fundação S.O.S. Mata Atlântica, uma ONG de preservação da natureza.
b) Qual é a intenção do anúncio publicitário?
Professor: Oriente os alunos a anotar as ideias que tiverem. Elas servirão de base para o debate. Lembre aos alunos que ONG é a sigla de Organização Não Governamental.
Denunciar os crimes contra a natureza, proteger a mata atlântica e divulgar a ação da Fundação S.O.S. Mata Atlântica.
c) Que frase resume a mensagem ou o tema do anúncio publicitário? “Eu vi as árvores que você cortou.”
d) Que frase serve de argumento para reforçar a mensagem ou o tema do anúncio publicitário? “A natureza vê o homem destruir mas não pode fazer nada.”
2 Que imagem está registrada na foto? A que ela é associada? A foto registra a imagem do tronco de uma árvore com um corte que lembra um olho.
3 De que maneira a imagem se relaciona aos textos no outdor? Uma resposta possível: O olho é daquele que testemunha e pode denunciar um crime contra a natureza.
4 Que palavra do título do anúncio se refere claramente ao leitor? Que efeito essa palavra produz? Você. O uso do pronome você provoca reflexão no leitor e o torna também responsável pelas questões ambientais.
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RICARDO TELES/PULSAR IMAGENS
5 Observe esta foto.
Fiscalização do Ibama a p re e n d e m a d e i r a cortada ilegalmente na cidade de Bacajá (PA), 2008.
Três pessoas, um caminhão carregado de madeira (três troncos de árvore cortados), uma estrada de terra e uma floresta ao fundo.
6 Em sua opinião, o que está ocorrendo na cena retratada? Dois policiais e um fiscal do Ibama (autoridades do meio ambiente) fiscalizam um carregamento de madeira, extraída da floresta de forma ilegal.
7 Que elementos da imagem podem justificar sua resposta à questão 6? O policial (à esquerda) vestido de azul traz no uniforme divisas militares (cabo) e uma arma à frente do corpo. O fiscal do Ibama veste um colete verde e amarelo que identifica essa instituição de preservação e fiscalização do meio ambiente. Além disso, ele parece fotografar os troncos de árvore cortados (carregamento de madeira ilegal), possivelmente para anexar a um documento (boletim de ocorrência) e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Descreva os elementos que fazem parte desta cena.
multar o responsável pelo carregamento de madeira. Uma pessoa também aparece ao fundo, por trás da arma do policial, provavelmente outro policial, pois também está armado.
8 Imagine que você faça parte da cena. Escolha um personagem (policiais, fiscal, motorista do caminhão) e, como se estivesse falando ao telefone, conte a um colega o que está acontecendo. Depois, peça a ele que faça o mesmo, dando a resposta e uma solução para o que você lhe contou. Resposta pessoal.
9 Esse tipo de foto costuma ilustrar reportagens. Qual seria o tema dessa reportagem? Esse tipo de foto ilustra reportagens que têm como objetivo denunciar a devastação ambiental.
10 Observe novamente a foto, leia a legenda e sugira um título para uma reportagem sobre esse assunto. Resposta possível: “Nova apreensão de madeira ilegal é feita no Pará”.
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Anúncio publicitário é um gênero textual argumentativo que tem por objetivo promover a marca de um produto ou de uma empresa, ou promover e divulgar uma ideia, como é o caso do anúncio estudado anteriormente. A linguagem do anúncio publicitário adapta-se, em geral, ao perfil do público-alvo e ao veículo em que é publicado – no caso, um outdoor. O anúncio publicitário costuma apresentar os seguintes elementos: título; subtítulo; um texto que reforça o título ou a ideia básica e apresenta argumentos para convencer o público; imagens relacionadas ao tema; marca ou logotipo do anunciante, no caso, a Fundação S.O.S. Mata Atlântica.
Orientações para o debate Primeira etapa 1. Formem grupos conforme a orientação do professor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Escolham um colega para ser o relator. Ele vai registrar as opiniões e relatar o posicionamento do grupo e os argumentos apresentados. 3. Determinem o tempo de duração do debate, de acordo com a orientação do professor. Lembrem-se de que o tempo deve ser respeitado. 4. Utilizem a linguagem adequada à situação. 5. Ouçam a opinião dos colegas do grupo, respeitando a vez de cada um falar. 6. Registrem os argumentos mais relevantes e convincentes. Segunda etapa 1. Observem novamente a representação do outdoor. 2. Pesquisem, em sites, blogues, jornais e revistas especializados, outros textos que abordem o tema proposto. 3. Antes do debate, conversem com os professores de Ciências e de Geografia a respeito do tema. Terceira etapa 1. Definam qual será a opinião que o grupo defenderá durante o debate. É importante que todos estejam de acordo sobre ela e que durante a apresentação não haja opiniões contrárias dentro do grupo. 2. Exponham os argumentos dando exemplos de fatos reais, opiniões de especialistas, dados de pesquisa etc. 3. Usem argumentos coerentes para convencer os colegas. Quarta etapa 1. Os relatores devem apresentar à classe o resultado do debate de seus respectivos grupos. 2. Quem quiser apresentar novos argumentos deve se inscrever com o professor. 3. Ao final, escolham o grupo que foi mais convincente ao defender as opiniões.
Professor: Lembre aos alunos que eles podem apresentar novos argumentos durante a exposição dos relatores. Peça-lhes que anotem esses argumentos, pois eles podem incrementar a opinião apresentada pelos grupos.
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PROGRAMA Trabalhando habilidades Nestas páginas, você vai trabalhar o descritor 16 da Matriz de Referência da Prova Brasil de Língua Portuguesa. Para saber mais sobre ele, consulte a Matriz Geral de Habilidades na Plataforma UNO. D16
1 Leia esta tira e observe a linguagem empregada. BOB THAVES 2011 UNITED MEDIA/IPRESS (FRANK & ERNEST 10-05-1996)
FRANK & ERNEST
Em que consiste o humor da tira? a) No uso da linguagem formal por um dos interlocutores. b) Nos trajes antigos usados pelos personagens. d) Na confusão entre os nomes do navegante português Vasco da Gama e do time de futebol Vasco da Gama. D16
2 (Enem, adaptado) Leia esta tira. QUINO JOAQUÍN SALVADOR LAVADO (QUINO) TODA MAFALDA – MARTINS FONTES, 1991
MAFALDA
O humor presente na tira se deve principalmente ao fato de Mafalda:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) Na rivalidade entre os torcedores do Flamengo e do Vasco da Gama.
a) pensar que o dedo indicador tem um poder sem limites. b) considerar seu dedo indicador tão importante quanto os indicadores dos patrões. c) atribuir, no primeiro e no último quadrinho, um mesmo sentido à palavra indicador. d) usar corretamente a expressão indicador de desemprego, mesmo sendo criança. D16
3 (Saeb, adaptado) Leia este texto.
A cigarra e a formiga Era uma vez uma formiga e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a formiga trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com os amigos ao final do expediente de trabalho. Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno que estava por vir.
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Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava começando. A formiga, exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora. Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante casaco de pele. E a cigarra falou para a formiga: – Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha toca? – Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu tanta grana? – Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá? – Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO QUE O CARREGUE! Fábula elaborada com base em: LA FONTAINE, Jean de. A cigarra e a formiga. Disponível em: . Acesso em: set. 2013. (Adaptado.)
Em relação à fábula original, há ironia nesse texto no fato de: a) a cigarra deixar de trabalhar para aproveitar o sol. b) a formiga trabalhar e possuir apenas uma toca para morar. c) a cigarra, sem trabalhar, surgir de Ferrari e casaco de pele. d) a cigarra não trabalhar e cantar durante todo o outono.
Autoavaliação Reúnam-se em grupos e façam as atividades a seguir.
1 Busquem na Matriz Geral de Habilidades o texto do descritor trabalhado nas questões.
Professor: Os alunos devem perceber que as habilidades trabalhadas são o estabelecimento de relações de causa e consequência entre partes e elementos do texto e a identificação de efeitos de ironia ou humor em textos variados.
2 Vocês consideram importante trabalhar essas habilidades? Por quê? Resposta pessoal.
Professor: Os alunos devem perceber que a compreensão dos mecanismos de causa e consequência é fundamental para o entendimento da progressão de um texto. Por sua vez, os recursos irônicos e humorísticos possibilitam leituras que vão além de elementos superficiais e criam novos significados, o que aguça a sensibilidade do leitor.
3 Compartilhem as estratégias de resolução das questões e como cada um resolveu a(s) dificudade(s) que encontrou. Resposta pessoal. Professor: Nem sempre a compreensão de um sentido irônico, mais profundo que a camada de entendimento simples e direta do texto, é perceptível aos alunos. Porém, em vez de explicar literalmente o sentido implícito (e humorístico) de um texto, convém questionar os alunos, sondá-los, lançar perguntas que agucem a curiosidade e possam levá-los de modo mais autônomo à compreensão desejada.
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Dois mundos distantes em perigo. Só a vontade e a determinação de quatro amigos pode salvá-los. Já pensou? Sentar
O planeta Berra
em frente a um computador, ou um tablet, pra se divertir um pouquinho e acabar vivendo uma incrível aventura que acaba por transformá-lo num herói
Para ler
Edgard Romanelli
VEREDAS
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Para saber mais • O planeta Berra, de Edgard Romanelli. São Paulo: Moderna, 2012. (ePUB)
Edgard Romanelli
O planeta Berra
Lu é um menino curioso que gosta muito de ler jornais. Ele faz contato pelo computador com um extraterrestre que lhe narra, em um idioma muito semelhante ao português, problemas bem parecidos com os da Terra em seu planeta, Berra. (Também em versão impressa.)
intergaláctico? É sério! Embarque nesta história e viaje num texto muito original em que o autor cria um jogo fascinante com os sons das palavras. Um trabalho inteligente que mexe com a imaginação e amplia a criatividade.
• O touro encantado, de Ferreira Gullar. Ilustrações de Angela-Lago. São Paulo: Salamandra, 2003. 10/18/13 9:36 AM
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Nos pequenos contos desse livro, Ferreira Gullar dá voz aos personagens que povoaram sua infância, em sua terra natal, no Maranhão. O autor nos leva a redescobrir a beleza, a alegria e os mistérios da vida das pessoas simples do Brasil.
Para ouvir • “Apesar de você”, de Chico Buarque. Em: Chico Buarque. Cara Nova, 1970. • “Brasil”, de Cazuza, George Israel e Nilo Romero. Em: O poeta não morreu. UMVD Import, 2005. • “Infinito particular”, de Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown. Em: Marisa Monte: infinito particular. EMI, 2006.
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Para assistir • Amazônia, de Thierry Ragobert. França/Brasil, 2014, 86 min. Castanha, um macaco-prego criado em cativeiro, é libertado na floresta amazônica. Seguindo o ponto de vista do animal, o documentário revela os mistérios da fauna e da flora da região, destacando as dificuldades enfrentadas pelo personagem e a amizade com a macaca Gaia.
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